Fanfic: A Aposta- Adaptada- Finalizada | Tema: Alfonso e Anahí-Aya-Ponny

O cara nunca devia tentar ser advogado. Anahí ficaria surpresa se ainda tivesse algum resquício de autoconfiança quando saísse da cafeteria. Estava tentando decidir se era possível bater com a cabeça na mesa de café com força suficiente para conseguir uma concussão.
— Por favor — implorou Rodrigo. Suas mãos apertaram as dela com mais força. — Faz isso por mim. Faz isso pela vovó. Que inferno, faz isso por você. Você precisa terminar os estudos, Anahí, e como os seus pais...
— Não ouse trazer os dois para esta conversa. Rodrigo engoliu devagar e soltou a mão dela. Seus dedos dançaram no queixo de Anahí enquanto virava a cabeça dela para encarar seus olhos.
— É só no fim de semana do feriado. Não pode ser tão ruim. Éramos melhores amigos. Éramos era a palavra-chave. Rodrigo não tinha nem mandado mensagem para ela desde a formatura.
— Bilionário sem coração... — murmurou Anahí. O cara não tinha a menor vergonha. O pior era que ela realmente precisava terminar os estudos e estava prestes a deixar de pagar os empréstimos. Todo o dinheiro que os pais deixaram para ela tinha sido gasto na casa e na aposentadoria, e a Seattle University não era exatamente uma faculdade barata.
— Bilionário? Ainda não, gatinha. Sem coração? — Rodrigo estendeu a mão e tocou o rosto dela.
— Acho que nós dois sabemos a resposta pra isso. Lembranças do toque dele imundaram seus sentidos até Anahí sentir que não conseguia respirar. Tinha viajado por essas estradas tantas vezes com esse homem. Primeiro no ensino médio, e depois de novo na faculdade. Não pensava que a vida ficaria no caminho do único homem a quem ela entregara seu coração. Mas Rodrigo tinha mudado, e por isso ela jamais o perdoaria. Anahí olhou para o próprio colo e fechou os olhos. Como ele ainda tinha tanto poder sobre ela? Um toque e um suborno e ela estava pronta para fazer exatamente o que ele dizia. Verdade, Anahí sempre teve uma queda pela avó dele, sem se importar se ela era assustadora ou não. Além do mais, a vovó Andreza tinha sido a única a ajudá-la a passar pela época de sua vida em que ela não se importava de morrer dormindo ou continuar vivendo. Os anos negros foram apenas isso. Negros. Anahí deu de ombros ao pensar em como as coisas tinham ficado ruins. Se a vovó Andreza estava doente e Rodrigo estivesse querendo ajudá-la, e se ele realmente pagasse seus créditos restantes, valeria a pena.
— Só no fim de semana? — perguntou Anahí baixinho. — E você está dizendo que a vovó anda sentimental e não está se sentindo bem? Rodrigo assentiu.
— Ela diz que quer ver você, e preciso que meus pais parem de me encher com esse meu furo com as strippers na imprensa. Se eu levar você pra casa com um anel no dedo, tudo será perdoado. Papai não vai achar que precisa desistir da aposentadoria, e a vovó não vai me matar. É uma situação vantajosa para todos. Além disso, como eu disse, a imagem é tudo, e eu ainda quero ter controle total da empresa da minha avó no fim do mês. O conselho não vai aceitar se eu continuar com as manchetes negativas. Preciso de todo mundo do meu lado. Vamos nos separar e eu finjo um término, choro na TV e, bem, pelo menos os membros do conselho que me odeiam vão ficar com pena de mim. Não esperou ela concordar. Em vez disso, enfiou a mão no bolso.
— Não é só por mim. É pela vovó, Annie. Ela não está bem. Isso pode ser a única coisa que pode fazê-la querer continuar a viver. Anahí semicerrou os olhos. Safado mentiroso. Em seus 21 anos, Rodrigo não tinha aprendido a mentir melhor? O sorriso dele estava tenso, a respiração, meio irregular. Mas ele falou da vovó. Anahí de repente se sentiu mal.