Fanfics Brasil - capítulo cinco antigo amor

Fanfic: antigo amor


Capítulo: capítulo cinco

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E a vida nova que eu tanto esperava mais parecida minha antiga vida. O Jardim Botânico, sede do jornalismo da Globo, parecia não ter mudado. As árvores ainda estavam ali, as flores que nos davam uma atmosfera mais calma e aquele prédio enorme contrastando com a paisagem natural também estavam. Estava tudo lá, inclusive eu.


Paguei o táxi e segui caminhando por uma trilha de areia que tinha por ali; tudo tão vivo... Conforme ia caminhando ia encontrando pessoas novas, colegas antigos e a cada passo era uma sensação nova. Meu coração logo, logo iria sair pela boca. Comecei a massagear o meu peito bem onde doía e quando vi já estava bem à porta do prédio.


Entrei de mansinho naquilo lá - que ao contrário do lado de fora, estava bem diferente de antigamente. O piso é de lajota e há algumas janelas que vão do chão até o teto, trazendo um pouco da paisagem externa para dentro daquele tão movimentado espaço. No corredor principal, largo e bem iluminado, a parede é cinza e o verde das árvores parece dar mais vida ao lugar. Quando se chega ao elevador, a sensação é de sair um pouco do Brasil Tropical e ir direto para a monotonia de Paris - porém sem aquele romantismo todo.


Entrei no elevador e pedi para que fosse até o 5º andar, conforme me aconselharam. Talvez por ser o andar das reuniões, ou de qualquer outra sala importante. O elevador parou no 3º andar e minhas mãos gelaram, comecei a tremer da cabeça aos pés e soube, imediatamente, que o meu corpo estava reagindo à sensação gostosa e irritante de poder estar próximo a William Bonner. E eu já não sei mais o que eu quero, afinal!


Subiram três pessoas e uma delas era uma conhecida minha dos velhos tempos, inclusive a mais próxima de mim quando eu fui embora.


- Fátima! Eu nem acredito que é você e que está de volta! - Disse ela, vindo me abraçar. Renata é o seu nome e ela estava mais linda do que nunca. De pele clara e cabelo loiro acinzentado, sempre fora uma amiga e tanto. Porém desconfio, até hoje, de que ela era próxima de mim para ficar próxima do meu marido naquela época... - Como você está? - Perguntou assim que nos afastamos.


- Eu estou bem, melhor que nunca! E você?


- Esbanjando saúde, Fá! Mas que saudade...


Já estávamos todos dentro do elevador - que demorava pra subir. Ele estava fechando quando um dos homens que estavam ali dentro pôs o pé para impedi-lo de fechar. Quando virei o rosto, ouvindo um grito de "segura pra mim", meu coração foi até minha boca e voltou.


Eu estava prestes a dividir o mesmo elevador que William Bonner, meu ex-marido. Era emoção demais pra um dia só, já que de manhã havia sido amparada pelos seus dois braços. Me escorei na parte de trás do elevador e tentei me esconder, mas aquele homem mantinha seus olhos semi-cerrados em cima dos meus. Ele estava claramente surpreso por me ver novamente e parecia ter congelado seus movimentos - já que ficou parado diante da porta. Baixou seus braços e deu um passo a frente, mas eu dei outro para trás e acabei batendo com as costas na parede do elevador, dando um leve gemido de dor. Ele baixou os olhos e todos que estavam olhando para mim, olharam para ele.


- Você não sobe? - Perguntou o homem que prendia as portas do elevador.


Ele fez que não com a cabeça - que permanecia abaixada - e o homem soltou as portas. Vi elas fecharem ao mesmo tempo que William erguia a cabeça novamente. Mal nossos olhos se reencontraram e eu perdi as forças nas pernas novamente, mas desta vez foi a Renata quem me manteve de pé.


- Nossa, vocês dois ainda ficam abalados quando se vêem, não é mesmo?


- Mais ou menos - disse enquanto me recompunha. - Ficamos muito tempo sem nos ver, e além disso o nosso casamento não terminou da melhor forma possível. É só isso. - Enfatizei a última frase e sorri, tentando afastar os pensamentos maliciosos da mente da amiga que tinha em meu lado.


 


Depois do acontecido no elevador, consegui chegar no 5º andar com vida. Meu corpo estava tenso só em saber que estava a metros do grande amor da minha vida, mas eu ainda conseguia me controlar. Hora ou outra me reencontraria com ele, mas eu precisava me preocupar com o que estava acontecendo e não com o que iria acontecer.


Reencontrei alguns amigos, velhos conhecidos e também fui apresentada a futuros colegas, mas aquilo não estava prendendo a minha atenção. Sempre que eu podia, dava um jeito de olhar para o lado e checar se não havia ninguém grisalho e grande perto de onde eu estava.


- Fátima, que bom que você veio! - Disse Carlos Henrique Schroder, diretor geral do jornalismo da Globo, assim que me viu. Me deu um abraço amigável e sorriu para mim, claramente encantado. - Fico feliz que tenha aceitado nossa proposta! Já podemos começar os trabalhos hoje...


H-hoje? - Engasguei. Eu havia recém chegado e ele não podia estar falando sério! - Mas hoje? Eu recém cheguei e


- Hoje. Vou pedir para o William mostrar a você a redação e então você já começa editando alguns materiais. Quero ver como você se sai trabalhando como brasileira aqui no Brasil! - William? Não! Ele não. - Alguém viu o William por aí?


- Não! - Protestei em alto e bom som, mas depois me arrependi. Eu tinha que ser, no mínimo, profissional. - Ergh... Desculpe. A Renata pode me mostrar a redação, até porque nos conhecemos há bastante tempo!


Ele sorriu, segurou minhas duas mãos e todos congelaram seus olhares sobre nós. Senti um nó no estômago e comecei a suar frio.


- Fátima, minha linda, eu entendo que você não queira reencontrar o William, até porque vocês são ex-casados. Mas o problema é que vocês vão trabalhar juntos daqui pra frente e têm que ser profissionais! Não precisa fingir amor, nem ficar se pegando no meio dos corredores, mas no mínimo precisam se dar bem. E sim, é ele quem vai apresentar a você a redação da Globo. - Estendeu um dedo e me pediu para esperar ali.


Enquanto esperava, me escorei na mesa atrás de mim e respirei fundo, pondo a mão sobre o meu peito. Eu não estava preparada para mais uma emoção dessas! Mas de certa forma ele estava certo. Precisávamos nos dar bem já que iríamos trabalhar juntos. MAS ELE NÃO VAI PRA NOVA IORQUE?


Xinguei baixinho e ouvi alguns risos abafados, mas só em saber que ninguém estava me julgando e nem me olhando torto, consegui rir junto. O clima no Brasil era muito bom e me fazia bem!


- Fátima, aqui está ele. - E lá estava: grisalho, grande, comprido e de olhos semi-cerrados. Tinha um sorriso discreto nos lábios e insistia em me olhar de cima a baixo. Caminhava de uma maneira apressada, como se quisesse chegar perto de mim de uma vez, mas eu permaneci sentada. Senti minhas pernas bambearem e não quis ousar demonstrar isso na frente de todo mundo. - William, Fátima, acho que não preciso apresentar um ao outro!


O William riu e eu não tive como sorrir. Ele riu pra mim, mostrou aqueles dentes brancos bem alinhados e o pouco ar que eu ainda tinha evaporou. Agora eu estava sem respirar, sem conseguir ficar de pé e sorrindo que nem uma idiota. Ele sustentou aquele sorriso sobre mim, se aproximou mais um pouco e me estendeu a mão. Olhei pra baixo e segurei sua mão, certa de que ele iria dar um beijo modesto. Mas ele surpreendentemente me puxou para cima e eu não tive como não demonstrar aquela fraqueza toda.


- Nós já nos conhecemos, Schroder. E olá, Fátima!


- Olá, William. - Disse, recuperando o ar. Todo o meu esforço de 6 anos para esquecê-lo havia sido em vão. Estávamos frente a frente e eu ainda sentia a mesma coisa de anos atrás. Era como se o meu sentimento por ele tivesse sido congelado e agora estava de volta. Por Deus, eu já não sei como aguentar tudo isso.


- Como você está?


Mas Schroder o interrompeu.


- Não senhor! Mostre à ela a redação e então engatem uma conversa. Aqui não é hora e nem lugar.


Sorrimos mais uma vez e ele foi me conduzindo para fora de onde estávamos. Era impressionante como ele conseguia dar passos tão firmes. Aliás não era não, já que eu não causava nenhuma reação imediata nele. Nem eu e nenhuma mulher específica.


Me conduziu até o elevador e quando as portas abriram, deu passagem para que eu pudesse entrar. Ficamos em silêncio por um tempo, até que ele decidiu quebrar o gelo.


- Você não respondeu. Como está?


- Bem.


- Ah! - Ele esperou uma pergunta de volta, mas eu continuei calada, fitando o nada. - E quanto à sua vida em Paris, como era?


- Boa, tranquila.- Ele fez menção de que iria fazer outra pergunta, mas eu me adiantei. - O que você vai me apresentar primeiro?


Ele virou seu rosto pra mim e observei - de rabo de olho - sua expressão incrédula. Parecia esperar de mim um choro de saudade e um abraço bem apertado, mas eu não dei espaço para nada. Não podia me dar ao luxo de ser simpática, sabendo que seria somente com um sorriso seu que me jogaria em seus braços. Estava sendo dura para não ficar mole!


- Você está realmente muito mudada! Ao invés de Paris lhe deixar mais romântica e bem educada, deixou você grossa e estúpida. - Voltou a olhar para a porta e fechou a cara. - Vou levar você para conhecer a redação inteira, do início. E estou bem também, obrigada por perguntar.


E então desabei sobre a parede ao meu lado. Ser dura com uma pessoa que mexe tanto com você não é nada saudável. Sorri discreta e lhe encarei; ele fez o mesmo.


- Desculpe, é que faz muito tempo desde que nos separamos. E além disso, nunca mais nos falamos. Estou sendo dura de mais, você tem razão. Mas eu continuo sendo a mesma de 6 anos atrás. - E, por um momento, me odiei eternamente. Pareci mais oferecida do que, de fato, estava sendo.


- Não, tudo bem. E você tem razão, fazem 6 anos que não nos encontramos e nem nos falamos! - Ele se aproximou e eu baixei um pouco mais. - Senti saudades, Fátima... Mas você não respondeu meus emails, não atendeu às minhas ligações e aposto que a dona Eunice não deu os recados que eu mandava. Por que você foi embora?


As portas do elevador se abriram dois andares antes de nosso destino, então me recompus e fui para o outro lado do elevador, claramente fugindo dele e das suas perguntas. Sorri como se dissesse que responderia tudo em outra hora, então o elevador seguiu seu rumo.



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Autor(a): feique_

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Comentários do Capítulo:

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  • feique_ Postado em 26/10/2014 - 16:30:31

    p quem gostou da primeira, tem uma segunda kkkk http://fanfics.com.br/fanfic/38987/fora-do-prumo

  • vfsv Postado em 29/08/2014 - 00:30:37

    Posta uma outra Fic, outra história!!!! Vc tem talento!!! Faz isso por nós ;)

  • vfsv Postado em 03/08/2014 - 01:52:38

    Escreve outra fic entao, por favor???? Vc escreve muito bem!!!!

  • feique_ Postado em 27/07/2014 - 22:03:20

    até continuaria, mas a fic acabou :(

  • brunnaomp Postado em 25/07/2014 - 17:57:41

    Continua postando dois por dia ,sua fic é ótima!

  • feique_ Postado em 23/07/2014 - 17:52:17

    n foi nada! rsrsrs e se liga no cap de hoje! :**

  • melzinha Postado em 23/07/2014 - 17:02:28

    To amando a fic estar cada dia melho, ah e o comentario sobre o ciume nao era pra essa fic me confudi total , quando li fiquei morta de vergonha por ter postado errado desculpe , posta logo por favor Beijos♥♡♥♡♥·♥ ♥♡♥♡♥♡

  • feique_ Postado em 21/07/2014 - 20:43:46

    continuo sim, lindas! e obrigada pelos elogios.. a fic é pra vocês!! e eu não entendi a sugestão do ciúme, pq o ex da Fátima é o próprio William... bjinhos

  • melzinha Postado em 21/07/2014 - 16:22:43

    AMEI A FIC ESPERO ANCIOSA PARA O PROXIMO CAPITULO ,VOCE ESCREVE MUITO BEM ,E PRA FIC FICAR MELHOR PODERIA TER CENAS DE CIUMES .IMAGINA O WILLIAM COM CIUME DA FA COM EX ,IA SER TUDO DE BOM. POSTA LOGO BEIJOS ;-)

  • vanessatocha Postado em 20/07/2014 - 22:23:44

    fic maravilhosa!!! continua pfvr <33333


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