Fanfic: Love at first sight {Vondy}

Dulce

Ucker ficou um tempo ali comigo e depois o doutor veio lhe avisar que o horário de visita havia acabado. Acho que não vem mais ninguém e fecho os olhos na esperança de descançar um pouco quando ouço a porta se abrir, passos, a porta se fechar; abro os olhos assustada.

- Oi filha. -Minha mãe disse ainda parada na porta.

- Oi. O que veio fazer aqui? -Me sentei na cama.

- Não é óbvio? Te visitar, horas. -Ela revirou os olhos depois se dirigiu a poltrona branca ao lado da cama em que eu estou e se sentou.

- Não me avisaram que viria.

- Dulce, pelo amor de Deus, pare de ser dura, está doente.

- Mas não estou morta. E não me esqueci de tudo o que faz comigo. -Sorri irônica.

- Sei que não é  lugar mais apropriado para se ter uma conversa como essa, mas... Quero acertar esse assunto. 

- Ah é? Acertar o que? 

- Quero pedir desculpas.

- Desculpas!? Você jogou na minha cara a vida inteira que eu estraguei sua vida, que eu sou um bastardo na sua vida, quase comeu meu fígado porquê sujei suas tralhas de cloro sem querer, SEM querer. -enfatizei.- Eu era uma criança, eu não sabia as consequências das coisas e você nunca entendeu isso. Sempre viu apenas o seu lado, a sua carreira, as suas roupas, nunca deu importância a mim. -Senti meus olhos lacrimejarem e percebi o aumento de meus batimentos cardíacos pela máquina ao lado.

- Eu era mãe de primeira viagem... -Ela tentou mas eu a interrompi.

- E daí? Não importa se era de primeira, segunda, terceira; a partir do momento que se engravida se ama o filho. -Senti meus olhos queimarem e as lágrimas correrem cada vez mais rápido.

- Eu mudei... -Ela tentou de novo, mas eu a interrompi de novo.

- Não me interessa mais. Você já me rejeitou a vida inteira, ser rejeitada o resto que me resta não me surpreenderia. Pelo menos eu sei que tenho amigos de verdade, mãe. Eu tenho o Christopher. Você... pra mim é uma pessoa comum. E assim que eu completar a maior idade eu vou te deixar em paz. Eu prometo. 

- Quero tentar mudar. -Ela disse e abaixou a cabeça.

- NÃO ME INTERESSA, ENTENDEU? SAI DAQUI, ME DEIXA EM PAZ. -Alterei o tom de voz e os batimentos aumentaram ainda mais.

- Dul... 

- SAI DAQUI, MÃE. ENFERMEIRA. ENFERMEIRA. -Gritei.

Uma mulher alta de pele extremamente branca e cabelos negros, olhos castanho mel vestida de branco entrou na sala.

- Está tudo bem, senhorita Saviñon? -Ela perguntou.

- Não, não está. Tire essa mulher daqui agora, antes que eu tenha um ataque, por favor.

A enfermeira segurou minha mãe pelos ombros assim que a mesma se levantou.

- Eu sou mãe dela... -Ela disse olhando pra mim.

- Senhora, por favor, venha comigo. -Ela disse delicadamente.

- Mas... 

- Sem mais, some daqui. -Eu disse e a enfermeira a tirou a força dali.

Comecei a chorar desesperadamente, ao me lembrar de tudo o que minha mãe me fez na vida toda, por ela nunca ter um amor, um carinho materno por mim.

- Se acalme, senhorita. Sua mãe já foi. Ela voltará outro dia ok? -A mesma enfermeira de antes disse calmamente.

- Não a deixe entrar, eu lhe peço, por favor. Não deixe. -Supliquei.

- Ela é sua mãe. -Ele explicou.

- Não, por favor. Deixe apenas os meus amigos e o meu namorado entrarem, ela não, eu suplico.

- Não garanto nada, senhorita. Mas vou tentar conversar ok? -Assenti.

- Obrigada. -Sorri levemente.

- Se alterou um pouco, tome isso. -Ela me entregou um comprimido branco e um copo d`água, os tomei.

Fiquei um pouco zonza e depois apaguei.

Horas depois

Abri os olhos lentamente e vi que já não estava mais de dia. Pisquei algumas vezes e olhei para o lado.

- Christopher? -Chamei baixinho enquanto o mesmo estava olhando atentamente para o celular em suas mãos.

- Oi, meu amor. -Ele se levantou e soltou o celular na poltrona.- Como está? -Ele segurou minha mão olhando firmemente em meus olhos.

- Agora bem. -Esbocei um leve sorriso.

- A enfermeira me contou sobre o ocorrido com sua mãe mais cedo.

- Não sei o que ela veio fazer aqui. Acabar de me matar talvez. -Ergui a sobrancelha e ele riu.

- Dulce, dê uma segunda chance a sua mãe.

- Comigo não tem segunda chance. É pra sempre, se liga nisso também. 

- Ah vai brigar comigo também?

- Tenho motivos? -Ele continuou risonho.

- Não. -Ele deu de ombros.

- Quando vou sair desse lugar? -Perguntei.

- Ainda não sei. Fica na minha casa durante seu repouso.

- Não gosto de dar trabalho. Então, muito obrigado, prefiro ficar na casa do Lúcio por mais infernal que seja, pelo menos eles passam o dia trabalhando.

- Sempre tão difícil. -Ele sorriu de lado e eu também.

- Não se preocupe comigo. Logo logo vou estar bem. -Sorri.

- Assim espero. 

Se tiver comentários talvez role uma mini-maratona :3 beijitos ;*