Fanfic: A princesa virgem(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

Ela não tinha dúvidas da aptidão e da força de Alfonso, não que os músculos dele fossem alguma indicação, e também não podia discutir a respeito do treinamento militar dele, sabendo que todos os homens gregos precisavam passar um ano no exército. Isso, no entanto, ainda não significava que ela precisava concordar com a escolha de guarda-costas de Ucker.

— Certamente Alfonso tem coisas muito mais importantes para se preocupar do que ficar tomando conta de mim. Ele não está encarregado de todas as suas operações nos Estados Unidos? Como ele vai cuidar de tudo isso do Havaí?

— Na última vez que escutei — Alfonso interrompeu -, o Havaí fazia parte dos Estados Unidos.

Não fazia sentido. Qualquer um diria que ele queria fazer aquilo. E não tinha como isso ser possível. Na noite passada, o sentimento tinha sido mútuo.

Ela balançou a cabeça, sentindo-se em um redemoinho, sendo sugada para um lugar onde não gostaria de ir.

— Não quero ele — disse ela, rapidamente qualificando suas palavras ao adicionar. — Não quero isso. Não é necessário — disse Anahí, caso alguém pensasse que havia algo pessoal em seu protesto. — Não existe outro jeito?

— Sei que isso foi um choque para você — replicou seu irmão — mas não há outro jeito. Não pode mais ter a expectativa de viajar sozinha, você é uma princesa. E mesmo sem nenhuma ameaça a sua segurança, sempre haverá os paparazzi espreitando. A vida mudou para nós, irmãzinha. Talvez nem sempre para o melhor, mas é melhor lidar com essas possibilidades antes de elas se tornarem problemas.

— Olhe — argumentou ela — tenho um hotel reservado em Honolulu. Vou pedir para mudarem a reserva para uma suíte na cobertura. Mande-me um guarda e, juntamente com a segurança do hotel, tenho certeza de que ficarei bem lá. Não há necessidade de Yannis bagunçar a agenda dele. É pedir muito.

— Alfonso já concordou.

— Mas ficarei lá por meses. Pelo menos seis, até o estúdio de design decolar. É loucura.

— Alfonso só ficará enquanto existir uma ameaça visível. Quem sabe, isso tudo pode acabar em uma questão de semanas, talvez até dias.

Mas Anahí sabia que inclusive dias seriam demais. A perspectiva de passar semanas na companhia dele fazia seu espírito despencar. Ela devia embarcar em uma nova fase excitante em sua carreira. Em vez disso, teve a sensação de morte iminente que a fez ficar deprimida por causa disso.

— Por favor, Anahí — disse sua cunhada. — Queremos ter certeza de que você ficará a salvo. Christopher dificilmente conseguiria confiar em outra pessoa.

— Eu sei — replicou ela suavemente, sabendo que nunca ficaria a salvo perto daquele homem. Ele estremecia suas fundações, desafiava seu corpo e sua alma, revirava suas entranhas. Era uma mistura de desejo, ódio e outras emoções que ela não queria nomear. A salvo perto de Alfonso? Ela achava que não.

— É apenas que...

— Apenas o quê?

A voz dele ecoou pelo cômodo. Ele estava cansado de ouvi-la, cansado de ouvir aqueles apelos patéticos. Ela podia deixar mais claro que não queria ter nada a ver com ele?

Ela piscou os olhos para ele, a ação falhando em banir a umidade que os estava transformado em cetim.

— Nada — disse ela, com um tom de voz que não era mais do que um sussurro. — Apenas nada. Acho que não tenho escolha.

— Não — confirmou Alfonso. — Nenhuma.

Ele deixou o cômodo, para fazer os arranjos finais. Uma bola de raiva pulsando como uma vida dentro dele. Ela realmente pensava que ele queria fazer isso, ser babá da mulher que o provocara e que quando estava prestes a possuí-la, ela protestou dizendo que mudara de ideia, fazendo o papel de vítima?

Sem chances.

Ele planejara ir embora naquele dia. De volta a seu escritório e sua mesa, e ao mundo das finanças no qual o desafio era grande demais para ser superado. De números, ele podia entender. Trazer de volta à vida finanças mortas era seu forte. E, como resultado, fazer dinheiro era tão natural quanto respirar, o que era bom, dado o fato de que ele precisava erguer a família do pesadelo ao qual aquela mulher tinha lhe colocado. Uma mulher com quem ele não queria ter nenhuma relação.

Por duas vezes ela complicara sua vida. E agora ele devia tomar conta dela? Ninguém podia pedir-lhe tal coisa. Ninguém, exceto Christopher.

— Mantenha-a segura — pedira Ucker. — Não confio em mais ninguém.

Ele pensava que podia confiar em Alfonso para mantê-la em segurança? Isso era uma piada quando tudo o que ele queria era estrangulá-la. Ela era o pior tipo de importuno, e o único prazer que ele podia ter naquela situação foi vê-la pensando que ia para casa sem ser punida.

Agora era sua chance. Ele a faria pagar pelo que fizera.

Ele a faria pagar!

Dulce gritou quando Anahí estava voltando para o quarto, sentindo-se deprimida, no fundo do poço. Ela forçou um sorriso quando sua cunhada a alcançou, perguntando se podiam conversar enquanto lhe dava um abraço trêmulo. O corredor terminava em uma janela larga com vista para o oceano e para os penhascos, e Dulce a puxou para se sentar ao lado dela no sofá.

— Você está bem? — perguntou DUlce, demonstrando preocupação em sua voz. — Você parecia tão inflexível lá dentro.

— Desculpe — disse ela, sentindo-se arrependida por seu comportamento quando tudo o que todos queriam era garantir sua segurança. — Apenas fui pega de surpresa. — Uma grande atenuação, mas pelo menos tinha algum elemento de verdade.

— Eu sei. Foi um grande choque para todos nós, apesar de que, infelizmente, parece ser o protocolo de segurança para os dias de hoje. Apesar de odiar pensar que haverá um tempo quando nos acostumaremos a isso.

As palavras de sua cunhada eram tão honestas que Anahí repentinamente se sentiu ainda mais culpada. A esposa de seu irmão estava grávida, esperando gêmeos que nasceriam em poucos meses, e precisava se preocupar. Ela ainda não tinha sido princesa nem por um dia completo e ameaças já tinham sido feitas a sua família.

E ao mesmo tempo, Anahí se preocupara mais em ter que passar o tempo com Alfonso do que com o verdadeiro problema... a ameaça feita a sua família. Ela tomou as mãos de Dulce nas suas, chocada com seu próprio egoísmo.

— Odeio pensar que vou deixá-la em um momento como esse. Não parece correto. Você ficará bem?

As bochechas de Dulce ficaram coradas, os olhos brilhando e o sorriso radiante.

— Tenho Ucker para me proteger. Talvez pareça estranho, mas nunca me senti tão segura. O meu lugar é aqui, ao lado de Ucker. — E as palavras dela aqueceram o coração gelado de Anahí. — Você ficará bem com Alfonso?

A pergunta a pegou de surpresa, e ela sentiu sua própria bochecha queimar diante da pergunta.

— Claro — disse ela, com um falso entusiasmo -, por que não ficaria?                                         

Dulce não pareceu convencida. Ela permaneceu sentada, balançando a cabeça.

— Isso tudo é minha culpa.

— O que é sua culpa?

— Sei que você me disse que ele a tratava como a irmãzinha de Ucker, mas na noite passada...

— O que tem a noite passada?

— Bom, é que alguém viu vocês dois no terraço... -Ah... foi após a dança — Anahí explicou com pressa.

— Precisava de ar.

— Então, você não o beijou?

Anahí xingou em silêncio. Por que ela deixara aquilo acontecer? Claro que alguém teria visto. E claro que as novidades voariam. Era pura sorte não haver fotos espalhadas pelas revistas de celebridades, já que todos andam com câmeras no celular atualmente. Ela encolheu os ombros.

— Foi apenas um beijo — mentiu. — Pelos velhos tempos.

— Anahí, desculpe-me. Achei que seria a solução perfeita. Quando Ucker sugeriu Alfonso, eu o apoiei completamente. Nunca teria feito isso se achasse...

— Tudo bem — disse Anahí. — Sério. — Porque ela não podia culpar Dulce, não quando ela mesma havia sido fraca e não havia conseguido resistir a Alfonso, e ela que fora suficientemente tola para beijá-lo em público.

Ela mesma amarrou aquela corda no pescoço.

— Como pode estar tudo bem? Agora mesmo pareceu que você estava muito nervosa com ele, e ele com você. A princípio, achei que ele estivesse nervoso porque estivera preocupado em encontrá-la. Ele ficou desesperado quando descobriu que você não estava em seu quarto. Mas havia mais do que isso, não é? Tinha que haver mais. Aconteceu algo na noite passada?