Fanfics Brasil - Temos um tempo interminável pela nossa frente. O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]

Fanfic: O noivo da minha melhor amiga AyA [Terminada]


Capítulo: Temos um tempo interminável pela nossa frente.

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É sábado, o que seria a noite de casamento de Mayte e Alfonso. Estou com ele no 7B, o bar onde tudo começou, de volta à noite do meu trigésimo aniversário. Nos sentamos na mesma mesa de bancos com encosto alto. Foi minha idéia voltarmos aqui. Sugeri meio de brincadeira, mas no fundo precisava voltar e revisitar minhas primeiras sensações deste relacionamento. Queria perguntar se Poncho está triste nesta noite, mas em vez disso conto uma história sobre Les, como ele me atacou no corredor por eu não ter destacado pontos importantes do rascunho de um relatório.
- Esse cara é um miserável... Será que você não pode trabalhar com outra pessoa?
- Não. Sou sua escrava pessoal. Ele monopoliza meu tempo e os outros advogados não me convidam porque ficam intimidados por ele. Estou encurralada.
- Você alguma vez já pensou em mudar de escritório?
- Às vezes penso. Na verdade, hoje mesmo comecei a revisar meu currículo. Talvez eu até abandone a área de Direito, embora não saiba o que fazer.
- Você seria boa em tantas coisas - diz Poncho, confiante.
Adiciono sua confiança em mim à crescente lista de suas qualidades.
Penso em lhe contar sobre a minha idéia de me mudar temporariamente para Londres, imaginando se ele me acompanharia. Mas hoje não é o dia para essa conversa. Já tem muita coisa acontecendo. Ele deve estar pensando no casamento suspenso, levantando suposições. Como ele poderia não pensar nisso?
- Vou botar algumas músicas para tocar na jukebox - digo.
- Quer que eu vá com você?
- Não. Volto logo.
- Escolha umas bem boas, tá?
Lanço aquele olhar de "confie em mim". Caminho até a jukebox, passo por um casal fumando em silêncio. Enfio na máquina uma nota de cinco meio amassada. A máquina recusa a nota umas três vezes, mas sou paciente, aliso as pontas na minha coxa, até que finalmente ela aceita. Seleciono as músicas calmamente. Escolho algumas que Poncho gosta e outras em homenagem ao nosso primeiro verão juntos. E, claro, ponho "Thunder Road" para tocar. Olho para Poncho, que está pensativo. De repente, ele olha para mim e acena, está com um sorriso despreocupado. Volto para a mesa e deslizo para o lado dele. Enquanto ele põe o braço sobre o meu ombro, uma onda de emoção me deixa sem fôlego.
- Oi, você aí - diz ele, tão carinhoso e apaixonado quanto eu.
- Oi - respondo no mesmo tom.
Nós somos um daqueles casais que eu costumava olhar, pensando que jamais viveria algo tão especial. Lembro-me de me tranqüilizar imaginando que provavelmente esses casais pareciam mais felizes do que realmente eram. Felizmente me enganei.
Sorrio para Poncho, reparo numa falha em sua sobrancelha, um espaço vazio onde talvez três ou quatro fios de cabelo deveriam estar.
- O que aconteceu aqui? - pergunto, esticando o braço para alcançar sua sobrancelha. As pontas dos meus dedos tocam suavemente o local.
- Ah, isso? É uma cicatriz. Eu caí jogando hóquei quando era criança. Os pêlos nunca mais cresceram aí.
Nunca notei isso antes e percebo que nunca soube que ele jogava hóquei. Tem tanta coisa que eu ainda não sei sobre Poncho. Mas agora nós temos tempo. Um tempo interminável pela nossa frente. Analiso seu rosto atrás de outras novidades, até ele rir encabulado. Eu rio também e então nossos sorrisos se apagam juntos. Bebemos nossas cervejas num silêncio tranqüilo.
- Poncho - digo depois de um bom tempo.
- O quê?
- Você sente saudade dela?
- Não - diz ele com firmeza. Sua respiração esquenta minha orelha. - Estou com você. Não, não sinto.
Dá para perceber que é verdade.
- Você não está nem um pouco triste hoje à noite?
- Não, nem um pouco - ele beija minha cabeça. - Sinto um monte de coisas neste momento. Mas tristeza não é uma delas.
- Ótimo - digo. - Fico satisfeita.
- Como você está se sentindo? Você sente saudade dela? - pergunta ele.
Analiso a pergunta dele. Estou bem feliz, mas com uma ponta de nostalgia, pensando em tudo o que compartilhei com Mayte. Até agora, nossas vidas estavam entrelaça das, ela foi minha referência para tantos acontecimentos. Batemos tambores no desfile do bicentenário. Amarramos fitas amarelas em volta das árvores do quintal durante um protesto. Vimos a queda do muro de Berlim, a dissolução da União Soviética, soubemos da morte da princesa Diana, choramos depois do 11 de Setembro. Tudo isso ocorreu com Mayte ao meu lado. E também há nossa história pessoal. Lembranças que só nós duas compartilhamos. Coisas que nenhuma outra pessoa compreenderia.
Poncho olha bem para mim, esperando minha resposta.
- Sim - digo afinal, de certa forma me desculpando. - Tenho saudade dela. Não posso evitar.
Ele balança a cabeça como se entendesse. Por que tenho saudade dela e Poncho não tem? Talvez porque eu a conheça há muito mais tempo. Ou talvez por conta da própria natureza da amizade versus relacionamento íntimo. Um namoro pode acabar. Podemos nos separar, encontrar outra pessoa, simplesmente deixar de amar. Mas uma amizade é diferente de um jogo de tudo ou nada, em que se um ganha o outro perde. Por isso ela parece eterna, especialmente uma amizade antiga. Apostamos na continuidade, exatamente o que é tão apreciado nesse tipo de relação. Mesmo quando Poncho tirou aquele duplo seis, nunca imaginei o fim da minha amizade com Mayte.
Penso nela agora, seus sentimentos neste exato momento. Será que está tão melancólica quanto eu? Ou apenas com raiva? Será que está com Derrick ou com Belinda? Será que está sozinha, folheando pesarosamente o nosso álbum do segundo grau e as velhas fotografias do Poncho? Será que ela também sente saudade de mim? Será que um dia vamos ser amigas novamente, concordando hesitantes em almoçar ou tomar um café juntas, dando um pequeno passo de cada vez? Talvez nós nos lembremos, rindo, deste verão maluco quando uma de nós ainda tinha vinte e tantos anos. Mas tenho minhas dúvidas. Não podemos ignorar os fatos, especialmente se eu e Poncho ficarmos juntos. Nossa amizade provavelmente acabou de verdade e talvez assim seja melhor. Talvez Chris tenha razão, não posso mais usar May como parâmetro da minha própria vida.
Acaricio meu copo, impressionada com o quanto tudo mudou em tão pouco tempo. Com o quanto mudei. Eu era uma pessoa que gostava de agradar os pais, uma amiga obediente. Fazia escolhas seguras, cuidadosas, e esperava que tudo se encaixasse na minha vida. Então me apaixonei pelo Poncho sem ao menos encarar os fatos. Esperei que ele tomasse uma decisão, ou que o destino interferisse a meu favor. Mas aprendi que é você quem constrói sua própria felicidade, que para ganhar algo que se deseja muito é necessário perder algo também. E quando os riscos são grandes, as perdas também podem ser.
Poncho e eu conversamos por um bom tempo, relembrando cada momento do nosso verão, as coisas boas e as ruins. Rimos na maior parte das vezes, mas fico com os olhos cheios d`água quando lembro que ele me disse que se casaria com Mayte. Conto dos nossos dados depois que ele saiu do apartamento. Ele me pede desculpas. Digo que ele não tem motivo para se desculpar, como não tinha naquele momento.
E então, um pouco antes da meia-noite, começa aquele som doce de gaita, tocando baixo no começo e depois aumentando o volume, ganhando impulso antes de Bruce Springsteen começar a cantar os primeiros versos de "Thunder Road".
Um sorriso se espalha pelo rosto de Poncho, seus olhos brilham e estão especialmente verdes. Ele me puxa para junto do peito e diz no meu ouvido:
- Estou feliz que a gente não esteja comendo bolo agora.
- Eu também - sussurro.
Poncho me segura enquanto ouvimos Bruce, as palavras da música repletas de significado para nós dois.
De repente me ocorre que esta noite é ao mesmo tempo um final e um começo. E pela primeira vez aceito ambos. Quando a música acaba, pergunto a Poncho:
- Você quer ir embora agora?
Ele concorda.
- Quero.
Levantamos e caminhamos pelo bar enfumaçado, deixando o 7B antes da próxima música começar. A noite está bonita e clara, o ar ligeiramente frio. O outono está chegando. Caminhamos de mãos dadas pela Avenida B, procurando um táxi amarelo que esteja indo na direção da minha casa.




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Autor(a): narynha

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Estou com Poncho há apenas quatro meses depois de todo o ocorrido, mas parece que estamos juntos há uma eternidade, o que é bom, pois é isso que pretendemos passar um com o outro.Há mais ou menos dois meses nos mudamos para um apartamento, nosso lar. Acho ótimo dizer isso.E há mais ou menos duas semanas Poncho me pediu em casa ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 85



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  • franmarmentini Postado em 21/02/2014 - 15:43:56

    olá vou ler...

  • dannystar Postado em 28/10/2009 - 14:05:27

    Ameiiiiiii o final =)
    Tmb estou esperando pela próxima web!!!]Q seja d AyA...assim estarei lá...para ler e comentar...Olha ate rimo...rsrsrs...Bjim!!!

  • rss Postado em 28/10/2009 - 12:28:23

    que lindo o final ficou fofo,tou esperando pela sua proxima web.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:54:22

    AMEI A WEB,AMEI O FINAL TAMBÉM.
    MAIS VOU SENTIR FALTA DESSA WEB.

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:41

    MAISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:29

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  • kikaherrera Postado em 28/10/2009 - 00:13:16

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:35:40

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:34:55

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  • css Postado em 27/10/2009 - 20:34:46

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