Fanfic: O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]
Depois que Dulce deixa a minha sala, volto a pensar em Poncho o tempo todo, esperando por um e-mail ou um telefonema. Quando o telefone finalmente toca, dou um salto na cadeira.
Mas é apenas Mayte, perguntando se estou livre para o almoço. Digo a ela que sim. Odeio a idéia de um encontro, mas preciso saber o que está acontecendo. Talvez Poncho tenha dito alguma coisa para ela.
A gente marca no Naples, um restaurante no lobby do prédio da MetLife. Como há uma fila, sugiro que a gente vá para uma delicatessen do outro lado da rua. Ela diz que não, que está louca para comer uma pizza. Digo que tudo bem, a gente pode esperar uma mesa. Examino o rosto dela em busca de possíveis sinais de um rompimento. Nada de novo, embora a cor do cabelo dela tenha se modificado um pouquinho por causa do sol. Ela está com um rabo-de-cavalo baixo e todo certinho.
Brincos de água-marinha pendem de suas orelhas.
- Tem alguma coisa de errado no meu rosto? - Mayte pergunta, passando a mão nas bochechas.
- Eu só estava olhando para os seus brincos. São bonitos. São novos?
- Não. Poncho me deu há muito tempo.
- Quando? No seu aniversário?
- Não ... não consigo me lembrar exatamente. Acho que foi só um presente qualquer.
Sinto uma onda de ciúme, mas digo a mim mesma que desde então muita coisa mudou.
Mayte me pergunta como foi o meu fim de semana.
- Legal - respondo. Meu coração estremece só de pensar. – Sabe como é, muito trabalho ... Como foi o seu?
- Maravilhoso. Você deveria ter estado lá. Altas festas. Altas bandas no Talkhouse. Oh, meu Deus, foi tão divertido. Você e Poncho escolheram o fim de semana errado para trabalhar.
Você e Poncho. Você e Poncho. Você e Poncho.
- O Poncho teve de trabalhar o tempo todo? - pergunto só por garantia.
Ela revira os olhos.
- Grande novidade. Estou me casando com um viciado em trabalho.
- Ele não tem culpa dos horários dele.
Ou de como ele se sente.
- É, é, eu sei - diz ela. - Mas aposto que é ele quem se oferece para metade das coisas e depois acaba ficando todo ato lado de trabalho. Tenho certeza de que ele gosta disso. Faz com que se sinta importante.
Percebo um tom de crítica na voz dela. Talvez esse seja o prelúdio da história de uma briga feia entre eles.
-Você acha?
- Eu sei - diz ela, enquanto somos levadas a uma mesa do lado de fora. - Você já sabe que Dulce conheceu um cara, não?
- É, ela me falou. Você chegou a conhecer?
- Rapidamente.
- E aí? O que você achou?
- Ele não é nada feio. Não faz meu tipo ... muito metido a artista. Mas ainda assim é bem bonitinho. Não dá para entender.
- O que você quer dizer com isso? - pergunto, sabendo direitinho que ela acha improvável Dulce conhecer um cara gatinho.
- Dá só uma olhada nela. Dulce não dá a menor bola para a aparência. Metade do tempo ela nem mesmo age como uma garota.
- Eu acho ela bonita.
Mayte me dá uma olhada do tipo "cai na real`
Penso na calça amassada e nas unhas descasca das de Dulce.
- Só porque ela não faz o gênero mulherzinha não significa que não seja atraente.
- Ela tem quase trinta anos, precisa começar a usar maquiagem Essa bobagem de au naturel saiu de moda nos anos 1970.
- Bem, pelo visto Christopher não concorda.
- É, bem, vamos ver quanto tempo dura - diz ela, passando pão num prato de azeite É, vamos ver quanto tempo você e Poncho duram. Penso nos dados vermelhos, guardados em segurança na caixinha de bala, e o remorso instantaneamente toma conta de mim. Não quero que ela fique magoada. Gostaria que houvesse um modo de Poncho e eu ficarmos juntos e de Mayte não sofrer. Por que os finais felizes são tão difíceis? Tento me concentrar em Dulce e Ucker (é assim que Dul o chama).
- Acho que ela realmente está na dele - comento.
- Uau! - diz ela, revirando os olhos. - Você sabia que o ex dela está com uma garota nova, não é?
- É, é claro que eu sei disso, mas ela não está nem aí para o Corey. E foi ela quem dispensou ele, lembra?
- Bem, lembro. Só que aí ele começou a sair com uma garota gostosona de 23 anos e a desfilar pelo Talkhouse com ela bem na frente da Dulce... e então ela fica toda convencida de que Christopher é o homem da vida dela. Coincidência? Não creio.
Digo que acho que ela está sendo perversa.
- Pára de agourar!
- Tudo bem. Não importa. Próximo assunto - diz Mayte, pousando o guardanapo de leve no canto da boca. - Quando você falou com Derrick pela última vez?
- Em algum momento da semana passada.
Ela se debruça um pouco na mesa e diz que ele mencionou meu nome diversas vezes durante o fim de semana.
- Legal - digo, sem tirar os olhos do cardápio. Derrick soa como uma história do passado.
Ela faz uma careta.
- Por que você não se anima com ele? Você não acha que ele é uma gracinha?
- É, ele é uma graça - respondo.
O garçom se aproxima da mesa para anotar nossos pedidos. Mayte pede uma pizza só para ela. Digo a ele que vou querer uma Caesar salad.
Mayte não acha uma boa idéia.
- Você quer apenas uma salada?
Dá para perceber que ela fica irritada porque estou pedindo uma salada e ela uma pizza. Mayte gosta de ser aquela que come com moderação.
Então eu a tranqüilizo:
- Essa salada é bem calórica e engordativa.
- Bem, você vai ter de comer um pouco da minha pizza. Não consigo comer uma pizza inteira sozinha.
Ela está falando comigo, mas na verdade quer que o garçom escute. Ele sorri. Então ela oferece a ele uma expressão amigável e aberta. Percebo que está escondendo a mão esquerda sob a mesa de forma que ele não veja o anel dela.
Quando ele vira para ir embora ela diz:
- Ah, e será que você pode se certificar de que não vão queimar a minha pizza? Às vezes queimam. E eu gosto das minhas pizzas ... como é que eu posso dizer ... "malpassadas"? - Ela traz o rabo-de-cavalo para a frente de um dos ombros.
Ele ri e pisca.
- Sem problema.
- Ele é muito novinho para você - digo, sem me preocupar que ele ainda esteja perto o bastante para me ouvir.
- O quê? - diz ela toda inocente. - Ora, por favoooor, eu não estava paquerando o cara.
Antes que ela passe para outro assunto, preciso saber se há qualquer problema amoroso iminente. Uso o subterfúgio do casamento.
- E então? O que você decidiu a respeito dos CDS?
- Dos CDS?- Ela parece confusa. - Ah, claro, as lembrancinhas. Ainda não voltei a pensar nisso. Tirei o fim de semana para não pensar em providências para o casamento. Além do mais, acho que os CDS vão dar muito trabalho. Talvez eu fique mesmo com as amêndoas ou as balas de menta. Eles fazem caixas de bala em forma de coração que são uma gracinha. Talvez a gente providencie as caixinhas. Você sabe como o Poncho adora balinhas.
- Hum ... não sabia disso.
- É - confirma ela. - As de canela.
Nesta noite Alfonso só telefona mais tarde e eu perco a ligação porque estou revisando documentos numa sala de reuniões. A mensagem dele é curta: "O i, Annie. Desculpe por não ter ligado hoje ... O dia inteiro tem sido um verdadeiro `treinamento de incêndio`, estou me preparando para aquela apresentação na quinta. Eu realmente deveria ter trabalhado nisso no fim de semana ... Mas eu não faria diferente. Valeu a pena estar com você. Estou com saudade. Falo com você logo, logo."
A mensagem me dá uma sensação de vazio. Isso é tudo? Uma descrição do horário de trabalho dele? E ainda por cima falando em "treinamento de incêndio", uma expressão irritante de funcionários de banco? Da próxima vez ele vai usar "atolado", outro desses termos odiosos, para dizer que está ocupadíssimo. E o mais importante, ele não cita Mayte, mas também não diz quando vou encontrá-lo outra vez, apenas que sente saudade. Tenho a impressão de que ele está escorregando para longe de mim, minha chance de ser feliz está se dissipando. Começo a ficar em pânico, mas aí digo a mim mesma para ser paciente. Poncho vai tomar a decisão certa. No fim ele vai ficar comigo.
Finalmente nos encontramos na quinta-feira à noite. Ele chega à minha casa tarde, exausto do trabalho. Conversamos por uns minutos antes de ele pegar no sono com a cabeça no meu colo, enquanto assisto a uma reprise de "Sopranos". Tony está traindo Carmella mais uma vez. Minha identificação com ela é grande e bem abrangente de uma forma irônica, porque, afinal, ela é a esposa e não a outra. Penso em Mayte, comparo nossos sentimentos por Poncho. Ela não o ama tanto quanto eu. Não é possível. Esse vai ser meu argumento na reta final.
Quando já passa da meia-noite, dou uma sacudidela nele, digo que é melhor ir para casa. Ele concorda relutante e se desculpa novamente por seu horário de trabalho maluco. Digo que entendo, sei como é. Ele me beija e me dá um abraço demorado. E então sai para estar novamente com Mayte. Quando ele já está perto da porta, pergunto o que vai fazer no fim de semana.
Tento parecer despreocupada, mas por dentro me agarro à esperança de que ele me conceda algumas horas.
- Meu pai e sua mulher vêm me visitar. Não falei isso para você?
- Não, não. Você não falou. Mas que legal. O que vocês vão fazer?
- Você sabe... o de sempre. Jantares. Talvez um show.
Imagino os quatro pela cidade. Fico magoada de não poder conhecer o pai dele, e isso deixa tudo ainda mais claro: não estou com Poncho. Sou a outra. Penso em todas as mulheres que têm de se contentar apenas com eventuais noites de quinta-feira. Nada de feriados, ocasiões especiais de família ou jantares de trabalho importantes. Excluídas quando realmente importa. Então, penso comigo mesma que Poncho nem chegou a me fazer qualquer promessa, falsa ou não, coisa que as outras mulheres sempre conseguem nos filmes. Nada a não ser dois "eu te amo" e alguns dados vermelhos.
No sábado à noite, Dulce me convence a sair com ela e Ucker. Sinto-me culpada por invadir o jantar deles, mas concordo, sem querer ficar sozinha pensando em Poncho. Tenho estado obcecada pelo seu aconchegante fim de semana familiar, ele sorrindo em meio a todas as inevitáveis conversas sobre casamento, fingindo-se em dia com suas providências nupciais. E talvez esteja mesmo. Não tenho idéia do que está acontecendo e, depois do nosso fim de semana juntos, esperar e imaginar é muito mais difícil.
Então vou até Gramercy e encontro Dulce e Ucker no I Trulli, um restaurante italiano. Nos sentamos numa pequena mesa redonda, no bonito pátio dos fundos, cercado de muros de pedras marrons, um pedaço de céu azul bem acima da gente. O pátio está iluminado com velas, e pequenas luzes brancas enfeitam os galhos das árvores. O cenário não poderia ser mais romântico. A não ser pelo fato de eu estar sobrando.
Passados 15 minutos, já sei que gosto de Ucker. Ele não tem nenhuma afetação, fala devagar, escolhendo cuidadosamente as palavras: ele usa “prefiro" em vez de "gosto mais`: "agradável" em vez de "legal", "início" em vez de "começo". São alternativas simples e não expressões pomposas.
Então sei que ele não está se exibindo. (Uma vez saí com um cara que usou as palavras "salubre", "sartorial" e "loquaz" numa única noite. Recusei o convite para o encontro número dois com medo de que ele aparecesse usando um lenço amarrado no pescoço e preso com um alfinete.)
E apesar de Ucker não ter uma beleza tradicional, gosto de sua aparência. Seu cabelo meio comprido, sua pele com um tom queimado e seus olhos castanhos me lembram um daqueles atores de filmes antigos.
Observo enquanto ele ri de alguma coisa que Dulce acabou de dizer inclinando-se na direção dela. Ninguém diria que eles se conheceram há apenas uma semana. A interação deles é fluida e natural, Dulce não está agindo como as mulheres costumam agir nos primeiros estágios de um relacionamento. Ela pergunta duas vezes a ele se está com espinafre no dentes, come até a última garfada de sua massa e depois insiste que a gente peça sobremesa.
Saboreando nossas fatias de cheesecake, Dulce e eu contamos a Ucker o quanto detestamos nossos trabalhos. Ele pergunta por que a gente simplesmente não pede demissão. Explicamos que não é assim tão fácil, há incentivos que perderíamos ao deixar o escritório, precisamos pagar nossos empréstimos, blá blá blá. E além do mais, o que poderíamos fazer?
Ele olha para mim e diz sim, o que vocês poderiam fazer? Olho para Dulce esperando que ela responda primeiro.
- Dul abriria uma loja de antiguidades - diz ele, colocando a mão na cintura dela. - Certo?
Dulce sorri. Eles já falaram dos seus sonhos. Minha aposta é que ela vai abrir a loja no centro de Montauk.
- E você, Anahí? - pergunta Ucker novamente, seus olhos com uma expressão investigativa.
Essa é uma pergunta comum nas entrevistas de trabalho dos escritórios de advocacia, ao lado de "por que você decidiu estudar Direito?".
É o momento em que se oferece a resposta apropriada sobre a busca pela justiça, quando o que realmente se pensa é: sou uma aluna exemplar, que tem ótimos resultados e não tenho a menor idéia do que poderia fazer além disso. Teria estudado Medicina, mas não tolero ver sangue.
Digo a ele que não sei, envergonhada com essa verdade.
- Se você pedisse demissão, talvez fosse capaz de descobrir mais rapidamente
- Ucker diz na sua voz calma. - Pobreza, fome ... essas coisas fazem você pensar com mais clareza.
Meu celular toca. É um barulho estridente. Peço desculpas, digo que pensava ter desligado antes do jantar. Talvez seja Poncho. Talvez ele tenha escapado para o banheiro para me telefonar.
- Quem é?- pergunta Dulce Pelo visto ela também acha que é Poncho.
- Não tenho certeza.
- Bem, dá uma olhada - diz ela. - A gente não se importa, não é?
Dulce dá de ombros.
- Nem um pouco.
Não consigo resistir. Pego o telefone na bolsa e escuto a mensagem. É apenas Derrick. Ele diz que sabe que está tarde, mas queria saber o que eu estava fazendo.
- Derrick - digo, incapaz de esconder minha decepção.
Dulce lembra a Ucker quem é Derrick, o cara que alugou a casa com a gente. Ele faz que sim com a cabeça e diz que se lembra dele.
- Por que você não telefona e diz para ele vir até aqui? – pergunta ela. - Nós pedimos uma outra garrafa de vinho.
É legal da parte dela o oferecimento, mas dá para perceber que ela está pronta para terminar a noite acompanhada apenas de Ucker. E eu não quero mais caridade. Digo que não, estou cansada, foi um jantar maravilhoso, mas tenho mesmo de ir para casa. Ucker olha para a garçonete e pede a conta fazendo um gesto de mão.
Quando saímos do restaurante, Dulce me pergunta se vou pegar um táxi. Digo a ela que não, que vou a pé.
- Quarenta e poucos quarteirões?
- A noite está gostosa.
Nós nos despedimos e Ucker beija meu rosto. Digo a Ucker que foi um prazer conhecê-lo. Ele retribui me convidando para visitá-lo em Montauk. Abraço Dulce e sorrio para mostrar que sinceramente aprovo seu novo namorado. Quando começo a caminhar em direção à minha casa, me dou conta de que apesar de me sentir feliz por Dulce, seu novo relacionamento me deixa ainda mais vazia, mais sozinha.
O simpático quarteto deve estar saindo do teatro agora, indo para um gostoso restaurante, andando pelas avenidas, rindo e cantando melodias mais marcantes do espetáculo. O ressentimento toma conta de mim. Se eu estivesse com os dados agora, os jogaria na sarjeta.
Continuo andando e olho meu relógio. Passa um pouquinho das dez e de repente não quero ir para casa. Considero retomar a ligação de Derrick, mas fico preocupada, achando que não é justo usá-lo para esquecer Poncho. Mas me sinto tão mal e estou com tanta raiva que telefone para ele assim mesmo.
Ele atende de primeira.
- O que você está fazendo? - pergunto.
- Ei, você recebeu o meu recado?
- É, recebi, eu estava jantando. Estou na sua área. Quer me encontrar para um drinque?
- Adoraria. Onde você está exatamente?
Digo a ele que estou na 27 com Terceira Avenida.
- Perto do Rodeo Bar?
Dou uma olhada. Ele está certo.
- É, fica do outro lado da rua.
- Bem, entra e pede uma cerveja para mim, tá? Já estou chegando.
A voz dele está animada, alegre e me faz sorrir. Digo que vou estar no bar, esperando com a cerveja.
O Rodeo Bar é o que há de mais caipira em Manhattan. Placas de carro antigas emolduram o bar e há um enorme bisão empalhado pendurado no teto. Cascas de amendoim cobrem o chão.
- Ei, bonitona - ouço Derrick dizendo atrás de mim. - Este lugar está ocupado?
Rio e digo que não, que ele é bem-vindo.
- Aqui está a sua cerveja.
- E ainda está gelada - diz ele, tomando um grande gole. - Obrigado.
-De nada.
- E aí? Onde você estava?
- No I Trulli.
Ele faz que sim com a cabeça para mostrar que conhece o lugar.
- Que bom, você estava num encontro?- pergunta fingindo ciúme.
Depois ergue o pulso como se prestes a agredir o cara que acabou de invadir seu território.
Rio.
- Não, estava com Dulce e Ucker, o novo namorado dela. Você conheceu Ucker no último fim de semana, não foi?
- Ah é, aquele sujeito que ela encontrou na praia.
Rio novamente.
- É, mais ou menos.
- Foi isso mesmo. De verdade. Foi uma jogada ousada.
- De diversas maneiras, Dulce age mais como um cara do que como uma garota - digo e penso que jamais seria capaz de abordar um cara na praia daquele jeito.
- É - diz.ele. - É ótimo, eu ainda estou esperando você se tornar agressiva comigo.
Sorrio.
-É mesmo?
- É, é mesmo. Ele sorri olhando bem para mim.
- Então - digo.
- Então.
Ele encosta o braço no meu.
- Eu estou tão branca - digo, comparando a cor de nossas peles.
- Gosto de pele clara - diz ele. - É feminino.
- Então deixa eu entender - digo. - Você gosta de mulheres agressivas que sejam bem femininas?
Ele estala os dedos no ar e aponta para mim.
- Isso mesmo. Será que você pode me ajudar?
Rio e tomo um gole da minha cerveja, imaginando se Derrick vai me beijar hoje à noite. Se ele me beijar, é possível que eu retribua. Posso até mesmo gostar. Se você não pode estar com quem ama ...
Acabamos nossas cervejas. Digo que estou cansada de música country e pergunto se ele não quer ir embora. Ele concorda e me convida a ir a um outro bar.
- Você já foi ao Aubette? - ele pergunta. - Fica a apenas alguns quarteirões.
- É, fica no mesmo quarteirão do I Trulli, certo?
- É. Mas nunca fui lá num sábado à noite, então não sei se vai estar bom. Mas eles têm aqueles maravilhosos martínis com maçã que combinam com você. Quer ir?
Eu rio. Como ele sabe o que tem tudo a ver comigo? Poncho é que tem tudo a ver comigo.
- Claro, vamos ..
Chegamos rápido ao Aubette e ultrapassamos a barreira do segurança musculoso e vestido de preto. Entramos. É difícil definir o perfil dos numerosos freqüentadores ...
O ambiente é bastante heterogêneo. Acompanho Derrick em direção ao bar onde se pode fumar charutos, lá nos fundos, e sento perto dele num sofá forrado de couro, com acabamento em botões e braços altos. É aconchegante, mas seria ainda mais se fosse com Poncho. Tento afastá-lo do pensamento.
- O que você quer?
- Um martíni com maçã.
Posso sentir o vinho tinto e as cervejas me subindo à cabeça. Um martíni provavelmente não é uma boa idéia, mas não me importo.
- Você não vai se arrepender. Volto já, já.
Derrick volta com o meu martíni e um copo de scotch para ele.
- Que tal? - pergunta depois que dou um gole.
-Bom.
Tomo mais um gole.
- Quer experimentar?
Ele toma um gole do meu copo, depois passa a língua nos lábios e olha para mim. É um convite. Por um segundo, no meu estado semi bêbado, me sinto confusa, sem saber o que fazer. Penso em Poncho. Ele ainda não rompeu o noivado. Pode ser que nunca rompa. Enquanto isso posso beijar Derrick. Devo proteger meu coração. E algo me diz que Derrick não se importaria em ser usado dessa maneira. Vou me inclinando na direção dele e começo um beijo.
- Hum - ele diz sorrindo. - Eu não reparei que isso vinha na minha direção.
Beijo mais uma vez.
- Nem isso - diz ele.
Fico imaginando se ele vai contar a Poncho. Um lado meu espera que sim. Beijo-o uma terceira vez e acrescento um pouco de língua só para garantir. Conversamos mais um pouco. Estou bêbada e vagamente atraída por ele. Ele tem belos antebraços, a quantidade ideal de pêlos. Nós nos beijamos algumas outras vezes e é gostoso, mas nada muda dentro de mim. A cada vez que nossos lábios se tocam, tenho ainda mais saudade de Alfonso.
Finalmente saímos do Aubette e paramos na rua, meio sem jeito. Um táxi aparece. Derrick não me impede de chamá-Io e também não me convida para ir à casa dele. Estou aliviada, porque provavelmente teria dito sim. E isso seria um erro. Seria apenas por conta do martíni de maçã... do martíni e também de um crescente ressentimento por estar, seis dias depois do lance de dados, de vela num jantar romântico e beijando o cara errado, num bar fechado, cheio de fumaça de charuto.
Autor(a): narynha
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Beijar Derrick é o que preciso para dar mais tempo a Poncho. A lógica é meio complicada, mas sinto que essa pequena traição me iguala a Poncho pelo menos por enquanto. Ele é noivo; eu beijei o amigo dele.Dulce discorda dessa lógica. Ela está inquieta, dizendo para eu acabar logo com essa história. Chega. Já ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 85
Para comentar, você deve estar logado no site.
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franmarmentini Postado em 21/02/2014 - 15:43:56
olá vou ler...
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dannystar Postado em 28/10/2009 - 14:05:27
Ameiiiiiii o final =)
Tmb estou esperando pela próxima web!!!]Q seja d AyA...assim estarei lá...para ler e comentar...Olha ate rimo...rsrsrs...Bjim!!! -
rss Postado em 28/10/2009 - 12:28:23
que lindo o final ficou fofo,tou esperando pela sua proxima web.
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kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:54:22
AMEI A WEB,AMEI O FINAL TAMBÉM.
MAIS VOU SENTIR FALTA DESSA WEB. -
kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:41
MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:29
MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:16
MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS SSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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css Postado em 27/10/2009 - 20:35:40
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