Fanfic: Ironic (AyA) | Tema: Rebelde

No apartamento vizinho as coisas estavam diferentes. Anahí, Marichello e Luiza estavam sentadas à mesa fazendo um pequeno lanche já que a comida servida no avião era horrível. Luiza conversava animadamente com a tia que lhe dava atenção total. Estava morrendo de saudade da única sobrinha. Anahí mantinha-se alheia a tudo, pensando apenas no acontecido minutos antes.

Anahí: Mari...

Chamou pela irmã enquanto a filha ia até a mala pegar um desenho para mostrar a Marichello.

Marichello: O que foi?

Anahí: Você fica com a Lu enquanto eu durmo um pouco? Estou com dor de cabeça.

Marichello: Claro. Mas sei bem que essa não é uma dor de cabeça normal. Você ficou assim depois que encontrou a Dulce. Desculpa-me, Any. Esqueci dela completamente.

Anahí: Não tem problema Mari, foi só a viagem que me cansou. Fica tranquila. – tentou acalmar a irmã.

Antes que Marichello pudesse contestar, Luiza chegou a cozinha carregando uma pasta cor de rosa repleta de desenhos feitos pela menina.

Luiza: Olha aqui tia – sentou novamente e abriu a pasta.

Anahí: Lu, a mamãe vai dormir um pouquinho. Você fica com a tia Mari?

Luiza: Anham – respondeu, mas totalmente concentrada nos desenhos que estavam guardados na pasta.

Anahí: Não é pra fazer bagunça – levantou.

Luiza: Eu sei mãe.

Anahí: Qualquer coisa me chama – abraçou a irmã.

Marichello: Relaxa Any.

Anahí beijou a cabeça da filha e saiu da cozinha, indo até o quarto de hospedes que a irmã havia preparado para ela e Luiza. Tirou as sandálias e deitou na cama, fechando os olhos. Pretendia dormir, mas o sono parecia não existir mais. A todo o momento a imagem de Dulce vinha a sua mente, e com ela lembranças dolorosas do passado que fez questão de esquecer durante esses seis anos e que agora estavam voltando com força total. Não queria isso, mas era inevitável.

O resto do dia passou tranqüilo em ambos os apartamentos. Anahí depois de longos minutos rolando na cama conseguiu dormir, a viagem a cansara completamente, sem duvidas. Luiza queria porque queria acordar a mãe para irem dar uma volta, mas Marichello não deixava alegando que Anahí estava com dor de cabeça e cansada por causa da viagem.

A alguns metros de distancia Maite estava eufórica. Louca para ver Anahí. A curiosidade sempre falava mais alto, fato. Dulce apenas ria da amiga. Às vezes a imagem de Alfonso aparecia em sua mente. Será que se ele soubesse de toda aquela historia continuaria normal com ela? Ou a acusaria? Por via das duvidas não falaria nada. Anahí iria embora e essa historia seria esquecida mais uma vez.

04h57min p.m. – apartamento 1802

Marichello: Não brinca comigo Any!

Anahí: É sério Mari – riu.

Marichello: Impossível de acreditar.

Marichello parou na porta do banheiro e fitou a irmã que tomava banho. Como Anahí queria que acreditasse que ela, trabalhando em uma empresa onde seu departamento é composto quase que 90% por homens, não havia se envolvido ou se quer ficado com algum deles? Isso era impossível.

Anahí: Alguns são muito estranhos. – justificou.

Marichello: Mas não são todos. Caramba Any me decepcionou – disse desanimada, fazendo Anahí rir.

Anahí: Engraçadinha!

A loira se secou e saiu do banheiro enrolada na toalha, sendo acompanhada por Marichello, que fazia piadinhas sobre o estado civil na irmã.

Anahí: Você também está solteira, não me zoa.

Marichello: Mas eu não estou morta, essa é a diferença – piscou.

Anahí: A galera lá é muito diferente de mim, é estranho – gargalhou enquanto terminava de vestir a roupa – você tinha que ver.

Marichello: Eu sempre ouvi falar que as pessoas que trabalham com informática são assim – riu.

Anahí: Tem mulher que mais parece homem, e tem homem que é mais mulher que eu.

Marichello fez uma cara engraçada e Anahí riu.

Anahí: Ah, deixa eu te contar – lembrou-se da valiosa informação e sentou na cama, puxando a irmã para sentar em sua frente – não sei se é uma coisa boa ou ruim. To em duvida.

Marichello: Fala!

Anahí: Recebi uma proposta lá da empresa pra trabalhar aqui no México.

Marichello: Mentira! Tá falando sério Any? Que maravilha! – radiante.

Anahí: A filial aqui do México da empresa que eu trabalho está começando um projeto novo – começou a explicar – E é um pouco complexo, então perguntaram se eu não estava interessada.

Marichello: E o que você respondeu?

Anahí: Nada ainda. Por isso que eu consegui tirar essas férias agora. Vou dá uma passada na empresa e vê como são as coisas por lá. Eu só aceitei analisar a empresa aqui porque eles tocaram no meu ponto fraco. O salário.

Marichello: E é bom?

Anahí: Vai Aumentar quase 50%.

Marichello: Não brinca – pasma.

Anahí: Sério. Sério. Como é um projeto bem trabalhoso, eles resolveram contratar poucas pessoas, mas, mais empenhadas. Eu não quero voltar pra cá, mas confesso que estou muito tentada a aceitar – suspirou desanimada.

Marichello: Pensei que você já tivesse superado isso.

Anahí: Eu também pensava.

As duas se olharam e permaneceram alguns segundos em silencio. Até o mesmo ser quebrado por Marichello.

Marichello: Me diz, o que você sentiu quando viu a Dulce?

Anahí: Não sei bem. Raiva, desprezo... Foi uma mistura. – deu de ombros.

Marichello: Eu podia jurar que você ia ignorar ela. Me surpreendeu – riu.

Anahí: Pois é – riu junto – pena que minha educação não deixou – disse frustrada.

Marichello: Mas isso foi bom, mostrou o quando vo...

A conversa das duas foi brevemente interrompida por Luiza que entrou no quarto com os cabelos despenteados e uma carinha de sono. Caminhou ate a cama e deitou repousando a cabeça nas pernas da mãe.

Anahí: Onde minha bebê estava?

Luiza: Eu dormi na sala. – passou as pequenas mãos nos olhos.

Anahí: Que menina preguiçosa – passou a mão nos cabelos dela, acariciando.

Luiza: Tia Mari, quando eu vou ver a vovó? – virou a cabeça, mirando a tia.

Marichello: Amanhã ela vem aqui.

Luiza: E a gente vai sair hoje?

Marichello olhou para Anahí, esperando uma resposta da irmã que parecia pensar.

Anahí: Podíamos ir jantar fora...

Luiza: Isso! – sentou na cama – E a gente pode ir no shopping também.

Anahí: Já vai começar a explorar – brincou com a filha.

Luiza: Por favor – fez uma carinha fofa.

Marichello: Meu Deus – fingiu estar horrorizada – É uma mini Any!

As três riram e Anahí abraçou a filha, beijando sua cabeça. Continuaram conversando durante um tempo. Luiza contava tudo sobre a França para a tia, desde o colégio até as amiguinhas que tinha no prédio. Ficaram nesse bate papo até as três criarem coragem de ir ao shopping e de lá jantarem em algum restaurante.