Fanfics Brasil - Era um sonho? Herdeira do Trono de Prata

Fanfic: Herdeira do Trono de Prata | Tema: Magia, Romance,


Capítulo: Era um sonho?

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O ar no ambiente mudou de modo repentino. As pessoas ali presentes trocavam olhares intrigados, outros cochichavam, fazendo com que o clima leve de descontração fosse embora dando lugar a uma preocupação quase palpável.


–Kaure terá que se ausentar por um tempo – disse William sem rodeios.


O salão virou uma algazarra. Parecia que era um fato importante, mas eu não entendi direito por que. O homem ruivo ia se ausentar, e daí?


Milan, que parecia ter levado um soco levantou-se e fez a pergunta que pareceu traduzir as preocupações de todos ali presentes.


–Por quê?


Dessa vez, foi Leela quem respondeu.


–Não temos permissão para revelar os motivos. Saibam apenas que durante a ausência do mestre, mudanças serão feitas.


–Que tipo de mudanças? – perguntou uma menina baixinha com aparelho nos dentes.


–Nenhum Rokai deverá sair da dimensão, a menos que tenha a nossa permissão.


Alguns começaram a reclamar. Milan simplesmente disse em alto e bom som que aquilo era ridículo, seu sotaque fazendo com que suas palavras se sobressaíssem.


–Desobediência não será admitida – disse William sereno, porém olhando fixamente para o meu mais novo amigo que mordeu o lábio.


Depois daquelas palavras, o silêncio voltou a sala. Dayla, tentando ajudar o amigo que parecia não se encontrar numa posição muito favorável tendo aquele par de olhos dourados o fitando de maneira pouco saudosa, resolveu mudar de assunto.


–E nós? Kaure é o responsável pelo nosso treinamento. Como faremos sem ele?


O plano de Dayla funcionou e William respondeu educadamente.


–Eu cuidarei disso.


Depois, ele saiu sem olhar para trás, deixando uma Dayla boquiaberta.


–Vai acabar babando Dayla – comentou Ren esticando a mão para empurrar o queixo da amiga levando um tapa na mão em resposta.


–Vamos ter que aturar o principezinho agora? – disse Milan ficando de pé – isso tinha como ficar pior?


Cassandra deu de ombros.


–O que é que tem? Eu vou adorar conhecê-lo melhor.


Milan cruzou os braços retrucando com veemência


–Eu não.


Ren já tinha se levantado também e passou um dos braços em torno dos ombros do amigo.


–Isso tudo é medo cara? Relaxa, nós protegemos você.


Milan se desvencilhou murmurando uma imprecação e se afastou zangado.


–O que deu nele? – perguntei sem entender. Milan parecia ser um garoto alegre, mas por alguma razão o tópico William fazia horrores com o seu humor.


–Não faço ideia – respondeu Dayla, parecendo sincera.


–Acho que no fundo ele admira o William – comentou Cassandra pensativa – ele tentou fazer amizade com ele quando chegou, mas William...é muito reservado e não lhe deu muita atenção. Ele ficou ressentido com isso.


Ficamos em silêncio por um tempo, até que Ren bocejou.


–Para mim já deu. Boa noite meninas. Legal de conhecer Kira.


–Boa noite – respondi.


Logo, o salão ia se esvaziando. Dei uma olhada ao redor depois de me resignar a pedir novamente a Maurine que me ensinasse o caminho até o meu dormitório. Fazer o que? Minha memória não era lá essas coisas boa parte do tempo.


Ao me ver virando a cabeça para lá e para cá Cassandra resolveu perguntar.


–Está procurando o que?


–Maurine – respondi desgostosa – vou pedir a ela que me leva ao meu dormitório.


Ela riu.


–Eu posso levar você se quiser, Você foi instalada no ala das mulheres, a mesma em que eu e Dayla ficamos. Nossos quartos são vizinhos.


Franzi o cenho recordando-me de que eu não vira ninguém pelos corredores, chegando até mesmo a pensar que era a única instalada ali. Quando expus meu pensamento a Cassandra ela me explicou solícita.


–Durante o dia, estamos muito ocupados no treinamento e aquela parte do castelo fica deserta. Se você fosse ao pátio principal veria que há muitos por aqui.


Vamos logo, eu estou com sono – reclamou Dayla.


Fomos caminhando e conversando um pouco até que chegamos ao meu quarto. Despedi-me das minhas novas amigas e entrei no quarto me sentindo bem melhor. Só senti falta de jantar com meu avô, mas achei melhor não pensar muito sobre isso. Fiz minha higiene e atirei-me na cama consciente que não estava com sono e demoraria a dormir. Um terrível engano.


O sono veio rápido e com ele um sonho muito estranho. Eu estava sentada num banco confortável de um avião. Todos os demais bancos estavam vazios e intrigada, abri a janela ao lado do meu banco para vislumbrar o que havia lá fora. Era noite, sem nuvens e completamente iluminada e o avião sobrevoava o mar revolto que ora parecia distante, ora muito próximo.


Eu sabia que estava sonhando e algo me dizia que eu deveria acordar. Fechei os olhos e fiquei repetindo para mim mesma que tudo aquilo era um sonho eu iria acordar quando abrisse os olhos. Mas quando eu o fiz, ainda estava naquele sonho esquisito. Levantei da poltrona e andei lentamente pelo enorme corredor do avião. Eu já viajara de avião muitas vezes e nunca tinha visto um corredor tão longo quanto aquele. Decidi ir até a sala do piloto, para ver se encontrava alguém. De vez em quando o avião sacolejava e eu tinha que me segurar firme para não cair. Abri a portinha que dava acesso a cabine do piloto, notando que lá haviam um homem sentado.


–Com licença... – comecei a dizer.


Ele olhou para cima e eu levei o maior susto.


–Pai?


Brayn Novak sorriu para mim, seus dentes transformados em presas ameaçadoras.


–Que bom que chegou querida.


Dei dois pessoa para trás tentando me afastar e me choquei com algo. Virei-me assustando-me mais ainda ao me deparar com a minha mãe de pé ali com as mesmas presas que o meu pai.


–Olhe só para ela Bryan – disse mamãe juntando as mãos em êxtase – ela está quase pronta.


Dito isso ambos começaram a se contorcer soltando grunhidos animalescos.A pele de seus corpos começou a se soltar dando lugar a uma pelugem cinza e os olhos se tornaram assustadoramente predadores. Eu só pude observar paralisada meus pais se metamorfosearem em lobos bem na minha frente.


Uma vez que os dois se transformaram por completo, mamãe passou a língua nos dentes e murmurou com uma voz que eu não reconhecia.


–Não tenha medo Kira – e avançou na minha direção pronta para me morder.


Acordei assustada. O que fora aquilo? O meus pais... se sonhos sempre tinham significados, então eu devia começar a me preocupar. O que esse sonho significava? Eu ia morrer? Meus pais iam virar monstros?


Passei a mão pela testa para limpar o suor bagunçando ainda mais a minha franja e fiquei ali sentada, pensativa. Permaneci daquele modo um bom tempo, mas cabei me cansando e resolvendo andar um pouco para espairecer. Eu não sabia se aquilo era permitido, mas eu preferia ouvir uma bronca a continuar enclausurada e apavorada. Abri a porta do quarto devagar e expiei lá fora. Ninguém. Saí devagar e comecei a andar pelos corredores sem saber bem aonde ia. Andar me fazia bem e depois de uns minutos fazendo isso, eu já estava mais calma e pronta para voltar para o meu quarto. O único problema é que eu andara muito e já não sabia como voltar.


– Idiota – disse para mim mesma. Que ideia incrível Kira! Sair andando por aí sem nem saber onde está e como voltar.


Andei mais um pouco até avistar uma enorme passarela que dividia o castelo em dois. Não havia teto nessa parte e eu, curiosa como sempre fui até lá.


O céu estava simplesmente maravilhoso. Naquele lugar pareciam haver mais estrelas que eu normalmente via da janela da casa do meu avô. A lua aqui também era mais encantadora do que em qualquer outro lugar. Parei ali e me pus a observar aquela cena fascinante, logo perdendo a noção do tempo.


–Kira? – alguém chamou, assustando-me um pouco.


–Eu...hã, não tinha te visto – balbuciei confusa para William que estava de pé ao meu lado olhando com uma expressão indecifrável.


–Deveria estar dormindo – ele disse, mas não havia aborrecimento na sua voz.


–Você não está dormindo.


Ele se apoio no muro baixo fitando o nada.


–Eu não conseguia dormir. E você?


–Também. Acho que essa mudança toda afetou meu sono – menti, desconfortável em contar meu pesadelo.


–Entendo.


Ele não disse mais nada e continuou ali parado. Tentei voltar ao meu estado de contemplação, mas não consegui. Meus olhos sempre voltavam para a figura ao meu lado. De repente ele quebrou o silêncio e me encarou.


–Eu já vi você antes. E sei que você lembra de mim.


Arregalei os olhos estupefata. Era só um sonho...não era?



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Autor(a): Tynna

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Eu abrir a boca para falar...e nada saiu. Minha cabeça era um turbilhão sobre o qual eu não tinha nenhum controle. William apenas mantinha seu olhar fixo em mim, esperando que eu dissesse algo. O silêncio permaneceu entre nós. Ele voltou a fitar o vazio, sua expressão não revelando nada. —Eu não compreendo &mdash ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • 4444cissi Postado em 20/11/2015 - 17:53:27

    CONTINUA!!!!

  • 4444cissi Postado em 24/06/2015 - 01:20:24

    Eu amei!!!! Continua....por favor!!

  • 4444cissi Postado em 10/06/2015 - 01:55:59

    Continua!!!!!

  • lu_morena Postado em 24/07/2014 - 16:15:31

    vou acompanhar posta mais.por favor tynna me responda uma coisa o que significa aqueles números das estatísticas vc sabe?sou nova e não entendo muito bem

  • josyanemello Postado em 17/07/2014 - 16:15:12

    Muito bom,continua *O*!


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