Fanfic: Goleada pelo amor | Tema: Romance, futebol, seleção

(Nicole narra)

  Karol pediu para que tirássemos todos da casa, e deixássemos ela e o Thiago sozinhos... Bom, foi o que ele fizemos, convidamos seus pais para um jantar, até porque o Isago e Iago estavam  um pouco na casa da avó.

  Esqueci de falar, mas estou adorando essa ideia da Karol estar namorando o Thiago, pois estou morando aqui com ela e com o Thi, consequentemente com o David e seus pais também, sendo que morar com ele seria uma realidade muito, muito distante pra mim, que agora passou de ser apenas um sonho. No primeiro dia que vi ele, nunca pensei nem que meus lábios tocariam nos dele, muito menos que um dia estaríamos na mesma casa, mesmo nós não estando namorando (longe disso), muito menos casados.

 Bom, fomos até um restaurante jantar, muito chique por sinal (ideia do David, claro), e sentamos em uma mesa no canto do local, um tanto confortável e com uma vista perfeita, com quatro cadeiras, o numero exato que precisávamos.

 Algo não espantoso vindo do David, ele puxou a cadeira para eu sentar, com a educação dele já era de se esperar, mas claro que não pra mim. Sentou-se na minha frente, do lado do Ladislau, e ele na frente da mulher. Outra coisa que eu nunca imaginei, EU sentada em um restaurante chique na frente dele, mesmo com meus sogrinhos (ou não) do lado.

 Eu pedi uma refeição bem leve pois não estava com muita fome. E sei que o David pediu Vitela ao Porto, compota de frutas secas e vinho. Quando nosso pedido chegou, começamos a conversar um pouco, até então o clima estava meio monótomo. Regina começou falando comigo, perguntando como eu estava, como anda a vida, e alguns detalhes pessoais, já que eu era a mais nova amiga do seu filho, ela parece ser bem exigente, já o Ladislau é mais na dele. Ela mudou um pouco de assunto, o foco agora era: David.

 “Re - O David ganhou a sua primeira chuteira do zelador – Disse ela toda empolgada contando tudo que eu não sabia dele, ele parecia meio sem graça e com vergonha enquanto ela falava dele pra mim, e eu sempre concordava com um sorriso tentando ser simpática. – Ela já nasceu com pensando na bola de futebol, é a namorada dele. O pai sempre quis que ele fosse jogador, eu também – Ladislau concordou com um sorriso – Bem pequeno ele foi pro São Paulo, mas foi recusado por que era muito franzino – Ele olhou pra ela envergonhado e sorriu.

D- Agora eu não sou mais! – Ele sorriu sendo brincalhão como sempre, eu fiquei com uma enorme vontade de concordar e dizer ‘você não é franzino, você é gostoso’, mas não disse, claro, apenas sorri.

Re- Ficamos tão tristes por ele ter sido recusado, mas a vida continua... Aí ele foi pro Vitória da Bahia, ficou uns anos lá. – Acho que ela é do tipo ‘mãe coruja’, mas bem coruja mesmo - Então foi pra bem longe de mim, lá pra Portugal no Benfica, e depois de uns anos pro Chelsea, e agora vai começar pelo PSG. Ah é! Foi lá em Portugal que ele conheceu a Sarinha – Acabou o amor, acabou tudo. – Nossa eles se amavam tanto! Não sei porque meu filho terminou com ela, tão carismática! – Olhei pro David com um sorrisinho sem graça, e ele olhou pra mim com uma cara sem graça... – Eu amo tanto a Sarinha, acho que eles ainda se amam, não é filhão?!

D- Não mãe, não é o que você quer, mas nós terminamos, eu não amo ela, nunca amei. – Gostei disso.

Re- Ah, para amor! – Ela cochichou no meu ouvido “Ele ama ela sim”, e eu concordei com um sorriso aparentemente simpático, mas na verdade queria apenas esfolar ela, mentira ela que gerou o David. – Agora ela veio pra cá, bem que eles podiam reatar o namoro, mas meu filho não me ouve, teimoso! Ela é uma gracinha, tão educadinha, comportada, um exemplo, sempre ia comigo nos cultos. Não aceito que meu filho namore alguém que não seja igual a ela!”.

 O começo da conversa estava bem interessante, foi bom saber mais sobre ele, mas aquela portuguesinha teve que estragar o papo, pelo visto a Regina gosta muito dela, talvez ela goste de mim só como amiga dele. Acho que ela não vai aceitar ninguém não sendo a Sara, o que não é uma boa notícia pra mim... Como se eu fosse namorar ele.

 Durante toda a conversa eu não dizia muita coisa, apenas concordava com sorrisinhos, e ele, enquanto ela falava da Sara, apenas ficava sem graça, e olhava pra mim com uma expressão de “Desculpa pelas besteiras que minha mãe esta falando”, e o Ladislau parecia um pouco indiferente, acho que gostava da Sara, mas respeita o término deles.

 Fomos embora, espero que o Thiago e a Karol já tenham terminado o que eles tinham pra fazer. Descemos do carro, a Re e o Ladis foram entrando primeiro, e eu ia entrando em seguida, mas o David me chamou e me segurou pelo braço.

“D- Nicole, espera! – Ele disse agarrando meu braço.

Nic- Fala, David.

D- Desculpa por aquelas besteiras que minha mão disse, lá, é que... – Eu o interrompi.

Nic- Você não tem que desculpar-se disso comigo. – Por que ele pediu desculpas do que ela falou da portuguesinha pra mim?!

D- Ah, é que ela começou a falar da Sara, eu fiquei meio sem graça, eu não gosto mais dela, mas minha mãe não se toca, eu nunca devia ter começado nada com ela.

Nic- Mas, se você voltar com ela, espero só que vocês fiquem felizes, isso não tem nada a ver comigo.

D- Tem sim. – Ele pegou na minha cintura, me olhou fixamente nos olhos e acariciou meu rosto, e foi aproximando- se de mim, tudo isso em um pequeno intervalo de tempo, e eu morrendo de nervosismo, sem saber o que fazer, coloquei a mão esquerda em sua nuca e a direita nas costas. Eu estava com um vestido rendado atrás que pude sentir suas mãos em um contato direto com o minha pele, mas dessa vez em um momento mais importante.

 Depois de todo envolvimento, nos beijamos, nossos lábios se tocaram pela segunda vez, mas agora de verdade, sem ninguém pra atrapalhar. Dessa vez foi ótimo, ele segurava com força minha cintura, e eu acariciava levemente sua nuca. Deve ter durado uns dez segundos, provavelmente mais que isso, acabei tão envolvida num mundo que para mim era até então apenas fantasia, que nem vi a hora passar... Acho que nem ele percebeu.

 Quando terminamos continuamos com os olhares fixados um ao outro, ele colocou a mão no meu rosto bem levemente, e colocou meu cabelo de um lado atrás da orelha, finalizando com um selinho. Foi definitivamente o melhor beijo da minha vida.

 Ele sorriu pra mim, com aquele sorriso gostoso, e eu retribui, meu coração estava tão acelerado que se fiz algo de errado nem percebi.

“D- Dessa vez ninguém nos interrompeu. – Sorriu. Eu achei que da outra vez, tínhamos nos beijado por puro impulso, mas dessa vez, ele me beijo, por vontade dele, ELE QUIS ME BEIJAR, e é nisso que eu não consigo acreditar.

Nic- Verdade, foi tão bom – Eu disse sorrindo, claro, tinha como parar de sorrir?!

D- Foi mesmo – Eu achava que ele não gostava de mim, não consigo acreditar nisso, devo estar sonhando, e se for um sonho não me acorde. – Podíamos fazer isso mais vezes – Ele disse e deu uma gargalhada. – E eu abri um sorriso enorme. Ouvimos um barulho de janelas, provavelmente era a Re fechando alguma janela. Então devagar começamos a entrar em casa, enquanto conversávamos o mesmo tempo.

Nic- Acho que já todos já foram dormir, temos que ir também – Depois eu me toquei de tamanha burrice, podia ter beijado ele novamente.

D- Pois é, boa noite Nicole.

Nic- Boa noite, David. – Nos dois sorrimos, eu entrei primeiro e ele em seguida. Nem sei se consegui fechar os olhos essa noite, também não sei sobre ele, só não imaginava isso, se eu falasse isso há um mês atrás pra Karol ela me chamaria de iludida. Ele disse que podíamos fazer isso mais vezes, é muita coisa para uma noite só, assim Nicole não consegue dormir não.