Fanfic: O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]

Algumas horas depois, estamos finalmente prontos para ir à praia. Belinda e Mayte surgem de seus quartos com bolsas de lona estilosas, cheias até a borda de toalhas novas e macias, revistas, loções, garrafas térmicas, telefones celulares e maquiagem. Dulce leva apenas uma pequena toalha da casa e um frisbee. Fico no meio do caminho: levo uma toalha de praia, meu mp3 e uma garrafa de água. Nós seis andamos em fila, os chinelos de dedo estalando na calçada com aquele agradável som de verão. Belinda e Dulce caminham nas pontas e no centro estão Poncho e May e o possível futuro casal. Cruzamos o estacionamento da praia e escalamos a duna, hesitando por um segundo até darmos nossa primeira olhada coletiva para o mar. Estou satisfeita de não morar mais em Indiana, um lugar cercado de terra, onde as pessoas chamam o lago Michigan de "praia". A visão é emocionante. Quase me faz esquecer que dormi com Poncho.
Poncho lidera o caminho pela praia lotada, encontrando um lugar entre as dunas e a água, onde a areia ainda é macia, mas plana o suficiente para podermos espalhar nossas toalhas. Derrick estende a dele perto da minha. May está do meu outro lado, Poncho perto dela. Dulce e Belinda se instalam na nossa frente. O sol brilha, mas não faz muito calor. Belinda nos alerta sobre os raios uv e sobre os cuidados que se deve tomar em dias como este.
- Você pode ter queimaduras de sol seriíssimas e só perceber quando já é tarde demais - diz ela.
Derrick se oferece para passar bronzeador nas minhas costas.
- Não, obrigada - digo. Mas enquanto me esforço para alcançar o meio das costas, ele tira o frasco da minha mão e passa a loção, espalhando meticulosamente, fazendo as manobras em torno das bordas do meu biquíni.
- Poncho, passa para mim - pede Mayte toda alegre, tirando seu short branco e agachando em frente a ele com seu biquíni preto. - Aqui, use o meu óleo à base de coco, por favor.

Belinda lamenta a falta de FPS no óleo, diz que estamos velhas demais para continuar nos bronzeando e que Mayte vai se arrepender quando as rugas aparecerem. Mayte revira os olhos e diz que não se importa com as rugas, que vive o momento. Sei que mais tarde Mayte vai me dizer que Belinda está simplesmente com ciúme porque sua pele clara passa direto do branco para o rosa.
- Você vai se arrepender quando tiver quarenta anos - diz Belinda, o rosto sombreado por um enorme chapéu de palha.
- Não, não vou. Vou simplesmente fazer peeling a laser. - Mayte ajeita a parte de cima do biquíni e então aplica mais uma camada de óleo na panturrilha, com movimentos rápidos e eficientes. Há 15 anos assisto Mayte se besuntando de óleo. Todo verão o objetivo dela é adquirir um bronzeado radical. Muitas vezes a gente ficava deitada no quintal dos fundos da casa dela com um tubo enorme de margarina, um frasco de clareador de cabelos e uma mangueira de jardim para um certo alívio de tempos em tempos. Era uma tortura completa. Mas eu enfrentava, acreditando que a pigmentação escura fosse uma espécie de virtude. Minha pele é alva, mas não como a de Belinda; então, todos os dias Mayte disparava na minha frente.
Belinda adverte que cirurgia cosmética não cura câncer de pele.
- Oh, pelo amor de são Pedro! - exclama Mayte. - Então fique embaixo do seu maldito chapéu.
Belinda abre a boca e logo fecha de novo, parecendo magoada.
- Desculpa. Eu estava apenas tentando ajudar.
Mayte dispara um sorriso conciliatório na direção dela.
- Eu sei, querida, não quis ofender você.

Poncho olha para mim e faz uma careta, como se dissesse que gostaria que as duas calassem a boca. É a primeira vez no dia que nos comunicamos. Eu me permito sorrir de volta para ele. Seu rosto se desmancha num glorioso sorriso. Ele é tão bonito que dói. Como olhar para o sol. Ele fica de pé por um momento para ajeitar a toalha que dobrou com o vento. Olho para suas costas, depois para a barriga da perna e sou tomada por uma onda de nostalgia. Ele esteve na minha cama. Não que eu queira uma repetição da performance. Mas, oh, ele tem um corpo bonito - magro, mas largo. Não sou uma pessoa ligada em corpos, mas ainda assim aprecio um corpo perfeito. Ele volta a sentar exatamente quando olho para o outro lado.
Derrick pergunta se alguém quer jogar frisbee. Digo que não, estou muito cansada, mas o que estou pensando é que a última coisa que quero fazer é ficar correndo por aí com a minha barriga mole saindo para fora do meu duas-peças. Mas Dulce não nega fogo e lá vão eles, o retrato de dois freqüentadores de praia bem ajustados, deixando o resto de nós entregues à inércia.
- Passa a minha camiseta - pede May a Poncho.
- Por favor?
- O "por favor" está subentendido - explica Mayte.
- Diga - Poncho insiste, enquanto põe na boca uma balinha de canela.
Mayte dá um soco forte no estômago dele.
- Ai - diz ele, bem calmo, para indicar que não doeu nem um pouco.
Ela respira fundo para atingi-lo mais uma vez, mas ele agarra o pulso dela.
- Procure se comportar, você é tão infantil - diz ele afetuosamente. A impaciência dessa manhã desapareceu.
- Não sou - diz ela, deslizando para a toalha dele. Então aperta os dedos contra o peito dele, pronta para um beijo.
Ponho os óculos e olho para o outro lado. Dizer que o que estou sentindo não é ciúme não seria verdade.