Fanfics Brasil - Vc é adorável Anahí. O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]

Fanfic: O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]


Capítulo: Vc é adorável Anahí.

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Poncho chega ao meu prédio antes de mim e me espera no hall de entrada, jogando conversa fora com José sobre o time do Mets. Estou tão feliz de encontrá-lo, tão aliviada de estar longe de Mayte. Sorrio e digo olá, imaginando se José reconhece Poncho de visitas passadas com Mayte. Espero que não. Não é só dos meus pais que eu quero aprovação. Quero aprovação até mesmo do meu porteiro.


Poncho e eu entramos no elevador e caminhamos pelo corredor até o meu apartamento. Estou nervosa de tanta expectativa, ansiosa pelo seu toque. Sentamos no sofá. Ele segura minha mão e começamos a nos beijar com a urgência de quem está tendo um caso. Trata-se de uma palavra séria, uma palavra assustadora. Evoca imagens das aulas de religião e os Dez Mandamentos. Mas não se trata de adultério. Ninguém é casado. Ainda. Tiro tudo isso da cabeça e dou um beijo em Poncho. Não haverá mais culpa. Não pelas próximas horas.
De repente, ficar empoleirado no sofá parece ridículo. Minha cama seria tão mais confortável. Só porque estamos numa cama não significa que algo mais tenha de acontecer. Essa é uma percepção adolescente. Sou uma mulher crescida, com experiência de vida (apesar de limitada), e posso me controlar em minha própria cama. Levanto e conduzo Poncho até o outro lado do apartamento. Ele me segue, ainda segurando minha mão. Sentamos na beira da cama. Poncho escorrega os pés para fora do mocassim. Ele não está de meia. Mexe o dedão para cima e para baixo e então esfrega um pé no outro. Ele tem o arco do pé alto e gracioso e tornozelos delgados.
- Venha cá - diz, me puxando para junto dele e nos levando para o alto em direção aos travesseiros. Ele é forte, sua pele é quente. Agora estamos de lado, nossos corpos juntos um do outro. Ele me beija mais e caímos na direção dele. De repente, ele pára de me beijar, dá uma tossidinha e diz:
- É tão estranho. Estar com você desta forma. E ao mesmo tempo parece tão natural. Talvez por sermos amigos há tanto tempo.


Digo que sei exatamente o que ele quer dizer. Penso nos tempos do curso de Direito. Não éramos grandes amigos naquela época, mas éramos próximos o bastante para aprender muito a respeito um do outro, coisas que vêm à tona mesmo quando sua atenção está voltada para sonegação de impostos e maneiras de rescindir um contrato. Catalogo mentalmente tudo que aprendi sobre Poncho na era pré-Mayte. Que ele cresceu em Westchester. Que é católico. Que jogava basquete na escola e que considerou entrar no time da Georgetown. Que ele tem uma irmã mais velha chamada Vanessa,que estudou em Cornell e agora ensina inglês numa escola em Buffalo. Que seus pais se divorciaram quando ele ainda era bem pequeno. Que o pai dele casou pela segunda vez. Que a mãe dele sobreviveu a um câncer de mama.
E então havia tudo que eu aprendera através de Mayte, detalhes da vida pessoal dele que me peguei evocando e ponderando nos últimos dias. Como, por exemplo, que Poncho é mal-humorado de manhã. Que faz pelo menos cinqüenta flexões todas as noites antes de ir para a cama e que nunca deixa pratos sujos na bancada da cozinha. Que ele ficou arrasado quando o avô morreu, a única vez em que ela o viu chorar. Que ele teve duas namoradas sérias antes de Mayte e que uma delas, Suzanne Cohen, que trabalhava como analista de mercado na Goldman Sachs, deu um fora nele e partiu seu coração.
Quando somo tudo isso, sei bastante. Mas quero mais.
- Conta pra mim tudo sobre você - digo, parecendo uma garota de 18 anos.
Poncho toca meu rosto e então desenha uma linha imaginária ao longo do meu nariz e em torno da minha boca, apoiando o dedo no meu queixo.
- Você primeiro. É você quem é a misteriosa.
Rio.
- Nem um pouco - digo, pensando que ele está confundindo ser tímida com ser misteriosa.
- É, sim. Você foi um livro fechado durante todo o curso de Direito. Toda quieta, sem querer sair com ninguém, apesar de vários caras tentarem... nunca consegui arrancar muito de você.
Rio outra vez.


- O que você quer dizer com isso? Contei muita coisa para você durante o curso de Direito.
- Como o quê, por exemplo?
Tagarelo sobre alguns detalhes autobiográficos.
- Não estou falando dessas coisas - diz ele. - Estou falando das coisas importantes. Como você se sentia a respeito das coisas.
- Eu detestava Zigman - digo sem muita convicção.
- Eu sei, o seu medo era desgastante. E aí o resultado foi muito bom quando ele finalmente chamou você.
- Eu não ... - digo, lembrando dos trancos e barrancos de um longo e doloroso interrogatório.
- Sim, você se saiu bem. Apenas não achou que tinha ido bem. Você não se enxerga do jeito que é.
Desvio o olhar, focalizo uma mancha de tinta no meu edredom.
Ele continua.
- Você se enxerga como mediana, comum. E não há nada de comum em você, Anahí.
Não consigo olhar de novo para ele. Meu rosto está
em chamas.
- E sei que você fica vermelha quando está com vergonha - ele sorri.
- Não, não fico! - cubro meu rosto com a mão e reviro os olhos.
- Fica sim. Você é adorável. E, no entanto, não sabe disso, o que é a parte mais adorável.
Ninguém, nem mesmo minha mãe, jamais me chamou de adorável.
- E você é linda. Absoluta e inacreditavelmente bonita da maneira mais original e natural. Você se parece com uma daquelas garotas do sabonete Ivory. Lembra daqueles anúncios? ...Você é provavelmente muito jovem para lembrar. Você é como uma modelo da J. Crew. Completamente natural.
Digo a ele para, por favor, parar. Apesar de adorar o que acabou de dizer.
- É verdade.
Quero acreditar nele.
Ele beija meu pescoço, a mão esquerda pousada no meu quadril.
- Poncho.
- Hummm?
- Quem disse que eu nunca queria sair com ninguém no curso de Direito?
- Bem, você não queria, queria? Você estava lá para aprender, não para namorar. Isso ficava bem claro.
- Saí com Nate.
- Só no finalzinho.
- Ele não me chamou antes.
- Um cara corajoso.
Reviro os olhos.
- Quase chamei você para sair, sabia?
Acho graça.
- É verdade - diz ele, parecendo um pouco magoado.


Lanço a ele um olhar meio incrédulo.
- Lembra daquela vez em que estávamos estudando para as nossas últimas provas de Responsabilidade Civil?
Lembro do polegar dele no meu rosto, enxugando minha lágrima. Então aquilo tinha representado alguma coisa.
- Você sabe exatamente do que estou falando, não sabe?
Meu rosto fica quente enquanto faço que sim com a cabeça.
- Acho que sim. É.
- E quando pedi para levar você em casa, você disse não. Aquilo acabou comigo.
- Eu não acabei com você.
- Você era muito séria.
- Não. Eu só não achava naquela época ... - minha voz vai diminuindo.
- É. E então você me apresentou a Mayte. Naquele momento soube que você não estava nem um pouco interessada.
- Eu apenas não achava ... não sabia que você me via dessa forma.
- Eu adorava sua companhia - diz Poncho. - Ainda adoro. - Ele olha para mim, sem piscar.
Digo que ele pisca menos do que qualquer um que já conheci. Ele sorri, diz que nunca perdeu um concurso de quem pisca primeiro. Eu o desafio, abrindo meus olhos tanto quanto os dele. Percebo que ele tem uma pintinha escura em sua íris esquerda, como uma sarda no olho.
Segundos depois, pisco. Ele exibe um sorriso rápido, exultante, e depois me beija mais. Então muda a intensidade, a pressão e a quantidade de língua, os ideais de beijo que freqüentemente são abandonados quando se estabelece uma relação duradoura. Beijar Poncho nunca perderia a graça. Ele nunca pararia de me beijar assim.
- Me fala da Suzanne - peço quando finalmente nos separamos. - E da sua namorada do segundo grau.
- Alice? - Poncho ri e puxa um tanto do meu cabelo para trás da orelha.- O que tem ela? Isso é história antiga.


Todo mundo sabe que não se discute sobre ex-namoradas quando se está no início de um relacionamento. Mesmo que se esteja louca para saber todos os detalhes desde o começo, isso é uma coisa que só se deve trazer à tona mais tarde no jogo. Para saber disso você nem precisa ser uma garota que acredita que há regras para tudo, como é o caso de Belinda. O início de um relacionamento com alguém representa um novo começo para ambos. Resgatar velhas relações - e por definição relações que não deram certo - não traz nenhum benefício. Entretanto, comparado ao fato de ele estar noivo, ex-namoradas são um assunto inofensivo. Não há necessidade de usar estratégias aqui na segurança do meu apartamento. As regras não se aplicam. Pode ser que essa seja a única vantagem da nossa situação.
- Você foi apaixonado por elas? - Por alguma razão preciso saber.
Ele rola na cama e fica deitado de barriga para cima, olhando para o teto, se concentrando. Gosto que ele esteja pensando na minha pergunta, exatamente como fazia nas provas da faculdade. Lembro dele olhando para o nada durante os primeiros 45 minutos da prova. Não escrevendo nenhuma palavra em sua folha de respostas enquanto não terminava de refletir a questão toda.
Ele pigarreia.
- Não pela Alice. Mas pela Suzanne, sim.
Não é de se estranhar que Suzanne tenha sempre incomodado tanto Mayte. Ela quer ser o único amor da vida dele. Me lembro dela na escola, vencendo Kuno pelo cansaço: "Você não amava Cassandra, amava? Amava?", até que ele finalmente apenas dizia não. "Só você, Mayte."
- Por que não pela Alice? - pergunto. Prefiro ouvir primeiro sobre a que ele não amava.
- Não sei. Ela era uma menina meiga. Mais meiga impossível. Não sei por que não a amava. É uma coisa que você realmente não pode controlar.


Poncho está certo. Não tem nada a ver com o valor inerente da pessoa, com a soma de seus atributos. É uma coisa que você não pode se obrigar a sentir. Ou a não sentir. Embora eu tenha realizado um trabalho razoável ao longo dos anos. Veja só Joey. Namorei Joey durante dois anos e nunca senti nem um décimo do que estou sentindo agora.
- É claro, ainda estávamos no segundo grau - prossegue Poncho. Quem consegue ser sério nessa idade?
Concordo com a cabeça, pensando no doce e pequeno Shane. Então pergunto a Poncho sobre Suzanne.
- Então você a amava?
- É, mas a longo prazo a coisa não ia funcionar. Ela é judia e sempre foi muito franca a respeito das expectativas dela em relação a mim. Ela queria que eu me convertesse e educasse nossos filhos como judeus, com direito a tudo o que isso envolvia. E talvez eu até levasse isso numa boa ... não sou muito religioso ... mas não achava legal que ela tivesse transformado aquilo numa regra clara. Imaginei uma vida onde ela me transformaria num merda. Exatamente como a mãe dela faz com o pai dela. Além disso, éramos jovens demais para um compromisso ... Ainda assim, fiquei muito mal quando ela terminou tudo.
- Ela se casou?
- Engraçado você perguntar isso. Acabei de saber por um amigo em comum que ela ficou noiva. Um mês depois ... – Poncho interrompe a fala, parece desconfortável.
- Depois de você?
- É - sussurra ele. Poncho me puxa para junto dele e me beija com força, apagando qualquer pensamento relacionado a Mayte. Nós nos despimos e deslizamos para baixo das cobertas.
- Você está com frio - diz ele.
- Sempre fico com frio quando estou nervosa.
- Por que você está nervosa? Não fique assim.
- Poncho - digo junto ao pescoço dele.
- O que é, Annie?
- Nada.
Seu corpo cobre o meu. Não estou mais com frio.

Nos beijamos por um longo tempo, nos tocando em todos os lugares.
Não sei que horas são, mas está começando a escurecer.


Quase tento impedi-lo, por todas as razões óbvias. Mas também porque acho que deveríamos esperar até podermos passar uma noite juntos. Por outro lado, isso pode não acontecer nunca. E provavelmente jamais vou tomar um banho com ele, observá-lo enquanto faz a barba de manhã. Ou ler o jornal de domingo enquanto tomamos café, matando o tempo. Nunca vamos andar pelo Central Park de mãos dadas ou ficar aninhados sobre uma coberta na grama do Sheep`s Meadow. Mas posso tê-lo agora. Não há nada nos detendo neste momento.
Consigo ver apenas uma fração de Alfonso enquanto nos movimentamos juntos - a costeleta com alguns fios grisalhos, o ombro forte, a orelha como uma concha. As pontas dos meus dedos roçam seu peito, então o apertam com mais força.




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Autor(a): narynha

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Não consigo parar de pensar em Poncho. Sei que não vamos acabar juntos, que ele vai se casar com Mayte em setembro, mas estou satisfeita de viver o momento e me permitir o prazer diário desta pequena obsessão. Nada dura para sempre, digo a mim mesma. Especialmente as coisas boas. Embora não seja muito comum uma pessoa se deparar com prazos ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 85



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  • franmarmentini Postado em 21/02/2014 - 15:43:56

    olá vou ler...

  • dannystar Postado em 28/10/2009 - 14:05:27

    Ameiiiiiii o final =)
    Tmb estou esperando pela próxima web!!!]Q seja d AyA...assim estarei lá...para ler e comentar...Olha ate rimo...rsrsrs...Bjim!!!

  • rss Postado em 28/10/2009 - 12:28:23

    que lindo o final ficou fofo,tou esperando pela sua proxima web.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:54:22

    AMEI A WEB,AMEI O FINAL TAMBÉM.
    MAIS VOU SENTIR FALTA DESSA WEB.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:41

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:29

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  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:16

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:35:40

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