Fanfic: Ironic (AyA) | Tema: Rebelde

Para fazer um pequeno agrado para Luiza, antes de ir para casa Anahí passou na primeira fast-food que viu pela frente e desceu para comprar um lanche para a filha. Não demorou muito e logo já estava em frente à porta do apartamento e a abria com a chave. Assim que entrou espantou-se ao ver Alfonso ali, sentado no sofá ao lado de Luiza. Olhou para os dois com a expressão confusa e se aproximou.

Luiza: Mãe! – gritou e correu até ela, abraçando-a.

Anahí: Oi meu amor. – abaixou-se, até ficar na altura dela, e deu-lhe um beijo no rosto. – trouxe pra você. – ergueu a sacola.

Luiza: Eba! O que é?

Anahí: Não, não. – se levantou novamente, antes de Luiza pegar o lanche. – é uma surpresa. Vá lavar as mãos e depois venha pra cozinha.

Luiza: Certo.

Sem perder tempo, a garotinha saiu correndo em disparada em direção ao banheiro. Anahí permaneceu na sala e seu olhar caiu sobre Alfonso. Ele continuava sentado no sofá e não desviava o olhar da namorada.

Anahí: Não sabia que você estava aqui. – caminhou até ele.

Alfonso: Quis fazer uma surpresa. – sorriu e levantou. – você demorou a chegar.

Anahí: Verdade. Fui comprar isto aqui. – ergueu a sacola.

Alfonso: Vejo que quer agradar a Lu. – repousou a mão na cintura de Anahí e deu-lhe um selinho demorado.

Anahí: É – sorriu e se dirigiu até a cozinha, com Alfonso nos seus calcanhares. – não imaginei que você fosse estar aqui, por isso só comprei três lanches.

Alfonso: Não me importo de comer o seu.

Anahí: Engraçadinho. – riu e tirou o hambúrguer da sacola. – sabe se a Mari está ai? Trouxe pra ela também.

Alfonso: Pelo que a Lu falou, não está.

Anahí: Então você come o dela.

Alfonso: Não precisa. Não estou com fome. Vim aqui porque preciso falar com você.

Anahí: Sobre o quê? – estranhou. – é sério?

Alfonso: É um pouco sério sim. – coçou a nuca, sem jeito. – mas falamos sobre isso depois.

Anahí: Ok. – olhou de forma desconfiada para ele.

Não demorou muito para Luiza chegar à cozinha completamente animada. Só faltou soltar gritinhos de felicidade quando viu o hambúrguer bem em sua frente. Anahí e Alfonso riam dela, que comia com muito prazer. A loira sorria, mas no fundo estava preocupada com aquela conversa que Alfonso queria ter. Já que ele estava um pouco distante esses dias que passaram, a primeira coisa que veio a sua cabeça foi que ele iria terminar o relacionamento dos dois. E isso a assustou. De verdade.

Anahí: Terminou? – perguntou a filha.

Luiza: Uhum. – balançou a cabeça e terminou de engolir. – quero mais coca.

Anahí: Você já tomou muito. Faz mal.

Luiza: Só um pouquinho. – falou, com um bico presente no rosto.

Anahí: Bem pouquinho.

Depois que todos terminaram de comer, Anahí foi com a filha em direção ao banheiro e Alfonso permaneceu na sala, esperando a namorada. Mas não precisou esperar muito, logo Anahí já estava de volta e sentava ao seu lado.

Anahí: Deixei a Lu assistindo tevê no quarto. O que quer falar comigo?

Alfonso: Quero falar sobre a gente.

Pronto, agora sim. Ele havia sido tão direto e firme que o medo que Anahí estava sentindo aumentou consideravelmente. O coração bateu mais forte e ela se esforçou para não deixar o temor transparecer no seu rosto. Ultimamente o namoro dos dois já não estava as mil maravilhas e ele, aparentemente, tão decidido a falar sobre os dois, só fazia com que idéias negativas passassem pela cabeça da loira.

Anahí: A gente? – repetiu.

Alfonso: Na verdade, mais ou menos. Eu queria mesmo era me desculpar.

Anahí: Como? Desculpar? – perguntou ligeiramente confusa.

Alfonso: Sim. – afirmou – não dei a atenção que você merecia durante essa semana.

Anahí: Ah – respirou aliviada. – não se preocupe com isso. Todos nós estávamos trabalhando muito. Eu entendo.

Alfonso: Mas não é só por isso, você sabe. – confessou. – toda essa minha re-aproximação com a Nicole não te agradou.

Anahí não respondeu. Seria totalmente hipócrita se negasse essa afirmação. Nunca conversou sobre isso com ele para evitar brigas. E como andava completamente estressada com o trabalho, tinha medo de acabar descontando tudo encima de Alfonso sem ele merecer. Mas já que ele havia tocado no assunto talvez fosse à hora de colocar todas as cartas sobre a mesa.

Anahí: Eu só acho que você deveria ter um pouco mais de consideração e me avisar quando não pudesse me encontrar. Varias vezes eu ficava igual a uma idiota te esperando.

Alfonso: Me desculpa. – levantou e sentou ao lado dela, segurando suas mãos em seguida. – sei que errei novamente, por isso estou aqui.

Anahí: Isso já ta virando rotina. – soltou um riso sem humor. – não quero sua atenção só pra mim, Poncho. Até porque minha atenção nunca vai ser só sua. Eu tenho uma filha que precisa de mim. Tenho minha casa, meu trabalho, várias coisas. Não gosto de viver única e exclusivamente para um namoro. E muito menos que essa pessoa viva só pra mim. Mas você tava exagerando esses dias.

Alfonso: Você tem razão, eu concordo com absolutamente tudo que você falou.

Anahí: Agora mesmo eu cheguei até a pensar que você tinha vindo até aqui só pra terminar o nosso namoro. – confessou.

Alfonso: Claro que não! – disse afobado. – como pode pensar uma coisa dessas?!

Anahí: Era o que me parecia mais lógico, na verdade. Mesmo trabalhando no mesmo local eu mal te via e nem por telefone nós nos falávamos.

Alfonso: A verdade é que eu nem sei mais o que falar. – confessou. – não tem justificativa para o que eu fiz. Mas eu estou arrependido.

Anahí: Na outra vez você também estava. – suspirou triste. – vou ser completamente sincera com você, Poncho. Se for pra continuar assim é melhor nem continuar. – os olhos de Alfonso se arregalaram e a boca ficou seca. Ela estava querendo terminar tudo com ele? – não quero que nosso namoro um dia termine porque não suportávamos nem olhar um para a cara do outro.

Alfonso: Nem pense nisso.

Com medo de que ela tivesse mesmo coragem de terminar o relacionamento deles, Alfonso subiu sua mão pela lateral do braço dela até parar em sua nuca. Segurou firmemente ali e deixou o rosto dela cara a cara com o seu. O verde e o azul se fitavam com intensidade. O verde exibia uma mistura de desespero e culpa. Já o azul estava repleto de magoa e desapontamento. Anahí não queria que o namoro terminasse e tão pouco queria se afastar de Alfonso e fazê-lo se sentir culpado por isso. Mas, se fosse para viver sempre desse jeito, era melhor se separarem logo. Quem sabe assim a amizade não continuaria?

Anahí: Então o que vamos fazer? Me diz! – pediu em tom de suplica.

Alfonso: Vamos dar um jeito. Eu prometo que...

Anahí: Você já prometeu antes. – o interrompeu.

Alfonso: Sei que sim. – admitiu – mas dessa vez é pra valer. Não quero perder você. – os dedos passearam pela lateral do pescoço dela, indo em direção aos lábios. – eu te amo.

Anahí sentiu o coração bater mais rápido e a cor sumir de seu rosto pouco a pouco. Era a primeira vez que ouvia um eu te amo, sincero, da boca de um homem. Afinal, todos os outros namorados que teve não passaram de romances adolescentes. Nenhum foi tão intenso como esse namoro com Alfonso estava sendo. Sentiu a garganta secar e as palavras sumirem de sua boca. Queria muito responde-lo, mas não conseguia. Sentia que nada coerente sairia da sua boca naquele momento. Então, nada melhor do que demonstrar os sentimentos com atos mais intensos.

Segurou firmemente em seu braço musculoso e acabou com a pouca distancia que ainda existia entre os lábios. Alfonso sorriu antes de cravar sua mão na nuca dela e aprofundar o beijo. Dessa vez não tinha nada de malicia no ato. As mãos estavam paradas e as cabeças quase não se mexiam. Queriam apenas mostrar um para o outro a intensidade daquele relacionamento que às vezes até eles mesmo desconheciam. Pena que o beijo calmo e carinhoso não durou tanto. Logo o braço de Alfonso estava enlaçado na cintura dela e a puxava para mais perto de si.

A loira apoiou as mãos no peito largo dele e deixou sua língua brincar com a dele. Entregaram-se por completo ao beijo, mas não passaram dos limites, já que Luiza poderia aparecer ali a qualquer momento. Pena que o ar faltou e se viram obrigados a parar. As testas permaneceram coladas e os olhos fechados. As respirações estavam aceleradas e ambos sorriam. Depois da pequena “crise”, nada melhor que um momento de paz.

Anahí: Eu também amo você. – retribuiu as palavras de carinho.

Alfonso: Eu sei. – brincou e a ouviu rir.

Os olhos foram se abrindo devagar e se encararam novamente. Não demoraram muito para se abraçarem e trocarem algumas palavras de carinho ao pé do ouvido. Alfonso apertou a namorada em seus braços e beijou seus cabelos.

Alfonso: Sei que não venho sendo o namorado perfeito, mas vou tentar.

Anahí: Não quero que seja perfeito. – se separou do abraço, para olhá-lo. – quero apenas que volte a ser aquele Poncho que eu conheci.

Alfonso: Eu vou voltar. – garantiu.

Anahí sorriu e os dois trocaram mais um abraço apertado. Quem sabe agora as coisas não melhorariam de vez? Tudo já havia sido esclarecido e agora dependia única e exclusivamente de cada um fazer o possível para aquele relacionamento melhorar a cada dia mais.