Fanfic: Intercâmbio (Lesbico) | Tema: Revelação

Parecia uma zona de azar, mas eu era acostumada com isso. Mas será que alguma pessoa que não gosta de mim fez algum tipo de trabalho pra mim? Por que minha vida tem tanto azar que tenho lá minhas dúvidas. Ela me deixou e foi embora, eu fui para o dormitório e ela não tava lá, tive uma idéia louca e pegar minha jaqueta e ir a alguma festa beber até o amanhecer, eu nunca tinha bebido, hoje seria o grande dia, o grande dia de ir a uma festa e fazer tudo que eu tiver direito. Quando sai do dormitório dei de frente com o Arthur.

– onde você pensa que vai? – perguntou.

– não sei, realmente não sei.

– você é louca? Ta demente ou o quê?

– não me deixa pior.

– vem. – me puxou. Me levou para uma parte da faculdade que eu não sabia que existia, pessoas estavam bebendo, ouvindo música, uns tomando banho de mangueira mesmo estando um pouco frio. – vamos ficar aqui.

– eu quero beber.

– você já bebeu alguma vez na vida?

– não...

– então nem pensar. – cortou meu barato. – olha lá. – apontou. – olha a Violeta dançando com um menino, sorrindo, beijando na boca e nem ai pra vida. E você ai, achando que fez algum tipo de merda.

– você ler meu pensamento ou o quê?

– não seja idiota, eu fiquei ouvindo vocês conversar, e vi sua carinha logo quando ela te deixou sozinha.

– eu sou boba, tenho medo das pessoas...

– eu sei que tem, mas fique zen, agora você tem a mim, e eu tenho você. E mais uma coisa. Se ela fez tudo isso, é por que ela está louca por você, seria muito cedo pra dizer que ela está apaixonada, mas ela sente algo por você, então provoque-a, seja uma grande e mera “Biitch”, e não vem negar, por que é obvio que você também quer ela, mas não seja uma molenga fácil, até porque, ela é uma menina popular e sempre tem o que quer, não seja o que ela quer fácil, não seja uma santinha, se você continuar assim aqui, a única coisa que vai acontecer é que você vai se apaixonar por ela e ficar chupando o dedo. Pronto falei.

– isso me faria lésbica?

– meu bem, quando se trata de coração, não vem ao caso sexualidade. Tira isso da sua cabeça. Obrigado! E se adiante que Robert está ali.

– como você sabe que é ele?

– lerda, sei todas as pessoas que você conhecer, inclusive ele pergunta por você sempre. Então... Vai lá e agarra seu boy!

Eu segui o conselho do Arthur, fui até o Robert. Ele se surpreendeu a me ver ali, mas me tratou como um cavalheiro.

– eu imagina que você estaria dormindo...

– eu deveria. – falei. – mas preferia viver. – falei.

– posso ajudar? – sorriu safado.

– ta esperando o quê? – ele segurou meu rosto levemente, e selou seus lábios nos meus, um beijo calma, mas que não me fez sentir o que da Violeta fez, e então comecei a pensar nela enquanto o beijava e nosso beijo foi ficando mais quente, e quando me dei conta estava completamente sem fôlego.

– vai com calma moça. – ele riu. Me senti uma idiota, mas do que já sou.

– desculpa...

– não, foi bom... Eu gostei.

Violeta quando notou minha presença ali ficou olhando para mim e o Robert, não demorou muito ela veio em nossa direção.

– Olá. – fez uma pose com seu cigarro na mão, e ficou me encarando.

– Oi... – falei.

– Oi Violeta, tudo bem?

– tudo... Com você inclusive, deve está tudo ótimo.

– você tem razão. Tenho uma ótima companhia hoje.

– hm. – falou e continuou ali em pé, fumando seu cigarro. – não se incomodam se eu ficar aqui um pouco né?

– não, tudo bem. – respondeu Robert, inocente.

Arthur é realmente um ótimo conselheiro, ela largou o menino e ficou no nosso pé igual um carrapato, não desgrudou um minuto. Olhei em meu relógio de pulso e já eram 2:30 da manhã, resolvi ir dormir, Robert disse que me acompanhava ate a entrada do dormitório, Violeta por sua vez vinha atrás andando devagar e disfarçadamente. Robert me deu um beijo e me desejou boa noite, logo fui para o quarto, e em seguida ela entrou no quart. Ela parecia minha sombra, mas minha sobra não me acompanhava sempre, mas a Violeta parecia que iria se tornar uma nova sombra, uma sombra de carne e osso.

– o que você viu nesse otário? – perguntou.

– ele é fofo.

– fofo? Ele é ridículo e quer te comer.

– ah, por favor, não começa.

Acho que o cigarro e a bebida que ela tava tomando afetaram a cabeça dela. Ela simplesmente me jogou contra parede e me forçou a um beijo, eu não tive vontade de evitar aquele beijo então retribui a cada toque, depois que beijei o Robert pensando nela, eu estava mesmo precisando beijá-la. Aquele beijo não parecia ter fim, estava tão maravilhoso, parecíamos um casal nos beijando apaixonadamente. Era um beijo suave e delicado. Até que nos separamos. Ela ficou me olhando e me deu outro selinho.

– gostou? – perguntou. Por um momento eu não queria responder, mas também não queria acabar com o clima.

– sim...

– sim de verdade ou sim pra eu agradar?

– sim de verdade, não sou de mentir pra agradar. Agora eu posso ir dormir? – falei.

– nossa você bebeu?

– não, só estou com sono. – afastei-a da minha frente e me deitei. Ela entrou no banheiro e eu apaguei. E acabo tendo um sonho erótico com ela. Era só o que me faltava naquela noite, ter um sonho erótico com a Violeta, ela realmente mexe comigo, porém não me sinto apaixonada, na verdade nem sei o que é se apaixonar por alguém. Acordei tarde no domingo, eram 12:30, tomei um banho e fui para a cantina estava morrendo de fome, a Violeta provável que estava por lá, não tinha visto ela na cama. Assim que cheguei na cantina pedi algumas coisas para comer e me sentei, Arthur sentou-se comigo, e em seguida apareceu Violeta.

– bom dia! – nos cumprimentou.

– bom dia! – falei.

– boa tarde! – riu.

– ta de ressaca Arthur?

– não tenho isso, e você?

– também não. E você Rebeca?

– eu não bebi. Eu nunca bebi.

– quase né? Por que eu não deixei. – falou Arthur.

– você ia beber?

– é ela ia, essa doida.

– você é tão pura que pode ser a próxima virgem Maria, e queria beber?

– pura? – falei. – eu não sou pura.

– você não bebe, não fuma, é virgem, sim você é pura. – falou Violeta.

– então ta. – sorri.

– Pensei que vocês estavam se falar.

– ué... Por quê? – perguntou Violeta. – estamos super bem, não é Rebecca? – segurou minha mão e me olhou.

– é... Estamos bem.

– eu hein. – falou Arthur.

Robert me viu e veio em nossa direção, sentou-se sem ser convidado, Violeta logo mudou a estrutura de seu rosto.

– olá. – falou Robert.

– oi. – fali.

– Oi! – Arthur.

– Oi. – falou seca, Violeta.

– como dormiu? – me perguntou Robert.

– bem, muito bem, e você?

– também... – me deu um selinho. – vamos sair hoje a noite? – eu senti meu rosto pegar fogo, eu estava nervosa.

– é... Sim...

–Ah, então e a Violeta iremos com vocês. Onde é?

– Arthur!

– o quê?

– ele convidou a mim!

– não tem problema. Vamos todos então. – Violeta estava séria, não falava nada. – vamos ao parque.

– ótimo. – falou Arthur. – eu arrumo um paquera e a Violeta outro.

– eu já tenho o meu. – falou Violeta. – o Charles! – eu engoli o seco.

– acho melhor irmos só nós, Robert. – falei. – eu exijo que seja só você e eu.

– Oxe. O.K. – falou Arthur. – eu vou com a Violeta e o Charles, vocês ficam sozinhos e pronto. Chata.

– então ta bom, nos vemos as 17:00, tudo bem pra você?

– sim. – falei. – ele foi embora me dando outro selinho.

– eu não vou, Arthur. Acho que é um momento de privacidade dela e do namorado dela, não é Rebeca? – me encarou séria.

– é. E ele não é meu namorado.

– eu não confio nele, vou te vigiar de longe.

– o que ele vai fazer comigo em publico Arthur?

– sei lá, colocar a mão por dentro do seu short e fazer coisinhas. – riu.

– me poupa. – falei. – ele não vai fazer isso, quero o conhecer melhor. Eu preciso me soltar, me envolver com as pessoas, você mesmo disse isso Arthur.

– é eu disse.

– então pronto. – finalizei.

Violeta não comentou nada sobre. Continuou conversando normalmente, até me impressionei, talvez tudo que tenha acontecido na noite passada tenha sido por causa do álcool. E talvez ela nem lembre bem o que aconteceu. Mas tarde quando eu estava me arrumando, ela me ajudou a escolher uma roupa, e quando eu estava saindo ela sussurrou em meu ouvido.

– boa sorte com seu “namorado”. E continue a fingir que não rolou nada ontem à noite. Até porque, você é uma grande e mera covarde.

Aquelas palavras acabaram comigo.