Fanfic: Ironic (AyA) | Tema: Rebelde

E o tempo passou mais rápido do que todos esperavam. Só que, apesar disso, as coisas não haviam mudado tanto. Se você está querendo saber algo sobre Anahí e Alfonso... Bom, os dois não mantiveram um relacionamento. Ficavam às vezes, apenas quando dava vontade. Não tinham tanto tempo para isso na verdade, já que o trabalho os consumia quase que cem por cento. Só que isso não quer dizer que eles não quisessem ou não sentissem falta um do outro. Muito pelo contrario. Tanto é que Alfonso estava tentando correr um pouco atrás do prejuízo...

Herrera’s Company – 18h17min p.m.

Anahí: Como é? – parou de guardar seus pertences na bolsa e olhou para ele – um churrasco?

Estava apenas ela e Alfonso na sala da loira. Christopher já havia ido embora e boa parte do departamento também. O expediente já havia acabado há quase vinte minutos.

Alfonso: É. Um churrasco de alguns amigos meus, que conheci através da Dulce. Provavelmente você os conhece.

Anahí: Calma aê! – deu a volta na mesa e ficou de frente para ele. – você está me chamando pra te acompanhar em um churrasco onde a Dulce vai estar e provavelmente grande parte das pessoas que estudaram comigo na época da escola?

Alfonso: É isso aí. – não deixou transparecer a diversão que sentiu com a expressão dela.

Anahí: Você só pode estar louco, Poncho. – disse abismada.

Alfonso: Por favor, Any. Quero muito que você vá comigo.

A loira respirou fundo e encarou Alfonso com as mãos na cintura. Não conseguia negar quase nada a ele quando o mesmo fazia aquela carinha de cão abandonado. Mas também não conseguia se imaginar, novamente, no mesmo ambiente que aqueles com a qual ela conviveu tantos anos. Na realidade estava com medo do que pudesse acontecer. Não queria admitir, mas era isso que estava acontecendo. Respirou fundo e encostou-se à mesa, cruzando os braços.

Anahí: Eu não sei Poncho, de verdade. O que eu vou fazer lá?

Alfonso: Me acompanhar. E rever velhos amigos.

Anahí: Amigos? - deu uma risada irônica - aqueles lá não podem ser considerados amigos.

Alfonso: Tudo bem. - concordou e ficou de frente para ela, com os corpos próximos - hoje ainda é terça-feira e o churrasco é no sábado. Você pensa bem e depois me dá uma resposta.

Anahí: Certo. Mas já aviso logo que é quase certo de eu não ir.

Alfonso: Pense bem. - se aproximou mais até o corpo colar no dela - não tem pressa.

Anahí: Ê, ê. - espalmou as mãos no peito dele, tentando repeli-lo. - não vem não. Tenho que ir embora.

Alfonso: Um beijinho não vai te atrasar. - para desconcentrá-la passou a boca pelo maxilar dela e deu ali um pequeno chupão - faz tempo que não ficamos juntos.

Anahí: Nem tanto assim. - fechou os olhos e não fez objeção alguma quando Alfonso segurou sua cintura e a colocou sentada sobre a mesa.

Alfonso: Para mim faz muito tempo.

Sem esperar mais pressionou a boca dela com a sua, quente e possessiva. A Mão subiu rapidamente até a nuca da loira e subiu um pouco pelos cabelos. Sem perceber, Anahí já colocava os braços ao redor da cintura dele e deixou-se ficar ali, curtindo o beijo. Sentia-se carente, na verdade, e Alfonso parecia saber disso muito bem. Como já era comum, eles nunca conseguiam ficar só nos beijos. As mãos tinham que entrar em ação também. As de Alfonso escorreram pela lateral do corpo dela até chegar ao quadril, onde começou a acariciá-la por cima da calça jeans justa que ela usava. Já as de Anahí foram parar de baixo da camisa preta dele e lá suas unhas começaram a arranhá-lo devagar, deixando-o totalmente arrepiado.

Anahí: Hum, você é muito bom nisso. - suspirou e mordeu o lábio inferior dele, sentindo-o apertar seu quadril com desejo e força.

Alfonso: Sou melhor em muitas outras coisas, se quiser posso te mostrar. - finalizou o convite implícito mordendo a lateral do pescoço dela, sem se importar se deixaria marca alguma ou não.

Anahí: Proposta muito tentadora... Mas hoje não.

Alfonso: Você sabe mesmo como estragar um clima - resmungou e se afastou um pouco dela, mas não muito. E suas mãos pousaram sobre sua coxa.

Anahí: Perdão. - sorriu e segurou o rosto dele com ambas as mãos - preciso ir pra casa agora.

Alfonso: Quer que eu te leve?

Anahí: Não precisa, eu vim de carro.

Alfonso: Tudo bem. - depois de beijá-la mais uma vez, se afastou - cuidado.

Anahí: Pode deixar. - sorriu.

No caminho de volta pra casa Anahí refletia sobre o pedido de Alfonso. Não tinha lógica alguma ela ir para esse tal churrasco. Fazia anos que não via aquelas pessoas e nem tinha interesse de ver novamente. Sem duvida Dulce estaria lá, e quando a visse com Alfonso com certeza faria mais uma de suas birras idiotas.

Segurou o volante do carro com força e apoiou a cabeça ali, quando parou no sinal vermelho.

Por mais que não quisesse, a primeira pessoa que veio a sua cabeça foi Felipe, o pai de Luiza. Não tinha a menor idéia de onde ele estava ou do que estava fazendo, por isso mesmo não pode evitar pensar que ele também poderia estar no churrasco. Seu estomago revirou e ela se forçou a afastar isso da mente, pelo menos por hora. Pensaria com calma e depois decidiria se iria ou não.

Luiza: Mãe! - pulou do sofá e correu até Anahí quando ela entrou no apartamento.

Anahí: Meu amor. - deu um beijinho em sua testa. - o que minha pequena estava fazendo?

Luiza: Brincando ali no sofá. - apontou para o local, mostrando a boneca enorme.

Anahí: Hum. E já fez a tarefinha da escola?

Luiza: Aham. - afirmou e voltou para o sofá. - a tia Mari me ajudou.

Anahí: Muito bem. - sorriu e deu mais um beijo na filha. - vou tomar banho e já volto pra brincar com você, certo?

Luiza: Eba! *-*

Mas ao invés de seguir para o banheiro foi diretamente para o quarto da irmã. Bateu na porta e logo entrou. Encontrou Marichello deitada na cama, lendo um livro.

Marichello: Faz tempo que chegou? – desviou sua atenção da leitura e mirou Anahí.

Anahí: Não, agorinha. – sentou na ponta da cama.

Marichello: Desembucha. – marcou o livro com um marcador de paginas e o colocou de lado, cruzando as mãos sem seguida.

Anahí: Desembuchar o que? – se fez de sonsa.

Marichello: Você está querendo me perguntar alguma coisa.

Anahí: Sabia que nem sempre é legal saber que você consegue ler o que tá na minha mente? – bufou manhosa e subiu na cama de joelhos, deitando ao lado da irmã mais velha e a abraçando. – quero um conselho.

Marichello: Ah, me vi agora a seis anos atrás. – riu de leve e acariciou os cabelos loiros da irmã – o que aconteceu?

Anahí: O Poncho me convidou hoje pra ir a um churrasco sábado...

Marichello: E o que tem? – perguntou sem nem ao menos esperar Anahí terminar de falar.

Anahí: E o que tem é que é um churrasco dos amigos dele, que por um acaso são amigos da Dulce e que por mais um mero acaso do destino, provavelmente, são as mesmas pessoas que estudaram comigo.

Marichello: Agora eu entendo... – encostou a cabeça na da irmã e pensou um pouco – você tá com medo de ir, é isso?

Anahí: Unhum. – confessou meio contrariada. Não gostava de sentir medo por coisas tolas.

Marichello: Você não acha que já está na hora de enfrentar isso? – Anahí balançou a cabeça – então, talvez esse churrasco seja a melhor oportunidade.

Anahí: Não sei não...

Marichello: Não precisa tomar uma decisão agora. Daqui pra sábado você decide o que fazer.

Anahí: Tem razão. – ergueu o corpo e beijou o rosto da irmã, a abraçando apertado depois – Obrigada.

Marichello: Nossa como você anda manhosa. – riu e apertou a irmã em seus braços. – isso tudo é carência?

Anahí: Acho que sim. – gargalhou e se separou de Marichello. – agora vou tomar banho.

Marichello: Vá. Quando terminar me chama que nós vamos jantar.

Anahí: Não sinto com fome. – levantou da cama e pegou a bolsa.

Marichello: Problema seu. – voltou a pegar o livro e ignorou a irmã que riu.