Fanfic: Herdeira do Trono de Prata | Tema: Magia, Romance,
Abri os olhos lentamente sem me surpreender nem um pouco por estar sendo observada por vários olhares preocupados. Eu estava de volta ao meu quarto também, então só pude supor que eu tinha ficado desacordada mais tempo que eu pensava.
—Como se sente Kira? — meu avô perguntou apreensivo. Ele parecia muito cansado desde a última vez que eu o vira, no dia anterior.
—Bem – respondi. Bom, fora a vontade de correr gritando como uma louca, eu estava bem.
—Caramba Kira! — Ren disse entusiasmado — você realmente tem um talento enorme para se meter em problemas! Pensamos que você tinha morrido!
Achei estranho ele dizer isso sorrindo, mas resolvi não comentar nada.
—O que aconteceu? — perguntei a todos e a ninguém em especial.
—Isso é você que tem que nos dizer — respondeu Cassandra que estava ao lado do meu avô — nós nem percebemos o que tinha acontecido até o William te tirar do lago.
Então tinha sido o William que tinha me trazido para cá? Pensei, enquanto tentava me recordar do fato.
—Vai ver você foi rejeitada — disse Dayla pensativa.
—Rejeitada? — eu, Ren e meu avô falamos ao mesmo tempo.
Milan lançou um olhar pouco amigável para a ruiva que deu de ombros.
—Calma gente eu só estou conjecturando aqui ok? Quer dizer, porque outra razão a Kira se afogaria no lago? Nenhum Rokai se afoga no lago.
—Eu estava me afogando? — balbuciei atônita — mas eu não...
—Eu nunca ouvi falar nisso de ser rejeitado — Ren parecia muito interessado assim como eu — o que é isso.
—Bom, parece que, em certos casos muito específicos o Hamish rejeita o Rakkai dele — explicou Cassandra.
—Por quê? — foi a minha vez de perguntar.
—Ninguém sabe. Talvez porque ele tenha ficado desgostoso com seu humano ou algo do tipo — ela mordeu o lábio — o fato é que quando isso ocorre o Hamish pode matar o humano para que ele possa ficar livre e escolher outro.
—Como é que é? — eu dei um pulo ficando de pé.
—Calma, calma — Cassandra ergueu as mãos de forma tranquilizadora —isso nunca acontece Kira. Como eu disse, só estava conjecturando.
Meu avô franziu o cenho. Ele estava tão preocupado quanto eu com tudo isso.
—Isso nunca vai acontecer cm você Kira, não se preocupe — reforçou Milan dando-me um sorriso — além disso...
—Com licença senhorita Novak — um garoto baixinho e sardento entrou no quarto — sua presença é requisitada pelos mestres William e Leela.
Todos no quarto encaravam o menino curiosamente. Ele se encolheu dizendo as próximas palavras tão baixo que mesmo com todos em silêncio eu tive dificuldade para ouvi-lo.
—Agora.
—Tudo bem — eu assenti, indo em direção a porta —até mais tarde vovô. E pessoal, obrigada pela ajuda.
Eles murmuraram respostas animadas e meu avô apenas continuou muito sério. Então eu apenas segui o garoto sem pensar muito para não acabar fazendo ou dizendo alguma bobagem.
Caminhamos em silêncio até o salão onde estive logo quando cheguei neste lugar. O caminho me parecia mais fácil, pensei um pouco feliz. Quem sabe em breve eu logo estaria conhecendo todo o castelo .
Isso se você não morrer até lá, a vozinha irritante e pessimista sussurrou na minha cabeça.
O som da porta sendo aberta retirou-me de meus mórbidos devaneios. O garoto sardento apenas apontou para o interior e eu escorreguei pra dentro.
Como da última vez, William e Leela estavam lá, sentados conversando. A única diferença era que a cadeira onde Kaure sentava estava vazia. Ao me ver entrar Leela gesticulou para que eu me aproximasse.
—Venha Kira, sente-se conosco — ela apontou para a cadeira ao lado dela.
—Obrigada — eu disse, levemente constrangida embora sem saber o porquê.
—Diga-nos o que aconteceu — foi a única coisa que William falou.
Talvez fosse só uma impressão, mas ele parecia um pouco irritado. Seus rosto estava marcado por linhas duras e seus olhos se estreitaram quando ele me fitou fixamente.
Eu respirei profundamente e então contei a eles tudo que eu tinha visto, exceto que minha avó também estava na minha razão. De alguma forma eu sentia que contar que ela tinha me observado ser atacada sem fazer nada parecia um tipo de ataque a memória dela. Aquele mulher na minha visão não era a minha avó, não mesmo.
William e Leela ouviram tudo em silêncio, apenas trocando alguns olhares estranhos em certos momentos do meu relato. No fim Leela apenas murmurou.
—Realmente isso é muito estranho.
—Então, o que foi tudo aquilo? — perguntei.
William murmurou algo numa língua desconhecida. Eu olhei para ele confusa, mas essa sensação mudou um pouco quando eu vi Leela o encarando da mesma forma. Seja lá o que ele realmente tivesse dito, não era para nenhuma de nós.
—Bom Kira — Leela começou — parece que você teve um pequeno problema na passagem do lago.
Ela achava? Pensei sarcasticamente. Eu fui enjaulada, mordida e arranhada. Chamar isso de “pequeno problema” era um eufemismo enorme.
—Foi o que eu pensei — respondi com um bufar — mas eu inda não entendi.
—O lago Numai é uma fonte de imenso poder, pois abriga todos os Hamish— começou William —os Rokai mais poderosos conseguem usá-lo de diversas formas, e uma delas é como um portal para outras dimensões. Dimensões de onde os animais de poder residem inicialmente em sua forma mais selvagem e descontrolada.
Eu continuava sem entender nada.
—E o que isso tem a ver com o que aconteceu? — indaguei.
Ele pensou um pouco antes de responder.
—Quando se é novato e não possui um Hamish, a conexão com essas outras dimensões é quase impossível. Por isso todos os iniciantes entram no lago sem problemas, uma vez que o lago irá mantê-los apenas onde eles precisam ficar. Você entende?
Acenei positivamente.
—E o que aconteceu? — insisti. Aquela aula toda sobre dimensões não me dizia nada sobre ser mastigada viva por ursos enormes.
A expressão de William demostrou que ele não gostava nada de ser apressado. Ele deu um longo suspiro antes de responder.
—O que aconteceu Kira, foi que você passou diretamente para uma outra dimensão.
—É quase como se o lago não quisesse você lá entende? — emendou Leela.
—Calma Leela — repreendeu William — não sabemos se é isso mesmo.
Ela revirou os olhos para o garoto.
—Qual é Will! Por que outra razão ela não conseguiria acessar o refúgio dos Hamish!
Ele respondeu duramente.
—Não podemos tomar decisões precipitadas. Se quisermos realmente entender o que foi que houve, devemos tentar uma outra vez.
Agora era oficial: Esse garoto é louco.
—Nem morta eu volto para lá — eu bradei me levantando da cadeira — se ninguém percebeu, eu poderia ter morrido!
—Mas não morreu — disse Leela imperturbável — de alguma forma você se salvou.
—Tentaremos de novo amanhã — concluiu William ficando de pé — e dessa vez iremos entrar com você.
Fiquei um pouco mais tranquila, mas não muito.
—Se isso é tão importante porque não tentar hoje?
A garota de cabelos negros me lançou um olhar sombrio.
—Ninguém atravessa o lago a noite.
Aquilo fez com que eu sentisse uma baforada fria na minha nuca.
—Porque? — ousei perguntar.
Dessa vez quem respondeu foi William.
—Durante a noite, os Hamish estão em sua forma mais sombria. Eles ficam incontroláveis e você não vai querer estar perto deles quando isso acontece.
Engoli seco. Sim, amanhã para mim parecia bom.
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Depois que eu deixei Leela e William eu fui conversar a sós com o meu avô. Eu expliquei a ele o que tinha descoberto e avisado que a manhã seguinte tentaríamos de novo. Ele não gostou nada da ideia, mas não reclamou mito. Ele sabia que agora era tarde demais para voltar. Eu era um Rokai e essa vida não fornecia muitas opções.
Também falei com meus novos amigos e eles reagiram de maneiras bem diversas ao que eu havia lhes contado. Eles me deram algumas palavras de conforto e fizeram algumas brincadeiras antes de irem embora, prometendo que me acompanhariam no dia seguinte.
Depois e fiquei sozinha no meu quarto, olhando fixamente para o teto. Mais uma vez eu não conseguia dormir. Mas dessa vez, não foi só o medo de ter algum pesadelo de novo que me impediu de dormir. Foram os risos no corredor.
Com cuidado, eu saí da cama e coloquei e me pressionei a porta para ouvir melhor. Não tive nenhum trabalho em reconhecer o voz de Maurine entre outras vozes femininas.
—Você viu só? — outra voz disse — ele nem conseguiu entrar no lago das almas! Que Rokai não consegue entrar no lago?
—Vai ver ela é meio lenta — outra disse rindo.
—Isso é tudo invenção dessa coisinha magrela — Maurine murmurou com desprezo — ele fez isso porque queria chamar a atenção do William.
—Se era isso Maurine, ela conseguiu — a primeira garota deu uma risadinha maldosa —parece que você tem uma concorrente.
—Não seja ridícula! — Maurine sibilou —e falem baixo!
As outras duas riram.
A essa altura, elas já deviam estar na frente da porta. Eu podia ouvir a respiração delas.
—Faz logo o que tem que fazer e vamos embora — resmungou uma delas — estou com sono.
O que? O que elas pretendiam fazer?
Um breve minuto de silêncio e depois eu ouvi passos se afastando no corredor. Elas tinham ido embora.
Suspirando aliviada eu abri a porta do quarto com cuidado e dei uma expiada no corredor. Nada. Fechei a porta e ia voltar para cama quando vi uma cobra enorme se esgueirando até lá e atacando furiosamente o lugar onde eu estava a poucos minutos onde agora só haviam lençóis e travesseiros.
Autor(a): Tynna
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Comentários da Fanfic 5
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4444cissi Postado em 20/11/2015 - 17:53:27
CONTINUA!!!!
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4444cissi Postado em 24/06/2015 - 01:20:24
Eu amei!!!! Continua....por favor!!
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4444cissi Postado em 10/06/2015 - 01:55:59
Continua!!!!!
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lu_morena Postado em 24/07/2014 - 16:15:31
vou acompanhar posta mais.por favor tynna me responda uma coisa o que significa aqueles números das estatísticas vc sabe?sou nova e não entendo muito bem
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josyanemello Postado em 17/07/2014 - 16:15:12
Muito bom,continua *O*!