Fanfics Brasil - Contando tudo a Dulce. O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]

Fanfic: O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]


Capítulo: Contando tudo a Dulce.

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Na manhã seguinte, Dulce me faz uma visita quando está a caminho da sua sala. Ela me pergunta como foi o encontro. Digo que foi ótimo. Ela se joga numa das cadeiras, colocando sobre a mesa uma garrafa de água mineral e seu pão com gergelim em forma de rosquinha. Dulce reclina a cadeira e bate a porta com o cotovelo. Seu rosto está sério.
O que acabou acontecendo foi que Derrick de fato optou pelo restaurantezinho italiano desconhecido da vizinhança. O mesmo restaurantezinho italiano desconhecido que por alguma razão também atraiu Dulce na noite passada. Uma cidade de milhões, e Derrick e Dulce a apenas duas mesas de distância, jantando ravióli em plena noite de segunda-feira.
Bem-vindo a Manhattan, uma ilha menor do que jamais se poderia imaginar.
- A única coisa sobre a qual você não mentiu para mim - diz Dulce, apontando o dedo - é que Derrick estava realmente num encontro. Só que não com você, sua bundona mentirosa ... embora a menina lembrasse você em termos de boca e queixo.
- Você está maluca?
- Não, maluca não.
- O quê, então?
- Bem, para começar, estou chocada. Nunca pensei que você fosse capaz de me enganar assim - ela parece mesmo muito abalada pela revelação. - E também estou magoada por perceber que você não confia em mim. Gosto de pensar em mim como sua melhor amiga, não alguma figura decorativa, um retrocesso aos tempos de segundo grau, sua melhor amiga hoje em dia. O que me leva a outra questão ... – ela diz cheia de moral e depois espera que eu quebre o silêncio.
Olho para o meu grampeador, depois para o meu teclado e depois para o meu grampeador novamente.


Embora tenha muitas vezes me imaginado sendo descoberta, é sempre Mayte que dá o flagrante. Porque, afinal de contas, quando soltamos nossa imaginação, optamos pelo pior cenário possível, não por um cenário mediano. É como se preocupar com a possibilidade de seu namorado ter sofrido um acidente de carro por causa de bebida - você não o imagina batendo numa caixa de correio e cortando o lábio. Você imagina lírios ao lado de um caixão aberto.
Então eu vi imagens de Mayte nos flagrando. Não do tipo na-cama-sem-roupa-em-pleno-ato - isso é muito improvável, especialmente num prédio com porteiro -, mas algo mais sutil. Mayte aparece inesperadamente e José a deixa subir sem tocar o interfone (lembrete mental: dizer a ele para nunca permitir isso). Atendo a porta imaginando que é apenas o cara que veio entregar a comida chinesa, caixas de rolinho primavera e de sopa de bolinho de carne para mim e para Poncho, compreensivelmente esfomeados por causa de nossas escapadas (lembrete mental número dois: sempre olhe antes pelo olho mágico). E ali está ela. Seus grandes olhos captando tudo. Sem palavras em seu estado de horror. Ela abandona a cena. Poncho vai para o corredor vestindo apenas sua cueca samba-canção xadrez, gritando o nome dela, como Marlon Brando em Um bonde chamado desejo.
Próxima cena: Mayte, em meio a caixas de papelão, empacotando seus CDS com a sempre tão solidária Belinda oferecendo a ela lenços de papel a todo momento. Pelo menos Poncho ficaria com os álbuns do Springsteen, até mesmo Greetings from Asbury Park, que alguém deu a Mayte de presente. A maior parte dos livros também ficaria, já que Mayte quase não trouxe livros para o apartamento. Apenas alguns poucos itens vistosos para colocar sobre as mesas de centro.


Uma vez eu li – ironicamente, numa das revistas de Mayte – que uma pessoa que está tendo um caso deve se engajar num tal de exercício de visualização que consiga se imaginar sendo flagrada e depois sofrendo as terríveis conseqüências, Essas imagens deve trazer a pessoa de volta à realidade, fazê-la pensar melhor, fazê-la se dar conta do que está perdendo. É claro, o artigo pressupunha um caso movido pelo desejo incontrolável e não era dirigido à pessoa desimpedida do triangulo, mas sim ao participante comprometido. Além disso, pressupunha também que a terceira pessoa envolvida não fosse madrinha do casamento prestes a se realizar. As nossas circunstancias claramente não se encaixam no esquema típico de adultério.
De qualquer modo, não sei como me sentiria se Mayte descobrisse tudo e nossa amizade terminasse. Não consigo imaginar. O fato é que Mayte era 100% por fora e ela e Poncho ainda estão bastante comprometidos. E provavelmente as coisas vão permanecer assim. Eles vão se casar e ela nunca vai descobrir a verdade.
Ser flagrada por Dulce é uma história diferente.
- Então? – pergunta ela.
- Então o quê?
- Com quem você realmente se encontrou ontem à noite? Quem realmente mandou isso para você? – Ela aponta para as minhas rosas.
- Uma outra pessoa.
- Não me venha com essa merda.
Engulo
em seco.
- Está bem, olha só, não nasci ontem. Você se envolve numa briga com Poncho no Talkhouse, os dois param de falar quando eu chego. Depois você vai embora dos Hamptons bem cedo no dia seguinte, toda deprimida, mentindo sobre prazos prestes a expirar... Conheço seus prazos, Annie, e você não tinha nada para entregar ontem. E aí essas flores chegam.


Ela aponta para as minhas rosas, ainda em perfeito estado.


- Você menciona o nome do Derrick, a quem ignorou todo o fim de semana. O que é estranho, mesmo que você tenha decidido pegar leve. Então você me diz que tem um encontro com Derrick e eu o encontro sem você, com uma outra mulher!
Ela termina a enumeração das evidencias com um sorriso jubiloso.
- Ela era bonitinha?
- A mulher?
- É, a companhia do Derrick.
- Na verdade sim, ela era bem atraente. Como se você se importasse.
Ela tem razão, não me importo.
- Agora pare de enrolar e vá direto ao ponto – diz.
- Que ponto?
- Anahí!
- Realmente parece terrível – digo, relutando
em confessar.
- Annie. Para quem você acha que eu vou contar? Sou sua amiga, não da Mayte. Que diabos, eu nem gosto dela tanto assim...
Pego minha fita adesiva, arranco cinco centímetros e seguro entre o dedo indicador e o polegar. Por alguma razão essa é uma confissão mais difícil do que a que fiz para Chris. Talvez porque seja cara a cara. Talvez porque o passado dela não tenha sido tão aventureiro quanto o de Chris.
- Está bem – Dulce tenta novamente. – Deixe-me falar por você, simplesmente faça que sim com a cabeça. – A voz dela é de uma mãe falando com uma filha.
Brinco nervosamente com a fita, enrolando-a em volta do meu dedo. Ela esta prestes a descobrir tudo e eu tenho duas escolhas: admitir ou negar. Admitir pode ser um grande alívio. Negar me forçaria a fazer uma expressão indignada e responder uma saraivada de perguntas do tipo: “Como é que você pode ter pensado isso? Você está maluca?” etc. Não estou bem para fingimento dessa natureza.
- Alfonso está traindo Mayte – diz ela – com você.
Som de tambores.
Ergo meu queixo e olho de volta para ela. Depois balanço a cabeça o menos possível, mal me mexendo.
- Eu sabia!


Penso em interromper o interrogatório, mas na verdade eu realmente quero conversar sobre isso. Quero que ela me diga que não sou uma pessoa terrível. Quero que ela discorra sobre aquela afirmação anterior de que combinaria mais com ele do que ele com Mayte. E, acima de tudo, quero apenas conversar sobre Poncho.
- Quando tudo começou?
- Na noite da minha festa.
Ela olha para o teto e balança a cabeça, como se agora tudo fizesse sentido.
- Está bem, comece do começo. Não esconda nada. – Ela se instala na cadeira e morde e morde um pedaço do pão.
- Na primeira vez que eu dormi com ele foi um acidente.
- Na primeira vez? Você dormiu com ele? Muitas vezes?
Dou uma olhada para ela.
- Desculpe, vá em frente. Simplesmente não consigo acreditar nisso!
- Certo. Na noite da festa fomos os últimos a sair... fomos tomar uns drinques, uma coisa levou a outra e dormimos juntos no meu apartamento. Foi um acidente. Quer dizer, nós estávamos bêbados. Eu pelo menos estava.
- É, eu me lembro, você estava de pilequinho naquela noite.
- É, eu estava. Mas o interessante é que Poncho diz que não estava bêbado. Esse detalhe não apenas desloca a responsabilidade para o lado dele, mas ao mesmo tempo torna a origem do relacionamento mais significativa.
- O quê? Ele tirou vantagem de você?
- Não, eu não quis insinuar isso... eu sabia o que estava fazendo.
- Tudo bem – ela faz um sinal para eu continuar.
Conto a ela sobre o dia seguinte, as mensagens frenéticas de Mayte, nosso pânico e Alfonso usando Derrick como álibi.
- Então foi isso – concluo.
- O que você quer dizer com “foi isso”? É claro que não foi só isso – ela dá uma olhada significativa nas rosas.
- Quero dizer que foi isso por um tempo. Nós estávamos arrependidos e...
- O quanto arrependidos?
- Arrependidos, Dulce Obviamente. – No íntimo recordo aquele primeiro dia e minha completa falta de remorso. - Então foi isso. Na minha cabeça, estava tudo acabado.
- Mas não na dele, certo?


Escolho minhas palavras cuidadosamente e conto a ela sobre a ligação de Poncho na segunda-feira e o que ele disse. E depois todas as coisas que aconteceram nos Hamptons. E sobre nosso primeiro beijo sóbrio. O beijo decisivo. Ter dormido com ele verdadeiramente pela primeira vez.
Ela dá mais uma grande mordida no pão.
- Então isso é... o que? Apenas sexo? Ou você realmente gosta dele?
- Eu realmente gosto dele – revelo.
Ela digere a informação.
- Ele vai terminar o noivado?
- Ainda não falamos disso.
- Como é que vocês podem não ter falado disso? Espere aí, era por causa disso que vocês estavam brigando no Talkhouse?
Digo a ela que não estávamos exatamente brigando, mas que eu estava chateada por ele ter transado com Mayte. Por isso as rosas.
- Certo. Então se ele lamenta por ter dormido com a noiva dele, é como se ele tivesse inclinado a terminar com ela, não é?
- Não sei. Nós realmente ainda não discutimos isso.
Ela parece confusa.
- E quando vocês vão fazer isso?
- Nós dissemos que conversaríamos lá pelo Quatro de Julho.
- Por que essa data?
- Uma escolha arbitrária, não sei.
Ela bebe um gole d’água.
- Bem, você acha que ele vai terminar com ela, certo?
- Não sei. Não sei nem se quero isso.
Ela me lança um olhar perplexo.
- Você está se esquecendo de um detalhe importante da historia, Dulce. Mayte é minha amiga de anos, da vida inteira, e eu sou a madrinha dela.
Ela revira os olhos.
- Detalhes.
- Você simplesmente não gosta dela.
- Mayte não é a pessoa de quem eu mais gosto nesse mundo, mas isso não vem ao caso.
- Na minha opinião esse é um detalhe importante. Ela é minha amiga. E, além disso, mesmo que não fosse, mesmo que fosse uma mulher qualquer, você não acha que eu teria de lidar com as conseqüências negativas de tudo isso?
Fico imaginando por que discuto contra mim mesma.
Ela se ajeita na cadeira e fala devagar.


- O mundo não é assim tão preto no branco, Annie. Não há uma moral absoluta. Se você tivesse dormido com Poncho só de farra, então talvez eu me preocupasse com as conseqüências negativas. Mas você tem sentimentos por ele. Isso não faz de você uma pessoa má.
Tento memorizar a fala dela. Não há uma moral absoluta. Isso é bom.
- Se a situação fosse inversa – continua ela -, Mayte faria a mesma coisa sem pestanejar.
- Você acha? – pergunto, considerando a idéia.
- Você não?
- Talvez você tenha razão – digo. Afinal, Mayte tradicionalmente leva a melhor. As coisas sempre foram assim.
Até agora.
Dulce sorri e faz que sim com a cabeça.
- Vai fundo.
Mais ou menos a mesma coisa que Ucker disse. São dois votos para mim e nenhum para Mayte.
- Vou continuar me encontrando com ele o máximo que puder. Vamos ver o que acontece – digo, percebendo que “ver o que acontece” é a minha versão para “ir fundo”.


 



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Autor(a): narynha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 85



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  • franmarmentini Postado em 21/02/2014 - 15:43:56

    olá vou ler...

  • dannystar Postado em 28/10/2009 - 14:05:27

    Ameiiiiiii o final =)
    Tmb estou esperando pela próxima web!!!]Q seja d AyA...assim estarei lá...para ler e comentar...Olha ate rimo...rsrsrs...Bjim!!!

  • rss Postado em 28/10/2009 - 12:28:23

    que lindo o final ficou fofo,tou esperando pela sua proxima web.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:54:22

    AMEI A WEB,AMEI O FINAL TAMBÉM.
    MAIS VOU SENTIR FALTA DESSA WEB.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:41

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:29

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  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:16

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:35:40

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:34:46

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