Fanfic: A princesa virgem(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

Mas ela já estava se sentando, escondendo-se nos travesseiros, longe dele.

— Não. Quero saber o que tornou tão difícil. Diga, por que me mandou embora do seu quarto naquela noite? Por que agora você pode dormir comigo, e não podia naquela época?

Ele se ajoelhou, passando uma das mãos pelo cabelo. Seu cérebro parecia não funcionar direito. Imediatamente, ela tirou proveito da situação, saindo da cama e recolocando a camisola. Vestindo o robe e o fechando ao redor de si como uma mulher buscando por uma corda de salvamento.

— O que você acha? — argumentou ele, com uma mão erguida a sua frente em súplica. — Você era a irmãzinha do meu melhor amigo.

— Ainda sou!

— Você tinha apenas 16 anos.

— Tinha idade o suficiente para saber o que queria.

— Você era virgem!

Era a resposta que ela queria ouvir, a resposta que lhe dizia o quanto era louca por se permitir estar naquela situação agora.

— E foi por isso que você me expulsou? Por que eu era virgem?

— Anahí...

— Mas tudo bem dormir comigo agora.

— Anahí, o que é isso? O que você está dizendo não faz nenhum sentido.

— Talvez não, mas eu estou vendo sentido. Finalmente. Não sei por que pensei que você tinha mudado. Mas não mudou, não é? Tudo gira em torno de você e do que você quer.

O rosto dele se escureceu, os olhos semicerravam-se enquanto ela caminhava ao redor da cama, os braços cruzados sobre o peito como um escudo. Ele se ergueu com a ajuda de um braço, gesticulando com o outro, sua ereção perdurando, mas por pouco. Queria que ela olhasse para ele, queria ver a ampliação dos olhos dela e a fome que a acompanhava.

— Você queria isso, também! Mal podia esperar para abrir suas pernas para mim esta noite. Podia sentir o cheiro disso em você.

Ela manteve os olhos firmes no rosto dele, enviando-lhe um olhar que carregava milhares de farpas envenenadas.

— Você teve sua chance treze anos atrás, e estragou tudo. Em grande escala.

Ele estava rapidamente perdendo a paciência, junto com a ereção.

— Do que você está brincando? Você concordou com isso. Tínhamos um acordo.

— Mudei de ideia! Prefiro fazer um acordo com o diabo. E daí que isso significa que você vá com raiva amanhã para casa? Pelo o que pude ver, você esteve com raiva a maior parte de sua vida. Por que isso deveria importar para mim?

Sto thiavolo! Não tinha como argumentar com aquela mulher. Que demônio o havia possuído para imaginar que se enterrar em uma mulher como aquela podia resultar em algo diferente de desastre? Ele estava melhor sem isso.

— Já tive o suficiente disso! — Ele se jogou para fora da cama, catando suas roupas e as colocando, durante todo o tempo com os olhos queimando nos dela. — Você planejou isso todo o tempo, não foi? Planejou se vingar de mim por algo que aconteceu anos atrás, quando você mal havia saído das fraldas.

— Não me lembro de ter pedido que você fosse para a cama comigo hoje.

— Não me lembro de você dizendo não. Você viu isso como uma oportunidade patética de vingança, e você a segurou com as duas mãos. E foi por isso que você fez todas aquelas perguntas... quantas amantes eu tive... e todas as vezes você estava procurando por um ângulo, uma chance para fazer sua jogada e justificar o seu discurso.

— Você é louco.

— Sou? Mas você foi tão boa, não foi? Esperou até o final. Não foi suficiente enfiar a lâmina, também precisava torcê-la.

A linha do maxilar dela tremia um pouco, uma mancha rosa nas bochechas. Então, ela jogou a cabeça para trás e engoliu.

— Se é nisso que você quer acreditar, vá em frente.

Ele enfiou os pés nos sapatos que ainda estavam quentes e a encarou, os lábios curvando em desprezo enquanto olhava o cabelo bagunçado e os lábios inchados de Anahí, e agradeceu pelo fragmento de sanidade que o tinha trazido de volta da loucura.

— Você disse que fui eu quem não mudou, mas a verdade é que você continua a mesma. É você que ainda joga jogos de adolescentes.

— Já disse, você pode escolher acreditar no que quiser.

— Ah, não se preocupe. Eu vou.

Bater uma porta nunca tinha lhe parecido tão terapêutico. Mas não foi nem perto de ser suficiente. Ele voltou trovejando para sua suíte, o antigo Castello rangendo a seu redor, a tapeçaria voltando contra as paredes, cortinas se sacudindo na turbulência enquanto ele passava.

Ela era uma provocadora. Nada além disso. Durante todo o dia, ela o tinha incitado com suas palavras e ações.

Aquela era a mulher cuja a boca e língua o havia provocado até o limite da excitação. Aquela era a mulher que lhe havia perguntado naquela manhã se ele gostaria de aproveitar algo indecente. E ele havia sido manipulado como um amador.

Ele mal podia esperar para ir embora daquela ilha e ficar longe de Anahí. O dia seguinte não poderia vir rápido o suficiente.

Ela estava com tudo arrumado e pronta para ir antes das 6h, apesar de o helicóptero que a levaria para Roma estar previsto para horas mais tarde. Ela tomou o café da manhã no quarto, determinada a não cruzar com Alfonso antes de partir, e olhou de mau humor para fora da janela, observando as aves marinhas voarem ao redor da rocha, desejando que também pudesse tão facilmente ir embora voando.

O tempo já dava sinais de que faria outro dia lindo. Faria calor mais tarde, quando o sol aparecesse, mas, por agora, a manhã estava clara e com apenas uma pequena brisa. O tempo do lado de fora chamava. Ela teria longas horas de viagem, mudando de voo em Kuala Lampur antes da parada cm Honolulu. Ela seria sábia em tomar aquela oportunidade para esticar as pernas enquanto ainda podia.

Dulce havia lhe mostrado o pé do penhasco, e ela se encaminhava para lá agora, circulando a piscina brilhante antes de ingressar no caminho que se tecia através de arbustos, ervas e minúsculas flores. Ela caminhou até a vista que dava para o vale e para a estrada sinuosa que levava até a Cidade de Velatte. Observou as balsas chegando e saindo do porto, e respirou o ar perfumado.

E então se virou em direção ao Castello. Havia feito a coisa certa. Após horas se revirando na escuridão, ela havia se convencido disso. Não podia permitir que ele ficasse, não podia permitir que ele fizesse amor com ela. Não podia permitir que ele descobrisse a verdade... o que ele teria. Não suportaria a humilhação.

Deixe-o pensar que ela estivera atrás de vingança durante todo o tempo. Era melhor dessa forma, melhor do que ele pensar que havia algo de errado com ela, que ela era algum tipo de maluca.