Fanfics Brasil - Dar uns amassos em alguém logo depois de um grande rompimento. Ama ou odeia? Amo! O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]

Fanfic: O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]


Capítulo: Dar uns amassos em alguém logo depois de um grande rompimento. Ama ou odeia? Amo!

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Então, na noite seguinte, graças a Phoebe, estou comendo comida tailandesa num encontro às cegas com James Hathaway. James tem trinta anos e é um jornalista freelancer. Ele é bonito, embora o oposto de Poncho: é mais baixo, tem olhos azuis, cabelo claro e sobrancelhas ainda mais claras. Alguma coisa nele me lembra Hugh Grant. Primeiro acho que é apenas o sotaque, mas depois me dou conta de que, como Hugh, ele tem uma certa petulância charmosa. E como Hugh, aposto que ele já dormiu com muitas mulheres. Talvez eu devesse entrar para sua Lista.
Concordo e rio de algum comentário maldoso que James faz sobre o casal sentado perto da gente. Ele é engraçado. De repente me ocorre que Poncho não é muito engraçado. Sempre fui da teoria de que se quero dar gargalhadas, basta assistir a uma reprise de Seinfeld, não preciso namorar um comediante para isso. Talvez eu realmente queira um cara engraçado.
Talvez falte a Poncho isso. Tento prosseguir, imaginando-o como um cara sem senso de humor, até mesmo entediante. Realmente não funciona. É difícil fingir. Poncho é engraçado o suficiente. Ele é perfeito para mim. Exceto pelo pequeno detalhe: o casamento com Mayte.
Percebo que não prestei atenção no que James estava dizendo, alguma coisa sobre Madonna.
-Você gosta dela? - pergunta ele.
- Não sou fã - digo. - Mas ela é legal.
- Geralmente Madonna provoca uma resposta mais forte. Em geral as pessoas amam ou odeiam ... Conhece esse jogo? Ama ou odeia?
- Não. Como é?
James me ensina as regras do jogo. Ele explica que alguém lança um assunto, uma pessoa, ou qualquer outra coisa, e os outros têm de decidir se amam ou odeiam. Não é permitido ser neutro.
- E se você for neutro? - pergunto a ele. - Eu não amo ou odeio a Madonna.
- Você precisa escolher um ou outro. Então escolha - diz ele. – Você ama ou odeia Madonna?
Hesito e então digo:
- Está bem, então eu odeio.
- Ótimo. Eu também.
- É mesmo? - pergunto.
- Bem, na verdade, sim. Ela não tem talento. Agora é sua vez.
- Hum, não consigo pensar em nada. Você de novo.
- Está bem. Colchão de água.
- É tão cafona. Odeio esse tipo de colchão - respondo. Nesse caso não estou em cima do muro.
- Eu também odeio. Sua vez.
- Tudo bem. Bill Clinton.
- Eu amo - diz James.
- Eu também.
Continuamos a jogar enquanto terminamos o vinho.
No fim das contas, nós dois odiamos (ou pelo menos odiamos mais que amamos) pessoas que têm peixe de aquário como animais de estimação e o Ross de Friends. Nós dois amamos (ou amamos mais que odiamos) Chicken McNuggets, implantes de silicone (aqui eu minto, só para parecer bacana, mas me surpreendo com a resposta dele – talvez ele tenha mentido por achar que eu já fiz implante) e ver golfe pela televisão. Desempatamos no rap (eu amo, ele sente dor de cabeça), Tom Cruise (ele ama, eu ainda o odeio por ter acabado tudo com Nicole), a família real (eu amo, ele diz que é republicano, seja lá o que isso signifique) e Las Vegas (ele ama, eu associo a jogo de dados, dados rolando, Poncho).
Percebo que gosto (quer dizer, amo) desse jogo. Ser radical, tomar uma posição. Tudo ou nada. Faço o mesmo com Poncho, alterando minha decisão várias vezes: odeio, amo, odeio, amo. Lembro de minha mãe dizendo que o oposto do amor não é o ódio, é a indiferença. Ela tinha razão. Meu objetivo é ser indiferente ao Poncho.
James e eu terminamos o jantar, decidimos dispensar a sobremesa e ir para a casa dele. Ele tem um apartamento legal - maior que o do Chris - cheio de plantas e mobílias aconchegantes e estofadas. Dá para perceber que uma mulher se mudou dali recentemente. Agora, metade da prateleira está vazia. Todo o lado esquerdo. A não ser que eles tenham mantido os livros separados desde o começo, o que é pouco provável, ele empurrou os dele para um dos lados. Talvez precisasse medir o quanto sua vida ficara vazia sem ela.
- Qual era o nome dela? Da sua ex? - pergunto com delicadeza. Talvez eu não devesse puxar esse assunto, mas ele deve saber que Phoebe me contou sobre o fim de seu relacionamento. Tenho certeza de que ela falou da minha situação para ele também.
- Katherine. Kate.
- Como você está?
- Meio triste. Mais aliviado do que qualquer outra coisa. Às vezes até mesmo eufórico. Já tinha acabado há muito tempo.
Faço que sim com a cabeça, como se entendesse, embora a minha situação seja bem diferente. Talvez Poncho e eu pudéssemos ter economizado anos de esforço e mágoa se de qualquer maneira fôssemos acabar como James e Kate.
- E você? - pergunta ele.
- Phoebe contou a você?
Percebo que ele considera contar uma pequena mentira e então desiste:
- Mais ou menos ... sim ... Como você está?
- Estou bem - respondo. - Foi uma relação curta. Diferente do seu rompimento.
Mas não acredito nas minhas palavras. Tenho um flashback do Quatro de Julho e sinto toda a tristeza de uma só vez. Entro em pânico e acho que vou chorar. Se James perguntar mais alguma coisa sobre Poncho, vou chorar mesmo. Por sorte, conversas sérias não parecem ser o forte de James. Ele pergunta se pode me oferecer algo para beber. Chá? Café? Vinho? Cerveja?
- Uma cerveja seria ótimo - respondo.
Enquanto ele vai para a cozinha, respiro fundo e expulso Poncho da minha cabeça. Fico de pé dando uma olhada na sala. Há apenas uma fotografia à mostra. É de James com uma mulher mais velha, bem atraente, que parece ser a mãe dele. Tento imaginar quantas fotos de Kate e James foram retiradas por causa do rompimento. Tento imaginar se ele jogou fora ou guardou as fotos. Isso pode revelar muito de uma pessoa. Gostaria de ter algumas fotos de Poncho. Não tenho nenhuma de nós dois juntos, apenas algumas dele com Mayte. Tenho certeza de que depois do casamento vou ter ainda mais. May vai me forçar a encomendar algumas, talvez até mesmo me dê uma foto num porta-retratos, como lembrança do casamento. Como um dia vou conseguir superar isso?
James volta com pequenos guardanapos de pano, duas canecas de cerveja e um pequeno pote de vidro com castanhas variadas. Tudo bem arrumadinho numa bandeja quadrada de estanho. Ele foi bem treinado por Kate.
- Obrigada - digo, tomando um gole de cerveja.
Sentamos no sofá próximos um do outro e conversamos sobre meu trabalho e sobre as matérias dele. Não estamos perfeitamente confortáveis, mas não é horrível. Provavelmente porque nossa história termina aqui. Não haverá um segundo encontro, então não é preciso agradar. Não há expectativas. Nós nunca teremos de lidar com aquela fase estranha depois dos papos iniciais, com aquelas calmarias comuns do segundo encontro, num momento em que as duas pessoas têm de decidir se vale a pena investir ou não. É claro, Poncho e eu não tivemos que lidar com isso. Outra qualidade do Poncho. Primeiro nós ficamos amigos. Não lembre do Poncho. Pense no agora, em estar aqui com James!
James se aproxima e me beija. Ele mexe demais a língua, em frenéticos movimentos circulares, e seu hálito cheira vagamente a cigarro, o que é estranho, porque ele não fumou durante a noite. Talvez tenha fumado na cozinha. De qualquer modo, beijo-o também, fingindo entusiasmo. Eu até mesmo gemo um pouco num determinado instante. Nem sei por quê.
Quantas vezes vou precisar passar pelo primeiro beijo? Apesar de Mayte sentir falta desse elemento de sua vida de solteira, não tenho nenhum apreço por isso. A não ser pelo meu primeiro beijo de verdade com Poncho, que foi completamente mágico. Será que James está pensando tanto em Kate quanto eu em Poncho? Depois de um tempo razoavelmente longo, a mão de James sobe pela minha camisa. Não faço objeção. Seu toque não é tão desagradável e eu penso, por que não? Deixe ele experimentar um peito americano.
Depois de uma meia hora de amassos "leves" seguidos de amassos um pouco mais ousados, James me convida para passar a noite com ele, mas diz que não quer transar comigo... bem, ele quer, explica, mas não vai tentar nada. Estou quase concordando, mas aí descubro que James não tem soro fisiológico. Não posso dormir com as minhas lentes de contato e deixei meus óculos no apartamento de Chris. Então é isso. Parece divertido que a visão perfeita de James me impeça de realizar uma jogada potencialmente promíscua.
Nós nos beijamos por mais um tempo, ouvindo música. As músicas me lembram do fim do curso de Direito, na época em que namorei Nate, e depois fui dispensada por ele. Ouço e me lembro da tristeza.
Mais do que qualquer outra coisa, sons e cheiros são capazes de transportar alguém a algum momento no passado. É impressionante o quanto se pode lembrar com algumas notas musicais ou o cheiro solitário de um cômodo. Uma música a que na época você nem prestava atenção, um lugar que você nem sabia que tinha um cheiro específico. Penso no que trará de volta Poncho e nossos poucos meses juntos daqui a algum tempo. Talvez uma música. Talvez o cheiro do xampu que usei durante todo o verão.
Algum dia, meu envolvimento com Poncho fará parte de uma memória distante. Isso também me entristece. É como quando alguém morre: no início, a dor é horrível. O mais triste, porém, é quando o tempo passa e continuamos a sentir e sofrer a ausência dos que já se foram.
Enquanto caminha comigo até o apartamento de Chris, James diz:
- Você quer ir comigo até Leeds Castle amanhã? Convidarei Christian também.
- O que é Leeds Castle? - pergunto, imaginando que é uma pergunta estúpida.
- É um castelo que no passado foi uma fortaleza normanda e residência de seis rainhas medievais. É realmente adorável. Há um teatro ao ar livre nas proximidades. É um pouco turístico, mas você afinal de contas é uma turista, não é?
Estou começando a notar que os britânicos acrescentam uma pequena pergunta ao final de cada frase, em busca de uma confirmação.
Respondo o que ele quer ouvir.
- É, eu sou uma turista, é verdade.
Então digo que Leeds Castle me parece uma ótima idéia. Porque realmente parece. E porque tudo o que faço, todas as pessoas que encontro, me afastam de Poncho. O tempo cura todas as feridas, especialmente quando se preenche esse tempo com um monte de coisas.
- Fale com Christian, depois ligue para mim. - Ele escreve o número do telefone no verso de um papel de chiclete que encontro na minha bolsa. - Vou estar por perto.
Agradeço a ele pela noite agradável. Ele me beija mais uma vez, sua mão na minha nuca.
- Dar uns amassos em alguém logo depois de um grande rompimento. Ama ou odeia? - pergunta ele.
Eu rio.
- Amo.
James dá um sorriso sarcástico.
- Eu concordo.
Destranco a porta do Chris, pensando se James também estava mentindo.



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Autor(a): narynha

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Na manhã seguinte, Chris caminha sonolento até a cozinha, onde estou tomando suco de laranja.- E então? Você está apaixonada pelo James?- Loucamente.Ele coça a cabeça.- Sério?- Não, mas foi divertido.Acabo me dando conta de que não consigo me lembrar direito da cara de James. Seu rosto se confunde com o de ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 85



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  • franmarmentini Postado em 21/02/2014 - 15:43:56

    olá vou ler...

  • dannystar Postado em 28/10/2009 - 14:05:27

    Ameiiiiiii o final =)
    Tmb estou esperando pela próxima web!!!]Q seja d AyA...assim estarei lá...para ler e comentar...Olha ate rimo...rsrsrs...Bjim!!!

  • rss Postado em 28/10/2009 - 12:28:23

    que lindo o final ficou fofo,tou esperando pela sua proxima web.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:54:22

    AMEI A WEB,AMEI O FINAL TAMBÉM.
    MAIS VOU SENTIR FALTA DESSA WEB.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:41

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:29

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  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:16

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:35:40

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:34:55

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:34:46

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