Fanfic: A princesa virgem(Adaptada) Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: AyA romance

E Chris encolheu os ombros e deixou o assunto de lado, exatamente no momento em que Alfonso desviou seu olhar para que Anahí finalmente pudesse desaparecer atrás do escudo do irmão. A respiração dela estava muito superficial e rápida, e seu pulso, acelerado, como se ela tivesse acabado de subir correndo as escadas de mármore do Castello.

Aquilo era loucura. Ela devia ir... dizer a eles que estava com enxaqueca. Era quase verdade; seus nervos estavam tão tensos que ela não sabia mais o que sentia além daquela estranha dor nos ossos. Ela alegaria estar com enxaqueca e iria mais cedo para a cama. Então haveria apenas o casamento e a recepção no dia seguinte, e logo não veria mais Alfonso. Não precisaria sentir o ódio em cada olhar dele, em cada palavra.

Ela quase encontrara a coragem para se levantar, quase encontrara as palavras que precisava dizer, quando a música repentinamente mudou de ritmo, a orquestra mudando para uma valsa, e um ar de expectativa preenchendo a multidão. Seu irmão ficou de pé, tomou a mão da noiva e a beijou.

— Venha, cara, eles esperam pela dança.

— Mas certamente para após o casamento... na recepção.

— Nem todas essas pessoas poderão estar aqui para a recepção. Muitos são aldeões que participaram de alguma tarefa especial, ou que estarão muito ocupados amanhã, preparando as flores ou trabalhando na cozinha. Essa noite é a nossa forma de fazer um agradecimento especial a eles.

Dulce sorriu e assentiu.

— Claro. Então não devemos desapontá-los. — Ela pegou a mão dele e ficou de pé, e a multidão explodiu em aplausos até Chris conduzir Dulce à pista de dança e tomar sua noiva nos braços... a futura princesa de Montvelatte. Ela foi como se pertencesse àquele lugar, os corpos, como unos, moviam-se ao ritmo da música, os olhos se fitavam; o amor deles era uma coisa palpável.

Amar alguém e ter aquele amor correspondido... como deveria ser? Anahí suspirou enquanto os observava deslizar pela pista. Agora, com os olhos de todos os convidados neles, era sua chance de escapar. Ela empurrou a cadeira para trás, buscando pela bolsa no mesmo movimento.

— Você parece diferente — disse uma voz profunda a seu lado, com palavras inocentes, mas tom acusatório. Ela olhou ao redor, surpresa que alguém pudesse ter olhos para algo além do casal na pista de dança, mas então Alfonso lhe lançou um olhar afiado e a imobilizou, interrompendo sua fuga. Ela engoliu, recusando-se a ser amedrontada, mesmo tendo perdido novamente a habilidade em ficar de pé.

— Você quer dizer por eu estar vestida?

A expressão dele ficou mais sombria e dura, e ela mordeu com força o lábio inferior, desejando ter conseguido formar as palavras no cérebro antes de se permitir dizer aquilo. O olhar no rosto dele era o suficiente para lhe dizer que a última coisa que eles precisavam era se lembrar daquela noite.

Mas o que ele esperava? A atitude dele não tinha sido nem um pouco conciliatória desde o momento em que entrou no salão e eles tiveram a primeira troca de olhares. Por que ela não devia atacar quando ele obviamente precisava se dar conta do quão patético era a amargura dele?

— Quero dizer que você parece mais velha — rosnou ele, após ter se recuperado.

Claro que era isso o que ele queria dizer. Ela forçou um sorriso nos lábios.

— É mesmo? Isso parece bem melhor, obrigada.

— Você entendeu o que quis dizer- resmungou ele.

— Se passaram treze anos. É uma surpresa eu ter crescido um pouco desde aquela época? — Na pista de dança, o príncipe e a noiva dançavam, duas metades de um todo, totalmente absortos um no outro, totalmente alheios a qualquer tensão existente no mundo.

— É mesmo?

Ela olhou de volta para ele, o deslumbre dos noivos a fazendo perder o fio dos próprios pensamentos.

— É mesmo o quê?

— Cresceu.

Ela puxou o ar, oxigênio destinado a abastecer o fogo que já estava queimando dentro de si.

— As pessoas mudam com o tempo, Alfonso. Talvez você devesse tentar algum dia. — Não havia motivo para ficar mais tempo. Ela ficou de pé, determinada a ir embora. 

Seria mais fácil desse jeito. Ela não precisaria fingir uma enxaqueca. Alfonso não pediria nenhuma explicação. Ele apenas ficaria feliz com sua partida.

Mas Alfonso também estava de pé, bloqueando sua passagem.

— Aonde pensa que está indo?

— Estou indo embora.

— Você ainda não pode ir.

Ele devia estar brincando.

— Desculpe, mas vou fazer o que eu tiver vontade. Então, se você não se importar de sair do caminho?

— É o jantar de ensaio do casamento de Chris e Dulce.

Agora a respiração dela estava mais impaciente do que nunca.

— Não acha que sei disso? Eu estava aqui, lembra? Não fui eu quem chegou atrasada.

Um músculo se tensionou no maxilar dele. Seu olhar ficou mais duro e frio.

— Talvez não, mas isso não significa que você pode evitar suas responsabilidades agora. — Ele gesticulou em direção à pista de dança. — Seu irmão claramente espera que nós nos juntemos a eles. — Ele relutantemente estendeu um braço para Anahí. — Vamos?

Ela piscou para ele, sua cabeça já começando a se mover para negar.

— Você deve estar louco.

E então, ele assentiu em direção ao casal que dançava, e ela seguiu o olhar dele para onde Chris estava girando a futura esposa.

— Esperam que nos juntemos a eles.

Alfonso esperava que ela dançasse com ele? Que fosse escoltada pela pista de dança naqueles braços? De jeito nenhum. Uma coisa era fazer isso na noite da recepção formal, mas não tinha chances de fazer isso naquele momento.

— Sinto muito — disse ela, agarrando-se a sua desculpa anterior. — Temo que estou com enxaqueca. Realmente preciso ir.