Fanfic: Intercâmbio (Lesbico) | Tema: Revelação

Estou no avião, esperando o avião decolar, limpando as lágrimas, deixei muito choro lá fora, mas um ano passa rápido, em breve estarei de volta. O piloto avisa que vamos decolar, me deu um frio na barriga, respirei fundo ali estava no auto, vendo uma paisagem maravilhosa, estou prestes a chegar em Los Angeles, onde irei estudar por um ano na University of California Los Angeles Extension, dividir o quarto com alguém que espero que seja uma pessoa do meu agrado... Ou que pelo menos vá com minha cara, afinal vamos dormir por um ano no mesmo cômodo, seria terrível ela nãos e dá bem comigo... Se passaram 13 horas de vôo eu estava exausta quando enfim pisei em solo americano. Procurei um telefone público e liguei para minha casa, falei com minha mãe e avisei que já estava lá, e estava viva, e iria direto para a faculdade. Cada quilometro até a faculdade era um desespero, quando cheguei dei de frente com um menino, ele parecia ser novato também derrubou suas coisas no chão e reclamou em português “droga” então o cumprimentei em nossa língua.

– oi! É brasileiro? – ele parou. Levantou o rosto e me olhou.

– sim! Você também?

– sim, cheguei agora. Chamo-me Rebeca. – estendi a mão para cumprimentá-lo.

– Olá rebeca, desculpa ter esbarrado em você, me chamo Arthur deixando claro que sou gay. – nossa que direto!

– não tenho preconceito. Você também é novo aqui?

– sim, cheguei de manhã, estou meio perdido, ninguém me conhece por aqui, e pelo visto não se interessam em conhecer.

– bom, pelo menos nos conhecemos agora, podemos fazer companhia um ao outro.

– você já foi a seu quarto?

– não, tenho que ir lá. Bom, foi um prazer Arthur, a gente se ver amanhã?

– a claro! Será um prazer.                                                  

Arthur é um homem lindo, lindo e gay, então não faz tanta diferença assim. Assim que encontrei meu quarto entrei e notei que havia alguém ali, e pelo bagulho da água caindo, devia esta tomando banho. No quarto tinha uma janela maravilhosa, com uma vista incrível, mesmo sendo noite, a iluminação do campus era incrível. Sentei na cama e logo saiu uma mulher do banheiro, cabelos claros, deduzi logo que era uma americana, e logo partiu para ignorância.

– Get out of my bed! (Sai da minha cama!)

– forgive me, I didn`t know! (Perdoe-me, eu não sabia!)

Americanazinha filha da mãe custava dizer que aquela era a cama dela?

– Esses americanos pensam que mandam em tudo. – ela falou.

– Eu não sou americana! – falei.

– eita! Digo, desculpa...

– Eu to acostumada com ignorantes desde pequena.

– não era minha intenção, porque ano passado tinha uma americana aqui e ela enchia meu saco, queria sempre minha cama. – ela estendeu a mão para me cumprimentar. – me chamo Violeta. Seja bem vinda!

– Me chamo Rebeca! Obrigada. – sentei-me em minha cama. Agora já sabendo qual era. – Como assim ano passado? Intercâmbio não é apenas um ano?

– eu moro aqui, meu pai é americano e minha mãe brasileira... Então estudo aqui a 3 anos, esse é meu último ano. – ela falou.

– Ah, entendi. – eu estava muito cansada, deitei-me a apaguei. Quando acordei dei de frente com uma bunda com uma calcinha fio dental, ela estava vestindo uma blusa e logo colou uma calça e entrou no banheiro. Então levantei-me e olhei pela  e vi algumas pessoas caminhado. Eu não sabia qual era a hora, mas sabia que era sábado.

– Bom dia dorminhoca! – Ela saiu do banheiro pegando uma mochila.

– bom dia... Que horas são?

– 13:40. Acho que você ainda não as adaptou ao fuso horário. – ela tinha razão, nunca acordei tão tarde. – quer sair pra almoçar comigo? Depois te mostro a cidade, se você quiser.

– Sim, você me espera tomar um banho?

– claro você tem celular?

– fiquei de comprar um aqui.

– Então tudo bem. Vai logo que estou com fome. – deu um tapa na minha bun.da. Maluca!

Tomei o banho me arrumei, e saímos dos dormitórios, na saída da faculdade estava Arthur sozinho, sem ninguém. Gritei por seu nome.

– Arthur!! – ele me olhou. – vem cá! – ele veio até mim. – já almoçou?

– não! E você?

– vamos ir agora. – tomou a frente Violeta. – Muito prazer. Me chamo Violeta. – estendeu a mão para cumprimentá-lo. Ele se surpreendeu de ver ela falando em português, porque ela parece ser americana. – é, também sou brasileira... Sou assim, tão branquela porque meu pai é americano e minha mãe brasileira gaúcha. – ela explicou.

– Ah... Muito prazer. Arthur. – sorriu.

– Quer vir com a gente? – ela o convidou. Ele me olhou, eu concordei com a cabeça.

– Vou sim! Obrigado por me convidar. E deixando claro que sou gay ta?

– Droga... Só porque eu estava à procura de um namorado. – ela brincou.

– Gostei de você! – ele riu.

Fomos almoçar, ela nos levou em um restaurante bacana, bem freqüentado, e lá tinha um famoso, não era apenas um famoso, era Will Smith, sentado com um jornal na mão, tomando algo, nem parecia ser famoso.

– não acredito... – Arthur me chamou atenção. – Will Smith. – ele botou a mão no rosto e abriu a boca. – eu pegaria esse cara, e deixava ele de cadeiras de roda. – Violeta segurou o riso e ficou com o rosto vermelho. – como um homem desse porte vem comer em lugares simples?

– Bem vindo a Los Angeles Arthur, você vai ver muitos ainda, pra mim nem tem mais graça, sempre vejo eles por toda parte.

– Se fosse no Brasil, o pessoal já teria arrancado uma parte do corpo dele. – falei.

– Concordo. – disse Arthur.

Almoçamos e decidimos dá uma volta, como havia dito Violeta a mim. Fomos até a praia que não era longe dali, sentamos na areia e ficamos sentindo a brisa do mar. A Violeta retirou um cigarro da bolsa e o acendeu, ofereceu um a mim e o recusei, porém Arthur aceitou.

– Que lugar maravilhoso. – eu falei.

– Detesto ser estraga prazeres, mas quando tiver um terremoto você muda de idéia, mas sim é lindo. – deu vontade de espancar ela.

– Eu me cagarei todo quando tiver um... – disse Arthur.

– que molenga! – exclamou Violeta. – Vamos nos conhecer... Me contem, fora você Arthur tem mais alguém gay por aqui?

– indireta? – perguntei.

– se você acha, sim.

– sou hetero.

– legal.

– pareceu uma pequena discussão, você é lésbica Violeta? – perguntou Arthur.

– Sou hetero também, estou solteira há seis meses.

– ah, entendi. Mas já colou o velcro?

– não entendi? Lembre-se sou quase americana, não entendo gírias do Brasil. – Arthur apenas riu e desconversou. – vou ali comprar sorvete, vocês querem?

– eu aceito. – falei.

– eu também. – então ela saiu e foi a um lugar que tinha ali perto que vendia sorvete. – eu aposto 50 dólares que vocês duas vão se amar loucamente nos quartos da faculdade.

– ta louco? Eu gosto de homem!

– que grande bosta, sabia que você também pode gostar de mulher?

– mas eu não.

– vamos apostar? Não tem coragem?

– eu aposto 100 dólares que não irei me apaixonar por ela.

– uau! 100 é muito, mas tudo bem... Daqui pro fim do intercâmbio, está apostado. – apertamos as mãos.

Violeta voltou com os sorvetes, eram maravilhosos, ficamos andando pela cidade até o anoitecer, ela nos convidou para irmos dormir em sua casa, mas preferimos não ir, então ela decidiu ficar com a gente na faculdade, parece que gostou da gente. Quando finalmente entramos no quarto. Ela me empurrou contra a porta do quarto e eu senti a respiração dela, ela ficou me olhando nos olhos, depois se afastou e entrou no banheiro, não entendi o que aconteceu ali, acho que ela deve ser louca... Pelo menos é o que vem mostrando o dia todo. Esperei ela sair de lá e fui tomar banho, depois liguei meu computador e fui tentar encontrar algum parente online no Skype para conversar um pouco, meu irmão estava, ligamos a web cam, ele chamou meus pais e batemos um bom papo, até conversaram um pouco com a Violeta, depois nos despedimos e resolvi me deitar.

– Rebeca. – ela me chamou.

– oi?!

– o que é colar o velcro?

– tem certeza que quer saber o que é?

– se eu não tivesse, não teria perguntado.

– tudo bem... Colar o velcro é meio que te perguntar se você já transou com uma mulher.

– brasileiros e suas manias...

– pois é. – ela apagou a luz e se deitou.

E assim acaba meu primeiro dia em Los Angeles.