Fanfic: Ironic (AyA) | Tema: Rebelde

Uma semana depois.

México – 09h46min a.m.

Dulce: Ah não amor, já vai embora? – perguntou enquanto seguia o namorado até a porta do apartamento.

Alfonso: Já está na hora Dulce. Tenho alguns problemas lá na empresa, preciso resolver. Já dormi aqui contigo.

Dulce: Tudo bem – observava, encostada a porta, o namorado chamar o elevador – se não tem outro jeito...

Alfonso: Amanha eu passo aqui – aproximou-se dela e tocou sua cintura.

Dulce: A gente podia sair – o abraçou pelo pescoço.

Alfonso: Amanhã decidimos.

Aproximaram os rostos e trocaram um beijo que era até um pouco quente para o local. Pararam apenas quando ouviram a porta do elevador abrir e algumas vozes se aproximarem. Dulce largou o namorado e olhou atrás dele, não acreditando realmente no que via. O empurrou devagar para o lado e fixou seu olhar na garota loira que estava em sua frente. O tempo havia passado, mas o rosto dela continuava exatamente o mesmo. Aquela carinha de criança, mas um olhar de mulher. Piscou o olho duas, três vezes. Não podia ser verdade.

Anahí, por sua vez, saiu do elevador segurando a mão da filha que fazia vários planos para aquelas pequenas férias. Estava totalmente animada. Quando viu Dulce e reparou que ela a olhava, largou a mão da filha e a fitou. Estava mudada demais. Parecia mais superficial que antes. Os cabelos eram longos e vermelhos. As roupas mostravam claramente que eram de marca. A maquiagem um pouco carregada demais para o horário. Pelo jeito ela continuava a mesma garota fútil e mimada de antes. Engoliu em seco e continuou a encará-la. Só foi tirada de seus pensamentos por Luiza, que puxava sua mão.

Luiza: Vamos logo mamãe, eu quero conhecer a casa da tia Mari!

Marichello olhou de Anahí para Dulce. Reparou que as duas tiveram a mesma reação. Deveria ter alertado a irmã de quem eram suas vizinhas, mas havia esquecido completamente. Dulce desviou o olhar de Anahí e mirou Luiza. Era Anahí em miniatura, tirando os cabelos ruivos.

Anahí: Bom dia – cumprimentou, educada.

Alfonso: Bom dia.

Alfonso olhava para todas sem entender absolutamente nada. Porque a namorada havia tido aquela reação ao encontrar aquela bela mulher? E que mulher... Garanhão como era não pode deixar de reparar nela. Seus olhos passaram por todo seu corpo. Pernas, quadris, barriga, cintura, subindo pelos seios, até se deparar com aqueles lindos olhos azuis. Realmente, era uma deusa.

Dulce: Anahí?

Anahí respirou fundo e a encarou novamente. De queixo erguido, pretendia ignora-la, mas sua educação e maturidade não permitiam isso.

Anahí: Olá Dulce, como vai?

Dulce: Eu vou bem, e você?

O olhar que ela lançava era tão intenso que Anahí às vezes não conseguia suportar e desviava.

Anahí: Ótima – limitou-se a responder – Agora, com licença. Vamos Mari? To morta.

Marichello: Claro, claro. Com licença gente – sorriu, tentando ser simpática.

Luiza: Tia me deixa abrir a porta?

Marichello sorriu e entregou a chave à sobrinha, que se encaminhou até a porta e a abriu, entrando igual um furacão no apartamento.

Anahí: Luiza! – repreendeu-a.

A loira saiu de perto deles e entrou no apartamento. Não ia brigar com a filha apenas por isso. Foi apenas uma desculpa para sair de perto de Dulce. Assim que entrou sentou no sofá e ficou mirando o nada. Há muito tempo queria encontrar com Dulce e Maite, mas agora que isso havia acontecido (por mais que tivesse sido só com uma) arrependia-se desse desejo. Não sabia como agir diante dela. Estava extremamente confusa quanto a seus sentimentos. A magoa que achava não sentir estava começando a aparecer. E mais forte do que poderia imaginar.

Pensava que talvez, depois de tantos anos, algo tivesse mudado. Mas viu que não. Aparentemente Dulce continuava a mesma de sempre, fisicamente. E, provavelmente, a personalidade deveria ser a mesma também. Se não pior.

Marichello: Bom, eu vou entrar.

Ela apenas acenou para eles e entrou no apartamento, fechando a porta e deixando o casal sozinho novamente. Alfonso virou o rosto para a namorada e a mirou. Dulce olhava para porta pela qual Anahí entrou segundos antes e tentava por seus pensamentos em ordem.

Alfonso: Pode me explicar o que aconteceu?

Dulce: O quê? – despertou e mirou Alfonso.

Alfonso: O que aconteceu, Dulce. Porque você ficou desse jeito quando viu aquela garota?

Dulce: De que jeito?

Alfonso: Não se faz de sonsa. – soltou, sem querer – desculpa, não quis dizer isso. Mas você sabe exatamente do que estou falando.

Dulce: Não é nada – Tentou fugir do assunto – Nos conhecemos há muitos anos e fazia tempo que não nos víamos. Só isso.

Alfonso: Tem certeza? – desconfiado.

Dulce: Absoluta.

Alfonso: Ok – a olhou desconfiado e aceitou a resposta, mesmo não estando seguro de sua veracidade. – Então eu vou lá. Até amanhã.

Ele depositou um singelo selinho em seus lábios e entrou no elevador. Dulce esperou alguns segundos e depois entrou em casa, fechando a porta e se encostando a mesma, despertando a curiosidade de Maite que estava assistindo TV.

Maite: Que houve Dulce? Você ta pálida. – levantou-se, preocupada.

Dulce: A Anahí - mantinha um olhar distante e surpreso.

Maite: O que tem a Anahí? – perguntou sem entender absolutamente nada.

Dulce: Ela ta aqui.

Dulce mirou à amiga, que obteve a mesma reação que ela. Estava surpresa, chocada... Nem ela mesma sabia. Era quase uma mistura de tudo. Depois de anos longe voltaria assim do nada?

Maite: Não brinca Dulce – riu nervosa.

Dulce: To falando sério! Acabei de encontrar com ela aí. E a filha tava junto – completou.

Maite: Ela teve mesmo o bebê?

Dulce: Já era de se esperar, ela nunca iria abortar.

A ruiva encaminhou-se para a cozinha e Maite a seguiu querendo saber de todos os detalhes. Como assim Anahí estava ali? Fazendo o quê? Porque havia voltado tão de repente?

Maite: E como é a criança?

Dulce: Linda – sentou no balcão, com um copo de água na mão – Muito fofa. A miniatura da Anahí, só que é ruiva.

Maite: É uma menina? Ruiva?

Dulce: Unhum... O único ruivo que a gente conhecia era o Felipe. Ela deve ser filha dele.

Maite: É, só pode ser dele... Eles eram namorados na época.

Dulce: Isso de eles namorarem não tem nada a ver. Não quando falamos da Anahí.

Maite: Talvez... – disse pensativa – Eu quero ver a Anahí, Dulce. Ela ta muito diferente?

Dulce: Muito. Achei mais séria e tal. Mas também ta mais bonita.

Maite: Ela veio pra ficar mesmo?

Dulce: Não sei te dizer isso. Mas pela quantidade de malas eu acredito que não.

Maite: Ela falou o que quando te viu?

Dulce: Ai que interrogatório – riu – nada. Falou normal. Foi bem educada até. Pensei que fosse me ignorar.

Maite: Dá uma de vitima é a cara dela.

Dulce: Mas ela é a vitima Mai. Por mais que a gente não queira admitir ela tinha todo o direito, e todos os motivos também, pra me tratar mal. Mas não o fez.

Maite: Eu não gosto dela... Sempre se achou a melhor.

Dulce: Eu sinto falta da amizade dela – saltou do balcão e colocou o copo na pia – Aquele jeito louco que ela tinha era único. – riu um pouco, lembrando do passado.

Maite: Af era só o que falta.

A garota resmungou e saiu da cozinha, deixando uma Dulce totalmente confusa para trás.