Fanfic: Intercâmbio (Lesbico) | Tema: Revelação

Eu acordei cedo na manhã de domingo, fui até o banheiro e tomei banho. Ela continuava dormindo, fui até a cantina da faculdade e comprei um café, Arthur chegou e sentou-se ao meu lado.

– bom dia senhor dos anéis! – ele riu.

– você também sabe brincar, tava te achando muito certinha. – sentou-se. – como foi à noite ao lado se sua futura mulher?

– não começa! – virei os olhos. – eu apeguei.

– hum. Meu colega de quarto é um hetero “não me toque”.

– o que é um hetero “não me toque”?

– se acha demais, e eu sei que é louco pra dá aquele anel. – me engasguei rindo. – sério.

– aconteceu uma coisa no quarto...

– ela tentou te pegar?

– não... Ela simplesmente me jogou contra parede e ficou me olhando, dava pra sentir a respiração dela, depois foi pro banheiro e fim.

– ué... – ele me olhou pensativo. – será que ela quer você mesmo? Poxa eu tava brincando... Que hetero louca.

– também não entendi. – conclui.

– te deu vontade?

– sei lá, foi estranho por um momento senti que ela ia me beijar.

– sentiu ou queria?

– não sei, não sei! – olhei pro lado e tinha uma menina dos cabelos pretos e pele clara me olhando, e me deu um tchau, eu retribui.

– você chama atenção das lésbicas, você é linda, devia investir.

– você acha?

– eu acho que você é uma encubada! Desculpa a sinceridade.

– louco. – olhei mais uma vez pra menina, e ela sorriu pra mim, ela era linda, realmente muito linda. – ela veio e sentou-se conosco a mesa. – Hi! (oi!)

– Hi, how are you? (oi, como vai você?)

–Fine! And you? (bem! e você?) – sorri pra ela.

– Me too... Where are you from? Your accent... (Eu também... De onde você é? Seu sotaque...)

– Brasil! – ela sorriu.

– Eu sou de Portugal!

– Ai que linda! – falei.

– Será que poderíamos nos conhecer melhor? – eu fiquei em choque, sem saber o que responder. Apenas concordei com a cabeça. – podemos jantar a noite? – concordei. – seu nome?

– Rebeca...

– lindo nome, muito prazer. – sorriu. – caso você queira saber, me chamo Camille.

– Muito prazer Camille. – sorri. – nos encontramos onde?

– aqui mesmo, fica legal pra você?

– sim!

– O.K. então até mais tarde. – me deu um beijo na bochecha e cumprimentou o Arthur e saiu.

– Sapatona! – começou a rir de mim.

– nem vou falar nada. – Violeta senta ao lado de Arthur e da um beijo na bochecha dele. – Bom dia pra você também...

– sim.

– você ta bem Violeta? – perguntou Arthur.

– Aham!

– Que louca... – Falei.

– Obrigada! – ela falou. – tenha uma ótima tarde Arthur, vou pra casa dos meus pais. Até amanha. – e saiu.

– mas que... O que deu nela? – perguntei.

– C-I-U-M-E. Tenho certeza que ela viu você e a moreninha. – e riu. Eu tive que rir também.

– eu acho que ela é louca.

– eu acho que ela é encubada igual a você, só que você vai sair do armário hoje. – olhou pro céu em sinal de “amém”.

– eu vou porque fiquei com vontade de conhecer esse lado que nunca tive.

– tem certeza? Quando você assistia as meninas super poderosas você queria ser qual delas? – perguntou.

– Docinho.

– você é sapatona, aceita!

– ah chega, se rolar rolou, talvez não seja gay. – um barulho no meio de todos e um “BIIIIITCH” gritado, quando olhei, a Violeta tinha derrubado café na Camille. – oxe.

– tua mulher é nervosa... Já ta destruindo a rival. – riu. – é ciúme sim, depois disso...

Me levantei junto com o Arthur e fomos pra perto da confusão, e elas já estavam partindo pra agressão, o Arthur puxou a Violeta, e um outro rapaz tirou a Camille dali.

– que tanto ódio no coração é esse? – perguntou Arthur enquanto a soltava.

– aquela MISERÁVEL, é minha inimiga desde que entrei na faculdade. Um dia eu quebro esse nariz pontudo dela.

– mas ela me disse que era de Portugal.

– ela é, mas mora aqui também, sua lesada. – ela tava tão agressiva comigo que resolvi não falar mais nada.

– deixa de ser grossa com ela, Violeta! – falou Arthur.

– não tenho paciência pra gente inocente. – disse Violeta se levantando e saindo.

– credo! O que eu fiz com ela? Ah, vai à bosta meu!

– ta louca. – Arthur jogou uma pedra no chão e jogou longe.

– elas eram melhores amigas. – um menino que estava sentado perto dali se manifestou. – eram como unha e carne, e do nada ficaram assim. – se aproximou mais.

– sério? – perguntei.

– sim, inacreditável né? – ele me olhou e estendeu a mão. – prazer me chamo Robert.

– muito prazer Robert. Me chamo Rebeca. – me cumprimentou com um beijo no rosto.

– me senti excluído. – Arthur.

– Esse é Arthur, Robert.

– oi man! – Estendeu a mão.

– fala cara! – apertou sua mão, e por incrível que pareça não falou que era gay. – então elas eram melhores amigas?

– sim, em todos os momentos elas estavam juntas, eram carne e unha. Mas não se sabe ao certo o que levou ao fim da amizade.

– poxa... – falei.

– que estranho. Vou investigar. – falou Arthur.

– nos vemos em outro momento, tenho que ir. – nos cumprimentou e foi embora o Robert.

– pegue ele. – Arthur.

– ele é lindo mesmo.

– não perguntei se ele é lindo, mandei você pegar ele, antes que alguém pense que somos namorados. – riu.

– incrível como te conheço a um dia mas parece que conheço a muitos anos.

– ah desculpa, lembrei que você vai beijar a sapatão hoje.

– não falei que ia beijar ela, vou sair com ela porque não quis recusar pra ela não passar vergonha, mas eu não sou lésbica, se você quiser parar de falar isso o tempo todo eu vou ficar muito bem obrigada, não me tire do sério com essa bosta!

– nossa calma! Não sei por que ficou tão revoltada assim. Parece ate que é.

– é nada. Cale-se.

Resolvi dá uma volta pela faculdade, ela é enorme passei um bom tempo ali, até que chegou a noite e fui até meu quarto para me arrumar para encontrar a Camille, quando entro no quarto está a Violeta penteando seu cabelo.

– ué... Você não ia pra casa de seus pais?

– desisti, e, aliás, desculpa pela grosseria, você não tem culpa do que aconteceu comigo e Camille. Desculpa mesmo.

– não tem problema, me disseram que vocês eram melhores amigas...

– Era... Mas não quero falar sobre isso. – ela sentou-se na cama e ligou seu notebook. – eu tinha escutado que vocês vão se encontrar hoje, você vai?

– é... Eu fiquei meio sem jeito de negar, por que o Arthur começou a dizer que ela era lésbica e que iríamos nos beijar. – Violeta riu. – então irei por educação, para não deixá-la chupando o dedo, deixando claro, que não vou beijar ela, eu gosto de homem.

– eu entendo... Qualquer coisa grita, ela te solta. – ela ironizou.

– então ela é lésbica mesmo? – perguntei.

– sim, assumida e tudo.

– Vixi.

– acho melhor você ir logo, depois me conta como foi, sou sua única amiga mesmo. – a irônica dela ta começando a me irritar, patricinha mimada.

– você é inconveniente às vezes. Credo!

Fui ate o banheiro tomei banho e me arrumei, ela continuava mexendo no computador, depois parou e ficou me olhando, apenas olhava e não falava nada, ou eu tava mais feia do que de costume ou eu tava com alguma bosta pregada na saia. Fui até a cantina encontrar ela, ela tava linda, na verdade ela é muito linda, um desperdício para os homens.

– boa noite! – me cumprimento com um beijo no rosto.

– boa noite! Você está linda.

– muito obrigada! Você também está. – ela falou.

Conversamos ali por um tempo, então ela me propôs a da uma volta pela city a noite, então eu aceitei, caminhamos um pouco, estava um clima agradável, ficamos em uma praça movimentada que tinha ali perto, e conversamos um pouco, ela é uma conquistadora. E conseguiu arrancar um beijo de mim, eu retribui, nem acredito que fiz aquilo, mas foi tão bom... Depois voltamos para faculdade, nos despedimos com mais um beijo, e fui para meu quarto, amanhã seria meu primeiro dia de aula. Abri a porta e a Violeta ainda estava acordada, e ainda usando seu notebook.

– descola um pouco vicio!

– você nem sabe o que to fazendo. – riu. – sou viciada em games. Estou tentando zerar um jogo.

– jura? Eu também, ah se eu podesse jogava o dia inteiro.

– hm, você me parece mais alegre, gostou de ter saído com ela?

– sim, foi legal.

– se beijaram né?

– hã?

– seu batom ta borrado.

– não, nada disso, eu tava tomando sorvete e me melei e fui limpar e borrou, eu não levei um batom na bolsa, e deu nisso.

– mente pra mim, é o que eu gosto quanto mais você mente mais eu te adoro. Boa noite, vou dormir.

Ué, definitivamente ela é maluca.