Fanfics Brasil - Talvez duas dúzias de rosas façam eu me tornar mais interessante. O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]

Fanfic: O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]


Capítulo: Talvez duas dúzias de rosas façam eu me tornar mais interessante.

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Por volta de 13:30, depois de imprimir e despachar uma nova leva de papéis, recebo Dulce, que vem até minha sala e pergunta se tenho planos para o almoço.
- Nenhum plano. Você quer ir almoçar?
- Quero. Será que a gente poderia ir a algum lugar legal? Fazer uma boa refeição? Comer uma carne, ou uma comida italiana?
Sorrio e faço que sim com a cabeça, pegando minha carteira sob a mesa. Dulce seria capaz de comer muito todos os dias, mas eu não, fico muito sonolenta à tarde. Uma vez, depois de pedir um sanduíche com purê de batata e vagem, eu realmente precisei pegar o metrô e ir para casa tirar um cochilo. Quando voltei, havia seis mensagens de voz para mim, incluindo uma enfurecida de Les. Aquele foi o meu último cochilo, a não ser que você conte às vezes em que viro minha cadeira para a janela e equilibro um jornal no colo. A técnica é infalível – se alguém entra na sala, parece que estou apenas lendo.


Penduro minha bolsa no ombro quando Kenny, do setor de correspondências, surge na minha porta entreaberta.
- Oi, Kenny, pode entrar.
- Anahí – ele pronuncia meu nome com um sotaque francês. – Isto aqui é para você - Ele abre um sorriso e exibe um vaso cheio de rosas vermelha. Muitas rosas. Mais do que uma dúzia. Mais para duas dúzias, embora eu não tenha contado. Ainda.
- Puta-que-pariu! – os olhos de Dulce se arregalam. Dá pra ver que ela faz um esforço enorme para não pegar o cartão.
- Onde devo colocá-las? – pergunta Kenny.
Abro espaço sobre a minha mesa e indico para ele.
- Aqui está bom.
Kenny faz um meneio, exagerando o peso do vaso, assobia e diz:
- Uau, Anahí, alguém está a fim de você.
Tento disfarçar, mas não há como negar que as flores são de alguém com interesses românticos. Se não fossem vermelhas, poderia atribuí-las a alguma ocasião de família, dizer a eles que aquele era algum dia especial para mim ou que meus pais souberam do erro que cometi no escritório e estavam tentando me reconfortar. Mas estas não são apenas rosas, são rosas vermelhas. E abundantes. Com certeza não são de algum parente.
Kenny vai embora depois de fazer um comentário final sobre o preço das rosas. Tento caminhar atrás dele em direção à porta, mas não há nenhuma chance de irmos a qualquer lugar antes de Dulce obter todas as informações.
- De quem são?
Dou de ombros.
- Não faço a menor idéia.
- Você não vai ler o cartão?
Estou com medo. As rosas devem ser do Poncho... e se ele tiver assinado? É muito arriscado.
- Já sei de quem são – digo.
- De quem?
- Derrick.
Ele é a única outra possibilidade.
- Derrick? Vocês mal ficaram juntos nesse fim de semana. Que história é essa? Você está escondendo alguma coisa de mim? É melhor que não esteja!
Digo a ela para não falar alto, que não quero todo mundo do escritório sabendo da minha vida.
- Está bem, então vai, me conta. O que diz o cartão?
Ela está em ritmo de interrogatório. Por mais que odeie o escritório, ela é uma advogada das boas.


Sei que não posso me safar de ler o cartão. Além do mais, também estou louca para saber que está escrito. Arranco o envelope branco do vaso e abro bem lentamente, enquanto minha mente voa para inventar uma história sobre Derrick. Deslizo o cartão e mentalmente leio as duas frases: “SINTO MUITO. POR FAVOR, ME ENCONTRE HOJE A NOITE.” É a letra de forma de Alfonso, o que significa que ele foi à floricultura pessoalmente. Melhor ainda. Ele não assinou, provavelmente imaginando uma cena como esta. Meu coração dispara, mas tento evitar um sorriso escancarado na frente de Dulce. As rosas me emocionam. O cartão me emociona ainda mais. Sei que não vou recusar o convite dele. Vou encontrá-lo hoje a noite, embora esteja mais apavorada do que nunca de me machucar. Passo a língua nos lábios e tento permanecer calma.
- É, são do Derrick. – digo
Dulce olha fixo para mim.
- Deixa eu ver – diz ela, tentando puxar o cartão.
Tiro o cartão de perto dela e enfio na bolsa.
- Diz apenas que ele está pensando em mim.
Ela põe o cabelo atrás da orelha e pergunta desconfiada:
- Vocês saíram mais de uma vez? Qual é a história toda?
Suspiro e me dirijo ao corredor, totalmente preparada para usar o pobre Derrick.
- Está bem, tivemos um encontro na semana passada sobre o qual não falei com você – começo enquanto caminhamos em direção ao elevador. – E, bem, ele disse que seus sentimentos estavam cada vez mais fortes...
- Ele disse isso?
- É, alguma coisa assim.
Ela digere a informação.
- E o que foi que você falou?
- Disse a ele que não tinha certeza de como estava me sentindo e, bem, que achava que devíamos pegar leve durante o fim de semana.
Frieda, da contabilidade, corre para o elevador atrás da gente. Fico com a esperança de que Dulce guarde o interrogatório para quando chegarmos ao térreo, mas não, quando a porta fecha, ela continua.
- Vocês ficaram juntos?


Faço que sim disfarçadamente, de modo que Frieda, de costas para a gente, não veja. Eu teria dito não, mas rosas vermelhas fariam menos sentido ainda se não tivesse acontecido nada entre nós.
- Mas vocês não dormiram juntos, dormiram?
Pelo menos isso ela fala sussurrando.
- Não – respondo e depois peço com o olhar para ela ficar quieta. A porta do elevador se abre e Frieda saí apressada para seu destino.
- Então me conta mais – Dulce pede.
- Não foi nada demais. Ah, vai, Dul. Você é implacável!
- Bem, se você tivesse me contado toda a história desde o início, eu não precisaria ser implacável.
Ela faz cara de quem está acreditando. Pronto, me safei.
Conversamos sobre outras coisas na nossa breve caminhada até a Segunda Avenida, mas então, quando já estamos comendo nossos filés no Palm Too ela diz:
- Lembra quando você deixou cair àquela cerveja no sábado a noite, enquanto você e Poncho estavam conversando?
- Quando? – pergunto já
em pânico.
- Você sabe, quando vocês estavam conversando e eu apareci, bem no final da noite?
- Ah é, acho que sim. O que é que tem? – Faço a expressão mais neutra possível.
- O que estava acontecendo? Por que Poncho estava tão chateado?
- Ele estava chateado? Não me lembro – olho para o teto, testa franzida. – Não acho que ele estava chateado. Por que você está perguntando?
Quando se está encurralada, responder uma pergunta com outra é uma tática que sempre se pode confiar.
- Por nada. Só me pareceu estranho, só isso.
- Estranho?
- Não sei. É loucura...
- O quê?
- É loucura, mas... vocês pareciam um casal.
Rio de nervoso:
- Isso é loucura!
- Eu sei. Mas enquanto observava vocês dois conversando, pensei que você ficaria melhor com o Poncho. Você sabe, melhor do que ele fica com a Mayte.
- Ah, que nada – digo. Mais umas risadas nervosas. – Eles ficam muito bem juntos.
- É claro. É. Eles têm todo esse negócio superficial, mas alguma coisa não se encaixa – ela leva o copo d’água até a boca enquanto me examina.
Escolheu a profissão certa, Dulce.


Digo que ela é maluca. Apesar de ter adorado o que ela acabou de me dizer. Tenho vontade de perguntar porque pensa assim. Por que nós dois somos formados em Direito? Por que temos algumas características em comum – mais profundidade e dignidade do que Mayte?
Mas não digo nada, porque é sempre sábio dizer o menos possível quando se é culpado.
Les entra em meu escritório depois do almoço para me perguntar sobre um outro assunto relacionado ao mesmo cliente. Ao longo dos anos, percebi que essa é a sua estranha maneira de pedir desculpas. Ele só vem ao meu escritório depois de uma explosão, como essa de hoje de manhã.
Giro na cadeira e atualizo as informações dele.
- Chequei todas as causas em Nova York. E as federais também.
- Está bem. Mas tenha em mente que o nosso quadro factual é peculiar – diz Les. – Não estou bem certo se a Corte vai dar muita importância à precedentes.
- Pois é, mas até onde sei, o consenso em que nos baseamos na Seção I do nosso arrazoado ainda é o bom Direito. Então esse é um bom primeiro passo.
Agora engole essa.
- Bem, certifique-se de checar também antecedentes judiciais em outras jurisdições – diz ele. – Precisamos antecipar todos os argumentos deles.
- Está bem – respondo.
Quando já está indo embora, ele se vira para comentar:
- Bonitas rosas.
Fico perplexa. Les e eu não jogamos conversa fora e ele nunca fez nenhum outro comentário que não fosse a respeito do meu trabalho, nem mesmo um “Como foi o seu fim de semana?”, numa segunda-feira de manhã, ou um “Muito frio lá fora?”, quando subimos juntos no elevador num dia de neve.
Talvez duas dúzias de rosas façam eu me tornar mais interessante. Eu estou mais interessante, penso. Esse caso com Poncho me deu uma nova dimensão.



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Autor(a): narynha

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Estou desligando o computador, prestes a ir embora do trabalho, com planos de encontrar Alfonso. Ainda não nos falamos, apenas trocamos uma série de mensagens conciliatórias, incluindo uma minha agradecendo-o pelas belas flores.Dulce aparece na minha porta antes de sair.- Você também está indo embora agora?- Estou – digo, deseja ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 85



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  • franmarmentini Postado em 21/02/2014 - 15:43:56

    olá vou ler...

  • dannystar Postado em 28/10/2009 - 14:05:27

    Ameiiiiiii o final =)
    Tmb estou esperando pela próxima web!!!]Q seja d AyA...assim estarei lá...para ler e comentar...Olha ate rimo...rsrsrs...Bjim!!!

  • rss Postado em 28/10/2009 - 12:28:23

    que lindo o final ficou fofo,tou esperando pela sua proxima web.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:54:22

    AMEI A WEB,AMEI O FINAL TAMBÉM.
    MAIS VOU SENTIR FALTA DESSA WEB.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:41

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:29

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  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:16

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:35:40

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