Fanfic: Ironic (AyA) | Tema: Rebelde

Apartamento 1802 – 07h25min a.m.

No dia seguinte apesar de ainda estar um pouco desnorteada por causa da mudança de fuso horário Anahí acordou logo cedo. Virou de lado na cama e observou Luiza que ainda dormia. Um sono profundo e tranqüilo. Cobriu mais a filha com o edredom e levantou, seguindo até o banheiro. Minutos depois já estava na cozinha preparando algo para a irmã comer antes de ir trabalhar. Já havia posto a mesa e se encaminhava de volta para o quarto quando Marichello aparece já devidamente vestida para o trabalho.

Marichello: De pé logo cedo, Any? – beijou a cabeça da irmã e se pôs a observar o que havia na mesa.

Anahí: Me agradeça, poupei trabalho para a você – sentou.

Marichello: Agradeço mesmo – começou a se servir – se eu tivesse que fazer tudo não daria tempo.

Anahí: Aposto que você passa o dia a base de café.

Marichello: Acertou. Mas é melhor café do que barra de chocolate. – olhou sugestiva pra irmã.

Anahí: Não interessa – mudou de assunto – você tem o telefone de algum taxista ai?

Marichello: Deve ter ali na agenda ao lado do telefone. Por quê? Vai à empresa hoje?

Anahí: Vou – beliscou um pedaço de pão – Vou aproveitar que a mamãe vem pra cá e deixo a Luiza com ela.

Marichello: É verdade. Boa sorte e pensa bem no que vai fazer heim?

Anahí: Pode deixar.

Marichello: Agora me deixa ir que já to atrasada.

Soltou beijos no ar e saiu às pressas da cozinha. Poucos minutos depois Anahí ouviu a porta do apartamento ser aberta e fechada rapidamente. Levantou da mesa e começou a lavar os pratos sujos pela irmã. Secou as mãos no pano e se dirigiu até a porta, assim que ouviu a campainha tocar.

Anahí: Mãe!

Rosa: Filha!

Rosa acabou com a pouca distancia existente entre ela e a filha, a puxando para um abraço que foi prontamente aceito e retribuído por Anahí. Era sincera quando dizia não guardar mágoa da mãe. O que passou, passou. Conseguiu se reerguer. Teve sua filha, a criou perfeitamente bem, fez faculdade e se tornou uma excelente profissional. Tudo isso com apenas 23 anos de idade. Então porque teria raiva da principal responsável? Se a mãe tivesse agido de forma diferente no passado talvez a loira não tivesse conseguido conquistar nem metade diss. Soltaram-se do abraço e Anahí guiou a mãe até a cozinha, onde terminaria de organizar tudo.

Rosa: Como você está minha filha?

Anahí: Ótima, e a senhora?

Rosa: Com saudades de você – sorriu ternamente.

Anahí: Eu também mamãe – retribuiu o sorriso.

Rosa: Onde está a Luiza?

Anahí: Dormindo. É cedo ainda. – terminando de secar alguns pratos e os colocando de volta a mesa.

Rosa: Sinto falta da minha neta.

Anahí: Ela também sente sua falta mãe, pergunta sempre por você – sentou na cadeira, fitando Rosa.

Rosa: Deve estar enorme – babou só em imaginar.

Anahí: Demais até – riu – Mãe, posso te pedir um favor?

Rosa: Claro minha filha, o que é?

Anahí: Eu preciso ir até a filial da empresa que eu trabalho agora de manhã, a senhora pode ficar com a Lu pra mim?

Rosa: Claro! Fico sem problema algum.

Anahí: Obrigada.

Apartamento de Alfonso – 08h10min a.m.

Como já era de se imaginar Alfonso estava atrasado para o trabalho. Havia saído na noite anterior com alguns amigos e chegou em casa quase amanhecendo. Teve no maximo uma ou duas horas de sono. O que não era nem um pouco suficiente para ele que levava uma vida agitada. Tomou um dos banhos mais rápidos de sua vida e se trocou apressado, saindo do apartamento igual a um furacão. Tomaria café na empresa mesmo. Agora não tinha tempo.

Assim que chegou pegou o elevador e foi direto ao seu andar. Claro que sempre cumprimentando alguns conhecidos pelo caminho.

Alfonso: Bom dia Lílian – falou com a secretaria.

Lílian: Bom dia Alfonso.

Ele já ia passando direto quando sua secretaria o chamou novamente.

Lílian: Me ligaram da filial de Paris e falaram que a analista que o senhor solicitou para o novo projeto viria aqui hoje.

Alfonso: Hum, ok. Quando chegar mande-a entrar, sim?

Lílian: Certo.

O rapaz voltou a dirigir-se a sua sala. Entrou e logo sentou na enorme cadeira, jogando a cabeça pra trás e fechando os olhos tentando controlar o sono que estava sentindo. Pelo visto aquele dia seria complicado. Olhou rapidamente para alguns documentos que estavam ali por cima, mas logo se levantou. Saindo novamente da sala.

Alfonso: Lílian vou até a lanchonete. Se me ligarem fala que to em reunião ou algo assim.

Lílian: Ok.

Alfonso deu um pequeno sorriso em forma de agradecimento e voltou a tomar seu rumo em direção a pequena lanchonete que ficava apenas alguns andaras abaixo. Tomaria o maximo de café que conseguisse, só assim poderia se manter acordado durante aquele dia.

Apartamento 1802 – 08h25min a.m.

Luiza já havia acordado e estava na cozinha junto com a mãe e a avó. Sentada no colo de Rosa, observava a mãe que andava de um lado para o outro, procurando algumas coisas. Estava curtindo um pouco os mimos da avó, já que quando estivesse em Paris não teria mais e muito menos sabia quando voltaria ali.

Luiza: A tia Mari comprou biscoito. Eu quero. – informou a mãe.

Anahí: Biscoito não é café da manhã, Lu.

Luiza: Mas ela comprou pra mim, eu quero comer.

Anahí: Você come mais tarde, agora não!

Luiza: Mã...

Anahí a interrompeu logo, antes que começasse a resmungar.

Anahí: Agora você vai tomar café. Aqui – colocou um pouco de achocolatado no copo e entregou a filha, lhe dando um sanduíche também – é pra comer tudo.

Luiza: Mas eu quero biscoito! – fez birra, ficando emburrada por estar sendo contrariada – Não quero comer isso.

Anahí: Eu não perguntei se você quer, eu estou falando que você vai comer!

Rosa observava a conversa das duas, mas não se intrometia. Sabia que Anahí detestava que interferissem na forma como ela educava a filha. Era uma das coisas que mais admirava nela. Era uma mãe muito carinhosa, mas que também sabia ser dura quando necessário. E o mais impressionante era que Luiza nunca ficava com raiva da mãe. Era apenas uma coisa passageira.

Luiza encostou o corpo na avó e a abraçou, escondendo o rosto no pescoço dela já se preparando para chorar. Sempre era assim quando acordava. Ficava sensível demais. Anahí aproximou-se dela e apoiou as mãos na mesa, a mirando.

Anahí: E se chorar não vai ter biscoito mais tarde, entendido?

A loira falava baixo e em um tom calmo, mas sua expressão era séria. Luiza observou a mãe durante um tempo e depois murmurou um “sim” bem baixo, quase impossível de ser ouvido. Anahí deu um leve sorriso e se afastou das duas, sentando do outro lado da mesa.

Anahí: Ótimo. Agora coma tudo.