Fanfics Brasil - A Lenda do Anel dyc (Terminada)

Fanfic: A Lenda do Anel dyc (Terminada)


Capítulo: 12? Capítulo

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CAPÍTULO VI

Aproximando-se da sala
de jantar, Dulce ajeitou as luvas. Na dúvida se deveria vesti-las ou
não, optou pela discrição. Além disso, o príncipe Christopher
pedira-lhe para usá-las sempre e ela não pretendia provocá-lo. Ele
parecia ser um rapaz decente, e não um troglodita, como o imaginara na
noite anterior.
Ela parou na porta da sala. Ergueu os olhos e quase
parou de respirar. O príncipe Christopher estava parado no batente da
porta. Ele se barbeara e a pele brilhava. Os cabelos úmidos estavam
penteados para trás. Lindo, absolutamente lindo. Mes¬mo assim, um
príncipe. Por mais que ela se sentisse sua com¬panheira de crime,
naquela tarde, a situação não mudara.
O casamento real não aconteceria. Ela não queria desposá-lo. E ele também não queria desposá-la.
O
príncipe Christopher estendeu a mão e Dulce deu alguns passos à frente.
O salto dos sapatos pretos afundaram no tapete. O tornozelo virou, mas,
milagrosamente, Dulce conseguiu manter o equilíbrio. Talvez, o anel
possuísse mes¬mo poderes mágicos. Do contrário, ela teria se estatelado
no chão.
O príncipe inclinou-se.
— Dulce.
Inalou o perfume seco de sabonete, e as pulsações se ace¬leraram. Fez uma graciosa reverência.
— Alteza.
— Gostou do seu quarto?
Ela se mudara para uma das suítes de hóspedes.
— É adorável. Obrigada.
— As luvas, por favor.
Talvez
ela tivesse cometido uma gafe por usá-las na sala de jantar. Sem
discutir, ela retirou as luvas e entregou-lhe. Ele tirou outro par de
dentro do bolso do paletó.
— Estas ficarão melhor.
Ele se lembrara! Contendo um sorriso, Dulce experimen¬tou-as. Perfeitas.
— Obrigada, Alteza.
Christopher
conduziu-a para dentro da sala. Dulce admi¬rou-se com tanta
suntuosidade. Tão grande quanto o aparta¬mento dela de Chicago, a sala
tinha duas lareiras. As paredes eram cobertas de tecido adamascado
vermelho e cobrindo o piso de madeira, um tapete valiosíssimo. Do teto
pendiam dois belos lustres de cristal.


Dominando a sala, uma imensa mesa para, no mínimo, trinta convidados. No entanto, estava arrumada apenas para duas pessoas.
Ela engoliu em seco.
— Parece que jantaremos a sós — comentou ele.
Dulce
não sabia se isso era bom ou ruim. Muito tempo sozinha com o príncipe
seria perigoso demais para seus hormônios. Felizmente, o coração estava
imune.
— Onde estão os outros?
— Receio que estejam tramando
contra nós. — Ele apontou para o candelabro apagado, para as flores no
vaso de cristal. — Minha família tentou armar o cenário para um pequeno
romance.
Pequeno romance? Dulce conteve o riso. Mesmo igno¬rando as
outras vinte e oito cadeiras, certamente, aquele não era um dos dez
lugares mais românticos do mundo para uma mulher ser beijada. Não que
ela quisesse ser beijada. Bem, talvez, um beijo. Um só. Rápido.
— Você prefere jantar em outro lugar?
Dulce temia onde poderia ser esse "outro lugar". Olhou para o príncipe que puxara uma cadeira. Ela sentou-se rapidamente.
— Não, Alteza. Aqui está ótimo.
Sentado
à cabeceira da mesa, Christopher tocou um sino de prata. Dois garçons
uniformizados entraram na sala. Um deles apres¬sou-se em acender os
candelabros. O outro serviu o champanhe.
Depois, Jean-Claude trouxe dois pratos pequenos.
— Pâté in Madeira aspic, Alteza.
— Obrigado, Jean-Claude.
Jean-Claude colocou o prato na frente de Dulce. Ela olhou para o patê, mas não o tocou. O príncipe fitou-a.
— Não está com fome?
Na
verdade, estava faminta. Absortos pelas tentativas de retirarem o anel
e, depois, de fugirem da confusão, ambos es¬queceram-se do café da
manhã e do almoço.
— Não muita.
— Se não gostar do patê, o chef preparará outra coisa.
— Não é necessário. É que...
— O quê?
Dulce olhou ao redor para certificar-se de que os garçons não estavam por perto.


— Se eu perder peso, o anel sairá do meu dedo.
Christopher comprimiu os lábios.
— Nem pense nisso.
— Não temos muita escolha, Alteza.
— Não será arriscando sua saúde que conseguiremos nosso objetivo. — Ele pegou a taça de champanhe. — Eu a proíbo, Dulce.
— Mas...
— Assunto encerrado.
Dulce não gostou do tom autoritário. Quem ele pensava que era?
Sentiu,
mais do que viu, que ele a observava. Quando os olhares se encontraram,
Christopher virou o rosto com ar displi¬cente e apagou as velas do
candelabro. Mesmo assim, Dulce teve tempo de entender o que os olhos
dele não escondiam.
Ele está preocupado comigo.
A constatação
encheu-a de uma satisfação tão grande, que Dulce teve vontade de
abraçá-lo bem forte e agradecer-lhe pelos cuidados. Queria esquecer que
ele era "Sua Alteza" e chamá-lo apenas de "Christopher".
Apesar das
boas intenções, não estava em condições de agir com tamanha
espontaneidade. Em vez disso, ela se serviu de patê e bebeu um gole de
champanhe.
O tempo passou rapidamente e o jantar transcorreu num
clima ameno, descontraído. Sabendo que estavam sendo obser¬vados, de
comum acordo, Christopher e Dulce decidiram con¬versar sobre amenidades.
Entre um prato e outro, Jean-Claude e Jacques cuidavam para que os copos não ficassem vazios.
— Estão tentando nos embebedar — Christopher murmurou, num dos raros momentos em que ficaram a sós.


— Percebi — disse ela. — Realmente, estão querendo nosso casamento.
— Quanto mais rápido, melhor. Se nos surpreenderem em situação comprometedora... nosso destino estará selado.
Dulce suspirou.
— Oh, tudo isto é tão... irreal.
Christopher olhou para a porta fechada que, provavelmente, levava à cozinha.
— Não podemos fazer o jogo deles, Dulce. Não devemos permitir que eles vençam.
Vitória significava casamento. Algo que nenhum dos dois desejava.
Jean-Claude
voltou com uma garrafa de vinho tinto. Colo¬cando um pouco num copo,
submeteu-o à apreciação do príncipe, que o aprovou.
Dulce não queria
mais vinho. Queria apenas que os gar¬çons percebessem que o esquema não
estava funcionando. De¬cidida a confundi-los, perguntou:
— San Montico tem sempre tempo bom, Alteza?
O príncipe encostou o guardanapo na boca.
— Sim, com chuvas ocasionais.
— Adoro andar na chuva — confessou ela, observando Jean-Claude acender o candelabro novamente.

Eu também. — Enquanto bebia o vinho, o príncipe esperou que Jean-Claude
saísse da sala para tornar a apagar as velas. Depois, inclinou-se para
ela. — Amanhã cedo, vamos procurar um feiticeiro — sussurrou.
— Você não acredita em magia — ela o lembrou em voz baixa.
Christopher sorriu.

Esse feiticeiro não pratica magia. — Ele olhou para a porta. — Se
Jean-Claude ou Jacques aparecerem, continuare¬mos nossa conversa sobre
o tempo.
Dulce franziu as sobrancelhas.
— Que desagradável!
— Não, desagradável é o que minha mãe está fazendo. — Ele mostrou as flores no vaso. — Está vendo estas rosas brancas?
A leve fragrância misturava-se deliciosamente ao aroma da comida.
— São lindas.

Pois é. Minha mãe as está cultivando especialmente para o meu
casamento. Ela afirma que é tradição as noivas de Thierry levarem três
rosas brancas no buque.
— Por que três?


— Uma para o noivo, uma para a noiva e a terceira para San Montico. Eu posso...
A entrada de Jean-Claude e Jacques interrompeu o príncipe. Dulce não perdeu a pose.

A baixa pressão frontal provoca tempestades. A alta pressão frontal
provoca seus próprios problemas. — Dulce sorriu ao ver que os garçons
trocavam olhares confusos. — Isso responde à sua pergunta, Alteza?
Jean-Claude
tornou a encher os copos e a acender as velas. Jacques serviu a
sobremesa. O sorvete de pêssego derreteu na boca de Dulce. Doce e
refrescante. Justamente do que ela precisava.
O príncipe Christopher ergueu as sobrancelhas.
— A senhorita tem certeza desse fenômeno?
Os dois garçons franziram o cenho.
— Certeza absoluta. Tive aulas de meteorologia na univer¬sidade. Estudamos a matéria profundamente.
— Fascinante.
Dulce comeu mais uma porção de sorvete, depois pousou a colher. Jean-Claude recolheu as taças e retirou-se, seguido de Jacques.
Christopher
tornou a apagar as velas e riu. O som grave, alegre, provocou arrepios
internos em Dulce. Ela atribuiu o tremor à atmosfera romântica da noite.

Eles devem estar pensando que enlouqueci. Imagine, conversar com uma
mulher bonita sobre condições climáticas. Você foi magnífica, Dulce.
Magnífica? Ela ainda estava deliciando-se com a palavra "bonita".
— Acha que os enganamos?
— Completamente. Espere até minha família saber.
Terminado o jantar, o príncipe Chrostpher acompanhou-a até a suíte.
— Isso é o que eu chamo de conversa estimulante.
Certamente,
tinham deixado os garçons frustrados e ente¬diados. Todas as vezes em
que enchiam os copos com água, eles olhavam desanimados para os copos
de vinho ainda cheios. Tam¬bém não entendiam por que as velas estavam
sempre apagadas. Provavelmente, nada sabiam sobre o episódio da Casa
Branca.
— Fiquei com pena de Jacques e de Jean-Claude. De verdade.
Christopher riu.
— Eles se esmeraram, não é? — O príncipe estreitou os olhos. — Diga-me uma coisa. Você estudou mesmo meteorologia?
Ela o enganara também!


Ela o enganara também!
— Não, mas assisto o homem do tempo.
Os olhares se encontraram.
— Fizemos uma bela dupla — constatou Christopher.
As pulsações de Dulce aceleraram-se.
— Sim, fazemos. Isto é, fizemos.
— Adorei a noite, Dulce.
Ela também adorara.
— Foi divertida.
Christopher inclinou-se e ajeitou uma mecha de cabelos atrás da orelha dela.
— Sim, foi divertida.
Com certeza, ele tinha um cheiro bom. Cuidado.
— Bem, acho vou entrar. Boa noite, Alteza.
— Permita-me. — Ele segurou a maçaneta da porta.
Se
o príncipe continuasse com aquele sorriso, ela permitiria que ele...
Não, não devia. Tinha que ficar bem longe dele. Dulce também esticou o
braço em direção à maçaneta, e sua mão cobriu a dele.
Quente.
O
calor da pele máscula fez com que ela prendesse a res¬piração. O
coração disparou. Esperava ganhar um beijo de boa-noite. Não, na
verdade queria que Christopher lhe desse um beijo de boa-noite.
Não, não queria. Ele não era um homem comum. Era um príncipe. Dulce retirou a mão rapidamente.
Ele abriu a porta do quarto, depois, com a ponta dos dedos, acariciou o rosto delicado.
— Você está com medo do quê?
De você. Ela o fitou nos olhos.
— Você... você tem calos.
Ele ergueu as sobrancelhas.
— De velejar.
— Mas você é um príncipe.
— Quer saber de um segredo? A realeza não é assim tão diferente.
Não?
Dulce estava quase acreditando. O príncipe Christopher irradiava
confiança. A inteligência brilhava nos crista¬linos olhos azuis. Ele
inspirava respeito, independente do que fizesse. Era diferente de todos
os homens que conhecera. Um príncipe em todos os sentidos da palavra.
Ela conteve o ímpeto de suspirar profundamente.
— Como pode dizer isso? Você vive num palácio magnífico, no alto de uma colina e governa um país lindo.
— Você tem um presidente que mora numa enorme casa branca e governa uma das nações mais poderosas do mundo.
— Não é a mesma coisa.


— Não é. — Ele se aproximou mais dela. — Você já beijou alguém da realeza, mais precisamente, um príncipe?
Recuando, ela apoiou-se no batente da porta.
— Não. Isto é, eu...
Christopher
não lhe deu tempo para concluir. Os lábios dele cobriram os dela sem a
menor hesitação. Apenas um toque, leve. Suave, quente e intenso.
Ela queria mais, muito mais. Mas assim como começou, terminou rapidamente.
— O que achou? — ele perguntou com um brilho malicioso nos olhos.
Dulce
não podia dizer a verdade. Não podia dizer que o beijo, pouco mais que
um roçar dos lábios, mudara completamente sua definição de como deveria
ser um bom beijo. Ela cruzou os dedos.
— Tem razão, Alteza. Os nobres não são diferentes das outras pessoas.
— Tem certeza? — Richard perguntou baixinho.
O instinto de autopreservação fez com que ela concordasse.
— Tenho.
Ele riu.
— Boa noite, Dulce.
— Obrigada, Alteza. Pelo jantar e... tudo o mais.
Calada, disse a si mesma. Receando as próprias reações,
Dulce entrou no quarto e fechou a porta.
Na verdade, queria que ele dissesse alguma coisa que a fizesse mudar de ideia.
Christopher
fechou porta de seu quarto e trancou-a. Não para impedir que alguém
entrasse, mas para impedi-lo de sair. Podia simplesmente atravessar
aquele hall e despedir-se de Dulce novamente. Ninguém ficaria sabendo.
A
quem ele estava enganando? Ele não queria apenas des¬pedir-se de Dulce.
Queria beijá-la de novo. Não apenas roçar seus lábios nos dela.
Queria...
Uma batida leve na porta.
Dulce! Sorrindo, apressou-se em abri-la.
— Você esqueceu... Tio?
— Posso entrar?
Decepcionado, Christopher escancarou a porta para o marquês.
— Entre, tio Phillippe.
Phillippe bateu nas costas do sobrinho.
— O que há de errado com você?
— Como assim?
— Você jantou com uma bela mulher e. discute sobre o tempo? Mesmo num palácio tão grande, as notícias corriam céleres.
— Tivemos uma conversa muito agradável.
Phillippe olhou para o teto.


— Os jovens perdem tempo com as pessoas erradas.
Você não entende, Christopher? Você tem a responsabilidade, o dever de
casar-se.
Christopher conhecia o discurso inteiro.
— Sei que devo me casar. Mas não agora.
— Não é um capricho ou uma fantasia de sua mãe. Você tem que casar-se com Dulce.
— Vou casar-me com a mulher que eu escolher.
— Você teve sua chance.

Não é fácil, tio. Sabe que fiz o possível. Saí com mais mulheres do que
você e meu pai juntos. A imprensa considera-me um playboy quando tudo o
que eu quero, é encontrar uma esposa.
— Uma vez que você ainda não se decidiu, talvez, a imprensa tenha razão.



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Autor(a): lovedyc

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 741



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  • stellabarcelos Postado em 28/10/2015 - 23:48:12

    Que lindos! Amei

  • docemenina Postado em 16/04/2015 - 19:19:43

    Bem linda <3

  • anjodoce Postado em 06/12/2009 - 01:27:06

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