Fanfic: Ironic (AyA) | Tema: Rebelde

Depois que Dulce saiu Anahí seguiu até a cozinha ainda controlando a raiva e tentando entender, realmente, qual o sentido daquela mudança dela. Chegou lá e ficou atrás de Alfonso, encostando os cotovelos nos ombros dele. Sua feição continuava seria e exibia um misto de confusão com estranheza.

Alfonso: Já foi? – levantou a cabeça e a olhou.

Anahí: Sim. – olhou para a filha – já terminou de comer Lu?

Luiza: Já! – animada, imaginando que passaria a noite brincando com todos, levantou da cadeira.

Anahí: Então vamos dormir. – foi até ela e segurou em sua mão.

Luiza: Não quero! – se soltou de Anahí e agarrou-se em Alfonso – quero brincar.

Anahí ficou de costas para eles e respirou fundo. Não queria brigar com Luiza por um motivo bobo como esse. Mas o fato é que tinha ficado extremamente estressada com aquela visita de Dulce. Então, para evitar qualquer desentendimento, balançou a cabeça.

Anahí: Certo. Mas não a noite toda, amanhã você tem aula. – saiu da cozinha.

Na cozinha os três permaneceram em silencio alguns segundos. Luiza não entendia absolutamente nada, mas sentia que havia algo de diferente na mãe. Se fosse outro dia Anahí, provavelmente, já teria agarrado a filha e as duas estariam nesse exato momento brincando até cansar. Mas não foi isso que acontece.

Luiza: Pra onde minha mãe foi? Eu quero ela! – tentou livrar-se dos braços de Alfonso, que não permitiu.

Alfonso: Ela foi descansar um pouquinho porque está cansada. – mentiu.

Luiza: Eu vou descansar com ela. – mais uma vez tentou sair, sem muito sucesso. – deixa tio Poncho.

Alfonso olhou para Marichello, que concordou com a cabeça. Então, mesmo a contra gosto, soltou Luiza que não perdeu tempo antes de sair correndo atrás da mãe.

Marichello: Tô louca pra saber o que aconteceu naquela sala. – mordeu o lábio inferior.

Alfonso: Eu também. E pelo visto vai demorar um pouco.

Marichello: É, só quando a Lu dormir. – levantou da mesa e pôs os pratos na pia. – Quer jantar Poncho? Desculpa a falta de educação, nem perguntei. – soltou um risinho.

Alfonso: Não Mari, obrigado. – sorriu para ela.

Marichello: Pode ir lá pro quarto se quiser. – começou a lavar os pratos. – as duas devem estar se mimando na cama.

Alfonso: Acho que a Lu quer ficar um pouco com a mãe. Depois vou pra lá.

Marichello: Tudo bem.

E o moreno ficou na cozinha até Marichello terminar de organizar tudo. Estava morrendo de vontade de estar no quarto junto com Anahí e Luiza, mas reconheceu que a garotinha parecia estar muito preocupada com a mãe e queria ficar com ela. Então, ele não tinha o direito de estragar aquele momento.

Mas depois de quase trinta minutos não resistiu e foi para lá. Deu uma batidinha na porta e a abriu. Quando colocou a cabeça para dentro viu as duas deitadas na cama, abraçadas. Luiza dormia tranquilamente e Anahí estava com os olhos fixos no teto. Mas assim que sentiu a porta sendo aberta, desviou o olhar e mirou Alfonso. A loira sorriu para ele e com cuidado levantou da cama, deixando a filha ali.

Anahí: Vamos lá pra fora. – segurou na mão dele e o puxou.

Alfonso: Como quiser.

Os dois seguiram juntos até a sala e sentaram no sofá, lado a lado. Alfonso logo tratou de acabar com a pequena distancia que existia entre eles, puxando a loira para apoiar a cabeça em seu ombro e a abraçando de lado.

Anahí: Não te esperava aqui essa noite.

Alfonso: Eu não ia vir só que mudei de ideia.

A loira sorriu sonhadora, sem que ele percebesse. De uns dias pra cá estava ficando mais comum às palavras e gestos de carinho de um com o outro. Em um ato involuntário, levou a mão até o peito dele e a apoiou ali, passando o dedo superficialmente.

Anahí: É bom estar aqui com você.

Dessa vez foi à hora de Alfonso sorrir bobo. Beijou o topo da cabeça dela e a abraçou mais apertado. Ela estava parecendo frágil, percebeu. E o único motivo que vinha a sua cabeça era Dulce, provavelmente estaria assim por alguma coisa que ela falou. Por mais que quisesse que ela contasse tudo por livre e espontânea vontade, não conseguiu segurar.

Alfonso: O que a Dulce queria aqui?

Anahí: Conversar. – disse irônica.

Alfonso: Sobre o quê? – confuso – ela mal olhava pra você.

Anahí: É isso que eu ainda estou tentando entender. Isso está mais do quê estranho.

Alfonso: Ela queria falar sobre o quê especificamente? O passado?

Anahí: Sim. – afirmou – disse que não tinha motivo pra gente ficar desse jeito. – soltou uma risada irônica. – ainda estou sem acreditar, sinceramente.

Alfonso: Isso não é bom? Digo... Ela querer se dar bem com você novamente?

Anahí: Não acredito nessa mudança dela – balançou a cabeça – você a conhece também, conhece seu jeito. Nunca que ela viria aqui tentar fazer as pazes comigo a troco de nada.

Alfonso: Isso é verdade. – concordou pensativo.

Anahí: Além do mais. – com jeito, se separou dele e levantou, ficando de frente para a porta de vidro – ela ainda veio com a historia de que a gente podia se dar bem mesmo eu namorando você.

Alfonso: Ela acha que nós estamos namorando?

Pensativo Alfonso permaneceu sentado no sofá e olhava para ela, que continuava de costas. Dulce não era a primeira pessoa que achava que os dois estavam namorando. Vários colegas do trabalho deles não acreditavam que os dois fossem somente amigos. Apesar de ficarem às vezes, não se beijavam na frente dos outros.

Anahí: Aham.

Alfonso: E o que você respondeu?

Anahí: Que não estamos oras. – parou de olhar para a rua e virou-se para ele. – não ia mentir só para provocá-la.

Alfonso: E o que você acha disso? – levantou do sofá e pouco a pouco foi se aproximando dela.

Anahí: De quê?

Alfonso: De a gente namorar.

Anahí parou para pensar durante um momento e o encarou. Tinha entendido certo?

Anahí: Como assim?

Alfonso: Você entendeu Any. – soltou um risinho e apoiou as duas mãos nos ombros dela. – acha isso legal? Gostaria?

Anahí: Isso é um pedido de namoro? – fez uma careta engraçada e riu.

Alfonso: Depende... Se a resposta for positiva é sim. Mas se for negativa... – brincando, cutucou a bochecha com a língua e reprimiu uma risada. – não é um pedido. Não quero levar um fora.

Anahí: Sempre palhaço. – riu e apoiou as mãos no peito dele, que desceu as suas delicadamente até a cintura dela. – você tá falando serio mesmo?

Alfonso: Já falei que depende da sua resposta. – continuou brincando, para o clima não ficar muito serio. – claro que tô, Any.

Anahí: Ainda tem duvida? – o encarava de perto, com os olhos brilhando.

Alfonso: Não. – sorriu convencido e a ouviu gargalhar, jogando a cabeça para trás. – só que quero ouvir da sua boca.

Anahí: Então vem cá que eu te respondo...

Sorrindo sapeca, a loira cobriu-lhe a boca masculina com um beijo longo. Dessa vez foi diferente, mais intenso, gostoso. O sabor era diferente, talvez porque agora um fosse do outro. Ela sentiu os braços dele envolverem-na e chegou mais perto, acabando com a pouca distancia que ainda existia. Sentia o calor do seu corpo, as formas dele que já lhe eram tão familiares e extremamente necessárias. Inspirou o cheio dele ao puxá-lo para mais perto e sentiu o ritmo do coração dele que estava tão acelerado quanto o seu.

Alfonso havia mudado o ritmo do beijo, agora era mais bruto e ardente. Precisava daquilo, precisava mostrar que, mais do que nunca, estava feliz por tê-la ali tão entregue em seus braços. Acariciou-lhe o corpo esbelto, precisava tocá-la. E sabia que ela também precisava das mãos dele sobre ela. Mas não fez nada ousado. Conseguiu se controlar e permaneceu com elas passando pelas costas e cintura da loira. No momento estavam satisfeitos e não precisava de nada mais do que aqueles simples carinhos.

Anahí: Conseguiu entender minha resposta? – sorrindo e com a respiração acelerada, manteve a testa encostada na dele.

Alfonso: Completamente! – acariciou os lábios dela com os seus.

Anahí: Que bom. – passou a ponta da língua no cantinho da boca – pensei que teria que falar novamente.

Alfonso: Pensando bem... – suas mãos desceram pelo corpo dela, até envolverem a sua bunda. – até que não seria tão mal você falar novamente.

Anahí: Ah é? – as mãos dela, que estavam acariciando-lhe o rosto, desceram e pararam em sua nuca. O corpo se chocou com o dele. – talvez então seja melhor repetir, para você entender bem.

Alfonso: Concordo.

Ambos sorriram e trocaram mais um beijo, curtindo o maximo que podiam aquele momento. Anahí já havia até esquecido do pequeno estresse que passou com Dulce e sentia o corpo relaxar pouco a pouco. O beijo foi longo e ardente, mas logo chegou ao fim.

Anahí: Estou me sentindo feliz. – deixou as mãos deslizarem, até pararem nos ombros dele.

Alfonso: Eu também. – sorriu e continuou com os braços ao redor do corpo dela, abraçando-a com força e gentileza ao mesmo tempo. – mas sinto que já está na minha hora de ir.

Anahí: Nossa! – observou o relógio na parede, que já marcava nove horas – eu ainda tenho umas coisas do trabalho pra fazer.

Alfonso: É? – ergueu uma sobrancelha e acariciou o rosto dela, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. - pensei que você não trabalhasse em casa.

Anahí: Eu tento não fazer isso. Mas às vezes não tem jeito. – suspirou e fez um biquinho.

Alfonso: Esse chefe está abusando muito de você, não é?

Anahí: Demais! – riu e uniu sua boca a dele, mais uma vez. – melhor você ir se não eu não faço nada.

Alfonso: Mal começamos a namorar e você já me expulsa?! – abriu a boca, fingindo espanto.

Anahí: Para com isso! – gargalhou e deu um leve tapa no ombro dele. Sentia-se feliz.

Alfonso: Boa noite. – emoldurou o rosto dela com as mãos. – e até amanhã.

Anahí: Quando chegar em casa me liga.

O moreno afirmou e trocaram mais um beijo antes dele ir embora.