Fanfic: Love Machine | Tema: Futebol, Medcina.
O céu estava negro como se tivessem jogado tinta preta escura nele, com uma mistura de nuvens cinza, e a chuva caía forte. Oh! Mas que merda, eu já deveria estar em casa. -, balbuciei sozinha. A tarde havia sido maravilhosa, com a brisa do mar que soprava sobre mim enquanto eu observava algumas famílias caminhando sobre a areia, felizes. Foi como sentir uma familiaridade vendo-os ali, minha mãe sempre me dizia nos textos ou telefonemas que o mar era o meu lugar favorito, e o quanto eu adorava fazer castelos de areia nas praias do Rio De Janeiro, enquanto o vento soprava leve. E agora com meus 25 anos, eu havia esquecido totalmente a minha infância, como se minha vida tivesse começado apenas quando fui embora do Brasil. Minha visão foi cegada por uma forte luz, e minha cabeça latejou, me fazendo derrubar a bolsa. E tudo aconteceu muito rápido, como um flash, eu estava ali entorpecida nos meus pensamentos e logo em seguida parada em frente a um carro. Só me lembro de braços fortes me envolvendo e minhas pernas virando gelatinas. Bela hora para me falhar, pernas!- sussurrei baixo, e em seguida fui domada pela escuridão.
Meu corpo todo doía, e minha cabeça continuava latejante, a dor parecia semelhante à de alguém que se metia em uma briga feia. Conforme minha mente relaxava, eu me lembrava do que havia acontecido. Estava perdida em meus pensamentos, então fui atropelada por um carro e perdi meus sentidos, mas... Alguém. Havia alguém, eu me recordava de braços fortes me envolvendo de forma confortável. E me esforcei para levantar. Estava deitada sobre uma cama de casal bonita, em um quarto organizado com as paredes pintadas num tom de azul escuro e logo a minha frente, sentado em uma cadeira, com a expressão desesperada e ansiosa estava um homem com olhos castanhos esverdeados. Trajava uma blusa de frio preta que mostrava as definições de seu corpo. Seu cabelo era grande com belos cachinhos, e por algum motivo eu tive vontade de me esticar e tocá-los. Mas recuei, dando um pulo da cama, e me arrependi profundamente. Minha cabeça me doeu e exclamei de dor.
— Ai!
Senti algo pressionando meus lábios e uma mão quente sobre minhas costas. E logo em seguida alguém se pronunciando.
— Abra a boca, tome isso. —
Sem discursos e nem cerimônias, obedeci, tomei o remédio e um pouco de água e o efeito veio rápido, diminuindo minha dor de cabeça. Agradeci internamente por isso. E então pousei o copo sobre a mesa parada próxima a cama. Levantei minha cabeça, e meus olhos encontraram os olhos ansiosos e lindos do homem que havia me salvado.
— Bem... Vejo que não estou aonde eu deveria estar. E que horas são? —
Notei imediatamente que havia sido ingrata e seca quando todo aquele brilho em seus olhos havia desaparecido e ele abaixou a cabeça. Quis tocá-lo, havia uma necessidade crescendo dentro de meu peito, queria tocá-lo e implorar para me desculpar e esse desejo era quase incontrolável. Mas ele era um estranho! Eu nem mesmo sabia o seu nome...
— São 22h30min. —
PUTA QUE PARIU! Minha mãe deveria estar histérica em casa, e com certeza teria tentando me ligar desesperadas vezes. E meu celular, onde estaria? Oh Deus! Eu não poderia voltar para casa, não naquela noite, meus pais fariam uma cerimônia daquelas, e minha cabeça não suportaria mais tanta pressão. Disfarcei um sorriso e me afastei do homem, procurando inquieta pelo meu celular.
— Está procurando por isso? — disse ele, provocando.
Levantei a cabeça bruscamente, e olhei com olhos semicerrados para ele. Sua mão estava levantada e sobre ela, ele prendia meu celular entre os dedos. Mas que merda esse homem tá fazendo? Respirei fundo e dei passos lentos até sua direção, me sentei ao seu lado na cama, e olhei para minhas mãos, estreitei um pouco a cabeça, para olha-lo.
— Obrigada... — disse com a voz rouca e notei a confusão em seus olhos. — Por ter me salvado, quero dizer. — completei.
E como se notasse todo o desespero e tensão que surgia de mim, virou o rosto, olhando fixamente para o meu, e minhas bochechas estavam queimando. Eu estava ruborizando por aquele homem!
— Não agradeça... Você tem onde ficar essa noite? Parece-me tensa. — perguntou curioso.
E agora? Por favor, invente qualquer uma de suas mentiras, mas não conte a ele, o quanto você foi burra e não foi para casa assim que chegou a cidade, – minha mente dizia.
— Não, tudo bem. Uma amiga me espera. — respondi incerta.
Ele franziu o cenho, e entregou o celular para mim. Uma linha fina de quem estava controlando uma gargalhada irônica se formou em sua boca e eu tive vontade de esbofeteá-lo.
— Não acho que sua amiga esteja assim tão preocupada. Não há ligações e nem mensagens no seu celular. —
Eu arregalei os olhos. Mas quem ele pensa que é pra bisbilhotar assim o meu celular, enquanto eu estava desacordada? Resfire fundo, Luce. Controle-se.
— Desculpe... Achei que você fosse querer que alguém soubesse o que havia acontecido. Mas mudei de ideia quando a vi acordando. — disse com um quê de alguém que escondia algo.
Peguei meu celular e levantei-me da cama, fui até minha mala, e a tomei com minha mão desocupada. Caminhei em direção à porta, pressionei minha mão contra a maçaneta, preste a abri-la. Mas senti que deveria agradecê-lo novamente, então virei à cabeça.
— Agradeço do fundo de meu coração, mas está na hora de ir. Boa noite! —
E como um flash ele já estava parado a minha frente, segurando meu braço, mas não o apertava, era mais como um carinho oculto. Olhei pelo canto do olho para ele, como quem dizia “me solte”, mas no fundo, implorava para que ele me tocasse mais forte. Seus olhos expressavam tristeza. E meu coração pulsou.
— Não! Quero dizer. Não vá. Digo. Não acho que seja uma boa ideia você ir, sofreu um acidente e não é bom sair por aí sozinha. Aliás, o tempo está bem feio. —
Abri minha boca para protestar, mas a fechei rapidamente. Não era compreensível o motivo de ainda me querer ali, e estava realmente na hora de partir, seria errado de minha parte, incomodá-lo mais do que havia feito. Mas eu não poderia negar que ele estava certo, a chuva não pararia tão cedo e eu não tinha onde ficar.
— Eu posso pedir um táxi. Tenho que ir, realmente tenho. — disse baixinho.
— Por favor... Fique aqui. — sua voz saiu como uma suplicação.
Minhas mãos espontaneamente tocaram sua face, e em uma fração de segundo, recuei. Malditas mãos, não traíam minha mente. Não agora. Ele deslizou seus dedos por todo meu braço, me causando um arrepio interno. “Mas você também podia ajudar, hein estranho.” Ele arrastou minha mala para trás a colocando sobre um canto na parede. E aqueles olhos esverdeados me prenderam e eu não podia negar o pedido daquela criatura tão encantadora.
— Eu fico. Mas, eu durmo na sala e você no quarto. — disse, pondo condições.
— Não mesmo! Eu durmo na sala, e você fica com minha cama. — disse determinado.
Cruzei meus braços e o olhei furiosa, balançando minha cabeça negativamente, como uma criança mimada. Não poderia aceitar aquilo, não depois de ter praticamente o obrigado a me hospedar em sua casa, por ser tão desastrada e me perder tão facilmente em meus pensamentos. Mas Deus! Era um tanto impossível negar qualquer coisa a ele.
— Eu insisto, e sei que ganhei. Seu olhar te entrega. — seu tom era provocante.
— Ah, determinado você, não? Então eu fico com essa bela cama de casal? — disse, observando a cama.
— Exatamente isso. Mas só depois de me dizer o seu nome. Não quero uma estranha tomando posse de meu quarto. Isso seria errado. — brincou comigo.
Não contive uma gargalhada, e há soltei um pouco alto demais, cobrindo minha boca com as mãos, e depois a estendendo para ele.
— Luce Petit, meu nome é Luce Petit. —
Ele estendeu a mão, e tocou a minha, sua palma era quente contra a minha que era fria demais, e senti um choque imediato no corpo.
— Prazer, Luce Petit. Agora fique a vontade para dizer que minha cama, é sua. —
Seus olhos esverdeados percorram todo o meu corpo, dos pés até minha cabeça, me fazendo ter um calafrio estranho. Porque me olhava daquela forma? E porque fazia tudo àquilo por mim? Não o questionaria naquele momento, o sono estava tomando cada célula do meu corpo. Bocejei de cansaço.
— Está tarde, Luce Petit. Irei arrumar as coisas para você. — disse já se retirando.
Aumentei meu tom de voz, e caminhei rapidamente para ficar a sua frente, impedindo que ele desse mais um passo.
— Não! Não vai a lugar nenhum antes de me dizer seu nome. Não vou dormir na cama de um estranho nem que me paguem um bilhão de reais. — fiz questão de ser exagerada e minha voz saiu seca.
Ele sorriu maliciosamente, e fixou os olhos em meu rosto que desceu até meus lábios. E novamente senti minhas pernas ficarem moles como uma gelatina. Pare de me olhar assim, pare, pare! - gritei por dentro.
— Dan. Pode me chamar de Dan. —
O olhei, então o belo homem ali, o estranho que me salvou, se chamava Dan. Dan, talvez fosse à abreviação de "Daniel", - pensei. E ele tinha um sotaque de homem inglês divino! Afastei-me, indo para o lado e abrindo passagem a ele, enquanto sorria.
— Ok Dan sem sobrenome. Agora pode ir arrumar a minha cama. Onde fica o banheiro? — gargalhei baixinho e perguntei apressada.
Minhas roupas estavam pesadas no meu corpo, por ainda estar um pouco úmida. E eu estava fedendo. Eu necessitava de um banho! Ele apontou com um dedo para uma porta que ficava um pouco a frente da parede de vidro que separava o quarto da sala. E eu comecei a caminhar até lá.
— As toalhas ficam guardadas na terceira gaveta, Luce Petit! Se precisar de mais algo, estarei na sala. —
Girei a maçaneta e abri a porta. Sorri para Dan.
— Novamente agradeço! — e adentrei no banheiro, trancando a porta, retirei com dificuldade as minhas roupas danificadas pela chuva. Não parecia chover mais do lado de fora, liguei o chuveiro e a água estava quentinha. Perfeito! Um belo e delicioso banho quente irá ajudar muito para que eu me sinta relaxada. Fiquei por cerca de meia-hora só aproveitando a água, lavei meu cabelo com o shampoo de Dan que tinha um cheiro incrível de menta. Enrolei-me na toalha e só então notei que me esqueci de pegar uma roupa para vestir. Mas Dan disse que estaria na sala. É minha chance! Saí do banheiro de fininho e fui até minha mala, revirei as roupas que havia lá. Nenhum pijama que prestava.
— Hoje definitivamente não é meu dia. — disse rouca e triste.
— Você disse algo? Está tudo bem, Luce? — disse Dan, aparecendo e se acomodando na porta de vidro.
Ele estava seminu, e usava só uma cueca preta comum, fiquei de boca aberta e em seguida me recuperei, olhando incrédula pra ele, enquanto minhas mãos voavam até meu peito, na esperança de cobrir por inteira e dei passos para trás cambaleante.
— Oh céus, Dan! O que. O que você... — comecei a exclamar, mas logo mudei de assunto. — Só estou sem pijama e nenhum roupa confortável para dormir. — consegui sorrir, sem graça com aquela situação.
Ele se retirou sem dizer alguma palavra, e eu fiquei olhando confusa para onde ele estava, mas logo retornou carregando um pano preto nas mãos, e ainda seminu. Aproximou-se de mim, e eu fiquei inquieta com tanta proximidade, podia sentir sua respiração calma.
— É a maior que tenho. — E então colocou o que eu acreditava sem um pano, em minhas mãos.
Era uma blusa preta, apesar de simples, era linda. Eu sorri agradecida, e levantei minhas sobrancelhas como um sinal de quem dizia "pode ir já!" e ele sorriu em troca e saiu em direção à sala, fechando a porta da parede de vidro que nós separávamos e eu pesquei uma calcinha e a vesti rapidamente junto com um sutiã da cor branca, fui até a cama e me sentei, ainda vestindo apenas a lingerie, e como se fosse à coisa mais natural que ela tivesse feito naquela noite, cheirou a camiseta dele. Era um cheiro agradável, e forte a ponto de me sufocar, sorri a única luz que iluminava o quarto, era a do abajur, vesti a camiseta.
— Boa noite, Dan! —
E me deitei na cama, ainda rindo e agarrei um travesseiro. Virei para o lado da janela, e meus olhos já estavam se fechando, a voz de Dan sussurrou no fundo de minha mente "Boa noite, Luce Petit", mas o tempo piorado do lado de fora novamente, e a chuva parecia estar mais bruta do que antes. Luce que já estava quase adormecendo saltitou para fora da cama, caindo sobre o chão após um trovão tão alto ter a despertado de qualquer sono. A porta de Dan se abriu num som ardido, e os ouvidos de Luce doeram. Ele correu até ela, se abaixando e tocou seus braços com força, olhando assustado.
— Luce, Luce! O que aconteceu? O que foi isso? —
Mas nenhuma palavra saía da boca de Luce, sua cabeça ainda doía e parecia que aquela dor não passaria tão cedo, Luce provavelmente teria pesadelos naquela noite. Até que Dan a despertou com uma voz rouca.
— Luce! Você está parecendo a neve, de tão branca. Foi o trovão? — E os braços de Luce voaram até o pescoço de Dan, e ela se jogou em seu colo, o abraçando com toda sua força. Não sabia ao certo, mas aquela noite havia deixado Luce frágil e perdida.
— Oh, Luce.. — sussurrou Dan, enquanto se levantava comigo ainda grudada nele. E então me entrelaçou em um abraço tão protetor e cheio de solidariedade.
Tive de segurar as lágrimas, aproximei meus lábios de seu ouvido, quase o tocando.
— Fique aqui comigo, por favor! A cama é de casal e.. eu não quero dormir sozinha está noite. Estou com medo. — disse Luce, com a voz fraca e sem vida.
Mas antes mesmo de Luce se virar para olha-lo nos olhos, com a curiosidade de saber qual seria sua expressão, Dan já havia a pego no colo e a deitado como um bebê sobre a cama. Ele sorriu, seus olhos estavam escuros, e se deitou ao meu lado na cama. Puxou-me para perto, e eu me acomodei sobre seu peito, jogando a coberta sobre nós. Ele estava vestido agora, portanto, Luce conseguia sentir sua pele quente sobre o pano da camiseta ainda assim.
— Durma Luce. Durma. — E seus braços a envolveram.
Autor(a): lovemachine
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