Fanfic: Ironic (AyA) | Tema: Rebelde

Anahí: Voltar? – murmurou baixo.

E foi nesse exato momento que ela caiu em si. Não pertencia mais ao México, sua vida não era mais ali. Quando o projeto acabasse estaria, teoricamente, desempregada. Já que é contratada da filial de Paris, não pode garantir que terá vaga para ela ali. Mas se, por um acaso, fosse embora do México teria que deixar Alfonso e... Bem, isso estava completamente fora de cogitação.

Emily: É Any, voltar. Você vai voltar, não vai?

Anahí: Bem... na verdade... eu não sei.

Emily: Como não sabe?! – exclamou – vai largar tudo aqui e ficar ai?

Anahí: Não sei ainda Emi. – confessou – tenho que pensar com calma.

Emily: E o seu emprego? – inconformada – você não pode fazer isso!

Anahí: Já falei que não sei ainda, calma! Tenho consciência de que se ficar aqui vou perder o emprego. Mas não quero me separar do Alfonso.

Sabendo que podia desabafar com Emily, Anahí se jogou no sofá e engatou uma conversa muito pesarosa com a amiga. O assunto era serio e ela não sabia que decisão tomar. Tinha que pensar bem em todas as possibilidades. E, antes de tudo, teria que ver o que seria melhor para Luiza.

Emily: Seu namorado não é um dos diretores da empresa? Então Any, pede a ele.

Anahí: Não é tão simples assim. – suspirou – e eu não quero ficar lá só porque sou namorada dele. Quero que me contratem porque gostaram do meu trabalho.

Emily: Uma coisa leva a outra. Tenho certeza absoluta que você está fazendo um ótimo trabalho, como sempre. É só ele falar lá e tudo dá certo.

Anahí: Prefiro não pensar nisso agora. – balançou um pouco a cabeça, tentando forçar o assunto a sair de lá. – tenho que terminar de arrumar o apartamento e depois vou fazer umas coisas para o trabalho.

Emily: Devia sair para curtir seu sábado. – incentivou. – aposto que o Alfonso ia adorar passar a noite com você.

Anahí: Tem razão. – sorriu. – vou esperar ele chegar e depois decidimos.

Emily: Assim que eu gosto! – riu junto com a amiga. – agora vou desligar se não gastarei uma fortuna com telefone.

Anahí: É verdade! Tinha me esquecido desse detalhe.

Emily: Fica bem amiga. Qualquer coisa pode falar comigo.

Anahí: Obrigada Emi. – sorriu emocionada. – depois nos falamos.

Depois de desligar o telefone Anahí passou as mãos pelo rosto, antes de levantar e ir continuar a sua interminável faxina no apartamento. Não se preocuparia agora com possíveis problemas futuros. Deixaria tudo acontecer normalmente. Se no fim do projeto tivesse que decidir se ficaria ou voltaria para Paris, aí sim se forçaria a pensar no assunto com calma e concentração.

Terminava de passar o pano pelo chão da sala quando Marichello entrou. Ignorando totalmente o enorme trabalho que Anahí teve para deixar tudo limpo, Marichello seguiu até o sofá e se jogou nele, largando a bolsa e as chaves no chão.

Anahí: Se sujar algo você vai limpar depois. – alertou.

Marichello: Não estou sujando. – se defendeu. – mas e aí? Tá tudo bem por aqui?

Anahí: Sim, sim. E como foi a noite?

Marichello: Maravilhosa. – gargalhou lembrando. – depois te conto tudo. Agora preciso ir tomar banho.

Anahí: Calma aí! Você chega em casa quase meio dia, depois de uma noitada e ainda não tomou banho?

Marichello: Não deu tempo. – justificou – tive que sair apressada do apartamento dele!

Anahí: Dele quem? – curiosa, começou a seguir a irmã em direção ao quarto para saber de todos os detalhes da noite.

Depois de uma grande insistência de Anahí, Marichello relatou todos os acontecimentos da noite passa. A loira vibrava a cada fato e ria junto à irmã. Como queria conhecer seu possível futuro cunhado as duas resolveram sair a noite junto com seus respectivos pares.

Já era quase nove horas da noite. Juntas, as irmãs Portilla se arrumavam para a grande noitada que teriam pela frente. Sairiam com Alfonso e o mais novo rolo de Marichello. Pretendiam dançar a noite inteira e só voltar para a casa no dia seguinte. Enquanto procurava um par de sapatos entre os inúmeros que tinham ali no guarda-roupa da irmã, Anahí falava com a filha pelo telefone.

Anahí: Foi mesmo meu amor? Você fez tudo isso?

Luiza: Fiz sim mamãe! E amanhã a vovó vai me levar no parque! – falou empolgada.

Anahí: Mas é pra se comportar direitinho, viu? Obedeça a vovó.

Luiza: Eu sei. – revirou os olhinhos, impaciente. – eu sempre me comporto.

Anahí: Aham. – soltou uma risada. – agora a mamãe tem que desligar e você vai dormir. Já está muito tarde.

Luiza: Ah não! Eu ainda quero assistir o filme da sininho.

Anahí: Amanhã você assiste.

Luiza: Eu vou ver hoje. – resmungou. – a vovó deixou.

Anahí: Tudo bem, tudo bem. Mas não vá dormir muito tarde.

Luiza: Certo! – exclamou feliz.

Anahí: Amanhã passo aí pra buscar você. Te amo, viu?

Luiza: Eu também mamãe. – dengosa, beijou o telefone antes de desligar.

A loira jogou o telefone sem frio sobre a cama e continuou a procurar um par de sapatos. Marichello já estava quase pronta, apenas dava os últimos retoques na maquiagem. As duas iriam de carro e lá se encontrariam com os rapazes. Preferiram assim, já que nunca se sabe o que pode acontecer.

Marichello: Falta muito aí?

Anahí: Não, já terminei.

Marichello: Então podemos ir?

Anahí: Sim. No caminho eu ligo pro Poncho.

Juntas saíram do apartamento e seguiram para a boate escolhida. A noite estava fria, mas não ficaria assim por muito mais tempo. Assim que os casais se encontrassem tudo ficaria, sem duvida alguma, a todo vapor.

Fazia quase uma hora que já estavam na boate. Os dois casais jogaram um pouco de conversa fora e depois de alguns drinques seguiram para a pista de dança. Iriam se divertir a noite inteira e ninguém conseguiria acabar com aquilo. A boate estava lotada e isso fazia com que Anahí e Alfonso começassem a dançar cada vez mais próximos.

Os corpos estavam colados e os rostos muito próximos. Alfonso segurava a namorada com firmeza em seus braços e os dela rodeavam seu pescoço. Era extremamente tentador, para ele, sentir a respiração quente dela bater na lateral de seu pescoço. Sentia vontade de agarrá-la ali mesmo e esquecer todas as pessoas que estavam ao redor. Obviamente milhares de beijos foram trocados, mas não passaram dos limites.

A cada minuto o ritmo da musica aumentava e o desejo deles também. Estava quase impossível se controlar. Ou melhor, era impossível se controlar. Cansando de tentar ser forte, Alfonso desistiu de tudo e segurou na mão de Anahí, puxando-a dali. A levou para um lugar mais afastado, próximo aos banheiros. Não demorou muito para imprensá-la na parede e fundir sua boca na dela.

Anahí cravou as unhas nos ombros largos e puxou o corpo dele para mais perto do seu. Entregou-se por completo ao beijo e deixou a língua vagar por dentro da boca do namorado. Parando com o beijo, Alfonso tombou a cabeça para o lado e arranhou-lhe a garganta com os dentes. Aquela pele lisa e macia como seda era extremamente saborosa.

Anahí: Amor... – disse, com a respiração acelerada. – seu celular tá tocando.

Alfonso: Deixa tocar. – murmurou concentrado nos beijos que dava pelo pescoço dela.

Anahí: Melhor atender. – tateou a calça dele, até retirar o aparelho do bolso da frente. – toma, atende.

Alfonso: Tudo bem. – frustrado, ele atendeu sem nem ao menos se dar ao trabalho de olhar quem era.

Rindo da expressão dele, Anahí o puxou para mais perto e deixou os braços rodearem o corpo dele. Deixou a cabeça repousar no peito másculo e ficou ouvindo a conversa.

Alfonso: É o que? – estreitou um pouco os olhos. – não estou ouvindo bem por causa do barulho.

Marichello: Onde você e a Anahí estão? – falou devagar, para o cunhado entender.

Alfonso: Perto dos banheiros, por quê?

Marichello: Eu vou pra casa agora, pergunta se ela vai comigo.

Alfonso: Não vai. – respondeu por si mesmo. – eu vou levá-la mais tarde.

Marichello: Pergunte a ela, Poncho! – riu.

Alfonso: Ela vai te dar a mesma resposta. – garantiu e passou o celular para Anahí. – sua irmã.

Anahí: Oi Mari!

Marichello: Vou pra casa agora. Vai comigo?

Anahí: Ué, porque agora? – confusa. – tá cedo.

Marichello: Aconteceram algumas coisas que eu prefiro não contar agora.

Anahí: Já sei. Brigou com o Pablo!

Marichello: Mais ou menos. Vai comigo ou não? – impaciente, tornou a perguntar.

Anahí: Não, vou depois. – notando o estresse da irmã, preferiu deixa-la sozinha durante um momento. – se precisar de algo me liga.

Alfonso: O que aconteceu? – perguntou, pegando o celular da mão dela e guardando no bolso.

Anahí: Brigou com o namorado.

Alfonso: Tão recente e já estão assim?

Anahí: Pra você ver. – riu e voltou a se abraçar a ele. – mas espero que não seja nada serio.

Alfonso: Não vai ser. – a confortou.

E a noite dos dois se estendeu até quase cinco da manhã. Dançaram, beberam, namoraram. Fizeram tudo para se divertirem ao maximo, já que não sabiam quando teriam outra noite livre como essa. Alfonso até que tentou prolongar mais convidando a loira para dormir em seu apartamento, mas ela recusou. Disse que queria conversar com a irmã e ainda teria que buscar a filha na casa de Rosa.

Alfonso: Tem certeza?

Já estavam parados em frente ao prédio de Anahí. Alfonso havia descido do carro e estava encostado no mesmo, ficando de frente para a namorada.

Anahí: Tenho sim.

Alfonso: Eu podia ir com você buscar a Lu depois. Sabe que não me incomodo.

Anahí: Eu sei. – concordou. – mas eu também estou cansada, amor. Fica pra próxima, certo?

Alfonso: Não tem outro jeito.

Anahí: Deixa de ser dengoso!

Rindo da cara que ele fez, Anahí colocou as mãos em seu rosto e lhe deu um beijo. Alfonso sorriu e deixou as mãos pousarem na cintura dela, puxando-a para mais perto. Passou a língua pelos lábios da namorada, ate que ela entreabriu a boca e deu espaço para um beijo mais intenso. Por estarem em um local publico as mãos continuaram paradas, fazendo um carinho bem superficial.

Anahí: Melhor eu ir subindo. - comentou depois de encerrar o beijo com um selinho demorado.

Alfonso: Uhum, e eu vou embora. - as mãos desceram e subiram pelas costas dela, em um carinho delicado. – já que você não me quer aqui, vou seguir meu rumo.

Anahí: Ah, para com isso! – rindo, o empurrou de leve pelo ombro, antes de abraçá-lo. – mais tarde eu te ligo.

Alfonso: Vou esperar.

Depois de mais alguns intermináveis beijos Anahí conseguiu, enfim, sair dos braços do namorado e subir.