Fanfic: Ironic (AyA) | Tema: Rebelde

Alfonso: Onde estava? – perguntou, quando a viu sentar ao seu lado.

Anahí: Fui ao banheiro. – forçou um sorriso e entrelaçou o braço no dele.

Agora a maioria das pessoas estavam juntas e conversavam sobre assuntos diversos. Estavam todos animados e concentrados, por isso nem ao menos notaram quando a loira se juntou a eles.

Alfonso: Pensei em ir te procurar, mas imaginei que tivesse ido até lá mesmo.

Anahí: Não precisa se preocupar. – como ainda sentia muita tensão pelo corpo, pegou o copo de bebida da mão de Alfonso e tomou um gole. – isso é forte. – fez uma careta.

Alfonso: Não tanto. – sorriu – você que não é acostumada a beber.

Anahí: Isso é verdade.

Ela pensou que já estava tudo bem e não precisaria mais se preocupar com Felipe ou nada que estivesse relacionado a ele. Mas se enganou. Sentiu os dedos de Alfonso passarem superficialmente em seu braço, sobre as marcas. Ela levantou a cabeça e seus olhos encontraram com os dele, que estavam sérios.

Alfonso: Quem colocou essas marcas em você?

Anahí: Como? – se fez de desentendida.

Alfonso: Seu braço está roxo.

Anahí: Pois é. – ela abaixou os olhos e reviu a cena de Felipe cravando as unhas ali – devo ter batido em algo.

Tentando fugir do assunto, ou simplesmente dá-lo por encerrado, Anahí desviou o olhar do dele e começou a analisar as pessoas que estavam por ali. Mas Alfonso não desistiu. Colocou a mão no rosto dela e a forçou a encará-lo.

Alfonso: Isso são marcas de unhas. – afirmou – quem machucou você?

Anahí: Ah, qual é Poncho? Ninguém me machucou.

Alfonso: Não minta pra mim, Anahí. Nunca minta pra mim.

A voz dele estava bastante séria e ao mesmo tempo tinha um misto de magoa, por ela realmente ter mentido para ele. Anahí se arrependeu de ter feito isso. Respirou fundo e alisou o braço dele, tentando passar tranquilidade.

Anahí: Aqui não é o lugar ideal pra falar sobre isso. Depois nós conversamos.

Alfonso: Vamos embora. – se preparou para levantar e foi impedido por ela. – ninguém machuca você e fica por isso mesmo. – disse com o rosto a milímetros de distancia do dela – nós vamos embora agora e você vai me contar.

Anahí: Não quero estragar seu sábado ao lado dos seus amigos.

Alfonso: Ele já foi completamente estragado assim que eu vi essas marcas em você.

Sem dar tempo de ela falar mais alguma coisa, Alfonso levantou e anunciou aos amigos que ia embora, pois já tinha marcado outro compromisso. Alguns protestaram e outros simplesmente nem ligaram, mas ele estava irredutível.

Bruno: Você vai ficar? – se dirigiu a Anahí – ou vai com ele?

Alfonso: Ela vai comigo.

Bruno: Tudo bem. Foi um prazer te rever. – deu dois beijos no rosto da loira – vê se não somo novamente.

Anahí: Vamos ver, não é? – sorriu simpática.

Logo os dois já tinham se despedido de todos e iam juntos em direção ao carro. Assim que entraram no veiculo Anahí preferiu se manter em silencio e deixou que Alfonso puxasse o assunto. E isso só aconteceria quando os dois estivessem dentro do apartamento dele e sentados no sofá.

Anahí viu seus planos afundarem quando percebeu que ele também estava esperando que ela começasse a falar. Vendo que não tinha escapatória, sentou no sofá e ficou olhando para um ponto indeterminado. Passou as mãos pelos cabelos e apertou a lateral da cabeça, sentindo que ela começava a latejar.

Anahí: Não sei como te falar isso. Sinto que você vai ficar morrendo de raiva.

Alfonso: Porque não tenta a verdade? – propôs.

Anahí: Tudo bem! Mas você vai ter que me prometer uma coisa.

Alfonso: O que é?

Anahí: Não vai fazer nada a respeito disso.

Alfonso: Vou tentar. – disse depois de um tempo – o que foi?

Anahí: Eu encontrei com Felipe quando estava saindo do banheiro. – os olhos dela se arregalaram e ela se viu correndo na direção dele. – Hei, você prometeu!

Alfonso: Não, eu não prometi nada.

Ela o segurou nos dois braços e ficou de frente para ele, tentando impedi-lo de acalcar a porta. Anahí já havia contado toda a historia para Alfonso, detalhe por detalhe. Ele sabia de absolutamente tudo que tinha acontecido naquela época. Desde o começo do namoro dos dois até o dia em que ele foi embora, sem mais nem menos.

Anahí: Por favor.

Alfonso: Ele colocou as mãos em você!

Anahí: Poncho olha pra mim. – colocou as mãos no rosto dele e viu um ódio mortal ali, que era capaz de fazê-lo matar alguém só com aquele olhar – eu não sei por que ele foi me procurar, porque tava me seguindo, nem nada disso. Só sei que não me importa. Desde que ele não se atreva a se aproximar da minha filha, estou pouco me lixando para o que ele faz ou quer.

Alfonso: E se ele quiser você?

Anahí: Não quer. – disse com convicção – acho que ele só ficou surpreso por eu ter voltado.

Alfonso: Ele que não se atreva a encostar mais um único dedo em você.

Anahí: Certo. – balançou a cabeça, com medo do olhar duro dele. – vem, vou te contar tudo.

Ele segurou o rosto dela com ambas as mãos e olhou fixamente em seus olhos. Os polegares acariciavam lentamente as bochechas rosadas dela. Embora aquele gesto fosse de ternura, os olhos verdes dele continuavam duros.

Alfonso: Não torne a mentir pra mim.

Anahí: Não vou mentir. – segurou os pulsos dele e apertou de leve – prometo pra você.

Com pouco esforço ela conseguiu guiá-lo até o sofá e os dois sentaram frente a frente. Enquanto ela relatava detalhadamente toda a conversa com Felipe, Alfonso mantinha-se calado e com os olhos sem expressão. Aparentemente não tinha motivo nenhum para ele estar tão revoltado. Mas ele estava. E principalmente pelas marcas que aquele ruivo havia conseguido deixar nela. Como se não bastassem as marcas na alma, causadas pelo abandono, agora tinham marcas físicas também. Alfonso prometeu a si mesmo que não deixaria mais ele se aproximar dela.

Anahí: Pronto, isso foi tudo.

Mordeu o lábio inferior mostrando nervosismo e tentou ler a expressão dele. Sem muito sucesso. Como era possível, em tão pouco tempo, ele já ter o poder de abalá-la desse jeito? Deixando-a nervosa por conta de uma simples conversa?

Alfonso: Any. – disse com a voz suave, mostrando uma falsa calma que poderia enganar qualquer pessoa.

Anahí: O que foi?

Alfonso: Você espera, de verdade, que eu não tome providencia nenhuma a respeito disso?

Sentindo que ia fraquejar a qualquer momento, a loira segurou firmemente no sofá e sustentou o olhar no dele.

Anahí: Sim, eu espero. – disse com uma falsa firmeza.

Alfonso: Por favor, Any. – levantou e se pôs a vagar pela sala – não se faça de burra. Seu intelecto é uma das coisas que eu mais admiro em você.

Anahí: Não faz assim, Poncho. – suspirou cansada e passou as mãos pelo rosto. – esse assunto dele é comigo e eu não vou deixar mais ele me abalar assim.

Alfonso: Eu não vou deixar. – voltou a sentar-se no sofá – já começo a sentir pena dele.

Anahí: Pode apostar que eu também.

O rosto dele exibiu a sombra de um sorriso e ela conseguiu respirar mais aliviada. Sentindo uma abertura, ela mergulhou de cabeça nela. Ficou de joelhos no sofá e apoiou as duas mãos nos ombros dele, deixando seus rostos próximos.

Anahí: Não deixe ele ver que pode me atingir através de você, por favor. Ele ia adorar isso. Não faça o jogo dele.

Alfonso: Você acha que eu poderia perder?

Anahí: Não. – engoliu em seco, era isso que a assustava. – sei que ganharia. Mas não vale a pena. Não faça nada. Peço isso por mim, por você e principalmente pela Luiza.

Ele ficou calado por um momento, apenas olhando nos olhos dela, analisando atentamente o que via e sentia ali.

Alfonso: Se ele se atrever a tocar em um único fio de cabelo seu, ou deixar alguma marca em você novamente, será um homem morto. Escute... – continuou, antes de ela ter a chance de falar – vou me manter afastado dele, por você. Mas se ele pisar fora da linha... Já era.

Anahí: Não precisa disso Poncho... – tentou fazê-lo mudar de idéia.

Alfonso: Eu preciso disso. – voltou a passar o polegar na bochecha dela, indo até o queixo. – mas vamos deixar esse assunto para lá. Por enquanto.

Anahí: Tudo bem. – fez um bico manhoso e subiu as mãos pelos ombros dele, até enlaçar o pescoço – e o que vamos ficar fazendo aqui?

Alfonso: Eu tenho varias ideias.

Deixando o outro assunto totalmente de lado, ele enlaçou os braços na cintura da loira e a puxou. Sem resistir, ela deixou-se cair sobre ele. Os lábios estavam próximos e ambos sorriram. Alfonso levantou a mão e tirou o cabelo dela que caia no rosto, escondendo seus belos olhos.

Alfonso: Onde você deixou a Luiza?

Anahí: Na casa da minha mãe. Como não sabia que horas ia acabar o churrasco falei que só iria buscá-la de noite.

Alfonso: Então temos o dia todo só pra gente? – a observou ficar de joelhos no sofá, com uma das pernas entre as suas.

Anahí: Essa é a ideia. – sorriu e deslizou as mãos ao longo dos braços dele.

Alfonso: Gostei disso.

Sorrindo com malicia, o moreno apoiou ambas as mãos na parte de trás das coxas dela e mais uma vez a puxou para cima de si. Como Anahí estava de saia, ele não perdeu tempo antes de deixar suas mãos deslizarem naquelas pernas bem torneadas.

Anahí: Estou morrendo de fome. – roçou levemente os lábios nos dele.

Alfonso: O que acha de uma torta? – propôs. – é de morango com chocolate.

Anahí: Hum... – fechou os olhos, como se estivesse saboreando a torta – acho que consigo engolir algumas fatias.