Fanfic: Ironic (AyA) | Tema: Rebelde

Paris – 03h00min p.m.

Anahí já estava na empresa, especificamente em sua sala, sentada a mesa e repleta de papeis para todos os lados. Ela mantinha os cotovelos apoiados na mesa e a cabeça era apoiada com as mãos. Respirava fundo tentando controlar o estresse e a dor de cabeça que começava a surgir devido a ele. Essa era sua rotina. Apesar de amar sua profissão, não podia negar que ela era altamente estressante, já que exigia concentração e um esforço mental absurdo. Estava tão dispersa que não notou quando sua amiga e companheira de trabalho, Emily, entrou.

Emily: Any?

Anahí: Oi Emi – levantou a cabeça e a encarou – algum problema?

Emily: Não, nenhum. – pausa – Está tudo bem?

Anahí: Sim – sorriu, reconfortando a amiga.

Emily: Vim trazer alguns requisitos que chegaram.

Aproximou-se mais da mesa e entregou alguns papeis na mão de Anahí.

Anahí: Ai Deus, mais coisas! – jogou a cabeça pra trás e aconchegou-se melhor na enorme cadeira. Fechou os olhos e respirou fundo. Precisava relaxar urgentemente.

Emily: Any, não acha que está na hora de você tirar umas férias? Estas precisando – riu e sentou na cadeira em frente à amiga.

Anahí: Bem que eu queria – riu também – ontem mesmo a Lu me ligou de tarde reclamando porque não fui almoçar em casa. Tinha esquecido totalmente. É muita coisa na minha cabeça, nem sei como eu consigo dar conta de tudo, sinceramente.

Emily: A Lu é uma graça. – levantou da cadeira – Não vou ficar aqui te atrapalhando, mas pense bem no que eu te falei. Umas férias seriam ótimas e você está precisando de verdade.

Anahí: Você sabe que eu não posso largar tudo aqui. E a Lu ainda tem a escola.

Emily: Any, eu não to falando de meses e sim de alguns dias. Uma semana talvez. É só pra relaxar mesmo. Desse jeito você não vai render aqui, muito pelo contrario só vai se desgastar mais.

Anahí ficou pensativa durante alguns minutos. Juntou suas mãos, entrelaçando os dedos e apoiou os cotovelos nos braços da cadeira. Levou as mãos até mais ou menos a altura do queixo e encarou Emily. Talvez ela tivesse razão. Estava trabalhando tanto que até a própria filha estava lhe cobrando atenção. Talvez devesse fazer uma ligação para irmã e resolver tudo. Alguns dias não fariam mal a ninguém.

México – 08h50min p.m.

Depois de mais um dia exaustivo de trabalho, Marichello encontrava-se no elevador do edifício novo. Havia acabado de se mudar para lá. Olhava-se no espelho enquanto esperava chegar ao décimo oitavo andar. Ia abrindo a porta distraída quando deu de cara com uma jovem garota de longos cabelos vermelhos e uma cara extremamente assustada.

Marichello: Dulce?

Dulce: Marichello?

As duas se encaravam de olhos abertos. Mas não havia exatamente um motivo. Apesar de todos os acontecimentos do passado as duas ainda se falavam e mantinham uma relação civilizada, apesar de Marichello só fazer isso por pura insistência de Anahí, que não queria discórdia entre ninguém. O problema havia sido entre ela e as “amigas”, a irmã não tinha porque se intrometer.

Marichello: O que faz aqui? – saiu do elevador e segurou a porta.

Dulce: Obrigada. Moro aqui – apontou para porta de seu apartamento – e você?

Marichello: Acabei de me mudar – indicou com a cabeça a porta que ficava em frente à dela.

Dulce: Ó, que bom. Seja bem vinda.

Marichello: Obrigada – sorriu educada.

Dulce: Deixe-me ir, tenho que encontrar meu namorado agora.

Marichello: Claro. Foi um prazer encontra-la aqui, Dulce.

Dulce: Igualmente.

As duas trocaram um sorriso educado e cada uma seguiu seu rumo. Marichello entrou em seu apartamento e suspirou ao ver que ainda havia algumas caixas para serem desfeitas e arrumadas em seu devido lugar. Caminhou até o telefone e acionou a secretaria eletrônica. Havia uma mensagem. De Anahí. Ao ouvi-la não tardou em retornar a ligação.

Paris – 04h50min a.m.

Rolando pela cama Anahí colocava o travesseiro sobre a cabeça e tentava abafar o barulho vindo do telefone. Quem em sã consciência ligaria para sua casa em plena madrugada? Suspirou irritada e levantou da cama, indo até a sala, onde atendeu ao telefone.

Marichello: Any?

Anahí: Marichello Puente, eu vou te matar! – sentou na cadeira e ameaçou a irmã.

Marichello: Credo, boa noite pra você também minha irmã – rindo.

Anahí: Boa noite ou bom dia? Esqueceu do fuso horário?

Marichello: Putz! Pior que esqueci. Desculpe-me Any, ainda é madrugada ai, não é?

Anahí: Exatamente – consultando o relógio que estava na parede – 04h53min da madrugada – apoiou o cotovelo na mesinha e escorou a cabeça com a mão.

Marichello: Não tem problema, já tava na hora de acordar – fez graça e ouviu a irmã rir – Mas eu só liguei porque ouvi sua mensagem. Aconteceu algo?

Anahí: Não, não. Eu só queria saber se aquele seu convite ainda está de pé.

Marichello: Ora, que pergunta. Lógico que está! Então você vem?

Anahí: Provavelmente sim. Não é nada concreto ainda, mas estou realmente precisando de umas pequenas férias.

Marichello: Concordo plenamente. Quando resolver tudo me avisa. Me mudei esses dias e você provavelmente não saberá chegar aqui.

Anahí: Certo. Agora me deixe voltar para cama e curtir meus últimos minutos de sono.

Marichello: Ok – gargalhou – E me desculpe novamente por ter te acordado.

Anahí: Esquece isso. Boa noite pra você Mari.

Marichello: E bom dia pra você, Any.

As irmãs riram mais uma vez e desligaram o telefone. Um pouco mais dispersa, mas não com menos sono, Anahí foi se encaminhando até o quarto. Entrou e se jogou, literalmente, na cama. Abraçou o travesseiro e pegou novamente no sono em poucos minutos.

México – Apartamento 1801 – 11h42min p.m.

Dulce: Ainda acordada, Mai?

A jovem ruiva perguntou a amiga assim que entrou no apartamento e a encontrou sentada no sofá assistindo TV. Havia saído com Alfonso e depois deu uma esticadinha no apartamento dele. Mas logo o mesmo a veio trazer em casa.

Maite: Ainda é cedo. Apesar de não ter nada pra fazer não consigo dormir. Minha vida anda muito parada. – lamentou.

Dulce: A minha também. Só faço a faculdade e mais nada.

Maite: E eu que nem isso faço? – gargalhou – Culpa do meu pai, quem mandou me acostumar mal?

Dulce: Você não presta – riu junto com a amiga.

Maite: Presto até demais. Mas – faz uma pequena pausa e observou a amiga – você não ia sair com o Poncho? Porque já voltou? Não é nem meia noite ainda. – questionou.

Dulce: Ele disse que estava cansado, pra variar – sentou no sofá, suspirando – Não sei o que acontece com ele Mai. Ta ótimo comigo e do nada fica estranho.

Maite: Apesar de adorar o Poncho não aprovo esse namoro de vocês, já te falei.

Dulce: Mas eu o amo – afirmou.

Maite: Mas ele não te ama e não te merece, amiga – fez carinho em seus cabelos, consolando-a.

Dulce: Eu queria que – pequena pausa – que... Ele gostasse pelo menos um pouco de mim, sabe? Me desse valor. Não precisa me tratar como rainha, se voltasse a ser aquele Poncho que eu conheci estaria de ótimo tamanho.

Maite: Ai amiga...

Penalizada Maite se aproximou um pouco mais de Dulce e a abraçou, tentando reconforta-la. Sabia de toda a paixão que a amiga sentia pelo namorado, e às vezes tinha vontade de matar Alfonso por tudo que fazia a ela. Se não gostava dela de verdade, porque simplesmente não terminava? Os dois antes de tudo eram amigos, o mínimo que ela merecia era um pouco de consideração e sinceridade vindo dele.

México – Apartamento de Alfonso - 11h51min p.m.

Alfonso: Não sei velho. Eu me sinto bem com ela, mas não é aquela coisa.

Ele estava em seu apartamento junto com seus amigos e companheiros de trabalho, Christian e Christopher. Os dois tentavam entender o que tanto prendia Alfonso a Dulce. Já que amor não era mais e estava longe de se tornar. Por serem vizinhos, mal Alfonso chegou e os outros dois se dirigiram para o apartamento do amigo.

Christian: Então termina cara. A garota deve sofrer bastante com isso.

Alfonso: Eu não quero ficar sem ela.

Christian: Desisto de tentar te entender – bebeu um gole de sua cerveja – Pior que mulher. E ainda está agindo como um moleque.

Christopher: Deixa o cara, Christian. Deve amar a garota e tem vergonha de assumir.

Christian: Ama e faz o que faz? Duvido. – rebateu.

Alfonso: Deixem isso pra lá. É minha vida e meu relacionamento, sei como tomar conta disso.

Christopher: Tudo bem, não está mais aqui quem falou – levantou um pouco as mãos como que estivesse se rendendo.

Christian: Vamos mudar de assunto que é melhor. Eu ia até te pedir uma ajuda, Poncho.

Alfonso: Em quê?

Christian: Quero catar aquela amiguinha da Dulce – disse com um olhar malicioso.

Alfonso: Fala de mim e ó como ta. – riu.

Christian: Só quero ficar com ela, não vou namorar – revirou os olhos.

Alfonso: Vou tentar falar com ela...

Christopher: Pô velho descola uma pra mim também, né?

Alfonso: Vocês estão tão necessitados que nem tão conseguindo arranjar sozinhos é?

Um pedala vindo de Christopher fez Alfonso parar de rir e calar a boca durante alguns segundos. Mas as caras engraçadas dos amigos o fez rir novamente. E dessa vez, Christian e Christopher o acompanharam.