Fanfic: A Lenda do Anel dyc (Terminada)
CAPÍTULO XI
Na manhã seguinte, sentada no salão, Dulce torcia as mãos enluvadas e esperava.
Christopher
e o Conselho Real de San Montico estavam reunidos com membros da
família real e com o Conselho de Anciãos de Aliestle. A menos que
resolvessem as disputas centenárias en¬tre os dois países, o rei Alaric
de Aliestle não permitiria qual¬quer discussão sobre o casamento. Todos
acreditavam que Dulce queria que a princesa Julianna, "sua velha
amiga", fosse sua dama de honra.
Dulce não parava de bocejar.
Passara a noite em claro e agora, lutava contra o sono. A partir do dia
seguinte, teria muito tempo para dormir. Tempo para fazer o que bem
en¬tendesse. Tempo para recolher os cacos de seu coração partido.
As portas do salão se abriram e Didier apareceu.
— Sua Alteza Real, príncipe coroado Brandt Roland Wilhelm de Aliestle e Sua Alteza Real, princesa Julianna Louise Marie.
Dulce levantou-se. Um homem e uma mulher entraram no salão, seguidos por Christopher.
A
princesa Julianna tinha tudo o que Christopher poderia querer numa
esposa. Beleza, elegância e classe. Perto dela, Dulce sentiu-se a
própria Gata Borralheira. O príncipe Brandt tam¬bém era bonito, moreno,
refinado.
De terno azul-marinho, camisa branca e gravata de seda em
tons de azul, Christopher parecia mais nobre do que nunca. Os lábios
comprimidos dele revelavam que as negociações es¬tavam concluídas.
— Altezas, permitam-me apresentar-lhes a srta. Dulce Armstrong, dos Estados Unidos da América.
Dulce fez uma reverência.
O
príncipe Brandt pegou na mão dela, levou-a aos lábios e beijou-a de
leve. Exatamente como Christopher, na noite do baile de aniversário.
— É uma honra conhecê-la, srta. Armstrong.
O olhar avaliador dele embaraçou-a.
—
É um prazer conhecê-la pessoalmente, srta. Armstrong — disse a princesa
Juliana polidamente. — Apreciei nossa conversa por telefone.
— Obrigada, Alteza. Agradeço sua vinda.
A princesa Juliana ergueu o queixo.
— Depois de seu telefonema desesperado, eu não podia desperdiçar um segundo.
Christopher lançou um olhar fulminante para Dulce.
— Desesperado?
Dulce
fingiu não ouvi-lo. Mas fora desesperado, mesmo. Ela estava com pressa
para encontrar alguém que pudesse dar a Christopher o amor que ele
merecia.
— Bem, estou aqui. — A princesa sorriu. — Seu desespero acabou.
Não exatamente. O desespero de Dulce estava apenas começando, mas essa era outra história.
O
chá foi servido para os quatro. As negociações para a reconciliação
entre San Montico e Aliestle continuavam, mas a tensão pairava no ar,
apesar do tom civilizado da conversa.
Enquanto bebia o chá, Dulce
observava Christopher. Ele não parecia muito satisfeito com a reunião.
Além da questão entre os países, Christopher e Julianna precisavam
esclarecer al¬guns detalhes sobre o casamento.
— Como foram as negociações, Altezas?
Com um gesto de mão, o príncipe Brandt convidou Christopher a explicar.
—
Decidimos dividir igualmente as responsabiiidades pelo desentendimento.
Está sendo redigido um documento em con¬junto pelo nosso Conselho e
pelos Anciãos.
— Que notícia maravilhosa! — Só Dulce não via o de¬sânimo no rosto dos três príncipes. — Não é?
A princesa Juliana sorriu.
— Sim, a notícia é maravilhosa. Perdoe-nos por não partilhar do seu entusiasmo, mas a reunião foi quase... uma imposição.
— Nesse caso, em vez de falarmos sobre política, por que não conversamos sobre coisas mais importantes, como as bodas reais?
Todos riram, e a tensão diminuiu.
— E espero, Altezas, que se sintam à vontade para chama¬rem-me de Dulce.
Os olhos do príncipe Brandt brilharam.
— Obrigado, Dulce.
— Não ligue para o meu irmão — disse Julianna. — Ele é um namorador contumaz.
— Não estou me justificando, mas tenho boas
razões para ser assim — respondeu o príncipe Brandt. — Meu destino está
selado desde os doze anos de idade, quando fui prometido à filha do
nossa embaixador na América. Eu a vi apenas uma vez e a única imagem
que tenho da minha noiva é a de uma menina de oito anos, de óculos e
comendo chocolate. É com¬preensível que eu seja namorador, não?
Christopher sorriu.
— Completamente compreensível.
O príncipe Brandt suspirou.
— Quem me dera ter um anel para encontrar meu ver¬dadeiro amor.
—
Os casamentos arranjados são comuns em nosso país — explicou a princesa
Julianna. — Muitos são combinados quando somos crianças. O meu noivado
foi acertado quando eu tinha apenas sete anos.
— Sua Alteza é noiva? — Dulce perguntou.
—
Não sou mais. — A sombra da tristeza anuviou os olhos de Julianna. —
Ele foi julgado inaceitável, anos atrás. — O sorriso desapareceu,
depois reapareceu. — Desculpe, eu deveria ter contado antes.
A
princesa podia achar engraçado o compromisso prematuro, mas ela ainda
estava apaixonada. Dulce reconhecia os sin¬tomas, por experiência
própria.
A conversa prosseguia e ela esperava que Christopher
pedisse licença para ficar a sós com Julianna. Mas ele não dizia nada.
E Dulce não queria continuar ali, com eles, imaginando como seria o
futuro dos dois juntos. Seria insuportável.
Colocou a xícara de chá na bandeja e levantou-se.
— Não estou certa quando ao protocolo, mas gostaria de mostrar os jardins para o príncipe Brandt.
— Excelente idéia. — Brandt ergueu-se rapidamente. — Você se importa, Jules? Alteza?
Christopher hesitou.
— Eu...
Julianna olhou-o.
— Alteza?
— Sim, podem ir — Christopher respondeu. — Tenho certeza que o príncipe Brandt apreciará o desafio do labirinto.
— Obrigada, Alteza. — Juliana olhou para o irmão. — Comporte-se.
O sorriso de Brandt alargou-se.
— Sou sempre comportado.
A princesa Julianna suspirou.
— Esse é o meu medo.
Christopher franziu as sobrancelhas.
— Talvez...
— Até mais tarde. — Dulce queria não gostar de
Julianna, mas não conseguia. Ela não tinha culpa de ser tudo o que
Christopher desejava. Dulce só não compreendia por que ele parecia tão
infeliz. Ele teria tudo o que queria. Ela não teria nada.
Só o coração partido.
Christopher
convenceu-se de que Julianna era tão perfeita quanto Dulce afirmara.
Ela preenchia todos os requisitos da lista e causara-lhe ótima
impressão. Seria uma princesa maravilhosa e um trunfo para San Montico.
O casamento uniria os dois países e desmentiria a lenda. Ele teria
condições de levar o progresso è a modernidade a San Montico, como era
desejo de seu pai.
Todos os problemas de Christopher seriam resolvidos.
Todos, menos um.
Julianna
não era a mulher com quem queria passar o resto de sua vida. Ela não
tinha sardas, nem duas linhas na fronte, logo acima do nariz, quando
ficava séria. Ela não derrubava, nem quebrava coisas, rindo depois de
seus estragos. Ela jamais incendiaria nada, exceto o coração dos
admiradores. E nem perderia seu tempo procurando outra mulher para ele
se casar.
Logicamente, nada disso importava. Ele deveria se casar
com Julianna. Ela era a escolha certa. A melhor escolha para ele e a
perfeita escolha para o país.
Sim, era ele quem a escolhia para
esposa. Porém, Juliana não era diferente das outras mulheres. Ela o
desposaria porque ele era um príncipe. O casamento poderia até
tornar-se uma união feliz e da convivência poderia nascer o amor.
Porém, não passava de um acordo de negócios, um tratado comercial. A
fusão de dois países.
Só uma mulher o enxergava além do título de nobreza.
Só uma mulher o enxergava primeiro como homem, depois como príncipe.
Só Dulce.
Christopher
estava preparado para chegar à reta final. Só que não estava numa
competição. Estava em jogo muito mais do que uma taça de ouro. E não
era apenas o destino dele que estava envolvido, mas também dois países
com um passado de sangue.
— Alteza... — Christopher hesitou. — Como se sente com relação ao nosso... casamento?
— Seria conveniente para os nossos países.
— Sim, seria. Mas como você se sente?
Julianna ficou em silêncio durante alguns instantes.
— Eu...
— Sua família forçou-a a vir?
—
"Forçar" é uma palavra muito forte — respondeu Julianna. — Fui
encorajada a vir. Como a filha mais velha, tenho a responsabilidade de
dar bons exemplos aos meus irmãos. Eu faço o que me pedem.
Eu também. Christopher fitou-a.
— Você quer esse casamento?
Ela baixou os olhos para a xícara de chá.
— Não ficarei magoada se o compromisso entre nós não se concretizar.
Christopher suspirou aliviado. Juliana também tinha dúvidas.
— Verdade?
—
Sempre sonhei em casar-me por amor. Mesmo com a tradição aliestliana de
casamentos arranjados, sempre pensei que poderia acontecer comigo. —
Ela suspirou. — Quem sabe, algum dia, eu encontre um homem que me ame
como você ama Dulce.
Christopher estremeceu.
— Como sabe que eu amo Dulce?
— Não fique tão surpreso. — Julianna sorriu. — Lembre-se, eu tenho quatro irmãos mais novos.
—
Não sei o que dizer. — Talvez, ele devesse arriscar tudo. A família, o
trono, o país. Mesmo que isso significasse uma rejeição. Mesmo que
significasse sofrimento. Até mesmo uma guerra. — Você não está ofendida?
—
Um pouco, talvez — admitiu ela. — Mas para meu consolo, pensarei que
sou a primeira aliestliana viva a pisar no solo de San Montico e a
tomar chá sozinha com o príncipe governante. Isso assegurará meu lugar
nos livros de história do país e deixará meus irmãos mortos de inveja.
Detestaria in¬terferir na vontade da lenda.
— Ah, sim, a lenda.
Seria
hora de parar de fugir e admitir a verdade? Ele não tinha o direito de
determinar as crenças de seu povo. Algumas tradições eram antiquadas e
verdadeiro atraso de vida para San Montico, mas outras enriqueciam a
cultura e faziam da ilha um lugar especial para se viver. Ele estava
tentando man¬ter o controle, fazer as escolhas corretas. Estava
desperdiçando vida e amor. Sua teimosia em não acreditar na Lenda do
Anel, impedia-o de ver o presente precioso que recebera.
Dulce.
Julianna ergueu as sobrancelhas.
— Os sentimentos de Dulce são tão fortes quanto os seus.
— Gostaria que fosse verdade.
—
Homens! — Julianna revirou os olhos. Depois, tirou uma folha de papel
de dentro da bolsa e desdobrou-o. — Só de olhar para este desenho,
qualquer mulher perceberia que Dulce o ama.
Christopher observou o
desenho, uma cópia do esboço de Dulce. Só que no lugar do cowboy estava
ele, de armadura, montado no cavalo. Tinha uma lança em uma das mãos, e
o elmo na outra.
— Como o conseguiu?
— Dulce enviou-me pelo fax,
ontem à noite. Em Aliestle, não são permitidas fotos da família de
Thierry e eu quis saber como você era. O desenho era o que tinha em
mãos. — Julianna entregou-lhe a folha de papel. — Dulce é muito
talentosa.
O talento era apenas uma das suas muitas qualidades
ma¬ravilhosas. Olhando para o desenho, Christopher compreendeu que
estava no princípio de algo novo, algo maravilhoso. A sensação era
muito grande, a percepção também.
A lenda escolhera Dulce, mas,
finalmente, ele próprio a escolhia. E não a deixaria ir embora sem
lutar por ela, inde¬pendente das consequências.
— Sim, muito.
Julianna sorriu.
— Desejo-lhe toda a felicidade do mundo.
— Como poderei agradecer-lhe, Julianna?
Ela pousou a mão no ombro dele.
—
Leve Dulce para passar a lua-de-mel em Aliestle. Já que não uniremos
nossos países pelo casamento, porque não uni-los pela amizade?
Uma autêntica diplomata.
— Obrigado. — Christopher segurou a mão dela. — Gostaria que ficassem para o casamento.
— Será uma honra! — Sorrindo, ela juntou as mãos. — Eu adoro casamentos!
Dulce
e o príncipe Brandt estavam no centro do labirinto. Fascinado, o
príncipe olhava para os jardins do palácio e, à frente, a imensidão do
mar cor de safira.
— Que vista espetacular! — o príncipe Brandt exclamou.
— Realmente.
Dulce sentiria falta não só da vista, mas de toda
San Montico. A brisa morna com cheiro de mar tocou sua pele. Ao longe,
as torres da catedral pareciam tocar o céu azul sem nuvens. As ruas
estreitas serpenteavam por entre as casas coloridas encravadas nas
montanhas. Um perfeito cartão pos¬tal. Como num conto de fadas.
Mas não era o seu conto de fadas, aquele em que se casava com o príncipe e viveriam felizes para sempre.
Aprendera muitas coisas durante sua estada em San Montico.
Ela
sempre se lembraria de Christopher e dos dias que passara no palácio.
Mas, principalmente, ela se transformara numa outra mulher.
Quando
estourasse a notícia do casamento de Christopher com Julianna, a
família de Dulce a consideraria mais inconse¬qüente do que nunca. Mas,
ela não se importaria. Também ignoraria os comentários irônicos da
imprensa. Não se escon¬deria mais atrás de uma tela de pintura e
viveria sem preo¬cupar-se com as manchetes de jornais e suas
repercussões.
Poderia até mudar-se para o oeste, mas por opção, não
por necessidade. A bem da verdade, não tinha mais tanta certeza daquilo
que sempre definira como "comum".
Talvez, qualquer dia, se ainda tivesse vontade, ela descobriria.
— Você precisa conhecer Aliestle — comentou o príncipe Brandt. — Temos lugares maravilhosos também.
Antes
que pudesse responder, ela sentiu um frio no estô¬mago. Mesmo sem
vê-lo, ela sentiu a aproximação de Christopher. Ele parou ao lado dela
e enlaçou-a pelos ombros.
— Onde está a princesa Julianna? — Dulce perguntou.
—
Lá dentro. Príncipe Brandt, ela está à sua espera no salão. Meu
conselheiro, Didier, está no fim da escada para acompanhá-lo até o
palácio.
— Obrigada pela companhia, Dulce. — Brandt fez uma reverência e saiu.
Com supremo esforço, Dulce desvencilhou-se para olhá-lo. Não queria perguntar, mas não podia fugir da realidade.
— E então? Como foi?
Um sorriso misterioso dançou nos lábios dele.
— Ótimo.
Ela esperava que ele contasse mais, mas ele se calou.
— E daí? — Dulce insistiu.
— Gostei de conversar com ela. Julianna corresponde às minhas expectativas.
Dulce nunca imaginou que doesse tanto ouvir a verdade. Sorriu apenas para disfarçar o tremor dos lábios.
— Ainda bem.
— Julianna é muito bonita.
Dulce conteve o impulso de gritar, mas isso só tornaria a situação ainda pior.
Christopher encolheu os ombros.
— E daí? Eu não quero mesmo me casar com ela!
— Você... o quê? — Certamente, ela não ouvira direito.
— Eu não quero me casar com ela.
Christopher piscou e contemplou-a com seu sorriso mais char¬moso, com covinha e tudo.
— Se o príncipe Brandt se chamasse Tex ou Jake, e usasse chapéu e botas de cowboy, eu teria me preocupado.
De
repente, ela até pensou que Christopher estava flertando, e que a
confiança dele significava algo mais. Seu coração bateu mais forte.
Queria confessar-lhe o quanto ele se tornara im¬portante para ela. Se
ao menos... Ela desviou o olhar.
— Não sei o que esta conversa tem a ver com você e Julianna.
— Absolutamente nada.
— Você deve se casar, Christopher.
— Eu sei.
— Por favor, não tem outro jeito.
— Sei disso também.
— Você não pode perder o trono.
— Não vou perder.
— Não suportaria se...
— Case-se comigo, Dulce.
— Case com Julianna.
— O quê?! — Ambos perguntaram ao mesmo tempo.
Christopher sorriu.
— Casa comigo, Dulce?
— Eu? Casar com você? — Deu um branco na mente dela.
Todos os pensamentos racionais desapareceram. Ela ficou imó¬vel, gelada, incapaz de falar, de piscar.
Não
podia ser verdade. Certamente era um sonho. A qual¬quer momento
acordaria. Esperou alguns minutos. Nada acon¬teceu. Christopher
continuava olhando-a com expressão ansiosa.
O que ele estava
pensando? Deveria haver alguma razão es¬pecial para pedi-la em
casamento. Alguma razão para querer... Dulce ergueu o rosto, ciente de
que estava tremendo.
— É o anel. Você está preocupado com o anel. Prefiro cortar meu dedo fora a...
— Esqueça, Dulce. — Suspirando, o príncipe a pegou pela mão. — Quero mostrar-lhe uma coisa. Venha comigo.
Ela
o seguiu até o centro do labirinto. Lá, Christopher abriu uma porta
secreta e desceram por um escada em espiral. O ar estava pesado e
cheirava a mofo. Os olhos de Dulce ajustaram-se à escuridão. Caminharam
por alguns minutos até descerem outra escada. Depois, ele abriu outra
porta. Luz do dia. Dulce piscou.
Cheiro de feno e cavalos, som de relinchos e cascos encheram o ar. Estavam nos estábulos.
Christopher respirou fundo e Dulce preparou-se para o pior.
— Não quero Julianna. Quero você.
Dulce ficou muda.
—
Não sou um cowboy com uma fazenda de gado, mas tenho este estábulo com
alguns dos mais belos cavalos do mundo. Não sou fazendeiro, dono de uma
casa construída há dois ou três séculos e plantações que se perdem de
vista. Mas tenho uma ilha com muitos quilômetros de terra fértil. Não
sou mecânico com as unhas sujas de graxa, mas sei consertar um pneu
furado.
Ele segurou as mãos delicadas entre as dele e continuou:
—
Não sou o homem dos seus sonhos, mas farei tudo para não decepcioná-la.
Se você se casar comigo, me empenharei ao máximo para tornar sua vida o
mais comum possível.
Os olhos de Dulce encheram-se de lágrimas.
— Oh, Christopher, você realmente está trocando a princesa Julianna por mim?
— Sem a menor hesitação.
— Você não imagina o quanto estou feliz!
— Mesmo? — Ele espreitou os olhos. — Então por que se matou tanto procurando uma noiva para mim?
— Bem, ambos concordamos que eu não era a princesa ideal.
—
Eu estava errado. Completamente, absurdamente errado. Eu a amo, Dulce.
— A ansiedade nos olhos dele, no rosto, revelavam sinceridade. — Eu a
amo, como nunca amei ninguém.
Ela cobriu os lábios dele com as mãos. Se era um sonho, ela não queria acordar. Jamais.
— Você preenche uma parte de mim que eu nem sabia
que estava faltando. Você é bonita, carinhosa e generosa. — Christopher
sorriu. — Sem falar do seu senso de humor. O modo como ignora o
protocolo real... Nunca imaginei que gostaria disso. E quando pronuncia
meu nome... Você é a única mulher, além de minha mãe, que me vê como
sou realmente. Como homem, não como príncipe. Eu a amo, Dulce. Jamais
me cansarei de repetir isso.
As lágrimas escorriam pelo rosto dela.
O coração batia mais rápido do que as asas de um beija-flor. Dulce
continha-se para não atirar-se nos braços dele e beijá-lo até perder o
fôlego. Como se adivinhando os pensamentos dela, Christopher
inclinou-se e beijou-a levemente nos lábios.
— Eu a amo, Dulce e, talvez, com o tempo você aprenda a me amar. Quero um casamento como o do meus pais.
— Mas eu...
—
Antes que você diga alguma coisa, tenho uma confissão a fazer. — Ele
hesitou. — A noite passada, misturei a poção de Merlin ao seu Bourbon.
— Por isso você jogou meu copo!
— Desculpe-me. Eu pensei que, bebendo a poção, você se apaixonaria por mim...
— Você acreditou na poção mágica?
De novo, ele hesitou.
— Sim... acreditei. Mas não funcionou.
Ela
sorriu como um tola. Uma tola apaixonada. Christopher acreditou na
poção porque ele a amava. Ela exultou de alegria. Eles não precisavam
da lenda. Não precisavam de magia.
— Sei por que não funcionou, Christopher.
— Porque Merlin é uma fraude.
— Não, Alteza. Não funcionou porque... — Ela respirou fundo para acalmar-se. — Porque eu já estava apaixonada por você.
Chritopher olhou-a boquiaberto. Dulce sorriu.
—
Eu o amo, Christopher. Mais do que eu poderia imaginar. — Ela se calou
por um instante. — Eu só queria ser amada e aceita. Achei que isso só
seria possível mudando para o oeste. Mas descobri que tudo o que eu
queria, está aqui em San Montico. Com você.
Dulce fechou os olhos por um instante. Depois, abriu-os lentamente.
Autor(a): lovedyc
Este autor(a) escreve mais 12 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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— Oh, Christopher, em uma semana, você me deu muito mais do que eu tive na minha vida inteira. Mais amor, mais amizade, mais tudo. Você me ajudou a superar meus temores. Você ouvia o que eu tinha para dizer. Eu não poderia pedir mais nada nesta vida! Conhecê-lo foi a melhor coisa que podia ter me acontecido.O sorriso radiante, mais a ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 741
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stellabarcelos Postado em 28/10/2015 - 23:48:12
Que lindos! Amei
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docemenina Postado em 16/04/2015 - 19:19:43
Bem linda <3
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anjodoce Postado em 06/12/2009 - 01:27:06
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anjodoce Postado em 06/12/2009 - 01:27:03
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