Fanfics Brasil - Conversando com Poncho ao telefone... O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]

Fanfic: O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]


Capítulo: Conversando com Poncho ao telefone...

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Eu o conheci antes, agora digo para mim mesma. Não é mais inexpugnável do que a defesa no caso Chris, mas eu me agarro nisso por uns momentos. Imagino minha jurada compreensiva se inclinando para frente enquanto absorve essa informação. Ela até mesmo levanta a questão durante as deliberações.
- Se não fosse pela Anahí, Alfonso e Mayte nunca teriam se encontrado. Portanto, de certa forma, Anahí merece um tempo com ele.
Os outros jurados olham para ela incrédulos, e a Terninho Chanel fala para ela não ser ridícula. Que isso não tem nada a ver com nada.
- De fato, pode até ser que funcione ao contrário - retruca Terninho Chanel - Anahí teve sua chance de estar com Alfonso, mas essa oportunidade já passou há muito tempo. E agora ela é a madrinha. A madrinha! Trata-se da traição máxima!


Trabalho até tarde naquela noite, adiando retornar a ligação de Poncho. Considero até mesmo esperar até amanhã de manhã, até o meio da semana, ou nem telefonar. Só que quanto mais eu esperar, mais estranho será quando inevitavelmente me encontrar com ele. Então eu me forço a sentar e ligar. Torço para que caia na secretária eletrônica. São 22h30. Com o mínimo de sorte ele já vai ter ido embora, vai estar em casa ao lado da Mayte.
- Alfonso Herrera - responde ele, o tom é todo profissional. Poncho está de volta à Goldman Sachs, tendo sabiamente optado. Por trilhar o caminho dos bancos em vez do caminho dos escritórios de advocacia. O trabalho é mais interessante e o dinheiro é melhor.
- Annie! - Ele parece genuinamente feliz que eu tenha telefonado, embora um pouco nervoso, a voz meio alta demais. - Obrigado por ter ligado. Estava começando a achar que você não ia telefonar.
- Eu ia. É só que ... estava muito ocupada ... um dia louco. - Gaguejo. Minha boca está completamente seca.
- É, aqui também está uma loucura. Segunda-feira típica - diz ele, soando um pouco mais relaxado.
- É...
Há uma pausa incômoda - bem, pelo menos eu acho incômoda. Será que ele espera que eu mencione o Incidente?
- Então? Como é que você está se sentindo? - a voz dele está mais baixa.
- Como estou me sentindo? - meu rosto está pegando fogo, estou suando, não consigo afastar a idéia de vomitar o sushi que comi no jantar.
- Quer dizer, o que você acha do que aconteceu sábado? - a voz dele fica ainda mais baixa, quase um sussurro. Talvez ele esteja apenas sendo discreto, certificando-se de que ninguém no escritório o escuta, mas o tom é de intimidade.
- Não sei o que você está me perguntando ...
- Você está se sentindo culpada?
- É claro que estou me sentindo culpada. Você não?
Olho pela janela para as luzes de Manhattan, na direção do seu escritório no Centro.


- Bem, é, eu me sinto - ele diz com sinceridade. - Obviamente não deveria ter acontecido. Não há dúvidas a esse respeito. Foi errado... e eu não quero que você pense que, você sabe, que isso é uma coisa que faço sempre. Eu nunca tinha traído a Mayte antes. Nunca ... você acredita, não?
Digo a ele que é claro que sim. Quero acreditar nele.
Outro silêncio.
- Pois é, para mim essa foi a primeira vez - diz ele. Mais silêncio. Imagino Alfonso com os pés em cima da mesa, o colarinho desabotoado, a gravata jogada sobre o ombro. Ele fica bem de terno. Quer dizer, ele fica bem com qualquer coisa. E sem nada também.
- Ahã - digo. Estou segurando o telefone com tanta força que os meus dedos doem. Troco de mão e enxugo a mão suada na saia.
- Eu me sinto muito mal que você seja amiga tão antiga da Mayte, e essa coisa que aconteceu entre nós dois ... deixa você numa posição pavorosa - ele pigarreia e continua. - Mas, ao mesmo tempo, não sei...
- O que você não sabe? - pergunto, contra minha decisão sensata de que é melhor colocar um ponto final na conversa, desligar o telefone, usar meu instinto e fugir.
- Não sei. Eu só... bem, de alguma maneira ... bem, falando objetivamente, sei que o que fiz foi muito errado. Mas simplesmente não me sinto culpado. Isso não é horrível? ... Você acha que sou pior por causa disso?
Não tenho a menor idéia de como responder a essa pergunta. "Sim" parece cruel e crítico; "não" pode dar bandeira. Encontro um meio-termo seguro.
- Não tenho como julgar ninguém, tenho? Eu estava lá... eu também fiz.
- Eu sei, Annie. Mas a culpa foi minha.
Penso no elevador, a sensação do cabelo dele entre os meus dedos.
- Nós dois estávamos errados ... Nós dois estávamos bêbados. Devem ter sido aquelas doses ... simplesmente me pegaram de jeito e eu não tinha comido muito naquele dia - fui falando na esperança de que a conversa acabasse.
Poncho me interrompe.
- Eu não estava tão bêbado assim - diz ele com todas as letras, quase desafiador.
Você não estava tão bêbado?


Como se tivesse lido meus pensamentos, ele continuou.
- Quer dizer, é verdade, tomei alguns drinques, estava mais desinibido, mas sabia o que estava fazendo e, de certa forma, acho que quis que aquilo acontecesse ... Bem, suponho que essa seja uma declaração um tanto óbvia ... Mas o que eu quero dizer é que conscientemente eu quis que aquilo acontecesse. Não que tivesse sido premeditado. Mas já tinha passado pela minha cabeça várias vezes antes ...
Várias vezes antes? Quando? Na faculdade? Antes ou depois de você conhecer Mayte?
De repente, lembro de uma ocasião pré-Mayte quando Poncho e eu estávamos estudando para as nossas provas de Responsabilidade Civil na biblioteca. Era tarde e nós estávamos meio grogues, quase delirantes por falta de sono e excesso de cafeína. Poncho começou a imitar Zigman, citando certas frases preferidas dele, e eu ri tanto que cheguei a chorar. Quando finalmente me recompus, ele se inclinou sobre a mesa estreita e enxugou uma lágrima do meu rosto com seu polegar. Exatamente como numa cena de filme, com a diferença que nos filmes as lágrimas geralmente são de tristeza. Ficamos olhando fixamente um para o outro.
Fui a primeira a desviar o olhar, voltando para o livro, as palavras pulando por toda a página. Não pude, por mais que me esforçasse, me concentrar em negligência ou causa imediata, apenas na sensação de seu dedo em meu rosto. Mais tarde, Poncho se ofereceu para me acompanhar de volta ao meu dormitório. Educadamente disse que não precisava, que estaria bem sozinha. Naquela noite, quando começava a dormir, decidi que tinha apenas imaginado sua intenção, que Poncho nunca me consideraria mais do que uma amiga. Ele estava apenas sendo gentil.
Ainda assim, às vezes imagino o que teria acontecido se eu não tivesse ficado tão na defensiva. Se eu tivesse dito sim à oferta dele naquela noite. Neste momento estou pensando intensamente nisso.
Poncho continua falando.


- É claro que estou bem consciente de que isso nunca mais vai poder acontecer - diz ele com convicção. - Certo? - Essa última palavra é sincera, ele está quase sem defesas.
- Certo. Nunca mais, em tempo algum - digo e na mesma hora me arrependendo da minha juvenil escolha de palavras. - Foi um erro.
- Mas não me arrependo. Eu deveria, mas simplesmente não me arrependo - diz ele.
Isso é tão estranho, penso, mas não digo nada. Apenas fico parada, esperando que ele fale novamente.
- Enfim, Annie, sinto muito por ter colocado você nesta posição. Mas achei que deveria saber como me sinto - Poncho conclui e depois ri nervosamente.
Digo tudo bem, agora eu sei, e acho que devemos seguir em frente e deixar isso para trás e todas essas coisas que achei que Poncho tinha ligado para dizer. Nós nos despedimos, então desligo o telefone e fico olhando pela janela, atordoada. A ligação que deveria representar um ponto-final apenas trouxe mais desassossego. E uma minúscula inquietação dentro de mim, uma inquietação que decido sufocar.
Levanto, apago a luz do escritório e desço até o metrô, tentando tirar Poncho da cabeça. Mas enquanto espero na plataforma, volto a me lembrar do nosso beijo no elevador. A sensação do cabelo dele. E a forma como ele dormiu na minha cama, coberto só em parte por meus lençóis. Essas são as imagens das quais eu me lembro mais. São como fotografias de ex-namorados: você quer desesperadamente jogar fora, mas não tem coragem de se livrar delas. Então, em vez de jogar fora, guarda numa caixa de sapato velha, no fundo do armário, e decide que não há mal nenhum em guardá-las. Só para o caso de querer abrir a caixa e lembrar alguma coisa dos bons tempos.


 



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Autor(a): narynha

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Estamos a apenas alguns dias do começo oficial do verão e Mayte não fala de outra coisa que não seja os Hamptons. Ela telefona e me manda e-mails o tempo todo, encaminhando informações sobre festas no feriado do Memorial Day, reservas em restaurantes e lojas com vendas especiais de peças usadas em desfiles ou mostruário ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 85



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  • franmarmentini Postado em 21/02/2014 - 15:43:56

    olá vou ler...

  • dannystar Postado em 28/10/2009 - 14:05:27

    Ameiiiiiii o final =)
    Tmb estou esperando pela próxima web!!!]Q seja d AyA...assim estarei lá...para ler e comentar...Olha ate rimo...rsrsrs...Bjim!!!

  • rss Postado em 28/10/2009 - 12:28:23

    que lindo o final ficou fofo,tou esperando pela sua proxima web.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:54:22

    AMEI A WEB,AMEI O FINAL TAMBÉM.
    MAIS VOU SENTIR FALTA DESSA WEB.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:41

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:29

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  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:16

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:35:40

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:34:55

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:34:46

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