Fanfic: O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]
Mayte não perde tempo e sai espalhando sua versão da história. Pelo visto começou por José. Quando saímos do prédio, minutos depois dela, passamos por ele. Pela primeira vez ele não sorri. Falhar na guarda da portaria pode ser motivo de demissão. Ele parece preocupado.
- Oi, José - Poncho e eu dizemos ao mesmo tempo.
- Oh, cara, eu realmente sinto muito por ter deixado ela subir - diz ele. - Eu... é... eu não ... você sabe...
- Não - digo a ele. - Não se preocupe, José.
- Por acaso ela encheu seus ouvidos? - pergunta Poncho alegremente, como se tudo fosse apenas um pequeno mal-entendido, em vez de uma guinada na vida de quatro pessoas.
José percebe que pode sorrir novamente.
- É, ela falou para burro. Mas não se preocupem - ele ri. - Não acreditei em nada ... pelo menos não na maior parte das coisas - Poncho e ele apertam as mãos como se fossem velhos amigos, o que acho que eles começam a se tornar. Caminho com Poncho até a esquina. Ele vai para casa resgatar o máximo de pertences que couber em suas malas. Acreditamos que Mayte faz o tipo destrutiva, e seria bem capaz de usar uma tesoura para atacar o armário dele.
- Volto assim que puder - diz ele.
Aceito.
- Tem certeza de que posso ficar com você por uns dias?
Essa já é a terceira vez que ele me pergunta.
- É claro. Fique quanto tempo quiser - digo. Agora ele não apenas me quer, mas precisa de mim. É uma sensação gostosa, reconfortante.
Ficamos encantados um com o outro por um tempo até que Poncho faz sinal para um táxi e se inclina para me beijar. Instintivamente desvio e ofereço o rosto. Então me lembro que não precisamos mais nos esconder. Viro meu rosto outra vez e nossos lábios se encontram em plena luz do dia.
Volto para casa quase em estado de choque. Sinto uma necessidade de fazer algum tipo de ritual. Escrever em meu diário, que permaneceu intacto por meses (nunca consegui escrever sobre Poncho, receosa de ser descoberta). Dançar pelo apartamento. Chorar. Em vez disso me concentro na rotina, naquilo em que sou boa. Tomo um banho, desfaço a mala, rego as plantas, abro a correspondência, tiro dois ventiladores do armário, ligo na tomada perto da cama e como alguns biscoitos meio murchos.
Poncho volta uma hora depois com suas malas Hartman bege e duas bolsas Nike de ginástica, todas arrumadas de qualquer jeito e completamente lotadas de roupas, sapatos, papéis, produtos de higiene e até mesmo algumas fotos emolduradas.
- Missão de resgate bem-sucedida - diz ele. - Ela não estava em casa.
Dou uma olhada nas malas.
- Como você conseguiu arrastar tudo isso até aqui tão rápido?
- Não foi fácil - diz ele, enxugando o suor da testa. Sua camiseta cinza está molhada em torno das axilas e na altura do peito.
- Você pode pendurar seus ternos no primeiro armário - digo, ainda tentando ser prática, mas incapaz de absorver tudo, embora a presença das coisas do Poncho ajude um pouco.
- Obrigado. - Ele sacode alguns ternos escuros e camisas brancas e depois olha para mim. - Não precisa ficar assustada. Eu não estou me mudando para cá.
- Não estou assustada - digo, enquanto o observo pendurando suas roupas. Embora na verdade esteja apreensiva. O que vem depois? E agora? Nunca planejei isso... vivermos juntos temporariamente, o final da minha amizade com Mayte, a estranha e repentina mudança de rotina. - Simplesmente não consigo acreditar.
Ele me abraça.
- No que você não consegue acreditar?
- Em tudo. Em nada. Em nós dois.
Fecho os olhos exatamente quando meu telefone toca. Dou um pulo.
- Merda. Você acha que é ela? - estou quase com medo de Mayte, do que ela é capaz.
- Acho que não. Ela deve estar com Derrick. Tenho certeza.
Atendo.
- Isso é verdade? - minha mãe me pergunta em pânico. - O que eu soube pela senhora Perroni? Diz para mim que não é verdade, Anahí. Por favor, diz isso para mim!
- Depende do que você soube.
Escolho as palavras com cuidado e então murmuro para Poncho que é minha mãe.
Ele faz uma careta e se agarra ao braço do sofá como se um meteoro fosse atingir o apartamento. Eu preferia um meteoro a uma conversa dessas.
- Ela me disse que Poncho cancelou o casamento?
- É isso mesmo.
- E que você está envolvida com Poncho? - Pensei em desmentir, mas ela estava certa disso. Ela está muito chateada. - Seu pai e eu ficamos sem palavras.
- Mãe, é complicado - respondo, confirmando meu envolvimento com Poncho.
- Anahí. Como você pôde? - ela jamais soou tão decepcionada comigo. Todo o meu trabalho duro, minhas conquistas, anos sendo uma boa filha ... tudo por água abaixo. - Mayte é sua amiga mais antiga! Como você pôde fazer isso?
Eu dou minha versão dos fatos antes de ela fazer julgamentos. Não pensava que fosse necessário ser um advogado para ter de entender o conceito de "inocente até que provem o contrário".
Ela diz, está bem, por favor, prossiga. Posso imaginá-la sacudindo a cabeça, andando para lá e para cá na cozinha, esperando uma justificativa, embora nada seja convincente.
Estou furiosa demais para explicar qualquer coisa. Como ela tem coragem de defender Mayte antes mesmo de me ouvir?
- Não estou a fim de falar sobre isso com você agora - explico. Depois acrescento: - Nem com o papai. - Porque sei que ela vai utilizá-lo como sua arma mais poderosa, exatamente como fazia quando eu era criança. "Espere até o seu pai chegar em casa", uma ameaça ouvida com freqüência por muitas crianças, porém com outro significado em nossa casa. Era a ameaça de manchar minha reputação de menininha perfeita do papai. Um olhar sério do meu pai era pior que qualquer castigo, e minha mãe sabia disso.
- Seu pai está na garagem, completamente transtornado - diz ela, oscilando entre estridente e calma. - Não acho que ele conseguiria te ouvir mesmo que você quisesse falar com ele. Você não pensou em Mayte ou na senhora e no senhor Perroni?
Quando me apaixonei? Não, não pensei! Nem no seu clube de bridge, nem na minha professora da 3a série.
- Mãe, não é da sua conta. Ou da do papai ... Olha só, preciso desligar - Digo até logo e desligo antes que ela possa falar novamente. Deixo para ela se arrepender quando descobrir que Mayte espera um filho de outro cara. Ela fará as contas, vai subtrair os meses até agosto. Talvez então ela me telefone, peça desculpas e declame mais um de seus ditados favoritos: Quem não tem teto de vidro...
Desligo e penso em telefonar para Angelique, alcançá-la antes de Mayte. Mas não quero incomodar sua gravidez com essa história.
- Pelo que estou vendo as notícias já viajaram para longe - comenta Poncho.
- Isso. A senhora Perroni telefonou para minha mãe.
- Isso é uma babaquice - diz ele. - Mayte está grávida de outro homem! Será que ela contou isso para os vizinhos de Indiana?
- Obviamente não.
- Você acha que eu deveria telefonar para a senhora Perroni?
- Não ... vamos apenas ser discretos até que tudo venha à tona. Eles que se danem.
- Você está certa - diz ele, socando uma das mãos na palma da outra. - Porra, Mayte é inacreditável.
- Eu sei - digo.
Permanecemos em silêncio. Estou inquieta. Por um instante penso que talvez Chris esteja certo, eu só queria o Poncho para vencer Mayte, e agora que consegui, não sei o que fazer. Mas não, há um sentimento inconfundível de amor surgindo em meio à ansiedade. Vai levar um tempo para que tudo volte ao normal. O que é irônico porque nunca vivemos numa normalidade de fato.
- Vamos pedir o jantar? - pergunta Poncho, quebrando o silêncio.
- Não estou com fome. Preciso mesmo dormir - digo, embora sejam apenas oito horas. - Estou sentindo os efeitos do fuso horário. Além do mais, está quente demais para comer.
Acho que ele sabe a verdadeira razão de eu não conseguir comer.
- Também não estou com fome - diz ele.
Observo Poncho desanimado arrumando seus pertences e procurando seu kit de barbear. Então ele toma banho enquanto escovo os dentes, tranco o apartamento e vou para cama. Minha cabeça está a mil. Eu luto para ser coerente. Detesto sentir tanto e ser incapaz de demonstrar. Estou feliz? Triste? Assustada? Não sei. Penso em Chris. Como ele vai ficar surpreso. O fracote do Poncho no fim das contas não é tão fraco te assim. Então lembro de James. Será que enquanto eu beijava James Poncho imaginava um jeito de ficar comigo? Será que devo me sentir culpada? Será que devo contar ao Poncho?
Penso em nós quatro: Derrick traiu Poncho. Eu traí Mayte. Poncho traiu Mayte. Apenas Mayte traiu duas pessoas, eu e Poncho. Ela foi duplamente desleal. Lembro da minha aliada na bancada do júri. Ela está triunfante, salientando esse fato, dizendo para a Terninho Chanel:
- Eu não disse?
Observo Poncho tirar a toalha, vestir uma cueca branca que parece um short e caminhar na minha direção. Ele está ao lado da cama. Chego mais perto dele. Talvez a gente troque de lado, nosso modo de comemorar a mudança no relacionamento, de reconhecer sua legitimidade.
Ele desliga a lâmpada e se encontra comigo embaixo das cobertas. Então me envolve em seus braços e beija minha orelha duas vezes. Mas nenhum de nós vai além. Talvez ele também esteja encantado com a magnitude da mudança.
- Boa noite, Poncho - digo.
- Boa noite, Annie.
Por um bom tempo escuto a respiração dele. Quando tenho certeza de que ele dormiu, digo seu nome suavemente.
- Sim - responde ele ainda bem acordado.
- Você está bem? - pergunto.
- Estou ... e você?
- Estou - digo
Então escuto um barulho. Primeiro soa como um choro. Então eu percebo aliviada que ele está rindo.
- O quê?
- Você. - Ele me imita: - Comprei o relógio em Londres - ele ri mais ainda.
Eu sorrio envergonhada.
- Não conseguia raciocinar.
- Foi óbvio.
- Foi você quem deixou na mesa-de-cabeceira.
- Eu sei... Merda. Eu me lembrei quando você abriu a porta para ela. Depois fiquei torcendo para que ela não visse. Então ouvi a pergunta ... e fiquei esperando que você inventasse uma resposta boa. "Comprei em Londres" não era o que eu tinha em mente. Eu permaneci escondido, balançando a cabeça no escuro e pensando: "a festa acabou, baby."
- Talvez tenha sido melhor assim ... Agora está tudo às claras. Ela descobriria mais tarde.
Na verdade discordo. Mais tarde teria sido melhor. E talvez ela nunca soubesse que tudo começou nesse verão, enquanto ela ainda estava com Poncho.
- É, um noivado e duas amizades chegam ao fim - diz ele.
Qual o motivo da tristeza de Poncho? Espero que seja Derrick.
- Você realmente acha que nunca mais vai voltar a ser amigo do Derrick?
Ele suspira e ajusta o travesseiro.
- Acho que tão cedo a gente não vai sair para tomar umas cervejas.
- Você está triste por isso?
- Por que ficaria? - diz ele. - Estamos aqui agora.
Quero dizer ao Poncho que o amo, mas decido que isso pode esperar até amanhã. Ou talvez até mesmo depois de amanhã.
Autor(a): narynha
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Doze horas depois caminho para a sala de Dulce quando Les me cerca no corredor.- Ótimo, você está de volta. Precisamos conversar.Sim, minhas férias foram ótimas. Obrigada por perguntar.- Agora? - pergunto.- É, agora. Venha até a minha sala. Prontamente.Gostaria de dizer que pessoas normais não usam a palavra "prontamente ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 85
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franmarmentini Postado em 21/02/2014 - 15:43:56
olá vou ler...
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dannystar Postado em 28/10/2009 - 14:05:27
Ameiiiiiii o final =)
Tmb estou esperando pela próxima web!!!]Q seja d AyA...assim estarei lá...para ler e comentar...Olha ate rimo...rsrsrs...Bjim!!! -
rss Postado em 28/10/2009 - 12:28:23
que lindo o final ficou fofo,tou esperando pela sua proxima web.
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kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:54:22
AMEI A WEB,AMEI O FINAL TAMBÉM.
MAIS VOU SENTIR FALTA DESSA WEB. -
kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:41
MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:29
MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:16
MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS SSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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css Postado em 27/10/2009 - 20:35:40
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