Fanfic: Ironic (AyA) | Tema: Rebelde

Herrera’s Company – 09h54min a.m.

Alfonso: Certo Lílian deixe-a entrar.

Colocou o telefone no gancho novamente e voltou a ler o contrato que tinha em mãos. Quando ouviu uma batida na porta, apenas indicou que entrassem, sem nem ao menos tirar os olhos do papel. A pessoa caminhou até mesa e parou em sua frente.

Anahí: Bom dia.

Alfonso: Bom dia – levantou a cabeça e a encarou – sente-se.

Anahí confirmou com a cabeça e sentou-se bem de frente para Alfonso. Encararam-se durante alguns segundos, até que Alfonso tomou partido e começou a falar.

Alfonso: Então, é... – fez uma pequena pausa.

Anahí: Anahí.

Alfonso: Isso - sorri de leve - Eu já não te conheço? – perguntou intrigado enquanto observava atentamente o rosto delicado dela.

Anahí: Acho difícil, cheguei ontem ao país.

Alfonso: Ontem, ontem – repetiu a palavra tentando lembrar-se de onde conhecia aquela bela mulher.

Anahí: A não ser que você tenha estado ontem no aeroporto por volta das nove da manhã, aí sim...

Alfonso: Já sei – lembrou-se e inclinou um pouco o corpo para frente, aproximando-se dela de maneira quase imperceptível.

Anahí: Sabe? – perguntou confusa.

Alfonso: Você não estava no edifício da Dulce ontem de manhã?

Anahí parou e o encarou pensativa. Claro! Só podia ser. Ele era o rapaz que estava ao lado de Dulce na manhã do dia anterior. Obvio que não podia deixar de reparar nele. Apesar de toda a surpresa que havia tido o moreno não tinha conseguido passar despercebido.

Anahí: Sim. Agora me lembro de você – riu – Coincidência, não?

Alfonso: Muita. – retribuiu o sorriso – Mas vamos ao que interessa.

Anahí: Isso!

Alfonso: Perdoe a indiscrição... Você não é muito nova pra ser uma analista de sistemas não? – não conseguiu se conter e fez a pergunta.

Anahí: Em partes sim – riu de leve com uma pontinha de ironia escondida – Tive que correr atrás do meu futuro, e para isso não existe idade certa.

Alfonso: De fado – concordou com ela.

E a pequena reunião deles se estendeu por duas longas horas. Falaram detalhadamente sobre o projeto que a empresa iria realizar. Temas como horas de trabalho, comissões e salário foram abordados. Sem duvida alguma o salário era o que mais chamava a atenção da Anahí horas atrás, mas agora ela estava realmente interessa no projeto. Era diferente dos outros que ela já havia feito.

Depois da reunião Alfonso deu uma volta com ela por toda a empresa, mostrando-a tudo. Por ultimo passaram em uma sala onde um de seus futuros colegas de trabalho estava naquele momento, terminando outro projeto.

Alfonso: Ucker? – chamou pelo amigo assim que abriu a porta.

Christopher: Opa!

O rapaz levantou rapidamente da cadeira assim que viu Alfonso entrar na sala ao lado de uma bela mulher. Afinal era raro de se encontrar isso por lá. Caminhou até ela e segurou sua mão, depositando ali um singelo beijo, fazendo Anahí rir.

Christopher: Christopher, ao seu dispor.

Anahí: Ó, maravilha, heim? – riu.

Alfonso: Deixe de ser palhaço Ucker. Essa é Anahí, talvez ela seja sua futura companheira de trabalho.

Christopher: Se for virei trabalhar com todo o prazer – disse galanteador, como sempre.

Alfonso: Não toma jeito mesmo.

Ele riu, sendo acompanhado por Anahí e Christopher. Mais um ponto a favor da aceitação do projeto. Até o momento todos os companheiros de trabalho que a loira havia conhecido eram excepcionais.

Alfonso: É melhor você voltar ao trabalho.

Christopher: Certo, certo. Foi um prazer conhecê-la, Anahí – beijou-lhe a mão novamente.

Anahí: Igualmente Christopher.

Christopher: Espero que venha mesmo trabalhar aqui – piscou para ela e sorriu amigavelmente.

Anahí: Quem sabe – riu de maneira sugestiva.

Alfonso: Chega de papo, vai trabalhar Ucker.

Eles riram mais uma vez e Alfonso colocou uma mão nas costas de Anahí, induzindo-a a andar e guiando para fora da sala.

Anahí: Uma figura. – comentou quando já se encontravam do lado de fora da sala.

Alfonso: Sem duvida.

Os dois pararam em frente ao elevador do sétimo andar e Alfonso apertou o botão. Conversavam um pouco enquanto esperavam o mesmo chegar ao andar. Nada melhor do que ir se familiarizando com seu, talvez, futuro ambiente de trabalho.

Alfonso: Então, pense bem a respeito do projeto.

Anahí: Pode deixar. Até o final da semana eu te ligo e falo minha decisão. Pode ser?

Alfonso: Claro, não precisa se apressar. Quando volta para Paris?

Anahí: Provavelmente no sábado.

O elevador chega ao andar. Alfonso abre a porta e fica segurando.

Alfonso: Estarei esperando sua ligação.

Anahí sorri e confirma com a cabeça.

Anahí: Até logo.

Ela entra no elevador e Alfonso fecha a porta. Ficou alguns segundos ali parado, observando o nada. Seria ótimo se ela aceitasse a proposta. Estavam mesmo precisando de algumas figuras femininas por ali. E ela, sem duvida, representaria muito bem o papel de todas as mulheres possíveis. Deu um sorriso de canto de boca e se encaminhou para a sua sala. No meio do trajeto sentiu o celular vibrar. O tirou do bolso e viu quem estava ligando. Soltou um suspirou ao ler o nome “Dulce” no visor. Com um pouco de má vontade o atendeu.

Alfonso: Oi – entrou em sua sala e fechou a porta.

Dulce: Amor! To saindo da faculdade agora, você vem me buscar?

Alfonso: Agora? E que horas são?

Dulce: Hum – consultou o relógio que tinha no pulso – 12h15min.

Alfonso: Putz, já?

Dulce: Sim, algum problema?

Alfonso: Não, não. – apoiou o cotovelo na mesa e passou a mão pelos cabelos.

Dulce: Então amor, você vem?

Alfonso: Vou, me espera que daqui a pouco chego.

Dulce: Certo. Beijo.

Alfonso: Outro.

Ele desligou o telefone e começou a organizar as coisas na mesa. Juntou os papeis em uma pilha e pegou a chave do carro. Minutos depois já estava em frente à faculdade de Dulce, esperando a namorada sair.

Dulce: Oi amor.

Entrou no carro e deu um beijo rápido em Alfonso. Logo ele já havia voltado a dirigir, dessa vez em direção ao apartamento de Dulce.

Alfonso: Vamos pra lá mesmo ou quer almoçar fora?

Dulce: É melhor ir pra casa. A Mai me falou que tinha pedido almoço no restaurante.

Alfonso: Quando que vocês vão aprender a cozinhar, heim? Já passo da hora.

Dulce: Manda a Mai aprender –deu com os ombros – Ela que não faz nada da vida.

Alfonso: Quero ver até quanto ela vai conseguir viver assim.

Dulce: Eu também.

E o assunto morreu assim que chegaram ao local desejado. Alfonso entrou com o carro no edifício, estacionando na vaga reservada para Dulce. Desceram, cumprimentaram o porteiro e entraram no elevador. Quando chegaram ao andar deram de cara com Anahí, que saia do apartamento acompanhada por Rosa e Luiza, que segurava na mão da avó.