Fanfics Brasil - Eu e meus relacionamentos (Parte II) O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]

Fanfic: O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]


Capítulo: Eu e meus relacionamentos (Parte II)

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Conheci Nate no nosso primeiro ano do curso de Direito, numa festa, mas pelos três anos seguintes a gente mal se falou, só dizíamos olá de passagem. Então acabamos matriculados na pequena turma de uma matéria chamada A Valorização do Eu: Direito e Sociedade na Era do Individualismo. Nate falava em sala com freqüência, mas não apenas para ouvir a si próprio falando, como acontecia com metade das pessoas no curso de Direito. Ele realmente tinha coisas interessantes para dizer. Um dia, depois de eu ter defendido uma idéia de forma decente, ele me perguntou se eu não queria tomar um café para discutir um pouco mais o assunto. Ele pediu um café preto e eu me lembro de copiá-lo, porque me pareceu mais sofisticado do que despejar leite e açúcar na minha xícara. Depois do café, demos uma longa caminhada pelo Village, parando em lojas de CDS e de livros usados. Depois disso, fomos jantar, e, lá pelo final da noite, já estava claro que nos tornaríamos um casal.
Eu estava maravilhada de ter um namorado novamente e logo fiquei encantada com todas as coisas a respeito de Nate. Gostava, por exemplo, do rosto dele. Ele tinha olhos lindos demais. Eram ligeiramente puxados, o que o faria parecer um oriental, não fosse por seu colorido claro. Gostava também da personalidade dele. Tinha um jeito manso de falar, mas sabia impor sua vontade, ser politicamente ativo de um jeito desafiador e enfurecido. Era difícil acompanhar todas as causas que ele defendia, mas tentei e até me convenci de que me sentia da mesma forma. Comparado a Joey, capaz somente de nutrir uma paixão por um time de basquete, Nate parecia tão real. Ele também era muito intenso na cama. Apesar de não ter tido muitas parceiras antes de mim, parecia bastante experiente, sempre me conclamando a tentar alguma coisa nova. "Que tal isso?","Que tal aquilo?", perguntava ele e então memorizava a posição e fazia igualzinho na próxima vez.


Nate e eu nos formamos no curso de Direito e passamos o verão na cidade, estudando para o Exame da Ordem. Todos os dias íamos para a biblioteca juntos, fazendo intervalos apenas para as refeições e para dormir. Hora após hora, dia após dia, semana após semana, entulhávamos nossos já abarrotados cérebros com milhares de regras, fatos, leis e teorias. Tanto eu quanto ele estávamos movidos menos por um desejo de vencer do que pelo medo avassalador de falhar, coisa que Nate atribuía ao fato de sermos filhos únicos. O interminável martírio nos aproximou. Estávamos ambos arrasados, mas felizes juntos em nosso arraso.
Só que naquele outono apenas um de nós permaneceu arrasado. Nate começou a trabalhar como promotor substituto no Queens e eu comecei meu trabalho num escritório de advocacia em Midtown. Ele amava o trabalho dele e eu detestava o meu. Enquanto Nate entrevistava testemunhas e se preparava para julgamentos, eu ficava relega da à produção de documentos: a tarefa mais desprezível da profissão. Passava as noites sentada em salas de reunião, estudando pilhas de papel em intermináveis caixas de papelão. Olhava para as datas naqueles documentos e pensava: Eu tinha acabado de tirar minha carteira de motorista quando esta carta foi datilografada e aqui está ela, ainda em meio a um ciclo interminável de litígios.Tudo parecia tão sem sentido.
A não ser pelo meu relacionamento com Nate, minha vida estava sem perspectivas. Comecei a me valer mais e mais dele como minha única fonte de felicidade. Freqüentemente dizia a ele que o amava e sentia mais alívio que alegria quando ele me dizia de volta a mesma coisa. Comecei a pensar em casamento, até mesmo conversava sobre nossos filhos hipotéticos e onde todos nós poderíamos viver.


Então, uma noite, Nate e eu fomos a um bar no Village para assistir a uma cantora de música folk do Brooklyn chamada Carly Weinstein. Depois da apresentação, Nate, eu e algumas outras pessoas ficamos conversando com a cantora enquanto ela se desvencilhava do violão, com a mesma delicadeza que uma mãe tem com o seu bebê.
- Suas letras são lindas ... de onde você tira inspiração? - Nate perguntou a ela, os olhos arregalados.
Naquele exato momento fiquei preocupada. Me lembrei daquele olhar do nosso primeiro encontro, quando saímos para um café. Fiquei ainda mais ansiosa quando ele comprou um CD dela. Ela não era tão boa assim. Acho que Nate e Carly saíram juntos na semana seguinte, porque houve uma noite em que não consegui descobrir onde ele estava, e em que ele só atendeu ao celular depois da meia-noite. Tive muito medo de perguntar onde ele estava. Além do mais, eu já sabia. Ele tinha mudado. Olhava para mim de um modo diferente, uma sombra sobre o rosto, o pensamento em outro lugar.
Logo depois disso, como era de se esperar, tivemos a conversa definitiva. Nate foi bem direto.
- Estou interessado em outra pessoa - declarou. - Sempre prometi que contaria a você.
Me lembro muito bem dessas conversas, me lembro de gostar da minha força e confiança quando dizia a ele que se algum dia conhecesse alguém, deveria simplesmente me contar, que eu saberia lidar com a situação. É claro, naquela época eu não imaginava que isso pudesse ultrapassar a esfera do hipotético. Quis retirar todas as minhas declarações altivas e dizer no lugar delas que preferia enormemente uma mentira delicada sobre estar precisando de espaço ou de um tempo sozinho.
- Por acaso é a Carly? - perguntei com um nó na garganta.
Ele ficou chocado.
- Como é que você sabe?
- Simplesmente percebi - respondi, incapaz de controlar o choro.
- Sinto muito - disse Nate me abraçando. - Machucar você assim desse jeito me mata. Mas eu tinha de ser honesto. Devia isso a você.


Então ele tinha uma nova garota e tinha de ser nobre. Tentei ficar com raiva, mas como é que você pode ter raiva de alguém porque esse alguém não quer ficar com você? Em vez disso, fiquei apenas na maior fossa, engordei alguns quilos e renunciei solenemente aos homens.
Nate continuou telefonando alguns meses depois do nosso rompimento. Sabia que ele estava apenas sendo gentil, mas seus telefonemas me davam falsas esperanças. Não conseguia deixar de perguntar sobre a namorada dele.
- Carly vai bem - dizia meio acanhado. Então uma vez ele respondeu:
- Vamos morar juntos ... e acho que vamos ficar noivos ... - a voz dele foi sumindo.
- Parabéns. Isso é ótimo. Estou muito feliz por vocês - disse.
- Obrigado, Anahí. Ouvir isso significa muito para mim.
- É... Boa sorte para vocês e tudo o mais, mas acho que não quero mais que você me telefone, certo?
- Entendo - disse ele, provavelmente aliviado de ser dispensado.
Desde então não ouvi mais falar nele. Não tenho certeza se eles se casaram, ou quando se casaram, mas às vezes ainda procuro por Carly Weinstein quando vou comprar CDS. Por enquanto ela ainda não fez sucesso.
Olhando em retrospecto, me questiono se realmente amava Nate, ou apenas a segurança do nosso relacionamento. Fico imaginando se na verdade meus sentimentos por ele não tinham muito a ver com o fato de odiar meu trabalho. Do Exame da Ordem até aquele ano infernal como funcionária de um escritório, Nate foi minha válvula de escape. E às vezes isso pode se parecer muito com amor.


Um tempo razoável se passou depois dele. Perdi os quilos que havia ganhado no fim do namoro, clareei meu cabelo e aceitei uma série de encontros às cegas. Nos piores casos eram terríveis. Nos melhores, apenas desconfortáveis e nada memoráveis. Então conheci Alec Kaplan no Spy Bar, no Soho. Estava com Mayte e algumas das suas amigas do trabalho quando ele e seus amigos metidos nos abordaram. Alec, é claro, começou investindo em Mayte, mas ela o empurrou para mim - literalmente, com as mãos nas costas dele e instruções firmes do tipo: "Fala aqui com a minha amiga." Para ela, aquilo era o máximo da generosidade. Embora tivesse Poncho, ela não era do tipo que dispensava atenção masculina.
- Ele é uma graça - sussurrava Mayte para mim. - Vai fundo.
Ela estava certa, Alec era uma graça. Mas era todo ligado em imagem. O tipo de cara que aposenta o uniforme de universitário bacana - com bonés de beisebol nojentos e intencionalmente invertidos, camisetas de festas de fraternidades estudantis e cintos de couro trançados - para trocá-lo pelo uniforme do cara de vinte e poucos anos, urbano, bacana, que usa camisetas apertadas de tecido sintético, calças pretas com um ligeiro brilho e toneladas de gel no cabelo. Ele exagerava na quantidade de piadas do tipo "um cara entra num bar" (nenhuma delas engraçada) e histórias de guerra com os velhos personagens de sempre (nenhuma delas impressionante). Quando ele pagou uma bebida para mim naquela primeira noite, sacou uma nota de cem dólares e disse em voz alta para o barman que sentia muito, mas não tinha menor. Em resumo, era um típico exemplo do que Mayte e eu chamávamos de MFD - Muito Forçado Demais.


Mas Alec era inteligente o bastante, divertido o bastante e legal o bastante. Então, quando pediu meu telefone, dei a ele. E quando ele telefonou e me convidou para jantar, eu fui. E quando ele quis transar comigo, quatro encontros depois, trazendo um preservativo texturizado, tremi, mas aceitei. Ele tinha um corpo e tanto, mas o sexo não foi nada de mais. Eu muitas vezes acabava pensando em trabalho e, uma vez, quando ouvi o noticiário esportivo na TV, cheguei a fazer de conta que ele era Pete Sampras, o tenista. Muitas vezes estive perto de acabar tudo com ele, mas Mayte vivia me dizendo para dar mais uma chance, que Alec era rico e uma gracinha. Muito mais rico e gracinha que Nate, ela destacava. Como se isso tivesse alguma coisa a ver.
Então, uma noite, Belinda viu Alec no Merchants, beijando uma loirinha meio vulgar. Quando a garota foi ao banheiro, Belinda aproximou-se para tirar satisfações, avisando que se ele não confessasse sua infidelidade, ela mesmo me contaria. Então, no dia seguinte, Alec telefonou para despejar suas desculpas: disse que estava voltando para sua ex, que imaginei ser a garota no Merchants. Quase disse a ele que também tinha pensado em acabar, e isso era verdade, mas me importava tão pouco que não fiz questão de esclarecer nada. Disse apenas tudo bem, boa sorte. E isso foi tudo.


De vez em quando esbarro com Alec na academia, perto do trabalho. Somos bastante cordiais um com o outro: teve uma Vez que cheguei a fazer bicicleta ao lado dele, sem me importar que minha pele estivesse toda cheia de espinhas ou que eu estivesse vestindo meu moletom mais surrado (Mayte diz que essa roupa jamais deveria ser usada em público). Nessa ocasião ficamos jogando conversa fora. Perguntei sobre a namorada dele, deixando ele tagarelar sobre a viagem para a Jamaica que eles estavam prestes a fazer. Não me esforcei nem um pouco para ser legal, uma outra indicação clara de que eu não tinha investido realmente no nosso relacionamento. De certa forma, é verdade, nem deveria incluir Alec na categoria dos namorados sérios. Mas porque dormi com ele (e me vejo como um tipo de mulher que dormiria apenas com alguém numa relação legítima), eu o incluo nesse clube infelizmente exclusivo.
Faço uma revisão dos meus três namorados, os três homens com os quais dormi quando estava na faixa dos vinte anos, procurando um padrão. Nada. Nenhum traço consistente, cor,estatura, personalidade. Mas um tema realmente surge: todos eles me escolheram. E depois me dispensaram. Representei o papel de passiva. Esperando por Hunter e então ficando com Joey. Querendo sentir mais pelo Nate. Depois querendo sentir menos. Esperando que Alec fosse embora e me deixasse em paz.
E agora Poncho. Meu número quatro. E ainda estou esperando.
Que tudo isso passe.
Que chegue o dia do casamento deles em setembro.
Que apareça alguém que me dê aquele frio na barriga quando, bem cedo, numa manhã de domingo, eu o observe dormindo na minha cama. Alguém que não esteja noivo da minha melhor amiga.



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Autor(a): narynha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 85



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  • franmarmentini Postado em 21/02/2014 - 15:43:56

    olá vou ler...

  • dannystar Postado em 28/10/2009 - 14:05:27

    Ameiiiiiii o final =)
    Tmb estou esperando pela próxima web!!!]Q seja d AyA...assim estarei lá...para ler e comentar...Olha ate rimo...rsrsrs...Bjim!!!

  • rss Postado em 28/10/2009 - 12:28:23

    que lindo o final ficou fofo,tou esperando pela sua proxima web.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:54:22

    AMEI A WEB,AMEI O FINAL TAMBÉM.
    MAIS VOU SENTIR FALTA DESSA WEB.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:41

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:29

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  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:16

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:35:40

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:34:55

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:34:46

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