Fanfic: Ironic (AyA) | Tema: Rebelde

Alfonso: Está me seguindo, Anahí? – brincou com ela e riu.

Anahí: Acho que é o contrario, heim?

A loira terminou de trancar a porta do apartamento e colocou a mão no ombro da filha. Mirou Dulce e a cumprimentou apenas com o aceno de cabeça, que foi igualmente retribuído. O clima havia ficado um pouco pesado, apenas pela presença da ruiva naquele corredor.

Alfonso: Sua filha? – indicou Luiza com a cabeça.

Anahí: Sim.

Alfonso: Linda demais. – admirou a ruivinha.

Anahí: Agradece Lu. – afagou as costas da garota.

Luiza: Obrigada moço. – disse tímida.

Alfonso: Por nada – sorriu.

Anahí mirou Dulce mais uma vez e percebeu pelo seu semblante que ela estava se mordendo de ciúmes. Era mulher também, sabia reconhecer essas reações muito bem. Principalmente pela mão dela, que não largava a de Alfonso por nada.

Anahí: Bom, eu vou lá.

Alfonso: Claro. – soltou a mão de Dulce e abriu a porta do elevador para elas entrarem.

Anahí: Obrigada.

Sorriu em forma de agradecimento e entrou no elevador, sendo seguida pela filha e pela mãe.

Alfonso: Tchau garotinha.

Luiza: Tchau – balançou a mão dando tchau.

Alfonso riu e fechou a porta do elevador. Virou em direção à namorada e a viu com os braços cruzados e a cara amarrada. Respirou fundo se controlando. Lá vinha uma grande briga. Nada fora do comum, pena que ele já não tinha mais tanta paciência para essas crises de Dulce.

Alfonso: O que foi? Porque essa cara?

Dulce: Ainda pergunta?

Alfonso: Sim, porque não vejo motivo para você estar assim.

Dulce: Ah, não ta? – irônica.

Alfonso: Não estou – respondeu calmo.

Dulce: Pois eu te falo. Você estava todo, todo conversando com a Anahí!

Alfonso: Todo, todo? – riu – Dulce, por favor...

Dulce: Essa mulher é uma piranha! – começou a elevar o tom de voz.

Alfonso: Epa, epa – cortando ela – Vamos falar baixo, sim?

Dulce bufou de raiva e virou a cabeça para o lado. Sempre fora ciumenta, mas não tanto. Porém ao ver Alfonso falando com Anahí como se já a conhecesse há anos não se controlou. Como fazia tempo que não à via, imaginava que ela ainda tinha o mesmo jeito fácil da adolescência. Ou seja, poderia ser uma ameaça para o seu namoro. E não podia negar que ela fazia o estilo que os homens gostavam, e sem duvida Alfonso não seria uma exceção.

Dulce: É melhor conversar lá dentro.

Alfonso nada falou, apenas seguiu Dulce. Entraram no apartamento e cumprimentaram Maite que estava na cozinha beliscando o almoço.

Maite: Ainda bem que chegaram. To morrendo de fome.

Dulce: Espera um pouquinho Mai, temos umas coisas pra conversar.

Maite: Ih, que caras são essas? – estranhou o jeito dos dois.

Dulce: Nada demais. Já voltamos.

Os dois saíram da cozinha e deixaram ali uma Maite totalmente confusa e curiosa.

Já dentro do quarto o clima estava muito pesado. Alfonso permaneceu parado no meio do cômodo e de frente pra Dulce que havia sentado na cama. Aquela era a hora de resolverem tudo. Por tudo em pratos limpos para poderem seguir em frente... Ou acabar com o relacionamento de vez.

Alfonso: Pode começar a falar.

Dulce: Eu?! Você que tem que falar.

Alfonso: Não mesmo. Você vai me contar o que está acontecendo. Porque toda essa implicância com a Anahí?

Dulce: Não é nada – disfarçou – Só não quero você de papo com ela.

Alfonso: Certo – riu – Dulce, aja como uma adulta, ok? Ontem quando você a viu ficou toda estranha, eu perguntei o porquê e você não falou. Hoje já chamou ela de piranha. Quero uma explicação convincente pra isso.

Dulce: Não tenho culpa se ela é uma piranha – deu com os ombros.

Alfonso: E porque ela é?

Dulce: Que interrogatório! – levantou da cama – porque esse interesse todo?

Alfonso: Estou curioso, quero saber.

Dulce: Mas isso não te diz respeito.

Alfonso: Aí que você se engana... Se você não quer que eu fale com ela, mereço pelo menos saber o motivo, não concorda?

Ele a encarou seriamente. Nunca havia deixado de falar com absolutamente ninguém por causa de capricho de uma namorada, e não seria agora que isso aconteceria. Mas, precisava jogar verde para obter respostas coerentes vindas de Dulce já que a garota estava disposta a não abrir a boca.

Dulce virou de costas para o namorado e encarou a parede. Estava em duvida se contava tudo ou não. Poderia omitir algumas partes e colocar a historia toda ao seu favor. Mas fazendo isso correria o risco de que ele descobrisse depois. Pelo que podia ver ele já estava virando amiguinho de Anahí, e a verdade poderia vir a tona mais cedo do que ela imaginava.

Ao mesmo tempo pensava que o namorado não teria porque reclamar ou julgá-la por nenhuma atitude errada que ela havia tomado no passado. Afinal, ela era jovem e não tinha plena consciência de seus atos.

Dulce: Bom – tomou coragem e começou a falar – Mai e eu conhecemos a Anahí no colégio. Podemos dizer que éramos melhores amigas, nós três...

Enquanto Dulce narrava toda a história Alfonso apenas ouvia e não emitia nenhuma opinião. Na verdade nem ao menos conseguia acreditar em tudo que estava ouvindo. Como namorava há tanto tempo com uma garota e não tinha ideia desse outro lado dela? Afinal, se ela já havia virado as costas para uma amiga no momento que ela mais precisava poderia muito bem repetir o ato com qualquer outra pessoa.

Dulce: Pronto, foi isso. Ela engravidou e foi morar fora. Depois nunca mais tive noticias dela, por isso fiquei surpresa ao vê-la aqui ontem.

Alfonso: Mas vocês não eram amigas? – perguntou sem entender – Porque agiram dessa forma?

Dulce: Éramos adolescentes Poncho – justificou – estudávamos em uma escola pequena e morávamos em uma cidade menor ainda. Se ficássemos do lado dela íamos ficar faladas, entendeu?

Alfonso: E isso era mais importante do que a amizade de vocês?

Alfonso estava inconformado. Tentava de todas as maneiras entender toda aquela historia. Imaginava como Anahí deveria ter sofrido com tudo aquilo. Pessoas que ela imaginava serem suas amigas na verdade não eram. Porque se fossem não agiriam daquela maneira. Mirava à namorada e tentava ver através dos olhos dela algum resquício de arrependimento ou algo assim. Mas não encontrou nada. Isso só serviu para sua perplexidade aumentar. Será que Dulce era tão fria ao ponto de não se importar com aquilo?

Dulce: Não sei Alfonso. – começou a se irritar – E isso já passou, não adianta mais falar. Por isso não quero que você converse com ela. Ela sempre foi uma garota fácil demais.

Alfonso: Anos já se passaram Dulce. Ela pode muito bem ter mudado.

Dulce: Não me importa! Eu não quero você falando com ela, droga!

Alfonso: Eu não vou ceder aos seus caprichos – levantou da cama e mirou a namorada. Falava com uma calma que só servia para irritar a garota ainda mais

Dulce: Quer dizer que vai continuar amiguinho dela? – irônica.

Alfonso: Se ela realmente aceitar vir trabalhar aqui, continuarei com todo o prazer. Ela é uma excelente mulher.

Dulce: Como é?! – surpresa – Trabalhar aqui?

Alfonso: Sim. Se ela aceitar irá trabalhar lá na empresa.

Dulce: Mas que raiva! – disse totalmente descontrolada.

Alfonso: O que está acontecendo com você Dulce? Que cena mais infantil.

Dulce: Ah, agora eu sou criança? Não sou tão experiente como aquela lá? – irônica.

Alfonso respirou fundo uma, duas, três vezes. Estava se controlando para não perder a paciência com Dulce. Já conhecia muito bem aquele gênio da namorada. Mas simplesmente não agüentava mais.

Alfonso: Eu desisto. Quando você resolver deixar sua idade mental igual à idade física me avisa que a gente conversa.

Saiu do quarto de Dulce irritado e fechou a porta, sem ao menos se dar ao trabalho de olhar para trás. Passou pela sala ignorando as chamadas de Maite e saiu do apartamento. Poucos segundos depois Maite já estava no quarto da amiga e tentava consolá-la, que chorava encima da cama.

Dulce: Merda, merda, merda! Eu não devia ter contado a historia a ele. Eu sabia!

Maite: Que historia Dulce? Se acalma, por favor – via a amiga chorar cada vez mais e não sabia o que fazer.

Maite teve que esperar alguns minutos até a amiga se acalmar, o que parecia impossível.

Dulce: A historia da Anahí, Mai. Ele já ta todo amiguinho dela, acredita?

Maite: Sério?!

Dulce: Sim! E ficou defendendo ela aqui. Até de criança me chamou!

Maite: Chamou mesmo? – perguntou surpresa.

Dulce: Com todas as palavras não, mas de um jeito bem pior.

Maite: Me conta isso direito.

Já um pouco mais calma Dulce contava detalhadamente toda a conversa que havia tido minutos antes com Alfonso. Claro que tendo alguns ataques de raiva e choro durante esse período. Anahí mal havia voltava e tudo já estava virando de cabeça para baixo.