Fanfics Brasil - capítulo quatro antigo amor

Fanfic: antigo amor


Capítulo: capítulo quatro

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Cheguei na casa dos meus pais quase uma hora depois de ter saído correndo que nem uma louca do William. Assim que entrei no táxi pedi para que o motorista andasse o mais depressa possível, mas o trânsito estava caótico e parado, e para minha felicidade o William estava correndo em nossa direção - talvez aparentando ser mais louco do que eu. Mas por um milagre o trânsito deu uma brecha e então o motorista entrou no meio daquela loucura toda a 50 km por hora - a velocidade "mais depressa possível". E continuamos nessa velocidade por um bom tempo.


Quando o motorista estacionou o táxi na calçada dos meus pais, comecei a chorar quando a vi na porta. Fazem quase 2 anos que não nos vemos e a saudade já estava comprimindo o meu peito. Passei um dos meus dedos em meus olhos com cuidado pra não manchar o rímel que usava e massageei meu peito, tentando fazê-lo parar de doer. Abri a porta e fui ao encontro da grande mulher da minha vida!


- Mamãe! Que saudade da senhora! - Disse enquanto nos abraçávamos e o motorista, gentilmente, tirava as minhas malas do táxi. - Como a senhora está?


- Agora eu estou bem. Como foi seu voo? - E antes que ela pudesse começar sua série de perguntas sobre como havia sido o voo e se eu ainda estava solteira, fui até o motorista e lhe paguei a corrida, depois peguei minhas malas e fui entrando dentro da casa dos meus pais.


Nem grande e nem pequena, mas na medida certa. Muito bonita, de dois andares e bastante aconchegante. Na frente, há uma trilha de cimento que vai da calçada até a porta da frente e ao seu lado, um jardim verde e florido. A porta é de madeira escura e as paredes do lado de fora são brancas. Assim que entrei, não escondi minha cara de felicidade.


- Nem acredito que estou aqui! - Larguei as malas no chão e olhei em volta. - A senhora não tem noção de como é bom estar em casa!


- Eu imagino, Fátima... Você passou 6 anos longe daqui, não deve nem se lembrar de como era bom estar em família.


- Lembro, sim. Inclusive, dou mais valor.


Minha mãe veio até mim, segurou minhas duas mãos com firmeza e me puxou para o sofá. Nos sentamos e ela ficou me olhando com aqueles olhos curiosos que só ela tem.


- E então, como estava sua vida em Paris? Seu trabalho, seus amigos e sua vida amorosa também. Além disso, como foi seu voo?


- Ah, mamãe! A senhora sabe que meu trabalho estava indo às mil maravilhas, mas eu nunca me dei bem com os meus colegas de lá. Amigos de Paris eu tenho dois maravilhosos, mas estão viajando e faz um tempo que não os vejo. - E então lembrei que não consegui me despedir dos dois. Fechei os olhos e a imagem deles veio à minha mente. Aqueles malucos fazem falta! - Aliás tenho que ligar para os dois.


- Mas não fuja do assunto principal. E como anda a sua vida amorosa?


- Há 6 anos que eu me escondo dos assuntos do coração. Ainda estou muito magoada para me aventurar por aí!


- Fátima Gomes Bernardes, o que você quer me dizer? Que você está muito magoada ou muito apaixonada desde que saiu do Brasil?


- Magoada. Eu não amo mais o meu ex-marido, mamãe. Aliás, fui embora porque deixei de amar.


- Por que deixou de amar ou por que queria testar o amor dele? Fátima, meu anjo, eu conheço a filha que eu tenho. Vocês estavam casados há quase 2 anos, mas juntos há 3 e então você simplesmente joga a aliança na cara dele e diz que não aguenta mais. Então, vai até seu chefe e pede transferência para Paris. Ele lhe dá e você vai embora sem nem ao menos se despedir, tudo isso em dois únicos dias. No terceiro você já está em Paris, hospedada na casa da sua irmã, morando junto com seu cunhado e suas duas sobrinhas. E agora você vem me dizer que foi embora porque deixou de amar seu marido? Ah, Fátima! Tenha dó.


Fechei meus olhos novamente e minha mãe tinha razão. Eu fui embora quase sem motivo. Massageei meu peito quando abri meus olhos e minha mãe me encarava como se pedisse uma confissão. Mas eu não vou dar!


- Tudo bem, a senhora tem razão. Mas já fazem 6 anos e eu não o amo mais.


- Sua irmã me ligou e me contou do que aconteceu na conferência. Vocês se viram, não foi?


E de repente eu me encontrei numa situação de amor e ódio com a Vânia. Fofoqueira e melhor irmã que alguém poderia ter, porque assim eu poderia contar o que houve na praia para minha mãe..


- A Vânia, aquela intrometida! Não tinha nada que ter lhe falado sobre isso.


- E por que não? De qualquer forma você iria me contar.


- Até porque hoje mais cedo eu me encontrei com ele... - Falei sugestiva.


- O quê? - Ela engasgou. Segurou meus ombros e implorou para que eu lhe contasse tudo, em detalhes. Sorri e levantei do sofá; ela permaneceu sentada.


- Eu parei na praia antes de vir pra cá porque estava com muita sede e vontade de tomar uma água de coco na praia de Copacabana. Na verdade, estava com saudade da areia e da briza do mar, do barulho das águas, dos cariocas curtindo o verão - e então minha mãe interrompeu, pedindo para que eu voltasse para o mais importante. - Tudo bem, desculpe. Eu tirei meus sapatos e fui caminhar um pouco na areia da praia, olhando para baixo. Quando eu percebi, havia uma sombra diante de mim que eu não era pra ter encarado! - Minha mãe riu. - Era ele, mãe! Lindo, cheiroso e bem encorpado. Ele me olhava com aqueles seus olhos de puro espanto e então eu me desequilibrei. Como eu estava na areia fofa, eu só não caí porque ele me segurou.


- Ele segurou você? Não deixou você cair? - Minha mãe estava espantada, animada e enlouquecida ao mesmo tempo.


- Sim. E não. Estávamos ficando cada vez mais próximos e então eu me soltei dele. Saí daquela areia o mais rápido possível e fui caminhando pro lado contrário. Assim que me dei por conta, dei meia-volta e acabei tendo que passar por ele. Quando fiquei do seu lado, ele me puxou segurando meu braço, mas eu me soltei e saí correndo pro táxi. - Fiquei um tempo silêncio saboreando minha memória daquele momento tão lindo que mais parecia um sonho. - E foi isso. - Disse, por fim.


- E você ainda tem a coragem de me dizer que não o ama mais? Faz 6 anos? É isso mesmo, Fátima?


Mãe é mãe, não adianta. Ela conseguiu me decifrar somente com um diálogo, coisa que eu não consigo fazer desde que nasci. Como pode?


- A senhora tem razão... - Então me sentei ao seu lado novamente e segurei suas mãos com firmeza, pondo-as em meu colo. - Eu quero deixar de amá-lo, mas é só ouvir seu nome ou lembrar de seu rosto que eu perco o chão e me falta o ar. Eu deixei de falar nele por 6 anos, sim. Mas agora, quando eu falo, é como se eu não estivesse longe dele há tanto tempo assim. Eu não consigo explicar! Me ajuda?


- Ajudo, sim. Mas você não tem que estar na TV Globo daqui há menos de 2 horas?


Dei um pulo. Mais uma vez ela estava com a razão. Pedi sua ajuda para subir as escadas com as malas e quando chegamos no quarto em que eu ficaria, ela me deixou sozinha para me trocar. Eu estava com uma blusa de linha e uma calça jeans - e por alguma razão grisalha eu não queria tirá-las, mas eu simplesmente não podia continuar com a mesma roupa que saí de Paris.


Abri minha mala e tirei uma saia que me caía muito bem. Ela era vinho, então uma camisa de seda preta de mangas curtas e um decote em "V" teria que me deixar apresentável. Fui até o banheiro e retoquei a maquiagem - que havia feito em Paris - e prendi meu cabelo em um rabo-de-cavalo nada caprichado. Calcei um scarpin também preto e peguei minha bolsa. Quando surgi novamente na sala, minha mãe assoviou para mim.


- Tudo isso é só para ir à TV Globo ou é tudo para encontrar o William?


Ri envergonhada e baixei a cabeça.


- Um pouquinho dos dois, eu confesso. - Me despedi dela e ela perguntou a que horas eu voltaria. - Talvez para o almoço, eu ainda não sei. A que horas o papai volta?


- Daqui a pouco deve estar por aqui...


- Quando ele voltar, diz que estou morrendo de saudade e que nos encontramos à noite! Amo vocês!


- Nós também te amamos!


Segui até a porta e joguei um beijo para minha mãe dali mesmo. Enquanto me arrumava, chamei um táxi e este já estava me esperando na calçada.


- Ao Jardim Botânico, por favor. - E assim que me dei conta de que poderia estar indo encontrar o meu ex-marido que eu fazia questão de nem mencionar há 6 anos, tranquei a respiração. O taxista me olhou do espelho retrovisor e deu um sorriso tímido, provavelmente feliz por estar levando uma jornalista famosa para o seu futuro local de trabalho. Sorri de volta e então voltei a respirar, ansiosa para uma vida nova.



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Autor(a): feique_

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 12



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  • feique_ Postado em 26/10/2014 - 16:30:31

    p quem gostou da primeira, tem uma segunda kkkk http://fanfics.com.br/fanfic/38987/fora-do-prumo

  • vfsv Postado em 29/08/2014 - 00:30:37

    Posta uma outra Fic, outra história!!!! Vc tem talento!!! Faz isso por nós ;)

  • vfsv Postado em 03/08/2014 - 01:52:38

    Escreve outra fic entao, por favor???? Vc escreve muito bem!!!!

  • feique_ Postado em 27/07/2014 - 22:03:20

    até continuaria, mas a fic acabou :(

  • brunnaomp Postado em 25/07/2014 - 17:57:41

    Continua postando dois por dia ,sua fic é ótima!

  • feique_ Postado em 23/07/2014 - 17:52:17

    n foi nada! rsrsrs e se liga no cap de hoje! :**

  • melzinha Postado em 23/07/2014 - 17:02:28

    To amando a fic estar cada dia melho, ah e o comentario sobre o ciume nao era pra essa fic me confudi total , quando li fiquei morta de vergonha por ter postado errado desculpe , posta logo por favor Beijos♥♡♥♡♥·♥ ♥♡♥♡♥♡

  • feique_ Postado em 21/07/2014 - 20:43:46

    continuo sim, lindas! e obrigada pelos elogios.. a fic é pra vocês!! e eu não entendi a sugestão do ciúme, pq o ex da Fátima é o próprio William... bjinhos

  • melzinha Postado em 21/07/2014 - 16:22:43

    AMEI A FIC ESPERO ANCIOSA PARA O PROXIMO CAPITULO ,VOCE ESCREVE MUITO BEM ,E PRA FIC FICAR MELHOR PODERIA TER CENAS DE CIUMES .IMAGINA O WILLIAM COM CIUME DA FA COM EX ,IA SER TUDO DE BOM. POSTA LOGO BEIJOS ;-)

  • vanessatocha Postado em 20/07/2014 - 22:23:44

    fic maravilhosa!!! continua pfvr <33333


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