Fanfic: A Bela e a Fera - A&A _Finalizada | Tema: A&A

Parti com tanta animação que nem pensei nele durante dias. Meu pai se recuperou logo que cheguei, e fiquei entretida pelos dias movimentados da família numerosa. Um mês se passou num instante e era hora de regressar ao castelo. Sem dúvida, as histórias que você leu fizeram com que eu parecesse um tanto indelicada e até relutante em voltar para ele.
Isso estava muito longe de ser verdade. Eu sentia terrivelmente a sua falta! Eu queria regressar ao castelo mais que tudo. Porém, minha mãe caía em prantos sempre que eu tentava partir. Assim, quase dois meses se passaram, até que um dia, tarde da noite, acordei sonhando com o castelo e com Alfonso. Tudo estava escuro no sonho, e eu andava pelos corredores do castelo à procura dele. Ao entrar em seu quarto, o vi dormindo serenamente em sua cama. Ao me aproximar dele, me ocorreu que meu amado não estava dormindo, ele estava morto!
Meu próprio grito havia me alertado. Subitamente, eu me lembrei do aviso da Fera, de que ele certamente morreria se eu ficasse longe por mais de um mês! Imediatamente pulei da cama e arrumei minhas coisas. Pela manhã, eu estava pronta para partir e, após uma despedida triste, porém firme, iniciei minha jornada de volta ao castelo e a meu Alfonso.
Oh, como sofri nesse dia, temendo que talvez nunca mais voltasse a vê-lo! Mal sabia eu o quanto havia de verdade naquilo... Ao final daquele dia, quando finalmente cheguei ao castelo, corri direto para seu quarto. Ele estava deitado na cama, exatamente como em meu sonho.
-Não! -Gritei, correndo até junto dele.
-Por favor, Poncho, não morra! - Sua cabeça inclinou ligeiramente ao ouvir minha voz. Vibrei de felicidade e o enlacei em meus braços.
-Graças a Deus você não está morto - Eu murmurava por entre lágrimas.
-Você voltou - Foi tudo que ele disse.
-Sim, voltei... para sempre! -Eu sabia que jamais o deixaria novamente.
-Você quer se casar comigo, Bela? -perguntou ele.
-Sim, Fera, sim Alfonso! -eu disse, chorando. -Sim, sim, sim!
Eu mal tinha pronunciado essas palavras quando, subitamente, houve um clarão. No momento seguinte, um estranho estava sentado no lugar onde a Fera estivera deitada. Minha fera havia desaparecido. Suspirei atordoada e dei um passo atrás.
- Oh, Any - exclamou o estranho.
-Você finalmente me libertou da maldição! - Pisquei os olhos, tentando compreender as palavras do homem. Ele estava explicando que era minha Fera, mas, na verdade, tratava-se de um príncipe que fora transformado em Fera pela maldição de uma bruxa diabólica. Por ser uma bruxa extremamente perversa, ela acrescentara como condição quase inalcançável de sua libertação que ele se casasse com seu verdadeiro amor ainda sendo uma Fera!
Então, pensei, esse estranho é a minha Fera, meu Alfonso animalesco. Observei seu rosto e vi que ele era, de fato, um belo príncipe. Não pude descrever a decepção que senti, além disso, jamais vira Alfonso tão feliz quanto nesse dia. Nós nos casamos. E agora tenho de terminar minha fábula, pois está ficando tarde e está na hora de me preparar para meu marido, o príncipe. Agora ele vem ao meu quarto e, como sempre, preciso estar pronta para ele. Mas não posso buscar brilho selvagem em seus olhos. Ou ouvir aquele rosnado ensurdecedor. Parei de procurar por essas coisas há anos.
Fim!