Fanfic: Herdeira do Trono de Prata | Tema: Magia, Romance,
Espero não estar jogando informações demais para você e ficar me atropelando com as palavras. Às vezes é complicado para mim sabe? Sou meio tagarela. Kaure sempre diz que eu devia tentar respirar entre as palavras ou eu vou acabar me sufocando. Bom, mas isso não é assunto para o momento. Chego lá depois.
Anteriormente, eu tinha lhe contado sobre as tediosas reuniões do meu avô e o meu passeio interrompido por aquela garota e a estranha criatura que parecia persegui-la.
A menina devia ter mais ou menos a minha idade. Tinha uma pele escura e cabelos da mesma cor, presos numa longa trança única. Ela tinha uns traços suaves e olhos vermelhos como sangue. Era esguia e usava roupas parecidas com as do rapaz do meu sonho: a mesma camisa folgada e a túnica escura por cima.
Ela levantou-se do chão com uma graça e agilidade invejáveis enquanto eu tentava lembrar de como se usar os braços e pernas. Fazer o que, quando tem um monstro horrível correndo na sua direção você esquece algumas coisinhas.
Correndo é modo de falar porque aquela coisa não tinha pés. Ou patas, se você preferir. Realmente, acho que não sou muito boa com descrições, mas vou tentar ser mais verossímil possível para que você tenha uma ideia do que eu vi.
Era uma criatura enorme parecida com uma serpente. A pele era branca e deixava um rastro leitoso e nojento enquanto ela se arrastava pela grama da praça. Tinha uns olhos negros e tenebrosos e um focinho de cachorro com enormes dentes pontudos de onde escorria um líquido verde e umas asinhas de morcego que não pareciam ter nenhuma utilidade já que eram pequenas demais para um corpo tão grande. Tão grande que dava o maior trabalho para se locomover e ela se jogava de um lado para o outro debatendo-se como louca.
Fiquei uns preciosos segundos paralisada de medo sem conseguir tirar os olhos daquela coisa seja lá o que fosse. Nem sequer prestei atenção na garota de pé ao meu lado encarando-me como se eu fosse um alien.
–Você...você está vendo – perguntou ela.
Quase revirei os meus olhos. Que pergunta ridícula! Como alguém poderia não ver aquilo? Era maior que uma caminhonete!
–É meio difícil não ver – resmunguei.
A minha resposta parece ter deixado ela bem contente porque ela sorriu e disse.
–Que ótimo! Eu sou Leela. Mas eu não me lembro de você. Pertence a que casa?
Eu franzi o cenho. Mas do que é que ela estava falando mesmo?
Ela olhou para a criatura que continuava se aproximando e falou num tom firme.
–Falamos depois. Agora temos problemas maiores.
Depois disse agarrou o meu braço e começou a correr me arrastando com ela.
As ruas estavam bastante movimentadas . Não era para menos, considerando o fato de que estávamos em pleno domingo de sol. Apesar disso, enquanto corríamos feito loucas do monstro eu não tinha ouvido nenhum grito, ou nenhuma correria desesperada das pessoas pelas quais passamos. Era como se ninguém mais visse. E para piorar, o monstro parecia na se interessar por mais ninguém porque continuava a nos perseguir insistentemente.
Eu já não aguentava mais correr. Tínhamos cruzado uns três quarteirões num ritmo que faria inveja a qualquer atleta. Minhas pernas doíam e os meus pés já estavam reclamando.
Desde que comoçamos a nossa maratona eu não tinha dito nada (motivos óbvios né? Eu mal podia respirar quanto mais falar) e minha companheira de fuga muito menos. Mas quando chegamos perto de um cruzamento ela gritou para que eu pudesse ouvir acima do barulho do trânsito.
–Não vai ter jeito. Vamos ter que lutar.
Lutar?! Essa garota só pode ser biruta, pensei exasperada. Como iríamos enfrentar aquilo?
Leela não parecia com medo ou nervosa, o que era no mínimo uma atitude admiravelmente corajosa.
–Pronta? – perguntou ela como se fossemos grandes amigas.
–Pronta? Como assim pronta? – indaguei atônita.
Ela bufou irritada.
–O que você acha? Para enfrentá-lo é óbvio. Nós não vamos poder vencer um desses, mas podemos feri-lo e atrasá-lo tempo suficiente para abrir um portal.
Eu me sentia cada vez mais confusa.
–Do que é que você está falando! – gritei. Não me leve a mal, mas quando tem um monstro perseguindo você é complicado manter a calma.
Ela me encarou. Acho que, até então ela não tinha realmente me notado.
–Balthasar não te enviou?
–Quem? – perguntei.
–Você...você não é... – ela arregalou os olhos enquanto balbuciava – Minha nossa! Quem é você?
Eu não tive tempo de responder . O monstro já estava muito perto de nós.
A coisa foi muito rápida e é difícil explicar algo porque nem eu mesma vi direito o que aconteceu. A garota se moveu com uma velocidade e agilidade incríveis, investindo contra a criatura com duas espadas nas mãos.
Nem tinha notado que ela estava armada. Mas com aquela túnica enorme seria um tarefa bem simples escondê-las. As laminas eram vermelho brilhante e faziam um estrago enorme aonde quer que tocasse derretendo a pele da cobra/cachorro/morcego que se debatia tentando morder a garota que se esquivava dos golpes enquanto continuava a perfurá-lo.
Quando por fim a criatura caiu ela guardou as espadas que pararam de brilhar e veio correndo na minha direção. Eu estava no mesmo lugar onde ela me deixara. Minhas pernas não obedeciam os meus comandos ( pensando bem, falar comandos, no plural é um erro da minha parte porque à aquela altura só um comando pairava no meu cérebro: correr como um louca para sumir dali e esquecer tudo de estranho que eu tinha visto. Se bem que eu já não aguentava mais correr mesmo).
–Vamos. Não temos muito tempo até que ele se recupere. E quando ele se recuperar vai ser bem pior – disse ela.
–Vamos para onde? Eu não vou a lugar nenhum com você. E que coisa é essa – indaguei apontando para a criatura no chão que cheirava como pneu queimado.
Não me entenda mal eu era grata por ela ter salvado minha vida, mas para começo de conversa, ela me colocou em perigo. Além disso, eu não iria sair por aí com uma menina que eu nunca vi na vida.
–Incrível. Você não sabe mesmo quem eu sou não é? – disse ela franzindo o cenho enquanto me analisava.
Eu a olhei aturdida.
–Até que faz sentido – dizia ela para si mesma – só pode ser isso.
–O que?! – eu disse.
–Olha, eu não posso explicar tudo agora, mas você tem que vir comigo.
–Kira! – voz do meu avô soou próxima e eu me virei procurando por ele.
O alívio falou mais alto e eu saí correndo procurando por ele deixando a menina para trás.
Autor(a): Tynna
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Corri o mais rápido que pude na direção daquela voz conhecida. Não demorei muito para encontrar o meu avô abraçado ao meu caderno com uma expressão preocupada no rosto. Essa expressão suavizou-se uma vez que ele me avistou. –Kira! Eu estive te procurando e encontrei seu caderno jogado no chão da praç ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 5
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4444cissi Postado em 20/11/2015 - 17:53:27
CONTINUA!!!!
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4444cissi Postado em 24/06/2015 - 01:20:24
Eu amei!!!! Continua....por favor!!
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4444cissi Postado em 10/06/2015 - 01:55:59
Continua!!!!!
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lu_morena Postado em 24/07/2014 - 16:15:31
vou acompanhar posta mais.por favor tynna me responda uma coisa o que significa aqueles números das estatísticas vc sabe?sou nova e não entendo muito bem
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josyanemello Postado em 17/07/2014 - 16:15:12
Muito bom,continua *O*!