Fanfic: O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]
Jennifer Lopez aparece na tela em toda sua voluptuosidade. Olhamos melancólicas enquanto ela rodopia numa paisagem rural.
- Será que a bunda dela é tão maravilhosa assim? - pergunta Mayte.
- Receio que sim - digo, na verdade sentindo prazer com o comentário.
Ela enxerga rivais até mesmo entre as celebridades, enquanto eu nem ligo para Jennifer Lopez e sua bunda fantástica.
Mayte estala a língua.
- Você não acha que ela é meio gorda? - pergunta.
- Não, ela é ótima - digo, sabendo que a bunda de Mayte equivale à metade da bunda de Jennifer.
- Bem, eu acho...
Dou de ombros.
- Poncho gosta dela. Ele acha que ela é muito atraente.
Nova informação sobre o Alfonso. Blein! Blein! Blein! O que isso pode significar? Eu não sou tão mais cheinha que a Mayte, mais morena. Não, nada a ver, bobagem minha. A maioria dos caras gosta da Jennifer, não importa que caras. É como Brad Pitt para nós mulheres. Você pode não gostar de homem louro com traços finos, mas, puxa vida, é o Brad. Ninguém recusa o Brad Pitt.
- Não se preocupe, ela não deve ser assim tão bonita na vida real - Mayte diz, partindo do princípio de que todas as mulheres são como ela e precisam ser consoladas sempre que encontram alguém mais bonita.
-Ahã-digo.
- Entenda, os maquiadores são capazes de fazer verdadeiros milagres - diz toda metida a sabichona, como se tivesse trabalhado no show business durante anos. Ela puxa o cobertor no encosto do sofá e se enrola nele. - Gosto daqui.
Poncho também.
- Você está com frio? - pergunto.
- Não, só quero ficar bem aconchegada e confortável.
Ficamos assistindo a clipes até eu quase esquecer Poncho. Tanto quanto possível para uma pessoa apaixonada. Então, do nada, durante um clipe da Kate Perry, faz uma pergunta inimaginável:
- Você acha que devo me casar com Alfonso?
Fico paralisada.
- Por que você está me perguntando isso?
-Não sei.
- Deve haver uma razão - digo, tentando manter a calma.
-Você acha que eu devia estar com alguém mais tranqüilo? Como eu?
- Alfonso é tranqüilo.
- Não, não é. Ele é totalmente estressado.
- Você acha? - pergunto. Talvez seja. Só que eu simplesmente não o enxergo assim.
- Totalmente.
Tiro o som da TV e me disponho a ouvir: Vá em frente, estou pronta para ser uma ouvinte maravilhosa. Lembro no primário quando a gente colocava o "capacete de ouvir” apertando o fecho imaginário sob o queixo como os meninos sempre faziam. Respiro fundo, faço uma pausa e aí digo:
- Fico preocupada com essa pergunta. O que está acontecendo com você?
Posso sentir meu coração acelerado e ansioso pela resposta.
- Não sei... Às vezes nosso relacionamento parece um pouco desgastado. Entediante. Isso é ruim? - ela olha para mim com cara de vítima.
Esta é a minha chance. Tenho uma oportunidade. Penso bem nas palavras que posso dizer, como seria fácil manipulá-la. Mas inexplicavelmente não consigo. Já estou cometendo um erro absurdo, não posso ser desonesta também, é demais. Há um conflito de interesses, como diz o jargão jurídico. Não posso aceitar a causa.
- Eu realmente não sei, May. Só você e Poncho são capazes de decidir. Mas você realmente devia pensar com cuidado. Talvez vocês devessem adiar - digo.
- Adiar o casamento?
- Talvez.
Mayte contrai o lábio e franze a testa. Tenho certeza de que ela está prestes a chorar, mas aí seus olhos se viram para a televisão. Ela se anima toda.
- Ah, eu adoro este clipe! Aumenta! Aumenta!
Tiro a TV do mudo e aumento o som ainda mais. Mayte se sacode toda, dançando com a cabeça e o tronco, como um roqueiro, cantando uma música que nunca ouvi antes, de uma banda qualquer de garotos. Ela sabe toda a letra. Fico observando, espantada com a repentina transformação.
Quero que ela volte a falar de Poncho, mas ela não faz isso. Arruinei minha chance de aconselhá-la a cancelar tudo, de dizer que Poncho não é o cara certo. Por que não disse isso, por que não plantei a semente do descontentamento? Não joguei a meu favor. Por outro lado, não acho que Mayte realmente queira um conselho. Queria consolo, alguém para dizer que tudo vai ficar bem, que ela deve se casar com Alfonso. Como eu não disse o que ela esperava ouvir, Mayte preferiu um clipe para animá-la no meu lugar.
- Esta música arrebenta - diz Mayte, jogando o cobertor para o lado. Ela levanta e sai dançando pelo apartamento. Então pára e vasculha minha estante, onde há pouco tempo coloquei a latinha de balas de canela e os dados.
- O que você está fazendo?
- Procurando o álbum do segundo grau. Onde está o seu?
- Na prateleira perto do chão.
- Ah, aqui está - ela levanta e percebe a latinha, tolamente colocada na altura do olho. - Posso pegar uma?
- Está vazia - digo, mas ela já abriu a tampa.
-. Por que você tem dados aqui?
- Hum, não sei - hesito.
- Você não sabe? - pergunta ela.
- Por nada, eu acho.
Ela me olha penalizada, como olharia para um esquizofrênico balbuciando no metrô.
- Você não sabe por que guarda dados numa latinha de balas? Está bem. Tudo bem, sua esquisita.
Ela tira os dados da latinha, sacudindo-os, como se estivesse prestes a lançá-los.
- Não faça isso - grito. - Guarde os dados de volta na lata.
Não é uma boa idéia dar ordens a Mayte. Ela é uma criança, vai querer contestar, vai querer jogar só porque eu proibi.
Como era de se esperar:
- Para o que eles servem? Não entendi.
- Nada. Eles são apenas os meus dados da sorte.
- Dados da sorte? Desde quando você tem dados da sorte?
- Desde sempre.
- Bem, então por que você guarda seus dados numa latinha de balas? Você não gosta de balas de canela.
- Gosto sim.
Ela sacode os ombros.
-Ah.
Examino seu rosto. Ela não está suspeitando de nada, mas ainda segura meus dados. Planejo atravessar o apartamento correndo, agarrá-la e arrancá-los à força de suas mãos antes que ela possa jogá-los. Mas ela apenas olha para eles mais uma vez e os guarda na latinha. Não tenho certeza se os seis ficarão para cima. Verifico mais tarde. Desde que ele não sejam jogados mais uma vez, tudo bem para mim.
Ela pega novamente meu álbum escolar e traz para o sofá, folheando as páginas finais com esportes e atividades nos ginásios. Isso vai distraí-la por algumas horas. Ela encontrará milhares de assuntos para comentar: lembra disso, lembra daquilo? Mayte nunca se cansa do nosso álbum, discutindo o passado e especulando o futuro desse ou daquele ausente no reencontro, ou porque agora é um fracassado, ou, ao contrário, tão espetacularmente bem -sucedido que não tem tempo de voltar para Indiana só para um fim de semana (a categoria na qual Darey me encaixa, porque, é claro, tive de trabalhar naquele fim de semana e perdi o encontro). Ou então ela brinca do que mais gosta: abre uma página do álbum, fecha os olhos, passeia o dedo pela página até eu dizer "pare!” então terei de transar com o cara indicado. Esses são os jogos típicos da Mayte e, quando ganhamos nosso álbum há 12 anos, eles eram muito divertidos.
- Ah, meu Deus. Olha só o cabelo dela! Você já viu uma franja tão grande? - Mayte leva um susto quando vê a foto de Lama Lindell. Ela está tão ridícula. A franja deve ter uns trinta centímetros!
Concordo e aguardo a próxima vítima: Richard Meek. Só que agora ela decide defendê-lo, o contrário do que aconteceu no final do segundo grau.
- Nada mau. Ele até que é bonitinho, não é?
- É. Ele tem um sorriso legal. Mas lembra como ele cuspia na gente quando falava?
- É, bem lembrado.
Mayte folheia o livro até finalmente se cansar dele, deixá-lo de lado e retomar o controle da TV. Ela encontra Harry e Sally, feitos um para o outro e dá um gritinho.
- Está começando agora! Oba!
Nós duas nos encostamos no sofá, colocamos os pés na mesinha e assistimos ao filme juntas mais uma vez, após uma infinidade de vezes. Mayte sempre fala alto, recitando as partes que sabe de cor. Não peço para ela ficar quieta nem uma vez. Porque embora ela diga que isso irrita Poncho, eu não me importo, nem quando ela erra levemente uma fala de Meg Ryan. Essa é a Mayte. É isso o que ela faz. Às vezes, a mesmice de uma amiga é o que você mais gosta nela.
Autor(a): narynha
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Na noite seguinte Mayte me telefona exatamente quando estou chegando do trabalho. Ela está histérica. Preciso me manter fria e calma...Será que aconteceu? Será que Poncho cancelou o casamento?- O que houve, Mayte? - pergunto.Minha voz está tensa e artificial, meu coração em conflito: o amor por Poncho versus a amizade por Mayt ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 85
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franmarmentini Postado em 21/02/2014 - 15:43:56
olá vou ler...
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dannystar Postado em 28/10/2009 - 14:05:27
Ameiiiiiii o final =)
Tmb estou esperando pela próxima web!!!]Q seja d AyA...assim estarei lá...para ler e comentar...Olha ate rimo...rsrsrs...Bjim!!! -
rss Postado em 28/10/2009 - 12:28:23
que lindo o final ficou fofo,tou esperando pela sua proxima web.
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kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:54:22
AMEI A WEB,AMEI O FINAL TAMBÉM.
MAIS VOU SENTIR FALTA DESSA WEB. -
kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:41
MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:29
MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:16
MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS SSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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css Postado em 27/10/2009 - 20:35:40
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