Fanfic: Meu primeiro e único amor -AyA (Adaptada) [Finalizada] | Tema: Romance + Hot

Poncho sorriu:

- Fui tão obvio assim?

- Sim, foi. Somos patéticos, não é mesmo? Iríamos entrar numa relação que nenhum dos dois seria realmente feliz.

Alfonso percebeu que Belinda parecia uma pessoa diferente, como se encontrar o amor em Mary, a transformasse numa pessoa melhor. Era da mesma forma que ele se sentia. Compreendeu que não fazia diferença; o amor fosse ele, entre homem e mulher, mulher e mulher ou homem e homem - o que Poncho apesar de tentar ter uma mente aberta não gostava muito de imaginar - era grandioso, inspirador, pacificador e tantas outras qualidades que os poetas usavam para engrandecê-lo e que antes ele achava piegas.

Belinda pediu licença e encaminhou-se até o quarto, quando voltou tinha nas mãos o anel que Alfonso lhe dera:

- Aqui está – e estendeu-lhe o anel. Poncho respondeu prontamente:

- Não, não, Belinda, ele é seu. Venda-o, guarde-o, faça o que preferir...

Belinda agradeceu efusivamente, apesar de Mary dizer que agora ela sua era responsabilidade, o que a deixara mais encantada ainda pela amante; ela gostaria de ter um fundo de reserva, caso precisasse. E o anel valia uma pequena fortuna.

- Se possível, Poncho, gostaria que despachasse minhas coisas.

- Claro! Não haverá problema quanto a isso.

- Obrigada! E já marcou o casamento com Anahí? – Belinda não resistiu em perguntar.

- Sim. Será daqui a três semanas.

- Você não é um homem de perder tempo, não é mesmo, Sr. Herrera?

- Não, não sou mesmo. Antes de ir gostaria de saber se você precisa de alguma coisa, ou se há algo que posso fazer por você.

- Não, estou bem, somente mais um assunto... - Belinda relutou antes de completar – antes de partir, nós fizemos amor sem proteção e...

- Sim, eu sei – Poncho usou seu tom mais formal para completar a frase – você sabe se caso estiver grávida, você terá meu total apoio, tanto financeiro, como moral...

- Não, nós dois temos opiniões divergentes quanto a isso... Caso eu esteja grávida, eu não terei o bebê...

- Não posso acreditar que estou ouvindo tal coisa! – Alfonso levantou-se e se afastou de Belinda com medo que pudesse sacudi-la, tamanha era sua raiva. Como ele pode imaginar que aquela mulher tinha se tornado uma pessoa melhor. Ela estava se mostrando exatamente muito pior, isso sim!

Belinda tentou manter a calma e sua voz firme:

- Eu já sabia que sua reação seria exaltada, mas Poncho, você precisa entender, nós moramos a milhares de quilômetros de distância e tanto você, como eu, estamos começando uma nova relação e Mary já me disse que não quer ser mãe, ainda mais de um filho seu – Belinda sabia que era um assunto sério, mas não conseguiu deixar de sorrir ao falar – ela é ciumenta, principalmente em relação a você!

- Você acha mesmo que estou preocupado se sua amante é ciumenta ou não! Você não matará meu filho, Belinda! Você me ouviu?! Você não ouse machucar um filho meu! 

Como Alfonso alterara a voz, Mary voltou à sala e sem dizer uma palavra, somente usando seu olhar mais intimidador, sentou-se ao lado de Belinda, mostrando a ele que se encontrava em desvantagem. Mas nada o demoveria de sua opinião. Para ele, a vida de uma criança, não importava seu estágio de desenvolvimento, era sagrada.

Mas ele tinha que se acalmar, usar de gritaria e ofensas, ele sabia, não o ajudaria:

- Tudo bem. Aceito o fato que você não esteja preparada para ser mãe. E também tudo isso, são meras hipóteses, pois ainda é muito cedo para sabermos se você está ou não grávida, mas quero deixar uma coisa bem clara aqui e agora. Você não tirará essa criança. Você a dará a mim! Eu terei todos os direitos sobre ela, você abrirá mão desse bebê, para que eu possa lhe dar a vida que você quer tirar. Estamos entendidos?

Mary decidiu que era hora de se manifestar e disse em tom de desafio:

- Você nem ao menos saberá se ela estiver grávida, senhor mandão!

- Olhe, aqui, moça, você não me conhece! E pode ter certeza que saberei, ah eu saberei!

Belinda sabia que a culpada disso tudo era ela própria, quando montara todo aquele plano, que agora parecia tão fora de propósito, para ter Alfonso preso a ela de forma definitiva, através de uma criança. Então seria razoável que ela apaziguasse os ânimos concordando com os termos dele:

- Está certo, Poncho , caso eu esteja realmente grávida, eu lhe darei o bebê. Tenho certeza que você e Annie serão excelentes pais, muito melhores que eu e Mary jamais poderíamos ser.

Alfonso olhou-a profundamente e pensou se poderia confiar naquela mulher, por fim, mais uma vez sua intuição disse que sim, Belinda estava sendo sincera.

- Certo, então estamos conversados. Acho que acabamos aqui! Espero que seja feliz em sua escolha, Belinda – sabia que estava dando uma alfinetada naquela mulher que a princípio ele achara belíssima e agora a considerava abominável.

Belinda aproximou-se de Alfonso e lhe estendeu a mão, falando:

- Pode confiar em mim. O que eu prometi aqui, eu cumprirei. Também espero que você seja muito feliz!

Alfonso saiu do apartamento transtornado. Como podia ter se enganado tanto em relação à Belinda? Como uma mulher não gostaria de ser mãe? E que tipo de mulher entregaria seu filho, mesmo que para o pai da criança, de forma tão banal?

Precisava voltar para casa. Precisava voltar para sua família, que eram pessoas de bem.

Precisava voltar para Anahí! Para o aconchego de seus braços, para a doçura de seus lábios e pele; para o seu indelével caráter.

Depois de quase bater o recorde em arrumar sua pequena valise em seu quarto no hotel e acertar a conta, chegou ao aeroporto exausto. Assim que sentou na poltrona do avião, pediu um scotch e dormiu antes que pudesse terminar o drinque.