Fanfic: Um noivado no caminho | Tema: Fátima Bernardes e William Bonner

Eu, Fátima Bernardes, estava prestes a começar meu trabalho no jornal de mais prestigio do Brasil, meu país de origem, o mesmo que eu deixei há algum tempo para virar correspondente em Paris. Fui convidada à voltar de onde saí e dividir a bancada com um jornalista de renome: William Bonner, se não me falha a memória. Voltei decidida a fazer sucesso, a transformar minha carreira e fazer meu nome. Mal sabia eu que ele já estava feito!

Cheguei ontem de Paris e hoje já estou aqui perdida dentro deste grande prédio no jardim botânico, tentando me achar aqui dentro no meio de tantas árvores e pessoas misturadas. No meio de toda essa natureza gigante, há um prédio cinza, cheio de janelas e que inspira credibilidade. Fui caminhando pela charmosa trilha de pedras que havia na minha frente, até que vi uns dos meus novos chefes. Fernando Martins conversando com um homem alto, moreno e muito bonito chamaram a minha atenção. Fui me aproximando deles até que Fernando me reconheceu.

- Fátima, minha querida, é um prazer enorme ter você na nossa equipe! – disse ele com aquele seu sotaque tipicamente carioca.

- O prazer é todo meu de receber o convite para ser âncora desse jornal tão magnífico que é o Jornal Nacional! – Sorri para Fernando, que estava em minha frente, porém o meu sorriso atingiu aquele homem que estava ao seu lado. Seu rosto tão familiar me inspirava confiança e arrepiava alguns pelos do meu corpo. Moreno, de ombros largos, cabelos grisalhos e com uma simpática falha na sobrancelha dirigia seus bonitos olhos cor de mel para mim, me deixando ainda mais encantada com sua beleza, logo a primeira vista. O Fernando deve ter sentindo a tensão que pairou no ar, já que se apressou em nos apresentar.

- Então vamos as apresentações porque você ainda tem que conhecer a redação e temos muito trabalho antes do Jornal ir ao ar. Minha querida Fátima, este é William Bonner seu novo colega de bancada. - Fernando sorriu e William educadamente me estendeu a mão. Eu imediatamente a apertei. - E William, esta é Fátima Bernardes, sua futura musa inspiradora!

Senti-me corada e soltamos nossas mãos, já que eu havia ficado trêmula de repente. Seu toque fora singelo, mas causara um efeito enorme sobre mim. Como assim musa inspiradora? Olhei desconfiada para Fernando, que só soube rir. William fazia o mesmo.

Ah William! Então é esse o seu nome William Bonner? Esse é o nome do homem que me chamou tanta atenção e de quem não estou conseguindo tirar os olhos? Muito prazer!

- Prazer Fátima,vai ser uma honra trabalhar com você! - Ele sorriu e eu fiquei sem reação, até que me cutuquei internamente.

- O prazer é meu William! - Disse como que em um engasgo.

- Você poderia mostrar à ela a redação, William?

- Claro, Fernando. - Ele estendeu a mão e eu, ainda que receosa, a segurei e fomos seguindo pelo prédio enorme à nossa frente.

William me mostrou a redação e cada palavra que trocávamos eu fica mais encantada, ele era diferente dos outros homem que já havia conhecido, ele parecia ser especial.

O tempo voou na redação, era matéria atrás de matéria para editar e eu ainda tinha que parar em frente a qualquer espelho para treinar minha postura diante das futuras câmeras que teria que enfrentar. Já estava cansada e senti que não seria capaz de editar uma daquelas tantas matérias à minha frente. Como eu era nova, só podia contar com uma pessoa. Fui até a sala de William Bonner e perguntei se ele poderia me ajudar com um ponto na reportagem. Ele olhou para mim, sorriu e pediu para que eu entrasse. Como um cavalheiro, levantou da cadeira que estava e estendeu a mão para que eu sentasse no sofá, indo até a porta e a fechando. Logo depois, sentou-se ao meu lado.

- Onde está o seu problema, Fátima? - Expliquei para ele o que eu não estava conseguindo entender e entreguei os papeis que tinha em mãos. Sem querer, encostamos nossas mãos. - Sua mão está gelada, Fátima. Está com frio?

- Depois que me mudei para Paris, acabei ficando assim. Acho que o meu corpo nunca se acostumou com o frio de lá e mesmo estando no calor daqui, fico toda gelada. Ainda mais hoje, que estou a mil!

- Nervosa para a apresentação?

Assenti com a cabeça e então voltamos a falar sobre a matéria a ser editada. Minutos ou horas depois, terminamos de editar a matéria e eu saí de sua sala, certa de que estava me encantando cada vez mais.

Já estava tarde e eu fui fazer minha maquiagem, depois segui para a minha primeira apresentação do jornal e, apesar de todo o nervosismo, tudo ocorreu bem. Uma singela homenagem foi feita para mim no início e na hora do primeiro intervalo, William saiu da sua bancada e veio até mim, me abraçando forte.
Eu não aguentei, retribuí o abraço e chorei com cautela - a homenagem havia me emocionado, de fato. Ele sorriu para mim e disse que ficaria tudo bem, então enxugou minhas lágrimas. Me ofereceu um lenço e sentou-se à sua cadeira novamente. O jornal voltou ao ar e tudo ocorreu bem. Depois de matérias e mais matérias o jornal chegava ao fim.

No estacionamento, prestes a ir embora, cruzei com William novamente.

- Fátima! Você está de carro?

- Estou sim, uma amiga minha me emprestou o dela.

- Ah sim! Sempre que precisar de uma carona, pode me pedir, viu? Você mora aqui perto?

- Na verdade, moro na Barra. Estou dividindo uma casa com uma amiga minha, a mesma do carro. - Eu ri e ele riu de volta. - Nos conhecemos há um bom tempo e ela agora é meu pilar aqui no Brasil. Eu preferi morar com uma amiga do que voltar a morar com meus pais!

Rimos juntos e nos despedimos, cada um indo para sua casa. Assim que cheguei, dei de cara com a Nycole. Tinha que contar para ela de William e como havia sido o meu dia. Depois de uma longa conversa, fui tomar um banho e dormir. Mas antes de pegar no sono, aquele homem grisalho e grande me veio na memória e eu estava, definitivamente apaixonada por ele. E, com isso, disposta a fazer de tudo para ficarmos juntos.