Fanfics Brasil - Tentando fazer o papel de madrinha. O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]

Fanfic: O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]


Capítulo: Tentando fazer o papel de madrinha.

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Fico lembrando do começo do noivado de May, quando, pelo menos de certa forma, me envolvi de coração na história. Embora tivesse inveja de que a vida dela estivesse se organizando tão perfeitamente, me sentia feliz por ela e era uma madrinha dedicada. Me lembro da nossa longa busca pelo vestido dela. Acho que vimos todos os modelos disponíveis em Nova York. Percorremos o caminho até Kleinfeld, no Brooklyn. Fomos às lojas de departamentos e às pequenas butiques no Village. Chegamos a tentar os grandes estilistas da Madison - Vera Wang, Carolina Herrera, Yumi Katsura, Amsale.


Mas May nunca tinha a sensação que se espera de uma noiva, aquela sensação em que você é tomada pela emoção e cai no choro em pleno provador. Finalmente identifiquei o problema. Era o mesmo de quando experimenta biquínis. Ela ficava deslumbrante em todos os vestidos. Os modelos colados no corpo valorizavam seus quadris estreitos e sua altura. Os grandes vestidos de baile estilo princesa enfatizavam sua minúscula cintura. Quanto mais vestidos ela experimentava, mais confusas ficávamos. Então, finalmente, depois de um longo e cansativo sábado, quando chegamos ao nosso último compromisso na Wearkstatt, no Soho, decidi que aquela seria nossa parada final. Uma garota no frescor da juventude, cujo rosto ainda não fora desgastado pela vida e pelo amor, perguntou a May o que ela imaginava para o grande dia. May deu de ombros, desamparada, e olhou para mim esperando que eu respondesse.
- O casamento dela vai ser na cidade - comecei.
- Eu simplesmente adoro casamentos
em Manhattan.
- Sei. E vai ser no começo de setembro. Então estamos contando com um tempo quente ... E acho que Mayte prefere vestidos simples, sem muitos babados.
- Mas não muito sem graça - acrescentou May.
- Certo. Nada muito despojado demais - eu disse. Deus nos livre.
A garota pressionou o dedo contra a têmpora, deu uma saída rápida da sala e voltou com quatro vestidos, justos no corpete e que iam se alargando em direção ao chão, todos praticamente iguais. E foi então que decidi que iria escolher um dos modelos para ser o vestido. Quando May experimentou o segundo deles, de um branco suave com cintura baixa e bordado de contas no corpete, respirei fundo e disse:
- Oh, May, está lindo em você - disse. (Estava, é claro.) - É este!
- Você acha? - A voz dela tremia. - Tem certeza?
- Absoluta - confirmei. - Você precisa comprar este aqui.


Momentos depois, encomendamos o vestido e falamos sobre as datas das provas. May e eu somos amigas há anos, mas acho que foi a primeira vez que me dei conta da influência que exerço sobre ela. Escolhi seu vestido de casamento. A roupa mais importante que ela vai usar na vida.
- Então você não se importa em resolver algumas coisas comigo hoje? - pergunta ela agora. - A única coisa que eu realmente faço questão de encontrar é o sapato. Preciso do sapato para a próxima prova do vestido. Acho que podemos olhar na Stuart Weitzman e depois dar um pulo na Barney`s. Você pode vir comigo, não pode?
Mergulho uma garfada de omelete no ketchup.
- Claro ... mas realmente tenho que trabalhar hoje - minto.
- Você sempre tem que trabalhar! Eu não sei quem é pior: você ou Poncho - diz ela. - Ultimamente ele anda trabalhando num projeto grande. Nunca está em casa.
Continuo olhando para baixo, procurando a melhor entre as batatas fritas que ainda restam no meu prato .
- É mesmo? - pergunto, pensando nas noites recentes em que Poncho e eu ficamos no trabalho até tarde, falando no telefone. - Que droga.
- Nem me fale. Ele nunca está disponível para ajudar com as coisas do casamento. Isso está realmente começando a me dar nos nervos.
Depois de comermos e conversarmos ainda mais sobre casamentos, caminhamos até a Madison e viramos à esquerda em direção à Stuart Weitzman. Quando entramos na loja, May admira uma dúzia de sandálias, dizendo para mim que a modelagem dos sapatos é perfeita para seus pés estreitos e de calcanhar pequeno. Nós finalmente chegamos ao setor de sapatos forrados de cetim, no fundo da loja. May examina cada um deles, escolhendo quatro pares para experimentar. Fico observando enquanto ela anda toda empertigada pela loja, estilo passarela, antes de escolher o par com o salto mais alto. Quase pergunto se ela tem certeza de que o sapato é confortável, mas consigo me segurar. Quanto mais cedo ela tomar uma decisão, mais cedo vou estar dispensada para o resto do dia.
Mas May ainda não desistiu de mim.


- Já que estamos por aqui, será que a gente pode ir até a Elizabeth Arden para dar uma olhada nos batons? - pergunta, enquanto paga pelo sapato.
Concordo, relutante. Vamos andando até a Quinta Avenida, e vou tolerando a lengalenga sobre rímel à prova d`água e sobre precisar lembrá-la de comprar um para o dia do casamento, porque não há possibilidade de ela conseguir passar a cerimônia toda sem chorar.
- Claro - digo -, vou lembrar você.
Digo a mim mesma para encarar essas tarefas com objetividade, mais como uma organizadora de casamentos desprendida que mal conhece a noiva do que como a amiga mais antiga e desleal da noiva. Afinal, se eu conseguir ser especialmente útil a May, pode ser que a minha culpa diminua. Imagino May descobrindo minhas maldades e eu dizendo: "É, tudo isso é verdade. Você me pegou. Mas deixe-me lembrá-la de que NUNCA, NEM UMA VEZ ABANDONEI MINHAS OBRIGAÇÕES COMO MADRINHA!"
- Posso ajudá-las, senhoritas? - pergunta a mulher atrás do balcão da Elizabeth Arden.
- Sim, estamos procurando um batom rosa. Um batom rosa-vivo, mas ainda assim suave, inocente, adequado para uma noiva - explica May.
- E você é a noiva?
- Sim. - May dá um de seus sorrisos falsos de quem trabalha como Relações Públicas.
A mulher retribui o sorriso e faz suas recomendações decisivas, escolhendo prontamente cinco opções e expondo sobre o balcão à nossa frente.
- Aqui está. Perfeito.
May diz a ela que vou precisar de um tom complementar, que sou a madrinha.
- Que bom. Vocês são irmãs? - A mulher sorri. Seus dentes grandes e quadrados me lembram aqueles chicletes quadradinhos.
- Não - respondo.
- Mas é como se fosse - diz May, de forma sincera e simples.


Sinto-me vil. Fico me imaginando num programa de auditório, o tema do dia: "Minha melhor amiga tentou roubar meu noivo." A platéia vaia e assobia enquanto balbucio minhas desculpas e justificativas. Explico que não pretendia fazer mal a ninguém, simplesmente não pude evitar. Eu costumava imaginar como eles conseguiam encontrar pessoas tão desleais e desprezíveis (e como conseguiam fazer essas pessoas se confessarem em rede nacional). Agora estava aderindo à baixaria. Oferecendo à Karla com k uma excelente competidora.
Isto precisa parar. Agora. Neste segundo. Até agora ainda não dormi com Poncho conscientemente, sóbria. E daí que nós nos beijamos de novo? Foi só um beijo. O momento da virada vai ser o da escolha do batom da noiva. Agora. Um, dois, três, já!
Então eu penso no cabelo macio de Poncho, nos lábios de canela e em suas palavras - Gosto literalmente de tudo a seu respeito. Ainda não consigo acreditar que Poncho tenha esses sentimentos por mim. E o fato de eu também me sentir da mesma maneira é demais para ser ignorado. Talvez tivesse que ter acontecido. Palavras como "destino" e "almas gêmeas" rodopiam pela minha cabeça, palavras que me faziam rir quando eu estava lá pelos meus vinte anos. Percebo a ironia - as pessoas não deveriam ficar menos românticas com a idade?
- Você gosta deste aqui? - May vira-se para mim fazendo beicinho com os lábios carnudos.
- É legal - respondo.
- Você acha que é muito brilhante?
- Não, não acho. É bonito.
- Acho que talvez seja muito brilhante. Não se esqueça de que vou estar de branco. Vai fazer diferença. Lembra como ficou a maquiagem de Kim Frisby no casamento dela? Como ela ficou parecendo uma prostituta? Quero estar sensual, mas doce também. Você sabe. Como uma virgem, mas ainda assim sensual.
De repente, e inesperadamente, estou quase chorando, não posso suportar nem mais um segundo dessa conversa sobre casamento.
- May, eu realmente preciso trabalhar. Sinto muito mesmo.
O lábio inferior dela se projeta.


- Ah, vai, só mais um pouquinho. Não consigo fazer isso sem você. - E então ela diz para a vendedora: - Sem ofensas.
A garota sorri como se entendesse perfeitamente e não se ofende. Ela reconhece a verdade do que May está dizendo e provavelmente imaginando que tipo de madrinha abandona a noiva num momento tão crucial.
Respiro fundo e digo a ela que posso ficar mais alguns minutinhos. Ela experimenta mais alguns batons, usando uma loção removedora de maquiagem para limpar os lábios entre um tom de rosa e outro.
- Que tal esta aqui?
- Legal - sorrio sinceramente.
- Bem, legal não serve - ela dispara. - Tem de ser perfeito. Tenho de estar perfeita!
Enquanto observo seus lábios malcriados que parecem ter sido manchados de framboesas ou picados por uma abelha, qualquer vestígio de remorso desaparece. Tudo o que sinto é um ressentimento profundo, gigantesco.
Por que tudo tem de ser perfeito para você? Por que tudo deve ser entregue a você num embrulho perfeito, todo enfeitado com laços ao estilo Martha Stewart? O que você fez para merecer Poncho? Eu o conheci antes. Fui eu quem o apresentou a você. Eu deveria ter ido à luta por ele. Por que foi mesmo que eu não fui? Ah, já sei, porque pensei que não fosse boa o bastante para ele. Bem, eu estava enganada. Obviamente fiz um julgamento errado da situação. Isso acontece ... especialmente quando se tem uma amiga como você, uma amiga que parte do princípio de que tem o direito ao melhor de tudo, uma amiga que é tão implacável em sua busca para se sobressair que você até começa a se subestimar, a diminuir suas expectativas. Isso é culpa sua, Mayte, por tomar o que para início de conversa deveria ser meu.
Estou presa e absolutamente desesperada para escapar dela. Olho para relógio e suspiro, quase acreditando que realmente preciso ir para o trabalho e que Mayte não está tendo consideração, que está, como sempre, tirando vantagem do meu tempo. Acho que meu trabalho é um pouco mais importante do que o batom para um evento que só vai acontecer daqui a alguns meses.


- Desculpe, May ... não é minha culpa se preciso trabalhar.
- Está bem.
- Não é minha culpa - digo mais uma vez.
Não é minha culpa.
E os sentimentos dele por mim - e sei que são reais - não são culpa dele.
Antes que eu consiga escapar, May telefona para Belinda no celular. Já tentou Bobbi Brown? Ouço Belinda perguntar e então declarar com autoridade que eles têm uma linda linha para noivas e que os batons deles são bem cremosos, mas não têm muito brilho.
- Você vem me encontrar agora? - May implora ao telefone. A idéia de que ela tem direito a tudo não tem limites.
Ela desliga o telefone e me diz que estou livre para partir, que Belinda já vai chegar. Ela acena para mim. Estou sendo dispensada.
- Tchau - digo. - Falo com você mais tarde?
- Claro. Pode ser. Tchau.
Enquanto me viro para ir embora ela ainda deixa um aviso final:
- Se não tomar cuidado, vou ser obrigada a rebaixar você à madrinha secundária e dar para Belinda sua honrada posição.
Isso tudo porque somos como irmãs.

Ligo para Alfonso logo que me afasto dela. Trata-se de um golpe baixo, telefonar enquanto Mayte toma as providências para o casamento, mas estou movida a indignação. É isso que ela ganha por ser tão exigente, dominadora e egocêntrica.
- Onde você está?
- Em casa.
-Oh.
- Onde você está? Pensei que vocês estivessem fazendo compras.
- Eu estava, mas disse que precisava trabalhar.
Percebo que estamos os dois evitando mencionar Mayte diretamente.
- Bem, você precisa trabalhar? - pergunta Poncho meio hesitante.
- Na verdade, não.
- Ótimo. Eu também não. Posso ver você?
- Vou estar em casa em vinte minutos.



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Autor(a): narynha

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Poncho chega ao meu prédio antes de mim e me espera no hall de entrada, jogando conversa fora com José sobre o time do Mets. Estou tão feliz de encontrá-lo, tão aliviada de estar longe de Mayte. Sorrio e digo olá, imaginando se José reconhece Poncho de visitas passadas com Mayte. Espero que não. Não é s&oa ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 85



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  • franmarmentini Postado em 21/02/2014 - 15:43:56

    olá vou ler...

  • dannystar Postado em 28/10/2009 - 14:05:27

    Ameiiiiiii o final =)
    Tmb estou esperando pela próxima web!!!]Q seja d AyA...assim estarei lá...para ler e comentar...Olha ate rimo...rsrsrs...Bjim!!!

  • rss Postado em 28/10/2009 - 12:28:23

    que lindo o final ficou fofo,tou esperando pela sua proxima web.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:54:22

    AMEI A WEB,AMEI O FINAL TAMBÉM.
    MAIS VOU SENTIR FALTA DESSA WEB.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:41

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:29

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  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:16

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:35:40

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:34:55

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:34:46

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