Fanfic: - Todo dia, toda hora ♥ - vondy

Anahí: Maite! – gritou
Uma morena de olhos negros e cabelos compridos lisos virou para mirá-la com um sorriso perfeito.
Maite: Annie! – caminhou para cumprimentá-la sorrindo.
Anahí: estava com saudades...
Maite: eu também.
Anahí: este é Christopher, um grande amigo meu...
Maite: você deve ser irmão do John Uckermann ele já tentou algo com a Marie, mas ela sempre nega – ela piscou – ah quero que conheçam Marie Savy!

Ela sorriu e caminhou até uma moça de longos cabelos ruivos e colocou sua mão sobre seu ombro. Maite sussurrou qualquer coisa nos ouvidos da mulher de costas para nós.
Anahí já sorria para todos os lados com uma taça de champagne nas mãos, ansiosa para conhecer enfim a tal Marie Savy pessoalmente.

TRÁH!

O barulho da taça de Anahí caindo foi a única que coisa que consegui escutar assim que a ruiva virou-se.

Christopher: Tia Blanca, desculpe incomodar. Como está Dulce? Há dias não a vejo...Estava preocupado.
Ela me olhou com incerteza, devia estar com pena de mim antes mesmo de responder.
Blanca: ela não o contou querido? Dulce está muito doente, teve que ir à Madrid se tratar. Estamos todos muito preocupados. Ela disse que lhe contaria no dia do baile, pensei que soubesse de sua doença.

Minhas lágrimas já desciam gélidas, meu corpo tremia buscando algo. Corri para o meu quarto sem nem ao menos responder a mãe dela. Pelo menos não lembro de tê-la respondido. Procurava fotos, para fingir que ela estava ali, não entre a vida e a morte em uma cama de hospital. Estava me sentindo culpado por não estar com ela naquele momento tão doloroso. E ainda de tê-la feito sofrer tanto justo no dia em que me contaria que estava doente.

Uma franja extremamente lisa caia sobre seus olhos e ela soprava para voltar para o lugar. Seus lábios eram vermelhos brilhosos como a cereja de seu drink. Seus olhos piscavam sem parar abrindo e fechando aqueles longos cílios de boneca. 
Anahí estava paralisada tanto quanto eu, ela até tentava dizer algo, mas não conseguia.

Aquela noticia me resultou em várias noites sem sono e refeições nunca acabadas. Ligava dia e noite sua casa atrás de noticias, mas tudo que eu ouvia era que a Tia Blanca e o Tio Fernando haviam ido para Madrid para cuidar dela melhor, aquilo me angustiava. O que se passava em Madrid afinal? Eu me culpava por não estar com ela naquele momento. Minha mãe soube que ela estava respirando por aparelhos, mas não me contou não gostava de me ver daquela forma, contudo descobri sozinho aquela informação.
Era a última tarde de verão quando Annie chegou em meu quarto cabisbaixa e completamente sem direção. Seus olhos não desciam lágrimas, ela parecia estar guardando uma agonia para si.

Anahí: a Dulce... – ela começou, mas as lágrimas dominaram-na.
Christopher: o que aconteceu com ela?
Anahí: ela...
Christopher: ela o que Giovanna?
Anahí: morreu...

A mulher que eu mais amava estava... Morta? Meu mundo parou naquele momento, eu queria ver seu corpo, queria tocá-la. Eu queria tudo, mas apenas gritava de desespero, Anahí estava tão assustada quanto eu, apenas me abraçava chorando junto comigo num ato inútil de tentar me passar forças. Eu não sabia como passariam os dias dali em diante, nada mais me importava. Eu não amaria a ninguém mais, sentiria nojo quando me tocassem. Por que a deixei partir?

Comparações são facilmente feitas, uma vez que você prova a perfeição como uma maçã pendurada em uma árvore eu peguei a mais madura e eu ainda tenho a semente.
Katy Perry – Thinking of you

Seis anos haviam se passado e ela estava ali com aqueles olhos miúdos nos olhando como se nunca tivesse nos visto antes. Aquela agonia me perturbava, eu queria sair gritando por algum sentimento até então desconhecido. Cheguei a imaginar que tudo aquilo era apenas um sonho, mas sonhos não são tão perfeitos assim.
Ela estava tão perfeita. Um vestido preto delineando aquelas curvas que eu um dia uni as minhas e aquela sandália luxuosa com salto excessivamente exagerado, mas que ainda a deixava menor que eu.
Não havia como descrever naquele momento a conexão que meus olhos e os dela ganharam. Parecia que eu podia dizer tudo por meus olhos e ela entendesse. Todavia outro sentimento começou a me tontear, o ódio de ter feito tal maldade comigo, ela não imaginaria jamais todos os dias torturantes que passei imaginando que jamais a veria.
Mas meus olhos continuavam ali embriagados com os dela.

Maite: Má, esses são...
Anahí: Dulce? – a voz dela estava embargada foi a única coisa que conseguiu sair.
Maite: Dulce é o nome original da Marie...
Dulce: muito prazer em conhecê-los. – ela deu um sorriso blasé

Os lábios dela mexiam-se lentamente e meus olhos os fitavam.
Carmim. Carmim era a cor daqueles lábios inebriantes que se moviam em minha frente. Sempre gostei dessa cor. Carmim era uma cor perigosa antiética e era vulgarmente comparada ao pecado. Dulce era o Carmim em mim, transmitia perigo em seus olhos, mas era inexplicavelmente atraente.