Fanfics Brasil - Estar com você não me dá a sensação de estar fazendo algo errado. O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]

Fanfic: O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]


Capítulo: Estar com você não me dá a sensação de estar fazendo algo errado.

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Às sete em ponto, exatamente como planejado, Alfonso chega à minha casa com um novo corte de cabelo, que acentua ainda mais suas maçãs do rosto. Ele está com uma garrafa de vinho tinto na mão, uma pequena sacola preta e um buquê de lírios casablanca brancos, do tipo que se encontra em qualquer delicatessen coreana por três dólares o ramo. Apesar de baratos e meio murchos, gosto tanto deles quanto das minhas caras rosas vermelhas.
- Estes são para você - diz ele.- Desculpe, já estão quase morrendo.
- Adorei - digo. - Obrigada.
Ele me acompanha até a cozinha enquanto procuro um vaso para colocá-las. Aponto para o meu favorito, um azul que está no alto do armário, fora do meu alcance.
- Você pode pegar para mim?
Ele pega o vaso e o deixa sobre a bancada enquanto começo a aparar os talos e arrumar as flores. Sou uma deusa dos trabalhos domésticos, pelo menos até onde ele sabe.
- Nós conseguimos - sussurra Poncho no meu ouvido.
Sinto arrepios nos braços. Consigo colocar as flores no vaso e acrescentar um pouco de água antes de me virar para beijá-lo. O pescoço dele está quente, e a parte de trás do cabelo ainda molhada por causa do corte. Ele tem cheiro de colônia, que quase não usa. É claro, eu também me perfumei, o que raramente faço. Mas esta é uma ocasião especial.


Quando se está acostumada a apenas algumas pitadas de tempo, um feriado prolongado pode muito bem parecer uma eternidade. Me sinto como quando saía correndo do ônibus no último dia de aula antes das férias de verão. Nenhuma preocupação a não ser decidir o que fazer primeiro - andar de bicicleta, ir para a piscina ou brincar de jogo da verdade com Mayte e Angelique no meu porão frio e inacabado. Hoje sei o que quero fazer primeiro e tenho certeza de que logo estaremos fazendo. Beijo o pescoço de Poncho, sinto o cheiro da sua pele doce e o aroma dos lírios.
- Este fim de semana vai ser uma loucura - diz ele, puxando minha camiseta sem alça por cima da cabeça, deixando que ela caia aos nossos pés. Ele desabotoa meu sutiã, segura meus seios com as mãos em concha e depois meu rosto. Seus dedos apertam minha nuca.
- É tão bom que você esteja aqui - digo. - Estou tão feliz.
- Eu também - diz ele, dedicando-se aos botões da minha calça.
Conduzo Poncho até minha cama e tiro a roupa dele, admirando corpo de vários ângulos diferentes, beijando-o em lugares novos. Na dobra da perna. No cotovelo. Nós temos tempo.
Fazemos amor vagarosamente, cada um provocando o outro até não conseguirmos mais resistir, e então passamos a um outro extremo, afoitos e sem fôlego. Hoje ele é mais meu do que nunca e sei por quê: à noite ele não vai voltar para casa para encontrá-la. Ele não vai ter de se lavar, e checar se sobrou algum sinal do nosso encontro. Afundo minhas unhas nas costas dele e o puxo com força para junto de mim.
Depois de fazermos amor, pedimos comida a um pequeno restaurante e comemos hambúrgueres à luz de velas. Então voltamos para a cama onde ficamos conversando e ouvindo música, lutando contra o cansaço para conseguir saborear nosso tempo juntos, não desperdiçá-lo com o sono.


Nossa única interrupção acontece por volta da meia-noite, quando Poncho diz que deveria ligar para Mayte. Digo a ele que é uma boa idéia, pensando se é melhor deixá-lo sozinho para falar com ela ou permanecer na cama ao seu lado. Decido ir ao banheiro, deixar ele fazer o que tem de fazer. Ligo a torneira de modo a não conseguir ouvir nem um pouco da conversa. Um minuto depois, Poncho chama meu nome.
Abro um pouquinho a porta.
- Já acabou?
- Já. Vem cá. Você não precisava ter saído.
Volto para a cama com ele, procuro sua mão.
- Desculpe - diz ele.
- Sem problemas, eu entendo.
- Estou apenas me precavendo... acho que agora ela não vai mais telefonar. Disse que estava a caminho de casa, indo dormir.
- O que ela está fazendo?
- Eles estão no Talkhouse. Bêbados e felizes. - Só que nós estamos sóbrios e mais felizes ainda, embolados nos meus lençóis, nossas cabeças apoiadas num único travesseiro. Quando Poncho se levanta para apagar a vela acesa no parapeito da janela, noto que alguns fios do cabelo dele se transferiram de seu pescoço para a minha fronha branca. Esses fiozinhos pretos me deixam tão feliz que sinto vontade de chorar.
Fecho meus olhos para me controlar.
Num dado momento, adormecemos.
E a manhã chega.
Acordo, me lembrando da primeira manhã em que despertamos juntos, o pânico que se instalou no meu coração naquele domingo em que fiz trinta anos. A sensação que tenho agora não poderia ser mais diferente. Uma alegria serena.
- Oi, Annie.
-Oi, Poncho.
Estamos os dois com sorrisos enormes.
- Feliz Quatro de Julho - diz ele, a mão pousada na parte interna da minha coxa.
- Feliz Quatro de Julho para você também.
-Este não é um Quatro de Julho típico para você. Nada de fogos, piqueniques, nada de praia. Você não se importa com isso? - pergunta ele.
- Não, não me importo - respondo.


Fazemos amor e depois tomamos uma ducha juntos. No começo estou meio sem graça, mas depois de alguns minutos relaxo e deixo que ele esfregue minhas costas. Ficamos embaixo da água quente (ele gosta da água na mesma temperatura que eu) e passamos ali tempo o bastante para ficarmos com os dedos enrugados. Então saímos para o mundo, andando pela Terceira Avenida em direção ao Starbucks. O dia úmido e cinza dá a impressão de que vai chover. Mas não precisamos de tempo bom. A felicidade brota dentro de mim.
Estamos sozinhos na fila do caixa, Marvin Gaye tocando ao fundo. Peço um café latte com leite desnatado. Poncho diz:
- Para mim o mesmo, num copo grande com, hum ... apenas leite normal
Gosto do modo como ele despreza as terminologias do Starbucks, ignorando as denominações em italiano e pedindo seu café como faria um cara metido a machão.
A menina empertigada atrás da máquina registradora grita nosso pedido para o colega, que imediatamente marca nossos copos com um pilot preto. Os funcionários do Starbucks estão invariavelmente numa animação louca, mesmo durante as piores horas do rush matinal, quando têm de lidar com hordas de pessoas mal-humoradas esperando impacientes por sua dose de cafeína.
- Oh, espere - a menina diz, sorrindo. - Os cafés são juntos ou separados?
Poncho responde rápido:
- Nós estamos ... os cafés são juntos.
Sorrio diante de sua derrapada. Nós estamos juntos.
- Mais alguma coisa?
- Hum. Sim. Vou querer um bolinho de framboesa - diz Poncho então olha para mim. - Annie?
- É, eu também vou querer um - digo, resistindo à tentação de pedir um bolinho light. Não quero ser parecida com a Mayte
em nada.
- Então, dois bolinhos.
Poncho paga e deixa o troco na caneca de gorjetas em frente à caixa registradora.
A garota sorri para mim, como se dissesse: "O seu companheiro não só é um gato, mas também é generoso."
Poncho e eu acrescentamos um saquinho de açúcar mascava ao café, mexemos e encontramos um lugar no balcão que dá para a janela. As calçadas estão desertas.


- Gosto de Nova York assim - digo, provando a espuma do meu café. Observamos um táxi solitário desaparecendo pela Terceira Avenida.
- Escuta só... nenhuma buzina.
- É, a cidade está realmente morta - diz ele. - Aposto que conseguiríamos reservar qualquer lugar hoje à noite. Você gostaria de sair?
Olho para ele.
- Nós não podemos.
Tomar um café é uma coisa. Jantar é outra.
- Podemos fazer o que quisermos. Você ainda não entendeu isso? Ele pisca e toma um gole do café.
- E se alguém nos vir?
- Não tem ninguém aqui - ele aponta para fora da janela. - E se eles virem? Podemos comer, não podemos? Que diabos! Eu poderia até dizer a Mayte que vamos comer qualquer coisa juntos. Ela sabe que estamos presos aqui, trabalhando, não é?
- Acho que sim.
-Vamos lá. Quero levar você para jantar. Nunca levei você para um jantar apropriado. Isso me faz sentir mal. O que você diz?
Levanto minhas sobrancelhas e dou um sorriso meio debochado.
- Que cara é essa? – Poncho pergunta. Seus lábios carnudos tocam a borda do copo.
- É só que "apropriado" não é a palavra que me vem à cabeça quando penso em nós dois.
- Ah, é isso – Poncho diz, fazendo trejeitos com a mão como se eu tivesse mencionado um detalhe insignificante da nossa relação. - Bem, isso realmente é inevitável... quer dizer. .. é, as circunstâncias não são... ideais.
- Isso é abrandar a situação. Vamos deixar de rodeios, Poncho, nós estamos tendo um caso.
Isso foi o máximo que cheguei a dizer sobre o nosso envolvimento.
Sei que Dulce não me daria nenhum prêmio pela objetividade, mas mesmo assim meu coração dispara. Trata-se de um comentário ousado vindo de mim.
-Acho que sim - diz ele hesitante. - Mas, quando estou com você, não fico pensando na impropriedade da nossa...relação. Estar com você não me dá a sensação de estar fazendo algo errado.
- Sei o que você quer dizer - digo, pensando que algumas pessoas por aí poderiam discordar.


Fico esperando para ver se ele vai falar mais alguma coisa sobre nós dois. Nosso futuro. Ou pelo menos nosso estratagema deste fim de semana. Ele não diz nada. Em vez disso sugere que a gente leve o café para casa e leia o jornal na cama.
- Ótima idéia - digo, imaginando que seção ele lê primeiro. Quero saber cada pequeno detalhe a seu respeito.
A chuva vai e vem durante todo o dia, então ficamos em casa, passando do sofá para a cama, da cama para o sofá e depois para a cama, conversando por horas e horas, nunca olhando o relógio. Falamos sobre tudo: segundo grau, faculdade, curso de Direito, nossas famílias, amigos, livros, filmes. Mas não a respeito de Mayte e da situação. Nem mesmo quando ela liga para o celular dele para dizer oi. Examino as minhas cutículas enquanto ele mente que acabou de sair do escritório para comer e que sim, ele está conseguindo produzir bastante, tem trabalhado numa apresentação durante todo o dia. Ele murmura "eu também" no final da rápida conversa, por isso sei o que ele acabou de dizer a ela.
Penso que muitos casais pontuam suas ligações com vários "eu te amo" da mesma maneira automática que outras pessoas dizem "tchau". Não significa nada.
Quando Poncho desliga o telefone meio acanhado, meu celular toca. É Mayte. Poncho ri.
- Ela acabou de me dizer que precisava correr. Claro que precisa. Para ligar para você!
Não atendo, mas depois ouço a mensagem. Ela reclama do tempo, mas fala que de qualquer forma eles estão se divertindo. Diz que está com saudade de mim. Que a viagem não é a mesma sem Poncho e eu. Não vou me sentir culpada. Não vou.



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Autor(a): narynha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 85



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  • franmarmentini Postado em 21/02/2014 - 15:43:56

    olá vou ler...

  • dannystar Postado em 28/10/2009 - 14:05:27

    Ameiiiiiii o final =)
    Tmb estou esperando pela próxima web!!!]Q seja d AyA...assim estarei lá...para ler e comentar...Olha ate rimo...rsrsrs...Bjim!!!

  • rss Postado em 28/10/2009 - 12:28:23

    que lindo o final ficou fofo,tou esperando pela sua proxima web.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:54:22

    AMEI A WEB,AMEI O FINAL TAMBÉM.
    MAIS VOU SENTIR FALTA DESSA WEB.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:41

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:29

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  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:16

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:35:40

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:34:55

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:34:46

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