Fanfic: Ironic (AyA) | Tema: Rebelde

No dia seguinte, como Luiza já estava de fato melhor, Anahí deixou a filha no colégio e seguiu para a empresa em seguida. Adentrou pelos corredores sorrindo e cumprimentando alguns conhecidos que encontrava no meio do trajeto. Como ainda era cedo, decidiu passar na sala do namorado antes de ir para a sua. Pelo menos naquele dia ele não poderia reclamar que ela não havia ido vê-lo assim que chegou.

Anahí: Posso entrar?

Ela colocou a cabeça para dentro da sala, depois de bater a porta. Mas não viu uma cena muito comum. Alfonso estava lá, como já era de se esperar, mas não estava sozinho. Sentado em sua frente estava uma morena. Ela tinha os cabelos longos e completamente escorridos, aparentava ser alta e o corpo estava completamente ereto.

Anahí: Perdão, não sabia que estava ocupado. Volto depois. – sem esperar resposta, voltou a fechar a porta e saiu da sala.

Ainda dentro da sala, Alfonso observou durante alguns minutos a porta. Não estava preocupado, conhecia muito bem Anahí e sabia que ela não interpretaria mal a presença daquela mulher em sua sala. Afinal, ele era um dos diretores da empresa, é extremamente comum ele receber varias pessoas, tanto homens quanto mulheres.

Nicole: Ela também trabalha aqui? – desviou os olhos da porta e mirou Alfonso.

Alfonso: Trabalha. Foi mandada pela filial de Paris.

Nicole: Hum. Mas então, quando eu começo? – sorriu radiante para ele.

Alfonso: Vejo que está animada. – sorriu também. – começa semana que vem que é quando acaba esse projeto que estamos fazendo.

Nicole: Ótimo! E o Ucker? Ainda trabalha aqui? – mudou o assunto. – sinto muita falta dele.

Alfonso: Sim, sim. Ele me perguntou por você esses dias.

Nicole: Sério?! Quero falar com ele depois. A ultima vez que nos vimos eu e você ainda namorávamos! – soltou uma gargalhada, lembrando do passado. – quantos anos faz isso?

Alfonso: Não é tanto tempo assim. Dois anos? – perguntou.

Nicole: Mais ou menos isso. Às vezes parece que foi ontem, mas às vezes parece que já faz uma eternidade. – o fitou.

Alfonso: Pois é. – sorriu sem graça. – o tempo passa rápido demais.

Nicole: Aham. Vou embora agora. – disse depois de um tempo em silencio. – você deve ter muita coisa pra fazer.

Alfonso: Tenho mesmo. – concordou e levantou junto com ela. – vou te esperar aqui semana que vem.

Nicole: Claro, pode deixar que eu não vou falhar.

Juntos, seguiram em direção aos elevadores. Alfonso ficou ao lado dela, esperando o mesmo chegar ao andar. Ele estava virado de frente para o elevador e não via nada que estava se passando ali naquele andar.

Nicole: Podemos marcar algo para esse fim de semana. – propôs – colocar o papo em dia.

Alfonso: Vamos ver... – falou, um pouco sem graça. – com o fechamento do projeto eu fico sem muito tempo.

Nicole: Eu imagino. – concordou com a cabeça – qualquer coisa você me fala.

Alfonso: Pode deixar.

Os dois se despediram com os típicos dois beijos no rosto e Nicole entrou no elevador, sumindo da visão de Alfonso. O moreno virou e ia seguir seu caminho em direção a sua sala quando avistou Anahí, de costas, se afastar dele rapidamente. Soltou um suspiro e apressou o passo na direção da namorada.

Alfonso: Any! – chamou e segurou em seu braço.

A loira prontamente parou de andar e se virou para ele. Desviou os olhos dos papeis que segurava e mirou intensamente o namorado.

Anahí: Quê?

Alfonso: Está muito ocupada agora?

Anahí: Na verdade, sim. Tenho milhares de coisas para fazer.

Alfonso: Hum... – sem saber o que fazer com as mãos, as enfiou no bolso da calça – a Lu está melhor?

Anahí: Já está ótima. – deu um sorriso sem mostrar os dentes. – tem mais alguma coisa pra falar? Eu preciso ir. – apontou ligeiramente para a porta de sua sala.

Ela estava estranha, notou Alfonso. Não exibia o sorriso de sempre e parecia pensativa demais. Ele a olhou intrigado, tentando ler através de seus olhos. Pena que não obteve sucesso.

Alfonso: Não, pode ir. Almoça comigo hoje?

Anahí: Claro. – concordou com a cabeça. – quando você for, passa aqui e me chama.

Alfonso: Ok.

Antes que Anahí pudesse seguir seu caminho, Alfonso segurou superficialmente em sua cintura e lhe deu um selinho rápido. Não gostavam de fazer essas coisas na empresa, na frente de todos, mas ela estava tão estranha que Alfonso sentiu necessidade de fazê-lo. A loira deu um sorriso e virou de costas, voltando para sua sala.

Alfonso ainda ficou parado durante alguns segundos no mesmo lugar, observando-a se afastar. Não queria acreditar que fosse por isso, mas o único motivo possível para Anahí estar assim com ele seria por causa da visita de Nicole. Mas o que ele poderia fazer? Ela trabalharia ali agora, no mais novo projeto da empresa que seria iniciado assim que aquele no qual Anahí estava trabalhando terminasse.

Christopher: Hei! – chamou pelo amigo que continuava parado no meio do corredor.

Alfonso: Oi Ucker.

Christopher: Fala cara. – o cumprimentou – o que está fazendo ai parado?

Alfonso: Prevendo problemas. – soltou um riso sem humor e deu leves tapas nas costas do amigo. – e você? Chegando atrasado?

Christopher: Não, já cheguei faz tempo. Estava resolvendo umas coisas lá por baixo.

Alfonso: Todo mundo correndo contra o tempo agora.

Christopher: Pois é. – os dois, juntos, seguiram em direção a sala de Alfonso – e eu pensei que teria pelo menos uma semaninha de férias quando esse projeto acabasse. Mas o Oscar já falou comigo e disse que estou escalado pro próximo.

Alfonso: Não sabia que ele já tinha começado a selecionar as pessoas.

Christopher: Eu também não. – entrou na sala junto com Alfonso e fechou a porta. – mas ele me disse que pouquíssimas pessoas que estão nesse projeto de agora vão continuar.

Alfonso: Hum, já imagina isso. – sentou em sua cadeira. – e sabe quem vai vir trabalhar aqui também? Junto com você?

Christopher: Quem?

Alfonso: A Nicole.

Christopher: Que Nicole? – arregalou os olhos. – sua ex-namorada?

Alfonso: Essa mesma. – se acomodou melhor na cadeira e mirou o amigo. – ela esteve aqui hoje. Nem mal sabe do que vai se tratar o projeto e já está empolgada.

Christopher: Ela sempre foi assim. – riu e mirou o amigo. – e a Any? O que achou disso?

Alfonso: Nada. – deu com os ombros. – ela me viu com a Nick hoje, mas não sabe que já fomos namorados.

Christopher: E você nem vai contar?

Sem jeito por causa da mirada intensa de Christopher, Alfonso desviou os olhos e girou na cadeira, ficando de costas para o amigo. Deixou os olhos vagarem para a rua lá fora, que podia ser vista através da enorme janela de vidro que havia ali. Não tinha pensado nisso, em contar para a Anahí sobre o antigo relacionamento que teve com Nicole. Oras, para ele aquilo não importava mais, não tinha motivo para desenterrar tudo agora.

Alfonso: Sinceramente, não acho que seja tão necessário assim. – girou na cadeira novamente e voltou a encarar o amigo. – a Nick já vai trabalhar aqui.

Christopher: Eu sei – concordou com a cabeça – mas acho que a Any ficaria muito chateada se soubesse por outra pessoa.

Alfonso: Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Ela virá trabalhar aqui por mérito próprio e não por ser minha ex-namorada. Além do mais – continuou, vendo que Christopher fazia menção de falar algo. – nem fui eu que a contratei.

Christopher: Você que sabe. – ergueu as mãos, se rendendo. – só dei minha opinião.

Alfonso: Certo. Não vamos discutir por isso.

Christopher: Claro que não. E eu vou voltar ao trabalho – levantou da cadeira – deixei a pobre Any sozinha. – riu.

Alfonso: Tenha vergonha, Ucker. Jogando todo o trabalho pra ela! – brincou com o amigo.

Christopher: Ela é mulher, tem que trabalhar mais. – entrou na brincadeira do amigo enquanto se encaminhava para fora da sala. – nos vemos mais tarde.

Alfonso: Sim. Até mais.

Rapidamente se despediram e cada um foi cuidar de seus trabalhos. Como havia sido dito por Alfonso, todos estavam correndo contra o tempo para terminarem tudo. E assim a manha passou rapidamente. Cada um empenhado em realizar suas funções e rezando para que as horas passassem logo e todos pudessem se desprender, pelo menos um pouco, daquela prisão que poderia ser chamada de empresa.

O relógio marcava uma e vinte da tarde e Alfonso já se preparava para sair de sua sala quando batem na porta. O moreno não tardou em abri-la e ergueu uma das sobrancelhas, mostrando estranheza, assim que viu Nicole parada em sua frente.

Alfonso: Não sabia que ainda estava por aqui.

Nicole: E não estava mesmo. Mas estava andando aqui por perto e quando vi à hora pensei que você pudesse estar indo almoçar. Então decidi vir aqui te convidar para ir comigo.

Alfonso demorou alguns segundos para poder responder, mas acabou aceitando o convite. Afinal, nada melhor do que um almoço descontraído para por todos os papos em dia, não é verdade? Esquecendo-se de qualquer outro compromisso que pudesse ter marcado para àquela hora, Alfonso saiu da empresa acompanhado de Nicole e foram para o restaurante que ficava a menos de duas ruas de lá.

Nicole: Muito aconchegante aqui. – comentou, enquanto olhava tudo a sua volta.

Alfonso: É verdade. E a comida é deliciosa.

Nicole: Bom saber, porque eu estou morrendo de fome. – riu e pegou o cardápio.

O moreno, por um momento, pensou que o clima entre os dois fosse ficar estranho, já que estavam em um ambiente tradicional e falando sobre coisas banais. Porém, se enganou. Parecia até que não fazia quase um ano que eles não se viam. O papo fluiu normalmente e nem viram o tempo passar.

Mas na empresa parecia até que o relógio havia emperrado e as horas não passavam.

Christopher: já cansei Any. – inclinou um pouco o corpo para trás, deixando-o totalmente escorado no encosto da cadeira e coçou os olhos. – estou indo almoçar.

Anahí: Eu também não aguento mais. Só que vou esperar o Poncho. Ele disse que passaria aqui para me chamar quando fosse almoçar.

Christopher: Certeza? – desligou o monitor e levantou.

Anahí: Sim, sim. – sorriu.

Christopher: Beleza!

Depois de despedir-se da amiga, Christopher saiu porta a fora, em direção ao restaurante mais próximo para poder matar sua fome gigantesca.