Fanfic: O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]

É quarta-feira à noite. Três dias depois da briga. Poncho e eu estamos aninhados na cama quando o telefone toca. Desta vez é a Mayte, penso. Simultaneamente temo e anseio pelo telefonema, que talvez nunca aconteça.
Atendo nervosa.
- Alô?
- Oi, Annie.
É Angelique. Ela parece cansada e acho que Mayte a envolveu na nossa saga. Me preparo para um sermão hesitante e ineficaz ao estilo Angelique. Em vez disso, ouço ao fundo um bebê abrir o berreiro.
- É uma menina - diz Angelique. - Tivemos uma menininha!
Mayte estava certa, é o meu primeiro pensamento, antes de começar a chorar. Estou profundamente emocionada com a notícia. Minha amiga é mamãe.
- Parabéns! Quando foi que ela nasceu?
- Duas horas atrás, às 20h45. Pesa dois quilos e novecentos gramas.
- Qual o nome dela?
- Giovanna ...  por você..
- Angelique ... estou tão comovida - digo. - Você nunca falou nada sobre o nome Giovanna.
- Era uma surpresa.
- Giovanna É um nome bonito.
- Ela é bonita.
- Ela se parece com você?
- Não sei. Minha mãe diz que sim. Mas acho que ela tem o nariz e os pés do Diego.
- Não vejo a hora de conhecê-la.
- Quando é que você vem aqui?
- Logo, logo. Prometo.
Por um momento acho que Mayte preservou Angelique do nosso escândalo. Mas aí ela diz:
- Annie, você e Mayte têm de fazer as pazes. Ela me telefonou ontem à noite. Eu ia telefonar para você, mas minha bolsa estourou logo depois.
Induzir trabalho de parto é com Mayte mesmo.
- Seja lá o que aconteceu, pode ser consertado, não é? - indaga ela.
Quero perguntar o que ela sabe, o que Mayte relatou. Mas obviamente não vou imitar Mayte. Não é hora de nos aprofundarmos nessa novela.
- É mesmo - respondo. - Não se preocupe com isso... Essa notícia é muito mais importante. Você tem um bebê!
- Eu tenho um bebê!
- Você é mãe de alguém!
- Eu sei. A sensação é tão boa.
- Você já contou para Mayte?
- Ainda não. Vou ligar para ela depois ...
Acredito que se Mayte descobrir que Angelique me telefonou primeiro, vai ficar ainda mais furiosa.
- É, sei que você tem muitas ligações a fazer. Mande meus parabéns ao Diego. E aos seus pais ... Estou tão feliz por você.
- Obrigada, Annie.
- Amo você, Angelique - sinto as lágrimas chegando.
- Eu também amo você.
Desligo, emocionada e confusa. Sabia que o bebê nasceria mais cedo ou mais tarde. Ainda assim a novidade me emociona. Angelique é mãe. Ela tem uma filha. Conversamos sobre esse momento quando éramos menininhas. Agora Mayte também vai ter um filho e eu nem vou saber quando. A não ser por outras pessoas. Não devia ser assim. O bebê de Angelique faz da ruptura algo ainda mais trágico. Boas notícias nunca foram tão amargas e doces ao mesmo tempo.
- Nasceu o bebê da Angelique? - pergunta Poncho quando volto para a cama.
- É, uma menina ... Giovanna - digo, e em seguida caio no choro. É o meu primeiro choro sincero na frente do Poncho. Daqueles em que o rosto fica todo inchado, feio e molhado, o nariz entupido e a cabeça doendo. Sei que terei uma enxaqueca de manhã se não me controlar. Mas não consigo. Afasto-me de Poncho e choro bastante. Poncho me abraça e consola, mas não me pergunta por que exatamente estou chorando. Talvez ele compreenda. Talvez ele saiba que este não é o momento para perguntas. Seja lá o que for que ele esteja pensando, nunca o amei tanto. Deixo que ele me beije. Retribuo o beijo. Fazemos amor pela primeira vez na fase pós- Mayte.