Fanfics Brasil - Eu e meus relacionamentos (Parte I) O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]

Fanfic: O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]


Capítulo: Eu e meus relacionamentos (Parte I)

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Talvez eu não tenha mesmo um tipo. Quando considero os relacionamentos que tive, não dá para formar uma imagem. Não que a amostra possa ser considerada estatisticamente significante: além de Shane, no segundo grau, tive apenas três namorados.
A verdadeira história dos meus namoros começou no primeiro semestre da faculdade na Duke. Eu morava num dormitório misto e todas as noites nos reuníamos na sala para estudar (ou fingir que estudávamos), para ficar por ali e ver programas de TV como Barrados no Baile e Melrose Place. Foi naquela sala que começou minha grande paixão por Hunter Bretz, do Mississippi. Hunter era um nerd magricela, mas eu era maluca por ele. Adorava sua inteligência, sua fala suave e arrastada e o modo como seus olhos castanhos se fixavam no nosso olhar quando falávamos com ele, como se realmente se importasse com o que tínhamos a dizer. Minha colega de quarto, Celina, uma garota de Jersey que tinha um cabelão, declarou que, apesar de os meus sentimentos serem "um mistério fodido", ela me dava força para convidá-lo para sair. Não foi o que fiz, mas realmente me esforcei para estabelecer uma amizade, vencendo a barreira da sua casca de timidez para conversar com ele sobre poesia e literatura. Acreditava estar realmente fazendo progressos com Hunter quando Joey Merola entrou na jogada.
Joey era o oposto de Hunter: um cara ligado em esportes, todo agitado, com uma risada alta. Ele participava de todos os esportes de quadra disponíveis e estava sempre chegando à sala dos alunos todo suado, com uma história sobre o time dele ter se recuperado nos últimos segundos para acabar ganhando uma partida. Ele era o tipo de cara que se orgulhava do quanto comia e do fato de ser capaz de passar em literatura sem nunca chegar a ler um livro.


Numa quinta à noite, Joey, Hunter e eu fomos os últimos a sair da sala porque ficamos conversando sobre religião, pena de morte e sentido da vida - assuntos que eu imaginava que discutiria na faculdade, longe de Mayte e de suas aspirações mais superficiais. Joey era ateu e a favor da pena de morte. Como eu, Hunter era meto dista e contra a pena de morte. Nenhum de nós estava bem certo a respeito do sentido da vida. Conversamos sem parar e eu estava disposta a permanecer ali até Joey ir embora, para acabar ficando com Hunter. Mas, um pouco depois das duas, Hunter jogou a toalha.
- Está bem, pessoal, tenho uma aula amanhã cedo.
- O que é isso, cara. Mata essa aula. Eu nunca vou à aula das oito - declarou. Joey todo orgulhoso.
Hunter sorriu.
- Acho que se estou pagando pela aula, não devo faltar.
Essa era uma outra coisa que eu gostava no Hunter. Era ele quem pagava por seus estudos, ao contrário da maioria dos meninos ricos da Duke. Então ele disse boa-noite e eu melancolicamente o observei saindo com seu andar relaxado e vagaroso para fora da sala. Joey não perdeu nem um minuto, continuou apenas tagarelando, voltando a mencionar o fato de nós dois sermos de Indiana - a duas cidades de distância um do outro - e de tanto o meu pai quanto o dele terem estudado na Universidade de Indiana (o dele tinha jogado no time de basquete). Atiramos nomes para lá e para cá e conseguimos acertar dois. Joey conhecia Kuno, o ex-namorado de Mayte, das páginas do jornal de esportes local. E nós dois sabíamos quem era Tracy Purlington, uma menina promíscua de uma cidade vizinha às nossas.
Finalmente, quando eu disse que tinha mesmo de ir dormir, Joey subiu comigo e me beijou embaixo da escada. Pensei em Hunter, mas ainda assim retribuí o beijo, animada de estar vivendo algum tipo de experiência universitária de verdade. Àquela altura, Angelique já havia encontrado Diego, seu atual marido (e perdido a virgindade com ele), e, na última vez que eu tinha parado para contar, Mayte já se envolvera com uns quatro caras.


Na manhã seguinte, me arrependi de ter beijado Joey. Ainda mais quando encontrei Hunter sentado entre as estantes da biblioteca, debruçado sobre um livro de estudos. Mas meu arrependimento não foi suficiente para me impedir de beijar Joey novamente no fim de semana, dessa vez na lavanderia, enquanto esperávamos nossas roupas secarem. E isso continuou até que todo mundo no nosso dormitório, inclusive Hunter, já soubesse que eu e Joey tínhamos alguma coisa. Calina ficou super entusiasmada por mim: disse que Joey deixava Hunter no chinelo e que tinha a bunda mais bonita do dormitório. Escrevi para Mayte e Angelique contando sobre meu novo namorado, sobre como não me interessava mais por Hunter (apenas parcialmente verdade) e como estava feliz (razoavelmente feliz). Ambas fizeram uma pergunta: estaria eu disposta a tudo com Joey?
Eu estava incerta quanto ao sexo. Um lado meu queria esperar até estar profundamente apaixonada, talvez até casada. Mas eu também estava bastante curiosa para descobrir o que era isso de que tanto falavam, e queria desesperadamente ser sofisticada e experiente. Portanto, depois de seis respeitáveis semanas ao lado de Joey, dirigi-me até a clínica de saúde da universidade e voltei para o meu quarto com uma receita para uma pílula anticoncepcional que Mayte garantia não provocar aumento de peso. Um mês depois, com a proteção adicional de um preservativo, Joey e eu realizamos o grande feito. Era a primeira vez dele também. A Terra não saiu do lugar durante aqueles dois minutos e meio, como Mayte havia dito na primeira vez dela com Carlos. Mas também não doeu tanto quanto Angelique avisou que doeria. Eu estava aliviada de ter tirado isso do caminho e feliz de me juntar às amigas da minha terra natal em toda a sua glória feminina. Joey e eu nos abraçamos na cama de baixo do beliche do meu quarto e dissemos que nos amávamos. A nossa foi uma primeira vez melhor do que a maioria.


Mas naquela primavera havia duas bandeiras indicando que Joey não era o homem dos meus sonhos. Em primeiro lugar ele se juntou a uma fraternidade estudantil e levou a coisa toda muito a sério. Uma noite, quando brinquei com ele a respeito do aperto de mão secreto da fraternidade, ele me disse que, desrespeitando sua irmandade, o desrespeitava também. Por favor. Em segundo lugar, Joey começou a ficar obcecado com o basquete da Duke, dormindo em barracas para conseguir ingressos para os grandes jogos, pintando o rosto de azul e pulando para cima e para baixo em torno da quadra com os demais "Cameron Crazies". A cena toda era um pouco demais, mas acho que não teria me importado com o seu entusiasmo se ele tivesse vindo de New Hampshire ou de um outro estado sem maiores ligações com o basquete. Acontece que ele era de Indiana. Da região das dez grandes universidades. O pai dele havia jogado nos Hoosiers, pelo amor de Deus. E lá estava ele, aquele tipo repentino de fã radical que dizia coisas como "Gosto da Duke desde o início dos tempos e me amarro em Bobby Hurley porque uma vez ele bebeu na minha fraternidade". Mas olhei além dessas imperfeições e seguimos em frente durante o segundo e o terceiro anos de faculdade.
Então uma noite, depois que Wake Forest venceu Duke no basquete, Joey apareceu no meu quarto num humor péssimo. Começamos a discutir por nada e por tudo. No princípio eram questões pequenas: ele disse que eu roncava e me esparramava na cama (como é que você faz para não se esparramar numa cama de solteiro?). Reclamei que ele constantemente confundia nossas escovas de dente (quem comete esse tipo de erro?). A discussão evoluiu para assuntos mais complicados e não teve mais volta quando ele me chamou de intelectual ente diante e eu o chamei de vira-casaca infame que realmente acreditava que o rosto pintado de azul contribuía para os campeonatos da Duke. Antes de ir embora todo exaltado, ele me disse para pegar leve e ter algum orgulho da escola.


No dia seguinte, voltou com uma cara séria e sua ensaiada introdução "precisamos conversar", seguida da conclusão "seremos sempre próximos". Eu fiquei mais chocada do que triste, mas concordei que talvez devêssemos ter uma experiência universitária mais diversificada, o que na verdade significava namorar outras pessoas. Combinamos que seríamos sempre amigos, mesmo que eu soubesse que não tínhamos muita coisa em comum para que isso acontecesse.
Não derramei uma lágrima sequer até que o encontrei numa festa, de mãos dadas com Betsy Wingate, que também tinha sido do nosso dormitório no primeiro ano. Não queria estar segurando a mão dele, por isso soube que minha reação era apenas um misto de nostalgia e orgulho ferido. Me arrependi de não ter lutado por Hunter, que há muito já fora fisgado por uma outra universitária sensata.
Telefonei para Mayte num raro caso de inversão de papéis, buscando conforto da expert dos relacionamentos. Ela me disse para não olhar para trás, que eu tinha algumas boas e bem animadas lembranças universitárias com Joey, alguma coisa que não viveria com Hunter, que socialmente teria me puxado para baixo.
- Além do mais - disse ela, compenetrada -, Joey ensinou a você o básico do sexo previsível e o estilo papai-mamãe. E isso vale alguma coisa, certo?
Isso era o que ela entendia por levantar o moral. Acho que ajudou um pouquinho.
Fiquei um tempo desejando que Hunter e sua namorada terminassem, mas isso nunca aconteceu. Nunca mais namorei ninguém na Duke, e também durante a maior parte do curso de Direito. O longo período de seca finalmente acabou com Nate Menke.



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Autor(a): narynha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 85



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  • franmarmentini Postado em 21/02/2014 - 15:43:56

    olá vou ler...

  • dannystar Postado em 28/10/2009 - 14:05:27

    Ameiiiiiii o final =)
    Tmb estou esperando pela próxima web!!!]Q seja d AyA...assim estarei lá...para ler e comentar...Olha ate rimo...rsrsrs...Bjim!!!

  • rss Postado em 28/10/2009 - 12:28:23

    que lindo o final ficou fofo,tou esperando pela sua proxima web.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:54:22

    AMEI A WEB,AMEI O FINAL TAMBÉM.
    MAIS VOU SENTIR FALTA DESSA WEB.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:41

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  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:29

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  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:16

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:35:40

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:34:46

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