Fanfics Brasil - A Lenda do Anel dyc (Terminada)

Fanfic: A Lenda do Anel dyc (Terminada)


Capítulo: 6? Capítulo

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CAPÍTULO III

O príncipe Christopher
não disse uma palavra, mas Dulce podia notar, sentir a diferença.
Durante o banho, ele se transformara no príncipe encantado que ela
conhecera no imenso hall, o príncipe sensual que balançara seu coração.
Ele
saiu do banheiro e parou no meio do quarto. O sorriso irresistível, o
olhar cheio de ansiedade e desejo. O olhar penetrava, acariciava,
fazendo-a sentir-se uma mulher desejável.
E Dulce ressentiu-se por isso. Ressentiu-se pela fraqueza, pela própria vulnerabilidade.
Mas não podia evitar essa sensação.
O homem poderia conquistar o coração de qualquer mulher, se ele se dispusesse a isso.
Não o coração dela.
Com toda sinceridade, ela preferia a cara feia de Sua Alteza, em vez da linha sensual que curvava os lábios dele.
Lábios feitos para mordiscar, para saborear, para beijar.
Calma!,
pediu a si mesma. Eram apenas lábios. Lábios reais com os quais ela não
queria absolutamente nada. E daí que sua odiosa personalidade não
diminuía seu sex appeal?
Não estava interessada. E ponto final.
Se
ela afirmava não estar interessada, devia acreditar nisso. Não que isso
tivesse importância. Claro que não. Ela estava apenas exagerando,
permitindo que a imaginação e os hormônios corressem à solta.
O
príncipe não lhe propusera nada. Na verdade, não dissera nenhuma
palavra. Ele estava brincando. Sim, era isso. Ele brincava, para
provocar-lhe uma reação. Aquele olhar convi¬dativo não significava
nada. Absolutamente nada.
Além do mais, o príncipe Christopher não
gostava dela. Estava muito bravo, isso sim. Afinal, aquela moça estava
usando o anel dele. Talvez, não usando exatamente, mas o anel estava no
dedo dela.
O sorriso dele se alargou, realçando as linhas ao redor
dos olhos. Aparentemente, esquecera-se do anel. Insanidade tem¬porária.
Ou...


Não, não podia ser.
Mas ele estava olhando
para ela, sorrindo. Um sorriso se¬dutor capaz de fazer qualquer mulher
desmaiar. Talvez ele quisesse tocá-la, beijá-la, fazer amor com ela.
Talvez estivesse mesmo exagerando nas fantasias. Ou, quem sabe, tivesse alguma coisa no rosto. Dulce tocou a própria face.
— Alguma coisa errada, Alteza?
— Não. — Christopher deu um passo à frente.
Dulce
engoliu em seco, sentindo-se completamente des¬locada. Principalmente
com o príncipe vestindo apenas a calça do pijama! A calça de seda verde
aguçava-lhe a imaginação, e a curiosidade também. E o que estava à
mostra, era sim¬plesmente estonteante. Os ombros largos, o peito
musculoso, os braços rijos.
O típico homem vaidoso. Saltitando pelo quarto como um bailarino. Certo, parado, não saltitando.
— Não vai vestir a blusa do pijama?
— Você a está vestindo — disse ele.
A
intimidade de partilharem um pijama, algo que ela ima¬ginava que
aconteceria apenas quando se casasse, provocou-lhe um estremecimento.
Ela
não devia pensar assim. Não ali, fechada num quarto com um príncipe
atraente e seminu. Dulce cruzou os braços e afastou-se da cama.
Da cama dele.
Mostre-lhe o anel. O sorriso dele desaparecerá. O desejo es¬tampado nos olhos dele também.
Mas
ela não conseguiu mover-se. Parecia enfeitiçada, hip¬notizada pelo
olhar penetrante do príncipe, por seu incrível físico. Queria tocá-lo,
ver se era de verdade.
Christopher deu mais um passo na direção dela.
— Seda fica-lhe muito bem, Dulce.
Um
cumprimento? O pulso bateu mais forte. Ela recuou e bateu as costas na
parede. Estava acuada. Não tinha como escapar. Deveria estar
preocupada, muito mais do que estava.
— Obrigada, Alteza.
As
palavras saíram enrouquecidas. Nada do tom de voz nor¬mal. O que havia
de errado com ela? Nervosismo? Ela umedeceu os lábios secos.


— Quando estivermos a sós, pode chamar-me de Christopher.
Christopher? Ela não devia. Não podia.
Ele
venceu a distância entre ambos. As pulsações de Dulce bateram o recorde
de velocidade. Ela olhou para a cama, depois novamente para o príncipe.
— Onde... hum... onde devo...
Faltavam-lhe palavras. A proximidade a deixava muda.
— Onde você deve dormir? — Christopher completou a pergunta.
Ela confirmou com um gesto de cabeça, não confiando na própria voz. Não confiando nela mesma.
Os olhos dele cintilavam de prazer antecipado.
— Onde você gostaria de dormir?
A
pergunta era delicada. A resposta poderia envolvê-la em outros, e
maiores, problemas. Dulce encolheu os ombros, contendo-se para não
estremecer ao vê-lo chegar mais perto.
— A cama é bastante grande para dois.
Não,
não era. Só o que lhe faltava para transformar sua viagem a San Montico
num desastre completo, era acordar envolta nos lençóis, pernas
entrelaçadas nas dele, cabeça re¬costada no peito nu.
O pai dela
recomendara obediência ao príncipe Christopher, mas Dulce duvidava que
era isso o que ele tinha em mente. Pressionou as mãos suadas contra a
parede.
Com o canto dos olhos, ela procurou um caminho para
es¬capar. Não viu nada, além de duas poltronas de couro diante da
lareira. Tinham que servir.
— Quanto à questão da cama, Alteza, posso dormir numa daquelas poltronas ou no chão.
— No chão? — Príncipe Christopher riu. — Seria desconfortável demais. Certamente, há soluções melhores.
Dulce passou por ele e caminhou até as poltronas.

Ficarei muito bem, Alteza. Você... oh, desculpe-me. Sua Alteza não
acredita nos lugares que em já me deitei... isto é, em que dormi. —
Precisava manter a boca fechada antes de falar alguma bobagem. Fingiu
um bocejo. — Estou muito cansada.
— Se está tão cansada, que diferença fará se dividirmos a cama?
— Muita diferença — ela afirmou rápido demais. — Não, eu quero dizer...
— O que você quer dizer, Dulce?


O nome fluía dos lábios dele com um leve sotaque
francês. A maneira como Christopher pronunciava o seu nome era
adorável. Não. Detestável, na verdade.
— Eu me reviro muito na cama. E ronco.
— Foi Francis quem lhe contou?
Dulce
comprimiu os lábios. Sentia o rosto ardendo. O príncipe Christopher
sorriu do embaraço dela. Uma leve batida na porta salvou-a de um
constrangimento maior.
— Quem é? — Christopher perguntou com impaciência.
— Sua mãe.
A mãe dele? Mais problemas! Dulce e o príncipe trocaram olhares assustados.
— Só um minuto — ele disse à mãe. Depois, virando-se para Dulce: — Esconda-se.
— Onde?
Ele olhou para o banheiro e para outra porta.
— Se minha mãe a encontrar aqui...
Provavelmente,
a bela princesa Marguerite não entenderia o motivo de Dulce estar no
quarto do príncipe, altas horas da noite, e ainda, vestindo a blusa do
pijama dele.
Desistindo do banheiro e do closet, ele abriu a porta do armário.
— Entre — ordenou ele.
Dulce hesitou.
— Aí?
— Christopher? — a princesa Marguerite chamou-o. — Preciso falar-lhe imediatamente.
Ele
ficou tenso. Sem pensar mais, Dulce entrou no ar¬mário e ajeitou-se
entre as camisas penduradas nos cabides. O príncipe Christopher pegou o
vestido dela e entregou-lhe. Depois, fechou a porta do armário,
deixando-a na escuridão.
— Não esqueça meus sapatos, Alteza — avisou-o.
— Christopher? Abra a porta — ordenou a mãe dele.
Christopher
despenteou os cabelos, desarrumou os lençóis e em¬purrou os sapatos de
Dulce para debaixo da cama antes de abrir a porta.


— Boa noite, mãe.
Marguerite entrou no quarto.
— Espero não ter interrompido nada.
— Não. Eu estava na cama.
— Sozinho? — Ela se voltou para olhar a cama dele.
A
pergunta não merecia resposta. Ela sempre se mostrava decepcionada
quando descobria que não havia mulher nenhuma no quarto do filho.
— Pensei que já estivesse dormindo, mãe.

Como poderia dormir? Quero saber o que está acontecendo, Christopher. —
Atravessando o quarto, ela abriu a porta do banheiro. — E não me diga
que dispensou os convidados por causa do ataque cardíaco de seu tio.
Sei que ele fingiu.
— Ele não fingiu. — De repente, Christopher
notou a ponta de um dos sapatos de Dulce visível sob a cama. — Tio
Phillippe teve uma pequena indigestão.
— Ele estragou sua festa.
Enquanto a princesa relanceava os olhos pelo closet, Christopher aproveitou para chutar o sapato mais para debaixo da cama.
— Ele pensou que estava sofrendo um ataque do coração, mamãe. Certamente a saúde dele é muito mais importante do que uma festa.

Mas o anel... — Ela fechou a porta do closet. — Havia tantas moças
adoráveis. Eu tinha esperanças de que você a encontrasse esta noite.
— Sinto muito tê-la desapontado.
— Você não tem culpa se o anel não serviu em nenhuma mulher, ou se a festa foi interrompida.
— Parece que o destino está tramando contra mim.
Definitivamente,
estava. Um pedaço de tecido verde, o ves¬tido de Dulce?, aparecia por
baixo da porta do armário. A mãe dele não notara. Ainda.
— Eu só queria que você conhecesse o mesmo amor e a mesma felicidade que a Lenda do Anel proporcionou à mim e ao seu pai.


— Felicidade, mamãe? — Christopher não acreditava
no que ouvia. Ele se aproximou do armário. Num gesto bem natural,
encostou-se nele e, com o tornozelo, escondeu o pedaço de tecido. —
Nestes últimos dez anos, você não faz outra coisa se não usar roupas
pretas e guardar luto por ele.
— Eu sinto muito a falta dele, meu
filho. Não esqueça que foram vinte e um anos de alegria e felicidade,
até ele morrer. As lembranças ficarão comigo para sempre, e eu só tenho
que agradecer ao anel por tanta ventura.
Christopher não acreditava
que o anel trazia felicidade e amor verdadeiro, por mais que a mãe
afirmasse o contrário. Bastava olhar para ela, ouvi-la... Ela falava
como se tivesse morrido também. Era como a princesa vivia, desde a
morte do marido. Christopher atribuía tanta tristeza à Lenda do Anel.
— Por que não viver essa alegria novamente, mamãe? Você pode se apaixonar e tornar a casar-se.
A princesa se aproximou do filho, e do armário, e o sorriso dela desapareceu.

Depois do amor que seu pai e eu vivemos... Jamais poderia compartilhar
meus sentimentos com outra pessoa. Nem quero tentar. Tudo o que eu
quero, Christopher, é que se case e que tenha muitos filhos.
Ele
sabia o quanto sua mãe desejava que ele se casasse para dar-lhe os tão
sonhados netos, e principalmente, o herdeiro do trono de San Montico.
Só de falar sobre a lenda e o baile de aniversário, o brilho voltara
para os olhos da princesa. Ago¬ra, já se apagara.
Completamente.
Que
espécie de filho era ele, colocando suas vontades acima dos desejos e
anseios da mãe? Christophr não queria saber a resposta.
— Onde está o anel?
Entre a própria felicidade e a dela, Christopher hesitou. Bastava mostrar o anel no dedo de Dulce. Sua mãe exultaria, e ele...
Não,
ele não podia. Se ele cedesse e casasse por conta da lenda, iria se
arrepender pelo resto da vida. Tinha que romper os laços da família de
Thierry com a Lenda do Anel. Não só por ele, mas também pelas gerações
futuras.


c comentarem amnhã eu posto


bjos



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Autor(a): lovedyc

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 741



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  • stellabarcelos Postado em 28/10/2015 - 23:48:12

    Que lindos! Amei

  • docemenina Postado em 16/04/2015 - 19:19:43

    Bem linda <3

  • anjodoce Postado em 06/12/2009 - 01:27:06

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  • anjodoce Postado em 06/12/2009 - 01:27:03

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