Fanfic: Ironic (AyA) | Tema: Rebelde

Assim que fechou a porta, Anahí saiu correndo da sala e entrou no quarto da irmã sem nem ao menos bater. Jogou-se na cama e abraçou Marichello, sorrindo boba. A felicidade estava estampada em seu rosto e os olhinhos azuis brilhavam mais do que nunca. Sentia-se completa, essa era a verdade.

Marichello: Nossa, nossa, nossa. Alfonso Herrera tem o poder, heim?

Anahí: Acho que sim. – sorriu e a olhou – ele me pediu em namoro.

Marichello: Pediu?! – mais animada com o rumo da conversa sentou na cama – como foi?! Agora?

Anahí: Sim, agora. E foi normal, ué.

Marichello: Não acabe com minha emoção, Anahí. – resmungou e segurou as duas mãos da irmã – fico feliz por você.

Anahí: Obrigada, Mari. – sorriu de volta e suspirou sonhadora – Estou me sentindo bem leve. Não sei explicar o motivo.

Marichello: Pois eu sei. – balançou a cabeça – você está apaixonada por ele, Any.

Anahí: Sabe que eu estou começando a achar isso também.

As duas irmãs sorriram e Anahí mordeu o lábio inferior, tentando fazer esse sorriso pelo menos diminuir. Mas não conseguiu. Queria mais era gritar para todos o quanto estava feliz. Pelo que se lembrava a ultima vez que havia se sentido assim fora quando Luiza nasceu. Desde lá nunca mais tinha sentido o coração bater tão rápido e as mãos tremerem.

Marichello: E você vai contar a Lu?

Anahí: Ainda não. – parou e pensou um pouco – apesar de gostar bastante dele, acho que o que mais me motivou a aceitar o convite foi a própria Lu. Antes de mais nada eu penso nela. E eu vejo que o Poncho gosta demais da minha pequena.

Marichello: Isso é verdade. – concordou – ela também é louca pelo “Tio Poncho”. – imitou a afilhada falando e riu.

Anahí: Espero que ela goste da noticia. – entrelaçou os dedos das mãos e começou a torcê-los, nervosa – mas não vou contar agora.

Marichello: Relaxa Any. Ela vai ficar feliz. – sorriu, passando confiança.

Anahí: Vou relaxar! – levantou da cama – agora tenho que ir terminar algumas coisas do trabalho.

Marichello: Vai lá. Mas não vá dormir muito tarde.

Anahí: Até parece que eu sou um bebê.

Marichello: Mas você é mesmo. – riu, brincando com a irmã.

Anahí: Vai catar coquinho, Mari. Boa noite. – soltou um beijo no ar para a irmã, antes de sair do quarto.

Anahí não se lembrava de outra noite que tivesse dormido tão bem. Abriu os olhos com cuidado, ainda acostumando-se com a claridade que entrava pela janela, e esticou um pouco o corpo, se espreguiçando. Ao olhar para o lado observou Luiza que dormia toda agarrada a ela, aparentando estar tendo um sono tranquilo. Beijou a testa da pequena e depois levantou da cama, indo para o banheiro onde escovou os dentes e lavou o rosto.

Levantou a cabeça e olhou seu reflexo no espelho. Nele refletia a imagem de uma mulher que mais parecia uma menina. Era baixinha, com o corpo magro e a pele branquinha. Os longos cabelos loiros estavam presos em uma trança, deixando os enormes olhos azuis em destaque. Os lábios eram grossos e o nariz afilado. Mesmo tento acabado de acordar sua beleza natural chamaria a atenção de muitas pessoas.

Saiu do banheiro e voltou para o quarto, onde deu uma breve olhada na filha antes de ir para a cozinha preparar o café da manhã. Nunca fazia nada sofisticado e fora do comum, apenas o suficiente para as três. Quando tudo já estava pronto retornou ao quarto e, com muita pena, sentou na cama para acordar Luiza.

Anahí: Bebê. – chamou baixinho perto do ouvido dela. – está na hora de levantar.

A garotinha resmungou algo incompreensível e se mexeu na cama, deitando de lado e de costas para a mãe, que sorria.

Anahí: Hei preguiçosa. – alisou a cinturinha dela e deu um beijo em seu rosto.

Depois de esperar alguns segundos, Anahí viu os olhos de Luiza serem abertos devagar. Ela voltou a se mexer na cama e dessa vez virou para a mãe.

Anahí: Bom dia!

Luiza: Bom dia. – respondeu coçando os olhinhos. – já é hora de levantar?

Anahí: Sim. – afirmou e acariciou seu rostinho. – vamos tomar um banho?

Luiza: Não quero mamãe. – se encolheu nas cobertas.

Anahí: Mas tem que ir. – segurou na mão dela e a fez sentar na cama – temos que ir logo.

Luiza: Tá.

E Anahí conseguiu tira-la de lá e levar para o banheiro. Como já estava quase em cima da hora tomou banho junto com a filha para poupar tempo. Assim que terminou secou a menina e a enrolou na toalha, fazendo o mesmo consigo depois.

Anahí: Senta na cama que eu vou pegar seu uniforme.

Luiza: Quero ir pro shopping! – como o banho a havia deixado desperta agora já pulava sentada na cama.

Anahí: Hoje a mamãe não pode. – voltou a se aproximar e vestiu a roupa dela.

Luiza: Mas eu queria ir.

Anahí: No fim de semana a gente vai.

Luiza: Promete? – fez biquinho e passou a mão no nariz.

Anahí: Prometo! – sorriu e sentou na cama, puxando a filha para ficar em sua frente – agora fica quietinha que falta arrumar o cabelo.

A garotinha obedeceu a mãe e se distraiu mexendo na barrinha do short. As duas estavam tão concentradas em seus afazeres que mal viram a porta ser aberta.

Alfonso: Oi?! – colocou a cabeça pra dentro e as olhou.

Surpresa por estar ouvindo aquela voz, Anahí levantou a cabeça e sorriu ao vê-lo sorrir. Já estava ficando completamente claro que Alfonso adorava chegar lá de surpresa.

Luiza: Tio! – sorriu para ele – ai mãe, não puxa. – resmungou.

Anahí: Abaixa a cabecinha para eu poder prender.

Alfonso: Pensei que ia encontrar vocês duas ainda dormindo. – se aproximou delas, sentando na cama.

Anahí: Que nada. – concentrada, prendia um rabo de cabelo perfeito bem no centro da cabeça dela – pronto. Pode ir tomar café e quando acabar coloca a colônia.

Depois que Luiza saiu em disparada do quarto, Anahí levantou da cama e segurou o nó da toalha, para ela não cair.

Anahí: Preciso trocar de roupa. Me espera?

Alfonso: Espero. Mas quero um beijo de bom dia. – estendeu a mão em sua direção, chamando-a.

Anahí sorriu e o atendeu. Em questão de segundos já estava no meio das pernas dele e tinha dois braços musculosos rodeando sua cintura. Mas o beijo não durou muito tempo.

Anahí: Hei! – alertou, sentindo a mão boba dele – sem joguinhos pervertidos, vamos nos atrasar.

Alfonso: Não é porque você está no meio das minhas pernas, apenas de toalha e eu com a mão na sua bunda que isso prova que eu estou tendo pensamentos pervertidos. – dissimulou.

Anahí: Lógico que não. – riu junto com ele e se separou. – me espera lá fora que já vou.

Alfonso: Não demore muito.

Anahí: Pode deixar.

Antes de sair foi até ela e a puxou para um novo beijo. A loira riu durante e correspondeu a altura.

Alfonso: Te espero. – saiu do quarto e fechou a porta.

Assim que colocou os pés dentro da cozinha Anahí deu de cara com Alfonso, Marichello e Luiza já terminando de comer. Como sabia que não tinha tempo, tomou apenas um gole do suco da filha. Alfonso a olhou com a sobrancelha erguida.

Marichello: Não vai comer Any?

Anahí: Não dá tempo.

Alfonso: Dá sim! – se intrometeu, segurando na mão dela e a puxando para sentar.

Anahí: Não dá não! – protestou e tentou levantar. Ele não deixou. – ainda tem que levar a Lu no colégio, sabia?

Alfonso: Sim. Agora coma.

A loira bufou de uma forma bem feminina e começou a comer, obedecendo ao namorado. Alfonso sorriu satisfeito e se acomodou melhor na cadeira.

Marichello: Adoraria esperar vocês, mas já está na minha hora. – comentou ao mesmo tempo em que levantava da mesa.

Anahí: Tudo bem Mari, nós já estamos indo também.

Marichello: Certo.

E não demorou muito para cada um tomar seu rumo. Alfonso e Anahí deixaram Luiza no colégio e de lá seguiram para a empresa. Como todo recém casal de namorados, eles trocavam beijos e carinhos a todo o momento. Mas entraram no acordo de que, enquanto estivessem no ambiente de trabalho, aquilo mudaria. Agiriam como patrão e funcionaria.

Alfonso: Me espera para almoçar, certo?

Já tinha chegado a empresa e permaneciam dentro do carro, que estava parado no estacionamento. Haviam tirado o cinto e um estava de frente para o outro. Anahí apoiou as duas mãos nas pernas do namorado e se inclinou para ele, dando-lhe um beijo rápido.

Anahí: Acho que não vai dar tempo de almoçar.

Alfonso: Detesto essa sua mania de passar o dia todo trancada naquela sala. – resmungou impaciente e com a voz séria – não precisa disso.

Anahí: É muita coisa pra fazer. Temos que correr para terminar o projeto no prazo.

Alfonso: Mesmo assim. – insistiu – não tem necessidade.

Anahí: Tudo bem! – se rendeu e lançou um rápido sorriso para ele – não vou mais fazer e vou almoçar com você hoje. Satisfeito?

Alfonso: Muito!

E para comemorar a segunda vitória do dia, Alfonso se deu o prazer de aproximar o rosto do dela para beijá-la. O contato não pode durar muito, já que estavam atrasados.

Anahí: Melhor eu ir logo. Se não vai passar da hora e eu vou ter que fazer hora extra. – lançou um sorriso para ele e piscou um dos olhos.

Alfonso: É melhor. – riu – antes que eu não te deixe ir.

Anahí: Até mais tarde, chefinho! – abriu a porta e saiu do carro.

Antes de fechar a porta e se afastar, Anahí ainda conseguiu ouvir a gargalhada que ele deu. E, se sentindo feliz, entrou sorrindo e cantarolando na empresa.